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O impasse no governo americano ameaça a divulgação de dados-chave sobre empregos e seguro-desemprego. Enquanto o setor privado mostrou fechamento de 32 mil vagas em setembro, especialistas alertam para impactos econômicos e incertezas na política fiscal. Louise Maiana e Vinicius Torres Freire detalham o cenário.

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Transcrição
00:00O mercado espera para essa semana dois conjuntos de dados que não serão divulgados caso a paralisia do governo americano continue.
00:09O primeiro sairia amanhã, o número de pedidos de seguro-desemprego.
00:13O segundo conjunto seria apresentado na sexta, o payroll, principal relatório sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos.
00:21Sem esses números, fica difícil para o FED e para o mercado entenderem para onde está indo a economia americana num momento delicado, com inflação acima da meta e emprego dando sinais de queda forte.
00:34Nesse cenário, saíram hoje dados que não são do governo, e sim da iniciativa privada, e reforçam as preocupações com o mercado de trabalho.
00:43É o relatório de empregos da ADP, uma grande empresa que processa folhas de pagamento.
00:48Ele mostra que o setor privado americano fechou 32 mil postos de trabalho em setembro, quando o mercado previa abertura de 45 mil novas vagas.
01:00Além disso, a ADP revisou para baixo o número de agosto, de abertura de 54 mil novos empregos para fechamento de 3 mil.
01:08Vamos entender o significado desses números e o que eles significam também, qual o sentido deles, nesse voo cego do shutdown, com o nosso analista Vinícius Torres Freire, que está chegando aqui agora.
01:21Fala, Vinícius, tudo bem?
01:22Tudo bem, Fábio. Tudo bem para todo mundo. Boa tarde.
01:24Vinícius, nessa escassez de dados que pode acontecer, se o shutdown não for resolvido até o fim de semana, como lê esses dados da ADP?
01:31Olha, Fábio, não tem tu, vai tu mesmo. Mais ou menos isso.
01:38Os dados da ADP têm uma certa relevância, mas eles não preveem bem os dados da pesquisa oficial do governo sobre o emprego.
01:47A ADP é uma folha, como você falou, uma empresa que processa folhas de pagamento, ela processa mais ou menos um quinto dos pagamentos do setor privado americano.
01:55Então, não pega muita coisa do setor público e também ela tem que estimar o que está acontecendo no resto do setor privado, especialmente empresa pequena.
02:04Então, ela, em geral, capta a tendência, está subindo, está diminuindo, mas assim, o valor em si mesmo, não sai uma boa previsão, não sai uma boa prévia, como a gente disse.
02:15Mas agora, na falta de luz, o pessoal vai dar uma olhada. Se tiver um número muito surpreendente, como esse, aliás, foi, o pessoal fica de sobreaviso.
02:24Agora, sem dado mesmo, eficiente e oficial de desemprego, não dá para tomar decisão nenhuma.
02:31Então, o pessoal está fazendo o que? Jogando na retranca, como você falou.
02:34O pessoal compra mais um pouco de ouro, eu vou ficar posicionado em taxa de juros para ser surpreendido com um dado qualquer que a gente não sabe quando vai chegar.
02:41Dá uma compradinha no ouro, por isso que o ouro sobe mais um pouco e vai ter dado que vai ser muito prejudicado.
02:47Por exemplo, coleta de dados sobre inflação. Depende também de as pessoas irem para a rua ou equivalente para saber o preço.
02:54Você não tem gente...
02:55Tem que ser naquele período, né, também?
02:56Naquele período. Se não tem gente fazendo isso, você tem que fazer um monte de gambiarra estatística.
03:01E já é feito um pouco de gambiarra estatística.
03:0420% dos preços das coletas americanas são imputados.
03:07Você imagina que eles estão, dadas outras estatísticas, você imagina que eles estão nesse nível.
03:11Então, se você tiver um monte de problema para captar preço, a estatística vai ficar inconfiável ou nem vai poder ser realizada.
03:17Então, a gente vai ficar sem esse dado do CPI.
03:20Claro que tem outros dados que ajudam, como é o deflator, a inflação do consumo real dos americanos, que é o famoso PCI.
03:27Mas tudo vai ficar prejudicado.
03:29Mas, como você pode ver, também não está acontecendo nenhum grande escândalo no mercado.
03:31O pessoal está achando, por enquanto, nada a temer de muito catastrófico.
03:37É ruim.
03:38Mas o mercado não está reagindo.
03:41Claro, se você tiver um shutdown de cinco semanas, mais do que isso, está problema na economia.
03:48E a informação fica totalmente nebulosa e aí as coisas se complicam.
03:53Mas a gente está no começo, embora, até agora, começo da tarde, não tivesse nenhuma perspectiva de acordo sobre como acabar esse shutdown.
04:02A gente está vendo aqui imagens ao vivo do Capitólio, o Congresso americano.
