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O economista César Bergo analisou o possível tarifaço dos EUA sobre produtos do Brasil. As medidas podem afetar duramente o agronegócio, gerar incertezas em contratos e pressionar a diplomacia. A tensão política também agrava o cenário econômico.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00Neste momento a gente volta a falar sobre a ameaça de tarifácio dos Estados Unidos contra o Brasil
00:04com o economista e professor de mercado financeiro da UNB, o César Bergo.
00:09Professor, bom dia, seja muito bem-vindo aqui ao plantão Times Brasil, licenciado exclusivo CNBC.
00:17Bom dia, Marcelo, é um prazer estar mais uma vez com vocês aí, estou à disposição.
00:21Tá, o professor, a gente também vai ter nessa entrevista aqui o Eduardo Geyer participando ao vivo aí de Brasília, tá?
00:27A gente vai começar falando dos fatos dos últimos dias, inclusive sobre a revogação dos vistos dos ministros do Supremo.
00:35Isso, na sua opinião, está indicando que a pressão da família Bolsonaro pode ter um peso maior nas negociações comerciais com os Estados Unidos
00:43do que muita gente estava imaginando até agora?
00:45O senhor acha que tem alguma chance dessa negociação ser iminentemente técnica?
00:50Olha, Marcelo, na minha visão, essa caixinha de maldade já estava pronta lá e à medida que vai caminhando,
00:59eles vão utilizando.
01:00Porque não é só o presidente Trump, é uma equipe inteira, né?
01:03Nós temos visto isso.
01:04E assuntos tão diversos, né?
01:06Envolvendo não só a questão política, a questão judicial, a questão econômica, a questão social também, né?
01:13Então, não tem a dúvida de que existem várias medidas que o governo americano, na pessoa do presidente Trump, pessoalmente quer adotar.
01:21Então, é fato que ele utiliza muito de psicologia, né?
01:25Parece até que a gente está num grande cassino, onde ele está blefando, onde ele está jogando, onde ele está colocando situações realmente questionáveis.
01:33Agora, não tem a menor dúvida, né?
01:35De que subestimar um pouco o poder do Eduardo Bolsonaro, no sentido de articular medidas e ações do governo americano contra o Brasil.
01:45Parece-me também que não era desse tamanho e envolvendo questões econômicas.
01:49É agora que estão saindo essas decisões com relação ao STF.
01:54Me parece, sim, que a medida deve ser bem drástica com relação a esse parlamentar, o ex-parlamentar,
02:00licenciado, em função dos atos nocivos que ele tem produzido, não só contra a questão brasileira, mas também internacional.
02:11Ou seja, era praticamente indiscutível que a gente pudesse acreditar que uma potência tão grande, com tantas outras preocupações,
02:22fosse direcionar esse tipo de ação ao governo brasileiro e ao STF também.
02:29Ou seja, é, de fato, muito preocupante, porque me parece que não vai ficar por aí, viu, Marcelo?
02:36Deve vir mais coisas e isso preocupa muito.
02:39Que tipo de coisa preocupa, por exemplo?
02:42Por exemplo, eu vejo que, num primeiro momento, eles estão personificando no ministro do STF
02:50toda essa questão com relação ao processo de anistia.
02:53Mas também existem ameaças veladas com relação a outro tipo de pressão, né?
02:58Chegando, inclusive, a mencionar questões militares, né?
03:02Porta-avião no Paranoá, né?
03:05Então, isso tudo aí acaba confundindo todas as nossas ações
03:09e precisa de uma decisão bem rápida e decisiva do governo brasileiro
03:15com relação a essas questões de interferência no dia a dia dos processos judiciários
03:21e também públicos aqui do país, viu, Marcelo?
03:24Eu acho que a questão, ela extrapola um pouco,
03:26porque o presidente Trump mostra que ele não vai dentro de uma lógica.
03:30Ele age sempre de uma surpresa.
03:32Então, essa questão do visto do ministro do STF realmente foi inusitada em comum
03:40e totalmente provável.
