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A taxa de desemprego caiu a 5,8% com forte geração de empregos formais, mesmo com a Selic em 15% ao ano, o maior nível em 19 anos. O consumo segue impulsionando a economia, mas o tarifaço dos EUA preocupa setores exportadores. Marcus Labarthe e Vinicius Torres Freire analisam o impacto dessa resiliência no mercado de trabalho e o futuro da política monetária.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00A geração de emprego e renda impulsionam o consumo, mantendo a demanda aquecida.
00:06Esse movimento, no entanto, tende a pressionar a inflação.
00:09Para conter o avanço dos preços, o Banco Central manteve ontem a taxa básica de juros em 15% ao ano.
00:16Um fator de preocupação para os próximos meses é o tarifácio imposto pelos Estados Unidos.
00:21Empresários afirmam que a sobretaxa coloca em risco empregos nos setores afetados pelo anúncio.
00:26Para analisar o que significa essa resiliência do mercado de trabalho e o que esperar para os próximos meses,
00:34eu converso com o Marcos Labarte, especialista em mercado de capitais e sócio fundador da GT Capital.
00:40E o nosso analista, Vinícius Torres Freire, participa também dessa entrevista, está se juntando a gente aqui.
00:46Marcos, boa tarde para você, muito obrigado pela sua disponibilidade.
00:50Antes de mais nada, queria te perguntar o seu olhar sobre essa resiliência do mercado de trabalho.
00:55Quer dizer, a gente nunca teve a taxa de desemprego, a taxa de desocupação nessa PNAD na casa dos 5%.
01:03O recorde anterior acho que era 6,1%, não é, Vinícius?
01:086.
01:086, 6%.
01:09E agora temos em 5,8%.
01:12Isso com a maior taxa básica de juros em 19 anos, a inflação elevada.
01:19Enfim, o que te parece, qual a sua leitura sobre essa resiliência da economia brasileira?
01:24Boa tarde, Fábio, boa tarde, Vinícius, boa tarde a todo mundo que está nos escutando na Times Brasil.
01:30Realmente é um índice que deixa a gente muito feliz, né?
01:34De tudo que a gente está vendo ao longo de 2025, está sendo um ano bem penoso para a economia,
01:41mas que a parte do consumo, ele continua acelerando a parte de emprego no Brasil.
01:47Lembrando que a parte de consumo, ele é o impulsionador do Brasil, tanto na parte do consumo como na parte de prestação de serviço.
01:57A indústria, ao contrário, ela acaba desacelerando essa parte de empregos no Brasil.
02:03E quem sabe, com essa parte das tarifas de Trump, isso pode dificultar cada vez mais.
02:08Mas eu fico satisfeito com os números, realmente é um recorde que o Brasil vem batendo muito pela parte do aumento do consumo nos últimos anos.
02:19E realmente a inflação, ela é algo que pode penalizar com esse aumento, incremento do consumo do Brasil,
02:29e puxar um pouco a inflação, que não vem acontecendo, tá?
02:33A gente está olhando nas últimas oito análises do IPCA, que é feito toda segunda-feira,
02:42entre os analistas, economistas no Brasil, vem apresentando uma queda aí do potencial do IPCA para um futuro próximo.
02:50Então, isso é algo positivo.
02:53E às vezes, quem sabe, nessas mudanças econômicas, talvez até pela parte do tarifaço,
03:00possa fazer com que alguns produtos acabem ficando mais baratos no Brasil,
03:04se parte desses produtos que iriam ser exportados para os Estados Unidos, acabarem indo para o comércio local.
03:11Inícius.
03:12Marcos, alguma desaceleração a gente vê nessas pesquisas, especialmente em relação a salário.
03:20Mas vamos matizar essa desaceleração da alta do rendimento do trabalho.
03:25Já chegou a ser de 5% ao ano e agora está em 3,3% ao ano, quer dizer, em relação ao mesmo trimestre do ano passado.
03:32É uma desaceleração, mas é para um crescimento do salário de 3,3% acima da inflação,
03:38um ritmo maior do que o PIB deve ter esse ano.
