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Felipe Corleta, sócio da The Link Investimentos, analisou a reação do mercado ao IPCA abaixo do esperado, a influência de Galípolo sobre a Selic e as pressões fiscais em Brasília. O dia foi marcado por dólar, bolsa e juros em direções opostas, típico de precificação de decisão do Copom.

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Transcrição
00:00Eu vou chamar aqui o nosso fiel Felipe Corleta, sócio da The Link Investimentos.
00:06Corleta, boa tarde para você. Estados Unidos subindo, Ibovespa subindo, dólar subindo.
00:13Está tudo bem, Corleta?
00:15Boa tarde, turce. Boa tarde para todo mundo que acompanha aqui a Times Brasil.
00:20Sim, hoje a gente teve aqui no Brasil aquele dia clássico de precificação de decisão de Selic.
00:26Dólar e Bolsa para o mesmo lado, quer dizer, quando o mercado espera que a Selic vai cair,
00:30sobem dólar e Bolsa juntos. Quando o mercado espera que a Selic vai subir, caem os dois juntos.
00:35Então isso é um típico precificação e ainda confirmada pela curva de juros que fechou.
00:40Então teve dólar para cima, Bolsa para cima, curva de juros para baixo.
00:44O mercado segue nessa dinâmica desde ontem com algumas declarações do Gabriel Galípolo
00:49de que a gente tinha um mercado precificando ali que a Selic ia voltar a subir.
00:55Aí o Galípolo falou em uma entrevista, disse que não tem nada definido,
01:00que o Copom vai com todas as suas alternativas na mesa para a decisão.
01:02Isso trouxe ali uma dúvida de volta para o mercado se ele não para por aí nos 14,75.
01:09Então a gente tinha cerca de 30% de chance de manutenção na segunda-feira,
01:13ontem 40% de chance de manutenção da taxa.
01:16Hoje já subiu para 50%, 55% essa chance de que na próxima quarta-feira,
01:21não amanhã, na outra quarta-feira a gente tem decisão do Copom,
01:25a taxa Selic fique estagnada pela primeira vez em um par de semestres.
01:30Então a gente tem essa precificação hoje no mercado e muito refletindo o número de inflação,
01:36que veio muito melhor do que se esperava.
01:38O mercado esperava e tratava com uma mediana das expectativas de 28 casas de análise.
01:44A média dessa expectativa era 0,35 para o IPCA de maio e esse IPCA veio em 0,26,
01:51com deflação em transportes, com deflação em artigos residenciais.
01:54E se não fosse o aumento do preço de energia elétrica por conta da mudança da bandeira tarifária,
02:01provavelmente a gente teria tido um mês de deflação, de queda dos preços.
02:06Os núcleos caíram, a difusão do IPCA caiu.
02:09Então foi um dado de inflação realmente muito benigno para a economia do Brasil.
02:13E isso trouxe ainda mais força para essa aposta de que a Selic para de subir na próxima quarta-feira.
02:20Então esse foi o tema geral aqui no Brasil.
02:24Lá fora a gente teve alguns setores performando bem, outros mal,
02:29e isso fez a Bolsa fechar muito perto do 0 a 0, em leve alta.
02:33E tudo na expectativa.
02:35Todo mundo esperando por sinais de paz na guerra comercial entre Estados Unidos e China,
02:41já que estão os grandes nomes ali das políticas externas de Estados Unidos e China juntos em Londres.
02:48Muito provavelmente a gente não vai ter mais nada hoje sobre isso, nenhuma notícia hoje,
02:51mas amanhã sim podemos ter novidades e o mercado aguarda ansiosamente por uma solução aí para poder.
02:58Quem sabe, como vocês comentavam há pouco aqui,
03:00o Banco Mundial revisando a projeção de crescimento dos Estados Unidos,
03:02talvez se essa guerra comercial for em parte revertida a gente possa ver essas casas de análise,
03:08esses bancos revisarem de novo a economia para cenários mais positivos.
03:13Ô Coraleta, eu vou repetir para você uma pergunta que eu já fiz durante essa edição do Radar sobre o IPCA de hoje.
03:19Para avaliação de vocês aí da D-Link Investimentos,
03:23esse índice, com tudo que está dentro ali, que vocês já analisaram,
03:27ele parece indicar uma tendência, a inflação está freando,
03:30ou a gente teve um resultado bom esporádico em maio e não necessariamente isso mostra uma tendência?
03:37Olha, para a gente fazer essa análise, a gente vai olhar para o que a gente chama de análise subjetivas do número do IPCA.
03:42A gente, no Brasil, não tem oficialmente o núcleo do IPCA,
03:48então as casas fazem essa análise, elas retiram de dentro do IPCA alimentos e energia,
03:55que são custos que, apesar de comporem a cesta de consumo da população,
04:01eles têm baixíssima sensibilidade à taxa de juros.
