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A ONU previu queda no crescimento global para 2,3% em 2025. O economista Roberto Luis Troster analisou os impactos das tensões entre EUA e China e explicou por que o Brasil pode ser menos afetado e até se beneficiar.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://tinyurl.com/guerra-tarifaria-trump

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Transcrição
00:00E a Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento divulgou o relatório
00:04que prevê uma desaceleração do crescimento econômico global para 2,3% em 2025,
00:12diante do aumento das tensões comerciais, principalmente por conta da guerra tarifária
00:17entre a China e os Estados Unidos.
00:19A gente vai entender um pouco melhor como que isso pode acontecer e quais os impactos
00:24esperados para o Brasil, com o Roberto Luiz Troster, que é economista e sócio na Troster e Associados.
00:31Roberto, primeiramente, boa tarde.
00:33Muito obrigada por aceitar nosso convite de participar ao vivo aqui do Money Times.
00:37Agora, Roberto, esse número, ele é considerado uma desaceleração significativa
00:42se comparado com as taxas médias que a gente teve na época da pandemia,
00:47onde também houve uma desaceleração?
00:49Boa tarde para você.
00:50Boa tarde, Paulo Monteiro. Obrigado pelo convite.
00:55É um número elevado. É menor do que o número da pandemia,
00:59mas não deixa de ser meio ponto percentual de crescimento no PIB mundial.
01:06Mas tem um ditado que diz, na crise, uns choram e outros vêm lenços.
01:12Na guerra da Ucrânia, o mundo inteiro saiu perdendo, mas o Brasil se deu bem.
01:19Se deu bem por quê? Porque o preço dos combustíveis, do petróleo,
01:23por causa do bloqueio do petróleo, da energia da Rússia para o resto da Europa,
01:29disparou e, por causa do bloqueio das exportações da Ucrânia,
01:33o preço dos cereais disparou também.
01:36Então, pela mesma quantidade de exportações, não só exportou mais,
01:41mas pela mesma quantidade de exportações, teve uma renda maior.
01:46Então, foi ruim para o mundo.
01:48Tomara que não tivesse tido nenhuma guerra.
01:51Mas não foi tão ruim assim para o Brasil.
01:54Aí, o segundo ponto.
01:55Agora, essa guerra comercial, primeiro, porque é uma sorte que é uma guerra comercial,
02:01não é uma guerra militar.
02:03Sempre que você tem uma potência emergente, uma potência dominante,
02:07no caso, atualmente, a China e a dominante dos Estados Unidos,
02:12a chance de conflito é muito grande.
02:15Isso é conhecido, em teoria econômica, como a armadilha de Tucídides,
02:20que descreveu as guerras do Peloponeso.
02:23Então, você está tendo uma guerra entre os dois.
02:26Agora, para o Brasil, não é uma guerra tão ruim assim.
02:31Por quê?
02:31Porque muito do que os Estados Unidos exportam, para a China,
02:36é o mesmo que o Brasil exporta.
02:38E a China está aumentando as importações do Brasil.
02:42Desculpa, está aumentando as importações do Brasil.
02:45Ele já absorve, já notável, vai começar a importar mais carne.
02:49Outros alimentos que os Estados Unidos compram vão ser canalizados para o Brasil.
02:55E muitos mercados que estavam focados para os Estados Unidos vão se focar em outros lados.
03:01Então, o que é esperado?
03:04Quer dizer, primeiro, na média, o mundo vai cair.
03:08Mas, na média, as posições de crescimento do Brasil vão cair muito menos do que as do resto do mundo.
03:14Então, basicamente, é isso.
03:17Felipe Machado também tem uma pergunta para você, Roberto.
03:21Tudo bem, Roberto? Boa tarde.
03:23Roberto, esse relatório da UNCTAD, ele traz uma redução também na taxa de crescimento do Brasil,
03:29de 3,4% para 2,2%.
03:32Eu queria saber se você concorda com esse número.
03:34É mais ou menos por aí.
03:35O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já disse que o Brasil tem um colchão de proteção
03:39contra a questão das tarifas.
03:41Que o Brasil teria reserva suficiente para se proteger das tarifas.
03:44Você concorda com esse número previsto aí pela UNCTAD, de 3,4% para 2,2%?
03:50Aí, são duas coisas.