03:44Não tenho dúvida de que a comunidade internacional
03:47vai olhar isso de uma maneira bem crítica
03:50e acaba, de alguma forma, interferindo,
03:53não só no relacionamento diplomático entre o Brasil e os Estados Unidos,
03:56mas também em outras questões envolvendo a questão da economia.
04:00O Gaia, você tem uma pergunta para o professor?
04:05Tenho, sim.
04:06Professor, bom dia. Obrigado pela sua participação por aqui.
04:09Eu queria ouvir o senhor justamente sobre isso,
04:11sobre a reação da comunidade internacional,
04:13porque nós vemos, de fato, uma espécie de polarização
04:16entre o Brasil e os Estados Unidos nesse assunto
04:18e o Brasil um tanto quanto isolado em termos dos seus aliados internacionais.
04:23Esse aprofundamento que o presidente Lula tem feito
04:27na relação com os BRICS pode ajudar neste momento?
04:29O senhor espera, por exemplo, uma reação de solidariedade
04:32da China, da Rússia, da Índia ao Brasil,
04:36no sentido até de aplicar, eventualmente,
04:37alguma sanção aos Estados Unidos
04:39pelo comportamento que tem sido adotado em relação ao nosso país?
04:45Eu acredito que possa sim, viu, Eduardo?
04:48Porque não é só o Brasil, né?
04:52Nessas entrementes aí, o presidente Trump apaca o BRICS também
04:56e diz que o BRICS não tira o protagonismo que tem hoje, né?
05:01Em função de ações do governo americano que poderiam, de uma forma,
05:05prejudicar o andamento desse grupo.
05:08Agora, não é só a China, a Índia, a Rússia,
05:11mas também tem a Europa também, a França, a Alemanha.
05:15Agora, todos nós, e também incluindo esses países,
05:17estão envolvidos com questões comerciais e negociações com os Estados Unidos.
05:23E o Trump faz isso, ele acaba atirando para todos os lados.
05:27Muitas vezes, esses países não têm nem tempo de olhar o problema do Brasil,
05:30porque tem os problemas deles para administrar.
05:32Mas eu acho que haverá uma união, sim, desses países, né?
05:36A despeito da vontade do próprio Trump,
05:41você tem acordos comerciais firmados recentemente
05:44entre Mercosul e a Europa, alguns países da Europa.
05:47Existe esse acordo comercial para ser firmado com a União Europeia.
05:50Ou seja, não tenha a menor dúvida
05:52que em função do alcance dessas medidas
05:55que o governo americano vem tomando contra o Brasil,
05:58não só no campo econômico, também no campo político, né?
06:01Vai ter, sim, um apoio, sobretudo, de alguns países.
06:04Agora, existe todo um aspecto a ser considerado.
06:07A Rússia está em guerra, né?
06:09A China tem os problemas delas lá.
06:11E tudo isso deve ser somado, mas não vai faltar apoio para o Brasil, não.
06:14Eu acho que o Brasil vai caminhar nesse sentido.
06:16Agora, o importante é o Brasil ter tranquilidade,
06:19porque o Trump já mostrou também que volta atrás em algumas coisas.
06:22Agora, são tantas coisas, né?
06:24Sobretudo, essa recente determinação de investigação
06:27sobre alguns temas aqui importantes,
06:29eu vejo que vai haver um apoio e uma solidariedade
06:32por parte desses países.
06:33Viu, Eduardo?
06:34Professor, depois de tudo isso que está acontecendo agora,
06:37como é que fica o clima para o Mercosul negociar com a União Europeia?
06:41Dá a impressão para a gente que esse assunto
06:43não deixou de ser prioridade para muitos países europeus?
06:47É, eu vejo, Marcelo, o seguinte,
06:49esses dias eu estava dando uma entrevista sobre Sergipe,
06:52que produz suco de laranja.
06:55Obviamente, ele vai ser afetado por esse tarefaço,
06:57mas se você for olhar a pauta de exportação,
07:00praticamente 70% da exportação vai para a Europa.
07:03Quem compra suco de laranja do Sergipe é a Holanda.
07:06Os Estados Unidos têm em torno de 10%,
07:09ou seja, o Sergipe pode redirecionar isso para a Europa,
07:12esse suco de laranja.