04:05O problema central está no Senado, porque no Senado, assim como na Câmara, o governo Trump tem maioria.
04:11Só que, no Senado, essa maioria não é suficiente para passar o projeto.
04:16São 100 senadores.
04:17O projeto precisa de 60 votos a favor, projeto orçamentário.
04:20Os republicanos têm 53 votos.
04:23Eles precisam de sete votos dos democratas.
04:26E, para piorar, inclusive, numa das votações, houve uma demandada de um republicano.
04:29Teve um ainda que fugiu.
04:31O Rampo fugiu e votou com os democratas.
04:32Então, dificultou a matemática dos republicanos.
04:35Hoje, já tentaram mais uma vez.
04:37O Senado tentou mais uma vez votar um projeto dos democratas.
04:40E ficou muito claro ali o placar, porque o placar foi exatamente o partidário.
04:44Os 53 republicanos votaram contra e os 47 democratas votaram a favor.
04:49A gente segue nesse impasse?
04:51Vinícius, fica aqui com a gente.
04:52Vamos trazer para a conversa a nossa correspondente, Luiz Maiana.
04:56Ela está lá em Washington, acompanhando essa dificuldade de entendimento entre governo e oposição,
05:01base do governo e oposição, e traz para a gente agora as últimas atualizações.
05:05Luiz, boa tarde para você.
05:07Algum cheiro de acordo no ar aí?
05:10Boa tarde, Turcia.
05:13Boa tarde a você e a todos.
05:15Nenhum cheiro de acordo.
05:16Inclusive, eu estava escutando você conversando com o nosso analista.
05:20A gente teve, de fato, essa votação logo mais cedo e nem sinal de acordo.
05:26Existe uma preocupação muito grande em torno disso, porque ao passo que esse acordo não vem,
05:31essa paralisação demora de acabar.
05:33E isso significa que muitos funcionários vão ficar sem a sua remuneração.
05:38Isso afeta, de certa forma, a economia local, a economia nos estados, no entorno de Washington,
05:44distrito de Colúmbia.
05:46Então, de fato, é uma preocupação muito grande com relação a esse shutdown.
05:51Hoje, mais tarde, a gente também apanhou de perto a coletiva de imprensa com o vice-presidente
05:56Jade Vance e também com a porta-voz da Casa Branca, Caroline Leavitt.
06:01E os dois falaram sobre uma possível demissão de funcionários públicos.
06:06Isso porque ontem o presidente Donald Trump, durante uma outra coletiva de imprensa,
06:11ele...
06:11Acontecesse que haveria essa demissão em massa do funcionalismo público.
06:19E só para a gente relembrar, é mais uma demissão, viu, Turci?
06:23Porque lá no início do mandato, no início desse segundo mandato de Donald Trump,
06:28na função do DOJ, que é o Departamento de Eficiência Governamental,
06:31o presidente já havia feito uma quantidade significativa de demissões.
06:37E agora a gente segue nessa preocupação.
06:39Departamento de Agricultura, com quase 50% do seu quadro de...
06:44Departamento de Educação, com mais de 80% de seus funcionários suspensos.
06:51A gente já viu aqui o Monumento de Washington DC fechado,
06:54a Livraria do Comércio fechada, a Biblioteca do Congresso, perdão, fechada também.
07:00Então, de fato, é uma expectativa muito grande.
07:02Lembrando que na primeira gestão também de Donald Trump, lá em 2019,
07:06a gente já teve cinco dias, então 35 dias de muita expectativa.
07:14E só para encerrar, eu conversei, inclusive, com uma funcionária
07:17que trabalha aqui na Biblioteca do Congresso.
07:19Ela disse que o clima já era de muita tensão antes mesmo dessa paralisação
07:24e agora tem funcionário, inclusive, buscando uma renda extra
07:28para tentar não comprometer o seu orçamento familiar diante dessa paralisação.
07:32Turci, volto com você.
07:33Luiz, para a gente ter um testemunho seu mais detalhado aí,
07:39no entorno do Capitólio, há muitos prédios públicos, prédios do governo,
07:44a própria Livraria do Congresso, a Biblioteca do Congresso, que você lembrou aí,
07:49uma série de museus aí no mall, na frente do Capitólio.
07:52Já há um impacto visível, então, no funcionamento desses serviços públicos?
07:58Já se nota aí, então, o fechamento desses serviços?
08:04Já se nota sim, Turci.
08:06Quando eu venho, inclusive, aqui para o redor do Capitólio,
08:11eu venho de metrô e as estações de metrô já não estão mais tão movimentadas,
08:15pelo menos aqui nesse entorno.
08:16E a gente também percebe o fechamento de alguns locais.
08:21Agora, existe aqui a instituição Smithsonia, que cuida de muitos outros museus aqui em Washington,
08:27e esses museus, portanto, continuam funcionando.
