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Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, e os analistas Alberto Ajzental e Vinicius Torres Freire discutiram a expectativa para a nova decisão do Copom, o possível aumento da Selic e a importância do comunicado. Ele também comentou a política do Fed, o câmbio, o mercado de trabalho e os sinais de desaceleração da economia.

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Transcrição
00:00Eu vou conversar com o Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research.
00:04Gustavo, boa noite, obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:07Bom, Gustavo, é impressionante como ao contrário das últimas reuniões do Copom,
00:11o que a gente está vendo amanhã é que é uma decisão que parece bem incerta.
00:16Cada economista cita uma pesquisa diferente em algumas,
00:21dá mais que vai ficar inalterada, em outras 0,25.
00:25Queria entender qual é a sua expectativa e, em seguida,
00:28saber se você concorda com os nossos analistas aqui,
00:31tanto o Alberto quanto o Vinícius,
00:33que falam que ficando inalterada ou subindo 0,25 não muda muita coisa.
00:39Boa noite, é um prazer sempre conversar com vocês.
00:43A gente tem conversado em 15% desde março, se não me engano,
00:48a pré-reunião de maio.
00:50Nós acreditávamos e ainda acreditamos que o Selic ia chegar no mínimo 15%,
00:56ou seja, a nossa expectativa há um bom tempo é de uma alta de 0,25 pontos percentuais
01:01na reunião de amanhã.
01:04O consenso grande do mercado existia depois da reunião de maio,
01:09mas o que mudou realmente a percepção do mercado foi falas mais duras de Galipo,
01:14em eventos em relação a como a economia tem surpreendido positivamente,
01:19em relação à desencoragem das expectativas,
01:22e também outros diretores em eventos trouxeram uma percepção que fez o mercado mudar.
01:28Se a gente olhar as opções de Copom, se olharmos diversas pesquisas,
01:32aí o mercado e os economistas se dividiram.
01:35Mas quando a gente olha, e aí dois pontos que eu venho sempre batendo na tecla aqui,
01:39que as medidas subjacentes, apesar de uma melhora na margem,
01:43preço de serviços, serviços subjacentes, núcleos de inflação,
01:47elas ainda continuam muito acima do que seria ideal para o Banco Central,
01:52e principalmente a desencoragem de expectativas.
01:56Mesmo com o juro de 14,75, a gente vê no Fox uma estabilidade
02:02na projeção do mercado para a inflação para 26, 27 e 28,
02:06mas mesmo com o juro num patamar tão restritivo,
02:09as expectativas não estão em direção à meta de 3%.
02:12Então, existe ainda uma necessidade de Copom, ao meu ver,
02:17dado essa conjuntura ainda um pouco ruim, chatinha para a autoridade monetária,
02:23um ajuste.
02:24Mas, de fato, eu concordo com os analistas que temos aí na CNBC,
02:29que, de fato, sub-14,75 para 15, eu acho que é marginal.
02:33O principal é o comunicado.
02:34E essa é a grande atenção que teremos amanhã,
02:37que, ao meu ver, precisa vir bastante roques duro para sinalizar.
02:41Olha, se pausamos por aqui, a gente ainda está monitorando
02:45e vai ser bastante conivente e bastante perseguidor das metas de inflação
02:52que a gente tem aqui no Brasil.
02:54Então, assim, o comunicado realmente é o mais importante.
02:57Bom, saberemos desse comunicado daqui a menos de 24 horas.
03:01Agora, em relação ao FONC, o Banco Central dos Estados Unidos,
03:04o Federal Reserve, que também vai divulgar amanhã a taxa básica de juros deles,
03:10apesar dessa pressão toda de Donald Trump,
03:13o mercado diz que vai ficar inalterada.
03:15Você concorda com isso?
03:18Concordo.
03:18A gente não era tão otimista com o mercado.
03:21A gente ainda acredita que é possível, sim, cortar os juros,
03:24mas só no final do ano.
03:25A gente também está com esse com há um bom tempo.
03:28E a gente enxerga dois pontos, basicamente,
03:31que serão um dilema no segundo semestre,
03:33que se inicia agora para o FET.
03:34De um lado, a inflação, que realmente está muito próximo da meta de 2%,
03:40mas ela ainda não reflete as questões tarifárias.
03:44Muitos consumidores, fábricas, fizeram uma importação muito grande,
03:48ou seja, importaram antes das tarifas realmente entrarem em vigor.
03:54Isso fez um grande estópico.