07:14E assim acontece em todas as outras pautas de exportação.
07:17Vamos lembrar que quem paga o imposto vai ser o americano.
07:21Então, quando não tiver suco de laranja,
07:22não tiver carne, não tiver café,
07:24vai ter uma chiadeira.
07:25Então, internamente, o presidente Trump já começa a mostrar
07:29uma perda de credibilidade perante o público.
07:32Isso vai ser ruim para ele.
07:33Eu acho que nisso ele vai estar olhando, nesse termômetro aí.
07:36Então, eu acredito que esse tempo é necessário.
07:39Obviamente, de 1º de agosto, tem que ser adiado,
07:42está bem aí, bem próximo.
07:44Mas não tenha dúvida que o Brasil,
07:45em função da pauta de exportação dele,
07:47ele pode redirecionar para outros mercados.
07:49Então, isso fica também ruim no primeiro momento,
07:53porque você tem já produtos a serem embarcados,
07:56e muitas vezes a gente vê a questão do mel,
07:57que atrasa a remessa.
07:59Mas não tenha dúvida de que essa questão que você colocou
08:02é muito importante, sim.
08:04Existe uma questão econômica envolvida,
08:07mas hoje, mais do que econômica,
08:09nós vemos a questão política,
08:11e o ataque ao judiciário brasileiro é inadmissível.
08:15Então, eu acredito que haverá um bom senso,
08:17porque temos que separar o que é nação americana
08:19e o que é governo americano.
08:21Eu acredito que a nação americana construiu um país
08:24que é protagonista no mundo econômico, político,
08:28e infelizmente hoje tem um governo
08:30que está levando isso bastante
08:31para pressionar os países a agir da maneira ideológica
08:35e pensamentos que ele defende.
08:38Então, eu não vejo que isso tenha um caminho muito longo, não.
08:40Embora possa causar muitos problemas, sim.
08:43Viu, Marcelo?
08:44Gaia.
08:46Agora, professor, em termos desses impactos no curto prazo,
08:50o que a gente tem ouvido muito dos produtores,
08:52por exemplo, de frutas, dos produtores,
08:55do setor do agronegócio, de modo geral,
08:57é que não dá tempo de abrir mercados novos
09:00até o dia 1º de agosto.
09:01Então, teria de ter essa expansão do prazo, né?
09:04Agora, em relação a essa expansão,
09:05eu queria ouvir o senhor sobre o seguinte aspecto.
09:08Prorrogar o início das tarifas
09:11não vai aumentar o tempo de incerteza?
09:13Porque o que é pior?
09:15Já saber que as tarifas começam no dia 1º de agosto
09:18e tem que encarar esse cenário?
09:20Ou dilatar um pouco esse tempo
09:22e tem um período de incerteza
09:23que, com certeza, vai dificultar no fechamento de contrato?
09:26Quem é que vai assinar um contrato
09:27sem saber se a tarifa vai, de fato,
09:29entrar em vigor ou se não vai?
09:31Se vai ter um acordo comercial ou se não vai?
09:33O senhor entende que...
09:34Qual que é o dano menor, então?
09:36Já tentar resolver até o dia 1º de agosto
09:38e se não der paciência?
09:39Ou estica o prazo e prorroga, portanto,
09:42a incerteza, o que pode colocar na geladeira
09:44muitos contratos?
09:46Excelente colocação, Eduardo.
09:48Aí é o seguinte, né?
09:50O Brasil subestimou a ação do Eduardo Bolsonaro.
09:55Então, ele agiu lá por muito tempo,
09:57fez um trabalho,
09:58teceu muitas questões que são bem em verdade também.
10:03Então, o Brasil precisa de um tempo, sim.
10:04Nós estamos com uma comissão indo lá nos Estados Unidos,
10:07o Senado está mandando alguns senadores.
10:09Então, isso é importante.
10:10Esse prazo é fundamental que seja dilatado.
10:13Esse é o primeiro ponto.
10:14Porque o próprio presidente Trump
10:17disse que não ia tratar desse assunto agora.
10:20Então, ele mesmo não está querendo ouvir nada agora.
