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Marcus Labarthe, especialista em mercado de capitais e sócio-fundador da GT Capital, analisou no Real Time a queda da inflação, a prévia do PIB e os efeitos do tarifaço dos EUA sobre a economia brasileira.

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Transcrição
00:00A gente vai conversar agora sobre os indicadores trazidos aí pelo Boletim Fox, também a prévia do PIB,
00:06indicadores divulgados há pouco pelo Banco Central, com o Marcos Labarte,
00:09que é especialista em mercado de capitais e sócio fundador da GT Capital.
00:14Bom dia para você, Labarte, seja muito bem-vindo ao Real Time.
00:18Oi, Marcelo, bom dia a todos do Time Brasil, vai ser com um enorme prazer estar conversando com vocês.
00:24Vamos começar falando então sobre os dados de inflação.
00:28Foi uma redução bastante significativa, 0,10 ponto percentual em apenas uma semana, não?
00:35Exato. E, Marcelo, décima segunda queda consecutiva no Boletim Focus,
00:41que a previsão dos principais economistas do Brasil é de uma queda na inflação.
00:48Acredito eu, fruto também do aumento da taxa de juros ao longo de 2024 e 2025,
00:54que agora está tendo uma consequência, que é uma diminuição da inflação.
01:00Claro, tem outros fatores também que a gente pode estar conversando,
01:04mas a inflação no Brasil está começando a ter um ar,
01:08que está começando a ser contida com as medidas que foram realizadas através do Banco Central
01:15ao longo dos últimos dois anos.
01:17Acho que a gente pode considerar também o dólar mais baixo,
01:20se comparado com o começo do ano, como um fator que ajuda a puxar a inflação para baixo.
01:24Quando você olha para frente, Marcos, você acha que o dólar vai ficar nesse patamar
01:28ou você acha que tem chance de subir?
01:32Ótima pergunta, Marcelo.
01:34Até porque também no Boletim Focus,
01:36o mercado acredita que o dólar vai ficar na faixa de 5,60 em 2025.
01:42E, claro, a gente não tem como saber, porque vai levar muito tempo ainda
01:46e muitas coisas podem ocorrer.
01:48Mas o mercado dá o dólar para 2026 a 5,60.
01:54Então, hoje o dólar está na faixa de 5,43.
01:57Então, o mercado olhando para o horizonte futuro,
02:00ainda vê uma perspectiva do dólar um pouco mais alta do que está no momento.
02:05E nessa última, um Boletim Focus agora que saiu há pouco,
02:11eles deram manutenção da perspectiva do dólar.
02:16Então, foi ao contrário do que ocorreu com o IPCA,
02:21que o mercado ainda acredita que possa continuar caindo,
02:26com o dólar ao contrário.
02:28O mercado continua ainda acreditando que o dólar vai ficar forte no Brasil.
02:32Mas, consequentemente, a queda do dólar vem auxiliando,
02:37obviamente, também na inflação.
02:40Até porque, se a gente lembrar, 2024,
02:43o dólar e também os combustíveis foram grandes vilões da inflação no ano passado.
02:49Exatamente.
02:50Agora, você ainda tem alguma esperança
02:52de que a inflação chegue ao fim do ano dentro do teto da meta?
02:57Olha, Marcelo, acho difícil.
02:59Acredito até que o Galípolo também acredita que isso deve ser difícil.
03:04Se a gente for ver o Brasil há anos e anos, talvez uma década,
03:10que ele não vem alcançando a meta de inflação.
03:14Isso faz também com que o Banco Central brasileiro,
03:18que está sempre atrás de alcançar essa meta,
03:22acaba subindo a taxa de juros.
03:25E isso, consequentemente, faz com que tenha uma desaceleração na economia brasileira
03:31que vem acontecendo ao longo dessas últimas semanas.
03:36Agora, eu queria comentar sobre um outro dado com você,
03:39que foi o IBCBR, que é a prévia do PIB,
03:41que foi divulgado pelo Banco Central.
03:43Em junho, ele veio negativo em 0,10%,
03:45principalmente por causa do agro.
03:48Mas, se você olhar os números em 12 meses, ainda estão bastante fortes.
03:52A gente está vendo aí 3,9% de crescimento segundo o índice IBCBR.
03:58Você, como especialista em mercado,
04:02pessoa que está todo dia lidando com esses números,
04:05como é que você está vendo?
04:08Você está vendo uma economia ainda aquecida
04:11ou você já está vendo uma desaceleração?
