A crise econômica na Argentina levou grandes empresas a vender ativos e reduzir operações. Felipe Machado explicou que Carrefour, Burger King, Walmart, Zara e Petrobras enfrentam dificuldades diante da inflação e do arrocho fiscal do governo Javier Milei. O impacto sobre o consumo e o emprego é alto.
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00:00A crise econômica da Argentina está levando grandes empresas a deixar o país ou vender ativos diante da inflação fora de controle e da imprevisibilidade do governo Javier Milley.
00:12O Burger King colocou à venda suas 118 lojas, enquanto o Carrefour avalia compradores com expectativa entre 800 milhões e 1 bilhão e 600 milhões de dólares.
00:24A brasileira Raizen também busca vender seus 700 postos Shell e uma refinaria.
00:30Desde 2024, multinacionais como Zara, Petrobras e Mercedes-Benz já anunciaram saída ou redução de operações.
00:39Esse é um destaque, então, do nosso site.
00:42Para você saber mais sobre essa e outras notícias, acesse www.timesbrasil.com.br.
00:49Bom, e depois do Burger King, agora foi o Carrefour que anunciou a venda de toda a operação da empresa na Argentina.
00:56O gigante do varejo disse que vai deixar o país após 42 anos de história.
01:01Quase 700 lojas do hipermercado serão fechadas com possível demissão de cerca de 17 mil funcionários.
01:09Felipe Machado, vem pra cá.
01:10Vamos conversar um pouquinho sobre isso.
01:12Porque o que a gente vê na Argentina é que Javier Milley está fazendo uma lição de casa dura para colocar a Argentina nos trilhos novamente.
01:22Então, você tem aí um arrocho fiscal.
01:24Já mudou toda a política cambial da Argentina, mas, por outro lado, você está colocando barreiras para as indústrias.
01:32Vale lembrar aqui, o Carrefour é um dos supermercados.
01:35Se não for o principal supermercado, entra só dentro da Argentina.
01:39A gente viu só mais 700 lojas.
01:41O Burger King, por exemplo, que a gente também falou, era a rede de restaurante a maior desses fast food, maior, inclusive, de entrada do que o McDonald's, lá na Argentina, principalmente em Buenos Aires.
01:51Também está deixando, pelo menos, parte da operação.
01:55Então, assim, de um lado, você tem uma mão pesada para tentar trazer a economia para o trilho, né?
02:01A Argentina está crescendo, vem crescendo em taxas de 5% já de alguns meses.
02:07Por outro lado, agora pode prejudicar, porque está prejudicando as empresas por lá, né?
02:11E prejudica emprego.
02:12Mas, claro, Eric, o que a gente está vendo também é que esse arrocho do Milley, né?
02:16Que, assim, estava sendo muito elogiado ali no início.
02:19Ele estava realmente...
02:20Era necessário fazer alguma coisa na Argentina.
02:21Do jeito que estava, claro que o país ia quebrar.
02:23Não tinha jeito.
02:24Agora, a mão do Milley talvez tenha sido um pouco pesada demais.
02:28Porque é aquela questão, ele tentou fazer muito rápido o ajuste todo.
02:32Era um ajuste necessário?
02:33Era.
02:33Mas ele tentou fazer muito rápido justamente porque o estilo dele, aquela coisa, né?
02:39Ele tem aquela coisa mais agressiva.
02:40Ele tentou fazer isso uma coisa, ele não tinha apoio do Congresso argentino.
02:44Ele teve que fazer tudo um pouco, de uma maneira um pouco atabalhoada ali demais.
02:47Eu vou fazer um paralelo.
02:48É como se um carro de Fórmula 1 estivesse a 300 km por hora e você pisasse no freio com tudo.
02:53Vai dar concussão.
02:55Exatamente.
02:55Em quem estiver pilotando.
02:56Exatamente, Eric.