10:23Então, se pudesse adiar um pouco esse prazo
10:25e utilizar esses seis itens da investigação
10:28para mostrar que o Brasil pratica realmente
10:31um comércio legal, um comércio amigo,
10:34que tem práticas aceitáveis em termos internacionais.
10:39Então, o Brasil poderia utilizar até essa investigação
10:42para provar para os Estados Unidos
10:43que nada é verdadeiro, né?
10:45Que o Brasil está se esforçando no meio ambiente,
10:47que o Brasil está com relação ao etanol, etc.
10:51Então, eu vejo que conseguir um prazo extra
10:54é muito importante,
10:55porque essa decisão americana foi assodada, né?
10:59Um dia o presidente estava falando
11:00que ia dar 10% em cima dos BRICS,
11:02aumentar a tarifa.
11:03No dia seguinte à noite, já colocou 50%.
11:05Mostra que eles tiveram algum tempo
11:07para elaborar essa caixinha de maldade.
11:10Então, eu acho que ganhar um tempo
11:11mostrando que o Brasil tem um outro lado,
11:13que não é só esse lado que eles estão enxergando.
11:16Eu vejo fundamental, sim,
11:17e se conseguir, vai ser uma vitória brasileira
11:19na diplomacia.
11:20E deve ser buscado isso,
11:22pelo menos dilatar um pouco,
11:23para que possa mostrar
11:24como está equivocada
11:27essas decisões americanas
11:29com relação ao Brasil,
11:30que sempre foi um país amigo
11:32e sempre praticou.
11:33E demais, né, Eduardo?
11:34A nossa balança comercial é deficitária para o Brasil.
11:37Acho que não tem outro argumento
11:38que a gente possa adotar, não.
11:39E tem produtos americanos que são importados
11:41que nem taxa tem.
11:43Então, é importante que o Brasil mostre isso
11:45e consiga dilatar o prazo
11:47e reduzir essas taxas aí
11:49para um número razoável,
11:51vamos dizer assim.
11:52Tá, Eduardo?
11:53Professor, a gente vê muita gente do mercado aqui
11:55criticando a diplomacia brasileira,
11:58dizendo que a diplomacia está devagar,
11:59que deveria ter gente nos Estados Unidos
12:01já de prontidão para negociar.
12:02E eu queria saber a sua opinião,
12:05se de fato essa visão é verdadeira,
12:10porque a gente sabe que nós temos
12:11uma grande embaixada em Washington,
12:13que deve ser uma das maiores
12:14que o Brasil tem no mundo,
12:15se não for maior,
12:16e também tem as negociações acontecendo
12:18no alto nível aqui, por exemplo,
12:20entre o vice-presidente Alckmin
12:21e o Jameson Greer,
12:23que é o embaixador americano
12:25responsável por essas negociações.
12:27E, além disso, tem o fato
12:28de que o Trump não mostrou interesse
12:30até agora em conversar com o presidente Lula.
12:33Então, assim, é essa crítica
12:35de que o Brasil está devagar na negociação,
12:38na sua opinião,
12:39é uma crítica que para de pé?
12:43Acho que não, viu, Marcelo?
12:45Eu vou te explicar.
12:46O Brasil é signatário,
12:47inclusive, da própria ONU,
12:48da criação da ONU.
12:50O Brasil sempre foi próximo dos Estados Unidos.
12:52Talvez tenha se descuidado um pouco
12:54em função dessa grande amizade
12:55que tem com o governo americano.
12:57A gente tem que lembrar,
12:58no ano passado,
12:58o presidente Lula foi nos Estados Unidos,
13:00foi excelentemente bem recebido.
13:02Os fóruns paralelos de comércio
13:04aconteceram.
13:05O Brasil, anualmente,
13:07promove muitos eventos
13:09nos Estados Unidos.
13:11Então, assim,
13:12do ponto de vista de diplomacia,
13:14a diplomacia brasileira
13:15nos Estados Unidos
13:16sempre foi muito forte.
13:17Você tem o escritório em Washington,
13:19você tem o escritório na ONU,
13:20você tem escritórios espalhados
13:21pelos Estados Unidos.