03:41E desde 2022, pelo menos, a gente tem visto expectativas e análises e projeções muito erradas
03:47sobre o ritmo de crescimento da economia, o ritmo de crescimento do emprego,
03:52sobre o nível de emprego que causaria inflação.
03:55Todas as estimativas estavam muito erradas, até talvez do PIB potencial estavam erradas.
03:59O que a gente não está vendo na economia brasileira para que a gente estime,
04:04pelo menos o consenso do mercado, a mediana do mercado, estime tanta desaceleração,
04:09o crescimento tão menor em todos os aspectos macroeconômicos,
04:11da produção e do emprego, principalmente, e a gente não veja isso acontecendo.
04:16O que a gente não está enxergando?
04:19É porque quando a gente analisa que somente a alta taxa de juros poderia desacelerar
04:25a economia brasileira, isso não vem acontecendo.
04:29A taxa de juros permanece na casa de 15% e continua uma das mais altas do mundo,
04:35mas isso leva um tempo até ter uma desaceleração da economia.
04:41Eu vejo que, ao longo desses últimos dois anos,
04:45uma série de programas também que o governo vem realizando
04:49fazem também com que tenha um incremento na parte do consumo do brasileiro.
04:56Por mais que a inflação seja um dos grandes vilões,
04:59e foi em 2024, e está sendo um pouco menos,
05:03mas ainda vai continuar sendo em 2025,
05:06porque a gente vai estar mais um ano ultrapassando o teto
05:11do que a gente achava que seria o mais conveniente,
05:15a parte do consumo brasileiro continua ainda sendo muito forte,
05:19tanto a parte dos alimentos.
05:22E eu vejo também que, por mais que em 2024 tenha tido,
05:26por exemplo, uma alta considerável na parte de petróleo,
05:30e também do dólar, em 2024 foram os grandes vilões,
05:36em 2025 existe pelo menos uma melhora nesses patamares.
05:42O que eu vejo, o que me deixa preocupado é olhando para frente,
05:48o quanto isso vai se sustentar frente a uma taxa de juros
05:52como está se apresentando.
05:54porque a indústria também, o comércio que queira ampliar,
06:01que queira continuar ampliando o seu parque fabril,
06:05ou mesmo o seu comércio,
06:07ele vê uma dificuldade com a taxa de juros como está,
06:11e também ele acaba postergando muitas vezes novos investimentos.
06:16Então, esse fator, ele pode fazer com que,
06:20olhando para um horizonte para frente,
06:23possa fazer com que esses dados acabem sendo,
06:28acabem penalizando através dessa taxa de juros,
06:31que acaba atrapalhando muito a parte de consumo,
06:35através da produção de crédito perante ao mercado,
06:41junto com os bancos.
06:44Marcos, ontem o Copom manteve, como se esperava,
06:48a taxa básica de juros no Brasil em 15%
06:50e reforçou ali a ideia de segurar essa taxa
06:53por um período suficientemente longo para controlar a inflação.
06:57O mercado, de forma geral, vem prevendo que a Selic
07:00pode voltar a cair no primeiro trimestre do ano que vem.
07:03Esse dado de hoje da PNAD,
07:05mostrando esse nível de resiliência do mercado de trabalho
07:08e, consequentemente, da capacidade do brasileiro consumir,
07:11é o tipo de dado que pode fazer o mercado entender
07:16que a Selic talvez precise de um pouco mais de tempo
07:19nesse patamar dos 15%?
07:22Sim, possivelmente sim.
07:24Claro que o presidente já vem,
07:28nos seus discursos, falando que a taxa de juros
07:31está em um patamar muito alto.
07:33Eu vejo que Galípolo está sendo muito técnico
07:37junto com o corpo do Banco Central
07:43para as tomadas de decisões,
07:46mas olhando para frente,
07:48o mercado acredita que a taxa de juros
07:50vai permanecer ainda nessa casa de 15%
07:53e vê projeções que podem cair no começo do ano que vem,
07:58mas tudo isso vai depender muito, obviamente,
08:01das notícias de mercado,
08:03das mudanças que possam acontecer
08:04e também, principalmente, dessa análise da inflação.