04:04Quer dizer, a gasolina não vai subir ou cair porque a Selic subiu ou caiu,
04:06ou o preço de alimentos está muito mais ligado à oferta e à demanda.
04:10Então, quando a gente olha para os núcleos de inflação, a gente vê, sim, em maio, uma melhora.
04:14Então, serviços, inflação de bens que são bens de capital, inflação de produtos industrializados,
04:22que são, sim, sensíveis à taxa de juros, a gente vê, sim, um sinal de melhora.
04:28Isso tudo no momento que a gente tem a taxa de juros já bastante restritiva e fazendo impacto sob a inflação.
04:34A gente já tem uma taxa de juros alta há bastante tempo para que isso possa,
04:38através dos canais de crédito, dos canais de investimento, chegar aos preços dos itens de consumo da população.
04:44Então, a gente vê o cenário de inflação com bons olhos, na expectativa de que essa taxa de juros tão alta do Brasil
04:51possa, sim, frear a economia e levar essa inflação para baixo.
04:54Porém, sempre que se fala em inflação no Brasil, se tem um grande receio do impulso fiscal.
05:00Quer dizer, se o governo continuar gastando muito, continuar colocando muito dinheiro na praça,
05:05no ano de 2024, isso foi marcado pelo pagamento de precatórios.
05:09O governo pagou um volume gigantesco de precatórios, colocando dinheiro na economia,
05:15estimulando, portanto, a economia a girar e aumentando o preço das coisas.
05:19Então, apesar de olhar para a dinâmica de inflação e esses itens subjetivos,
05:25difusão, núcleo de inflação, com bons olhos, ainda sempre tem esse receio
05:30de que o impulso fiscal possa compensar isso e manter essa inflação acima da Merkel.
05:35Corleta, o mercado segue de olho em Brasília também, nas discussões sobre o IOF.
05:39Hoje, o presidente Lula voltou da viagem à França e passou a estar ali pessoalmente
05:44participando das negociações também, né?
05:46Sim, sobre isso a gente pode ter hoje notícias, ainda até o final do dia.
05:52A gente tem visto, de fato, o Haddad se manifestar em alguns dias ali após o fechamento do mercado,
05:58que é bastante razoável, o ministro da Fazenda, né?
06:01Então, pode sim ter alguma novidade nesse sentido com relação ao IOF e o mercado está acompanhando
06:06também bastante de perto esse julgamento que está acontecendo agora do ex-presidente Jair Bolsonaro,
06:11já que tem um impacto político muito relevante.
06:15Quer dizer, se houver uma condenação do ex-presidente, isso pode trazer uma mobilização social muito importante
06:21e mudar as apostas para as eleições de 2026 que o mercado já projeta, né?
06:26A gente sempre fala que o mercado olha para frente e não para trás, querendo ver o que vai acontecer no futuro
06:32e não tem como ignorar que ano que vem é um ano eleitoral.
06:36Então, tudo que possa impactar as eleições, as pesquisas, as expectativas para o pleito do próximo ano
06:42também vai mexer com o mercado e vai impactar o dia a dia dos investidores.
06:49Corleta, e para amanhã, além do olho no Supremo Tribunal Federal, olho no IOF, olho na guerra comercial,
06:57tem inflação nos Estados Unidos também, né?
06:59É, o CPI americano é o número mais importante da agenda econômica de amanhã.
07:03No Brasil, a gente tem uma agenda amplamente esvaziada, né?
07:07No caso, agenda econômica, mas a gente tem uma agenda política que está bastante agitada, né?
07:12Com essas negociações em torno do IOF, negociações fiscais.
07:16Hoje, a gente teve várias manifestações de presidentes de bancos dizendo que as medidas que foram tomadas
07:22não foram positivas para o setor financeiro brasileiro.
07:24Então, tem muitas pressões por de onde que vai se tirar essa arrecadação que vai compensar a revogação do IOF, né?
07:33A discussão de corte de gastos parece ter ficado na mão do Congresso Nacional,
07:38já que o governo não mostra disposição para cortar gastos, especialmente nas vésperas de um ano eleitoral, né?
07:45Então, o Hugo Mota parece ter pegado esse problema para si, está negociando com as bancadas.
07:50Se tiver qualquer notícia nesse sentido, o mercado deve continuar bem, com o dólar para baixo,
07:55com a Bolsa aí flertando com novos recordes históricos, né?
07:58Caso a gente tenha essa continuidade de uma briga arrecadatória, com setores pressionando de um lado, outros do outro,
08:05isso pode manter aí o mercado um pouco travado, com receios de que a trajetória da dívida fique insustentável a partir do ano que vem.
08:13Filipe Corleta, sócio da D-Link Investimentos. Valeu, Corleta. Obrigado. Amanhã tem mais.
08:20Até amanhã, Turcinho. Um abraço.
08:21Um abraço.
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