13:23Então, assim,
13:23o que aconteceu
13:24foi, de fato,
13:25uma ação individual,
13:28pessoal,
13:29unilateral,
13:30que não tem como
13:32uma diplomacia
13:33bem eficiente,
13:34e mostra que é eficiente,
13:36sim,
13:36independente
13:37de governo,
13:39é uma diplomacia histórica,
13:41de nação,
13:41ou seja,
13:42a formação do Instituto Rio Branco
13:43é excelente,
13:44nós temos quadros
13:45excepcionais na diplomacia,
13:47não canso de elogiar,
13:49você vê que a condição da COP30
13:51está sendo um sucesso,
13:52e é feito tudo
13:53pelos diplomatas.
13:54Então, assim,
13:55não carece de verdade
13:58essa acusação
13:59sobre o Itamaraty.
14:00O que existe hoje
14:01é que, de fato,
14:03o presidente Trump
14:04tomou uma decisão
14:05totalmente inusitada
14:06e quem está realmente
14:07despreparado,
14:08acredito eu,
14:09é o Departamento
14:09de Estado americano,
14:11porque demitiu muita gente
14:12e muitos técnicos
14:13agora estão assoberbados.
14:15Então, isso tem acontecido,
14:16sim,
14:16a gente tem observado
14:17que essas decisões
14:18não são típicas
14:19dos Estados Unidos,
14:20que tem uma tradição
14:21de organização,
14:23de segurança,
14:23de transparência,
14:25infelizmente,
14:25é o que a gente
14:26não está vendo.
14:27Ou seja,
14:27de hora em hora
14:28a coisa vem pior.
14:30Então, eu vejo
14:31dessa forma,
14:32não é ação
14:35da nossa diplomacia,
14:37é uma decisão
14:37unilateral,
14:39é invada de equívocos,
14:40vamos dizer
14:41dessa passagem,
14:42e tem efeitos
14:43cruciais na economia,
14:45sim,
14:45porque os Estados Unidos
14:46é o nosso segundo
14:47parceiro comercial,
14:48então pode ter um impacto.
14:49O Eduardo colocou,
14:50que você não tem tempo
14:52de fazer a realocação
14:53desses produtos,
14:54por isso,
14:55vai exigir
14:56por parte dos empresários
14:57um apoio técnico
14:59também,
14:59nesse momento
15:00de grande dificuldade,
15:01porque também
15:02são produtos
15:03perecíveis,
15:04muitas vezes,
15:04ligados à agricultura,
15:06então você tem que ver
15:07se no mercado interno
15:08tem alocação
15:09para esses produtos,
15:10porque eu também
15:11acredito no seguinte,
15:12são produtos
15:13que podem ser
15:15alocados
15:16em qualquer
15:16região do país
15:18e também do mundo,
15:19agora,
15:19não tem a dúvida
15:20que o prazo
15:21corre contra
15:22para fazer
15:23essa alocação
15:23e os contratos
15:24são firmados
15:25de longo prazo,
15:26não se faz
15:26contrato de hoje
15:27para amanhã,
15:28os embarques
15:28demoram,
15:29as viagens
15:30de navio,
15:31etc.
15:32Ou seja,
15:32é um desastre
15:33mesmo essa proposta
15:34americana
15:34de aumentar
15:3550%
15:36e o foco
15:36é nisso,
15:37quem está errado
15:38é os Estados Unidos
15:39e não o Brasil,
15:41temos que ver isso
15:41e aprender
15:42com essa questão,
15:44que pode acontecer
15:45outras vezes.
15:46Agora,
15:46não tem a dúvida
15:47de que a diplomacia
15:48nesse momento
15:48é fundamental
15:49e a calma
15:50é também
15:51recomendada.
15:53Gaia.
15:56Professor,
15:56em casos
15:57muito menos graves
15:59ao longo
15:59da história
16:00brasileira,
16:00a diplomacia
16:01agiu
16:01convocando
16:02o embaixador
16:03em outros países
16:04de volta
16:04para consultas.
16:05Vimos isso
16:06no caso de Israel,
16:08em determinado momento
16:08com a Argentina também.