02:57E daí a gente vê, assim, muitas dessas empresas que estão saindo são empresas que têm uma ligação com o B2C, né?
03:02Empresas que têm o consumo como se é o grande motor.
03:05E daí o consumo da Argentina diminuiu, claro, porque você tem todas essas medidas para parar a economia, né?
03:11Para tentar evitar que a inflação aumentasse.
03:13Ele segurou a inflação, mas é um preço social muito alto, né?
03:17A pobreza na Argentina aumentou muito.
03:18Então, a Argentina está nesse dilema.
03:20Ou ela faz esse arrocho que era necessário, mas a velocidade que o Milley fez teve um impacto social muito grande.
03:26Então, você falou uma coisa interessante, Eric.
03:28Por exemplo, a Carrefour, né?
03:29Eu estava vendo aqui 680 lojas.
03:31Fui procurar aqui um pouco do raio-x do Carrefour lá na Argentina.
03:35E o Carrefour saindo do país...
03:37O que é Carrefour?
03:38Varejo, né?
03:39Varejo total.
03:40Varejo popular.
03:41O que é Carrefour?
03:41É supermercado.
03:42São as pessoas que vão no dia a dia comprar.
03:44Está diminuindo.
03:45Está diminuindo o lucro do supermercado.
03:47A empresa agora querendo sair de lá.
03:49Então, são 680 lojas.
03:51E o Carrefour agora contratou o Deutsche Bank para buscar compradores.
03:56Inicialmente, eles achavam que eles conseguiriam 2 bilhões de dólares.
03:59Agora, já estão procurando compradores na faixa dos 800 milhões ou até 1 bilhão e meio.
04:05Então, você vê como é uma situação difícil na Argentina.
04:07Então, só para concluir, Eric.
04:08Olha as empresas.
04:09Você citou algumas.
04:10Eu queria citar as empresas que estão saindo.
04:11O Walmart também está saindo da Argentina.
04:13Olha só.
04:14Você tem Carrefour e o Walmart saindo ao mesmo tempo.
04:16Isso é um impacto grande de consumo total.
04:19Daí você tem Telefônica, Mercedes-Benz, Exxon, Procter & Gamble, Zara, HSBC e a nossa Petrobras também saindo da Argentina.
04:28Pois é, um impacto grande.
04:29Lembrando que a Argentina pediu ali uma ajuda para os Estados Unidos que devem liberar 20 bi de dólares em socorro aqui ao nosso país vizinho.
04:38Exatamente.
04:39E a Argentina, só para concluir agora realmente, a Argentina também teve uma certa ajudinha da China.
04:43Porque a China falou assim, não, não vou mais comprar soja dos Estados Unidos.
04:46Não estou gostando dessa relação.
04:48É uma crítica realmente também à posição.
04:51Essa tensão que até hoje chegou num nível até novo.
04:54Mas, então, está começando a comprar soja.
04:57Comprou bastante soja.
04:58Aumentou a importação do Brasil e também da Argentina.
05:01Então, a Argentina teve esse fôlego um pouquinho nesses últimos tempos.
05:0420 bilhões dos Estados Unidos e mais a compra de soja da China.
05:08Mas nem isso está sendo suficiente para segurar as contas da Argentina.
05:11O roqueiro Millet, assim como o roqueiro Felipe Baixado.
05:13Porque se um presidente é roqueiro, a gente não pode ter o nosso analista também roqueiro.
05:18Exatamente.
05:18Mas acho que eu sou um pouquinho melhor que o Millet.
05:20Eu não tenho dúvida disso.
05:21É o melhor guitarrista que eu já vi.
05:22Agora, só uma coisa.
05:23A gente vê assim, tem até uma coisa psicológica.
05:26A Argentina nessa situação, e o Millet fazendo um show de rock, assim, começa a ter uma...
05:30Quem está com aquela posição social muito vulnerável, vê uma situação como essa e acaba sendo até uma falta de respeito.
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