04:15Marcelo, com certeza, vendo uma desaceleração.
04:20Taxa de juros alta faz com que o investidor
04:23acabe alocando os recursos no mercado financeiro,
04:27faz também com que o empreendedor não vá atrás de novos financiamentos.
04:35Isso, obviamente, faz com que a economia,
04:38a roda da economia comece a girar com menos rapidez.
04:43O mercado também está tendo ainda uma insegurança econômica.
04:49Essa parte jurídica também não auxilia muito o Brasil.
04:54Esse embate entre Estados Unidos e Brasil
04:56também pode fazer com que alguns setores acabem sofrendo mais.
05:00Então, a metade final do ano do Brasil,
05:05eu vejo um começo maior de desaceleração.
05:09A gente pode até, em alguns setores,
05:12ocasionar também algum início de demissões.
05:15A gente está vendo aí números positivos nos dados de emprego no Brasil.
05:20Isso pode mudar se a economia começar a desacelerar.
05:23Então, eu vejo que daqui para frente,
05:25a gente vai ver uma economia brasileira menos robusta,
05:30menos acelerada, como a gente viu no ano passado.
05:33Como é que você está vendo os efeitos do tarifácio para o Brasil até agora, de concreto?
05:38Bom, de concreto, ele é muito isolado através de setores.
05:42Mas uma coisa que a gente não divulga muito,
05:47que nos meios de comunicação não se fala muito,
05:49é esse viés negativo que acaba ocasionando no Brasil,
05:54frente aos Estados Unidos, envolvendo o lado político.
05:59Porque quando a gente vê que inúmeros países já começam a fazer negociações,
06:03até muitas vezes prévia,
06:06e vê que no Brasil ainda não começou uma negociação com os Estados Unidos,
06:12isso não deixa de ser um aspecto negativo envolvendo o estrangeiro olhando o Brasil.
06:20Obviamente, sofre a economia brasileira muito mais do que a economia americana,
06:25porque ele é infinitamente mais dependente dos Estados Unidos do que ao contrário,
06:30mas eu vejo como um viés negativo também a visão que o estrangeiro tem perante ao Brasil,
06:36que é um país que não sentou na mesa para fazer uma negociação,
06:40como outros países já realizaram e como outros países já finalizaram
06:44essa negociação que Trump está fazendo com todos os países.
06:48O Brasil, independente de qualquer viés político,
06:52também ia entrar em algum momento na ótica de Trump,
06:56como ele fez em inúmeros outros países.
06:58Mas quando você fala que o Brasil não iniciou a negociação,
07:02o governo acho que não concorda com você,
07:06porque a gente está mostrando sempre o Alckmin aqui,
07:08dizendo que mandou proposta que não foi nunca respondida,
07:11o Haddad marcou uma reunião com o Scott Bessent que foi cancelada.
07:16Você acha que, de fato, o governo brasileiro não quer negociar?
07:20Não, eu não vejo desse aspecto, Marcelo,
07:23mas eu também não vejo Haddad falando que a culpa é de um outro lado político,
07:30em vez de ver que a culpa não deixa de ser de quem está querendo sentar na mesa para a negociação.
07:37Eu vejo que o governo americano, como qualquer outros países que ele vem negociar,
07:43ele tem interesse em conversar.
07:45Mas eu vejo que o Brasil tem que ser muito mais objetivo
07:49e dá mais importância que isso do que os Estados Unidos,
07:55que está numa tranquilidade de um país que é a maior economia do mundo.
08:00Eu vejo que o Brasil deveria ser mais objetivo,
08:02e não simplesmente Haddad ir na televisão e falar que a culpa é de um ou de outro.
08:09A gente tem que olhar que hoje o governo é um
08:12e que as tomadas de decisões que eles tomam e as medidas que eles tomam
08:17vai ter um reflexo no Brasil.
08:19Então, esquecer o lado político e sentar na mesa com os Estados Unidos
08:23realmente, objetivamente, para traçar uma linha de como pode ter um ajuste
08:29nessa tarifa que, ultrapassando 50%, inviabiliza muitos negócios do Brasil com os Estados Unidos.
08:38É, não é bom para ninguém, né?
08:39Marcos Labarte, especialista em mercado de capitais e sócio fundador da GT Capital.
08:44Muito obrigado pela sua participação aqui no Real Time.
08:47Bom dia.
08:48Obrigado, Marcelo. Um forte abraço a todos.
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