16:10Minha pergunta
16:10para o senhor,
16:11nesse momento
16:11em que é preciso
16:12escolher qual o desafio,
16:14o que o senhor
16:14entende que o governo
16:15brasileiro deveria fazer?
16:17Chamar a embaixadora
16:18Marília Luísa Viotti
16:19que fique em Washington
16:20de volta ao Brasil
16:21para consultas,
16:22o que num gesto
16:23diplomático
16:23é entendido
16:24como um sinal
16:25de insatisfação
16:26com a relação bilateral?
16:27Ou é melhor
16:28engolir seco
16:29e deixar a embaixadora
16:30por lá
16:30até para viabilizar
16:32uma tentativa
16:32de negociação?
16:35Boa colocação,
16:36Eduardo.
16:36Mas se a gente observar,
16:37o Brasil chamou aqui
16:38o responsável
16:40pela embaixada americana
16:41para conversar.
16:42Só que não tem
16:43embaixador nomeado,
16:43então é o primeiro lá,
16:46a primeira autoridade
16:46da embaixada
16:47veio ao Itamaraty
16:48para prestar informações.
16:50Mas eles mesmos
16:51não estão sabendo
16:51o que está acontecendo,
16:53eles não são pautados
16:54adequadamente.
16:55E eu acho que é equívoco
16:56chamar a embaixadora
16:57nesse momento.
16:58Acho que é melhor
16:58acreditar
16:59que se trata
17:00de uma colocação
17:01do governo americano
17:03que merece atenção,
17:04merece resposta
17:05da forma elevada,
17:08nível elevado,
17:09da melhor forma possível.
17:10Manter a embaixadora lá
17:11é importante nesse momento,
17:13não vai fazer diferença
17:14chamá-la para cá,
17:15porque se a gente for ver
17:17o que está sendo decidido,
17:18o que está sendo imposto
17:19ao Brasil,
17:20é uma coisa totalmente
17:21incomum
17:21que vai ter que ter
17:23uma consequência positiva sim.
17:25O governo brasileiro
17:25está chamando os empresários
17:26para conversar,
17:27montou fóruns de discussão,
17:29isso é importantíssimo,
17:30mostra a calma
17:31através do seu vice-presidente,
17:33o Alckmin,
17:33que é também ministro
17:34da indústria e comércio.
17:36Agora,
17:36nesse momento,
17:37é reforçar
17:38a diplomacia
17:39nos Estados Unidos,
17:41mandando pessoas
17:42preparadas
17:43para poder enfrentar
17:44essa dificuldade lá,
17:45junto ao Washington.
17:47Então,
17:47não tenha dúvida
17:48de que o melhor momento
17:49agora é juntar
17:50informações,
17:52tentar um diálogo,
17:53mesmo que seja
17:54um diálogo paralelo,
17:55não diretamente
17:56com o presidente Trump,
17:57parece que ele está arredio,
17:58ele só pensa numa coisa,
18:00ele só pensa
18:00na questão política,
18:02e influenciar também
18:03nas eleições
18:04do ano que vem.
18:05Então,
18:05eu vejo isso
18:06muito problemático,
18:08grave,
18:09mas do ponto de vista
18:10econômico,
18:11o que o Brasil faz melhor
18:12é aumentar
18:13o número de pessoas
18:14técnicos positivos
18:16nos Estados Unidos
18:17para poder negociar
18:18uma pauta positiva
18:19e que isso aí
18:20seja revertido.
18:22Tirar a embaixadora
18:23nesse momento
18:23não vai trazer
18:24nenhuma vantagem
18:25para o Brasil,
18:26não tenha dúvida.
18:27Nós conversamos aqui
18:28com o economista
18:29e professor de mercado
18:30financeiro da UNB,
18:31César Bergo.
18:32Muito obrigado
18:32pela participação,
18:33professor,
18:34e bom dia.
18:36Marcelo,
18:36Eduardo,
18:37foi um prazer
18:38estar com vocês aí.
18:39Desejo um bom programa,
18:41um grande abraço.
18:41Um abraço.
18:42tchau, tchau, tchau, tchau, tchau.
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