03:52Ele está comparando o crescimento do ano passado com o crescimento deste ano.
03:56Então, isso já era esperado.
03:59Independentemente das tarifas, você já está projetando uma desaceleração da economia brasileira.
04:05E 2,2% de crescimento de projeção está em linha com a maioria das projeções
04:10para crescimento da economia brasileira.
04:13Eu estou projetando um pouco mais, mas alguns estão projetando um pouco menos.
04:18Então, a queda é esperada.
04:22Não tem muito a ver a diminuição com as tarifas.
04:27As tarifas são um problema para o mundo, são um problema grande para algumas economias,
04:33mas para o Brasil não é um problema tão grande assim.
04:40Eu queria só fazer um complemento, Roberto.
04:42Eu queria que você explicasse, você falasse para a gente.
04:44Você falou que está com uma posição um pouco mais otimista em relação ao crescimento do Brasil.
04:48Eu queria que você explicasse por quê.
04:50Bom, primeiramente, você tem uma resiliência muito grande no mercado de trabalho.
05:01O desemprego caiu, está em um nível muito baixo historicamente.
05:06Você tem uma massa muito grande de renda, de aposentados, força, família, salário,
05:13que mantém o consumo.
05:15E você tem projeções, assim, em alguns setores, de ganhos de produtividade.
05:23Na agricultura é o mais comum.
05:25E você tem hoje...
05:28O câmbio deve cair, isso deve ajudar muito o juro a cair.
05:32A minha projeção de taxa de juros é menor do que a maioria dos analistas.
05:38Os analistas projetam um juros de 15%.
05:41Eu estou projetando 14,5% e possivelmente ver esse número para baixo.
05:47Agora, Roberto, como que, assim, na sua opinião, como construir aí uma economia global nesse cenário, né?
05:53Tentar ser um pouco mais equilibrada e resiliente, mesmo com tudo isso que está acontecendo.
05:59Bom, primeira coisa, a gente vai ver um novo tipo de globalização.
06:04Mais ou menos o que aconteceu no primeiro governo Trump,
06:07que o governo Trump saiu, por exemplo, daquela aliança para o Pacífico.
06:10O que aconteceu?
06:12Os outros países se organizaram melhor sem os Estados Unidos, né?
06:18Ou dando menos importância.
06:20Só usando um paralelo, faz cinco anos a gente teve o Brexit, né?
06:25Que foi a saída da Inglaterra da União Europeia.
06:28Muitos previam, né?
06:30Alguns analistas previam que isso seria o fim da União Europeia.
06:33E aconteceu o contrário.
06:35A União Europeia se fortaleceu, mais países querem entrar na União Europeia.
06:41Acho que a Bulgária vai entrar agora em junho e começar a adotar o euro.
06:46Então, o que foi assim, o que podia ter sido um enfraquecimento, no caso, para a União Europeia,
06:53foi o fortalecimento.
06:54Especificamente agora, o acordo Mercosul-União Europeia está mais forte, mais próximo de acontecer.
07:05A China, como um todo, está procurando fortalecer os seus laços com o resto do mundo.
07:12Hoje, em 190 países que o mundo tem, 150 têm mais comércio com a China que com o resto do mundo.
07:18Então, o que vai acontecer com a globalização?
07:21Você vai ter um Estados Unidos mais fraco.
07:23E tem outra coisa a mais.
07:25O papel do dólar agora está começando a ser colocado em xeque.
07:30A capa da decola, mas que está aí ontem, mostra...
07:35Vamos ter uma crise do dólar?
07:38O dólar está se desvalorizando com as outras moedas, especialmente com relação ao euro.
07:44Já foram mais de 8% desde que o Trump assumiu.
07:47Então, você vai ter um dólar mais fraco, você vai ter um euro mais forte,
07:52você vai ter um multilateralismo muito mais equilibrado, como você bem falou.
07:58Nós vamos para um novo multilateralismo e um multilateralismo que é mais conveniente para o Brasil.
08:06Perfeito!
08:06Muito obrigada, viu?
08:08Roberto Luiz Troster, que é economista e sócio da Troster e Associados.
08:13Um ótimo final de semana para você.
08:14E aproveito também para me despedir do Felipe Machado.
08:17Um ótimo fim de semana, Felipe.
08:18Boa tarde, Paula. Obrigado para você também.
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