08:10Se a inflação continuar nos patamares que está agora
08:13e o Banco Central quiser tentar chegar mais
08:18no patamar aceitável,
08:21que a equipe econômica acredita como aceitável,
08:23a gente vai ver ainda a taxa de juros
08:25nesses patamares por algum tempo.
08:28Mas lembrando que patamares a 15%
08:31faz com que a indústria
08:34e também o comércio
08:36enfrentem problemas na parte de crédito.
08:40E lembrando também que a inadimplência no Brasil
08:42vem batendo recordes.
08:45E um dos fatores também é
08:46com a taxa de juros que vem sendo empregada.
08:50Então, existe um remédio
08:52e esse remédio é amargo para determinados setores
08:56e, olhando para a frente,
08:59pode ser amargo também
09:00para um crescimento sustentável do país.
09:04A gente tem visto o seguinte,
09:08nessa estatística,
09:09a gente viu que a maior parte do emprego
09:10criado em relação ao trimestre anterior
09:13foi formal.
09:14É claro que teve muita administração pública,
09:16teve muita educação,
09:17mas a gente ouve também
09:19emprego formal é importante.
09:21A gente está mostrando que
09:22a economia brasileira está mostrando
09:23que pode criar emprego mais caro.
09:25Continuem criando emprego mais caro
09:27mesmo com essa taxa de juros alta.
09:29Por outro lado, tem setores
09:30que ainda estão reclamando
09:31que está faltando mão de obra,
09:32não que está pensando em demitir,
09:34mesmo tendo a expectativa reduzida,
09:36a confiança caindo um pouco.
09:37Agora, você, pelos seus dados,
09:39conversas, estudos,
09:40você vê onde poderia começar
09:42esse arrefecimento do mercado de trabalho,
09:44se vai começar?
09:45Você vê algum sinal aí
09:47na economia brasileira
09:48que por onde poderia começar
09:50esse arrefecimento?
09:50Não que a gente deseja,
09:51mas você vê alguma perspectiva disso?
09:55A conversa com os empresários,
09:58muitos ou quase todos
10:01reclamam de uma mão de obra qualificada.
10:06Eu vejo que o Brasil investe pouco
10:09nessa parte, principalmente,
10:12de um ensino técnico de qualidade,
10:15e quando a gente fala
10:16de alta tecnologia,
10:18quando a gente fala
10:19em inteligência artificial,
10:20a gente está falando
10:22de pouquíssimos brasileiros
10:24que têm condições
10:25de ter caros como esse.
10:30Então, se o empresário
10:31está reclamando
10:32que falta mão de obra qualificada,
10:35e se grande parte
10:36da mão de obra brasileira,
10:38infelizmente,
10:39acaba não sendo qualificada
10:41para determinadas funções,
10:43isso acaba dando um gap
10:46e também encarecendo
10:47até o pagamento,
10:48o salário de quem é qualificado
10:50no Brasil,
10:51que acaba sempre sendo
10:53bastante disputado
10:54pelas empresas.
10:57Eu vejo que é necessário,
11:00e isso não é algo
11:01do dia para a noite,
11:02a gente sabe que isso é
11:03de médio e longo prazo,
11:04uma reavaliação
11:06da mão de obra brasileira,
11:09porque se muitos brasileiros
11:11reclamam que não têm emprego,
11:13mas ao mesmo tempo
11:14não têm qualificação,
11:15infelizmente,
11:16o que sobra para eles
11:18é uma informalidade
11:19ou empregos extremamente básicos
11:22que pagam pouco,
11:24e em consequência,
11:26o empresário que precisa
11:28de uma mão de obra
11:28mais qualificada,
11:30ele carece disso
11:32e muitas vezes
11:33impede um crescimento
11:35de uma empresa
11:36ou acaba concentrando
11:38em uma mão de obra
11:39que ele vai ter que pagar mais
11:41ou, em alguns casos,
11:43até exportando ao exterior.
11:45Marcos Labarte,
11:46especialista em mercado
11:47de capitais
11:47e sócio fundador
11:48da AGT Capital.
11:49Obrigado, Marcos,
11:50pela sua análise aqui.
11:52Uma boa tarde para você.
11:53Obrigado.
11:54Forte abraço a todos.
11:55Abraço.
11:55Obrigado, Vinícius,
11:56também pela participação.
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