08:30A gente percebe a continuidade do funcionamento do serviço de Correios Nacional também,
08:36tem alguns serviços que são antidos, que são considerados essenciais,
08:41mas, de fato, a gente percebe que a movimentação já não é mais a mesma,
08:45sobretudo nesses prédios dos departamentos.
08:48Vinícius, a Luísa Maína estava lembrando aí da onda de demissões
08:52que vem acompanhando o governo desde o começo,
08:54por conta do DOJ, Departamento de Eficiência Governamental,
08:57que era liderado pelo empresário Elon Musk.
09:00E o presidente Donald Trump está aproveitando agora esse momento
09:02para dizer que, além de dar licença para os funcionários,
09:06já pode aproveitar e demitir.
09:07Ele fala, inclusive, de demitir aqueles que têm um alinhamento mais democrata,
09:11além das demissões, a gente tem aí essas licenças dos servidores públicos
09:16de serviços não essenciais, que chegariam,
09:19segundo a estimativa do Escritório de Orçamento do Congresso,
09:22a 750 mil licenças.
09:24750 mil servidores públicos seriam afastados.
09:28Demissões, licenças, tudo isso compõe um outro quadro
09:32de impacto econômico desse shutdown também?
09:34Sim, é o impacto maior seria o de demissão.
09:36Primeiro, para lembrar, muita demissão que o Trump prometeu fazer
09:41ou estava subjúdice, começa a valer agora, setembro.
09:45Os funcionários tinham prazo para ficar no governo,
09:49outros estavam com discussão na justiça,
09:50muita gente começa a sair agora.
09:52Isso vai ter impacto.
09:53Agora, se o Trump realmente puser mais demissão na rua,
09:56vai ter impacto econômico, sim, muito maior do que a paralisação.
09:58Claro, uma paralisação gigante vai ter impacto econômico gigante.
10:02Agora, as pessoas acabam sendo pagas depois que elas voltam.
10:06Se você tem demissão, você vai ter menos consumo,
10:08aí você vai ter realmente impacto no emprego.
10:10E se os dados são esses mesmos que a gente está vendo,
10:12de redução do número de empregos,
10:14aí você vai pesar um pouco mais a mão para o emprego para baixo
10:18e para a economia para baixo.
10:20Agora, tem muito setor que é obrigado a funcionar,
10:23correios, militares, agências de inteligência, polícia.
10:25Tem alguns setores que ainda têm dinheiro para pagar,
10:28porque tem essas coisas nos Estados Unidos,
10:30o dinheiro não tem um caixa central,
10:32tem gente que tem instituição que tem dinheiro para pagar,
10:34alguns parques estão abertos,
10:36o Smithsonian, pelo jeito, tem dinheiro também.
10:38Agora, o importante mesmo é isso aí que você falou,
10:40se realmente o Trump puser mais gente na rua,
10:43isso vai dar um impulso do emprego para baixo,
10:45e isso pode ser relevante.
10:47Agora, eu não sei como ele vai fazer isso,
10:48em que tamanho, se é só ameaça, se é jogo.
10:51A gente só vai saber disso nos próximos dias,
10:53porque o pessoal também vai agir da seguinte maneira,
10:55o Partido Democrata está fazendo isso
10:58porque uma ala do Partido Democrata
10:59que votou com o Trump e os republicanos
11:02na destinação de certos dinheiros do orçamento,
11:05faz mais ou menos dois meses,
11:07ficou muito queimado e quebrou o pau no Partido Democrata.
11:11Então, tem a ala esquerda pressionando muito
11:12para eles não votarem agora.
11:14Agora, eles vão fazer pesquisa
11:15para ver de quem o filme está sendo queimado.
11:19Aí, eles podem mudar de ideia.
11:20Então, tem que ver isso.
11:22Pode ser que o impasse seja grande agora,
11:24mas sai uma pesquisa dizendo
11:25que os democratas estão ficando com o filme queimado,
11:27eles mudam de ideia.
11:28Agora, o mais importante é isso que vocês falaram.
11:29Se tiver realmente mais demissão,
11:32isso não é boa notícia, não.
11:33Isso é muito mais pesado que o licenciamento,
11:35que, no final das contas, as pessoas vão sofrer,
11:37vão ter problemas.
11:39A Maiana falou que, olha,
11:41tem gente até pensando como pegar dinheiro extra
11:43porque não tem como pagar as contas,
11:44mas esse dinheiro volta.
11:45O problema é gente demitida, não.
11:48Obrigado, Vinícius.
11:49A gente agradece também
11:50a nossa correspondente, Luiz Maiana.
11:51Daqui a pouco, a gente volta com ela,
11:52que está lá em Washington,
11:54ali no Capitólio do Congresso americano,
11:56acompanhando essa situação,
11:59então, esse impasse na negociação
12:00entre democratas e republicanos.
12:03Obrigado, Vinícius.
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