03:55Então, o repasse dos produtos, das matérias-primas para os consumidores
03:59vai demorar um pouquinho.
04:00Então, a inflação, a meu ver, vai ficar pior, vai acelerar nos Estados Unidos
04:04no segundo semestre.
04:06E a atividade econômica, ela ainda segue resiliente, sólida,
04:10diante de um mercado de trabalho que ajuda a sustentar a economia.
04:14E, de fato, dado que a incerteza em relação à inflação continua,
04:18e o FED não precisa cortar porque a atividade continua sólida,
04:23manutenção a gente enxerga pelo menos no segundo, no terceiro e no quarto trimestre,
04:29no início, pelo menos o FED deve manter essa postura até o final do ano.
04:33Vamos passar para a pergunta dos nossos analistas,
04:35começando pelo Vinícius Torres Freire.
04:37Gustavo, sobre o Banco Central ser duro, isso é um consenso.
04:43Agora, que explicação ele vai dar?
04:46Qual vai ser o conteúdo dessa dureza?
04:49Ele vai dizer, olha, o óbvio, queremos ver a convergência das expectativas,
04:53ou pode se aprofundar mais a gente dizendo, olha, a economia está mais resistente,
04:58o mercado de trabalho está mais resistente.
05:01Que fatores ele pode citar para justificar essa dureza e, claro,
05:05superando esses empecilhos, sinalizar uma queda no futuro?
05:10Quer dizer, quais são os motivos que ele pode apresentar,
05:12além do que é mais ou menos óbvio?
05:13Expectativas, mercado de trabalho aquecido, fiscal ainda problemático?
05:17Acho que estão dois pontos, dois ou três pontos importantes.
05:21Primeiro, ele situar que a política monetária tem feito efeito,
05:27tem já gerado alguns efeitos para a atividade econômica,
05:32ou seja, uma desaceleração.
05:35Ele já vem recertando isso em algumas atas,
05:37mas eu acho que é importante ele ressaltar.
05:39Segundo ponto, ele trazer novamente, ser mais enfático,
05:43que ele vai manter os juros até que as expectativas se dêem sinais mais claros
05:50de convergência para a meta de 3%.
05:53E para finalizar, que ele vai manter os juros no atual patamar restritivo
05:57num período prolongado, que também é um ponto que ele já vem citando,
06:01mas que reforçar essa ideia no seu comunicado,
06:04com palavras duras, que o cenário, a batalha não foi vencida,
06:09mas a gente já está conseguindo, pelo menos, visualizar
06:14o fim do ciclo neste momento.
06:16E, de fato, se isso ocorrer, ele pelo menos tem que trazer maneiras
06:21para afastar alguma probabilidade que o mercado possa enxergar
06:25de cortes em 2025.
06:27Como é ver, cortes vão vir em 2026 e ele precisa acertar
06:31essa comunicação para afastar qualquer tipo de ruído
06:34em relação a cortes no curto prazo.
06:38Alberto, pode fazer sua pergunta.
06:39Gustavo, tendo uma ideia ou um olhar um pouco mais macro,
06:44vamos voltar no final do ano passado e no começo desse ano.
06:49A gente mencionava que a Selic podia chegar em 15,50,
06:55atingir até um pico de 16 e que depois cairia mais para o final de 2025.
07:02E hoje a gente já está no meio do ano, já está indo para a quarta reunião
07:06e a gente não é nenhum absurdo pensar que ela pode ficar em 14,75 até o final do ano.
07:15Minha pergunta para você é o que mudou do final do ano passado para agora
07:20em termos de índices e macro?
07:23Acho que dois pontos mudaram bastante.
07:27Primeiro, o câmbio.
07:28Houve uma valorização grande do dólar em relação à moeda brasileira.
07:34A gente no final do ano estava com 6,30, 6,20, tudo aqui no ruído fiscal no final do ano,
07:39ruídos também em relação às eleições nos Estados Unidos.
07:43O câmbio realmente estressou e gerou dificuldades ali para o Banco Central,
07:46porque se a gente tem um câmbio um pouco mais alto, isso dificulta uma desaceleração da inflação
07:52no ritmo desejado pelo BC.
07:55E hoje a gente está com um câmbio bem mais baixo, em torno de 5,50.
07:58Vamos colocar, hoje fechou um pouquinho mais baixo, mas vou colocar a média de 5,50.
08:04E outro ponto é que a gente observou as expectativas de inflação
08:08que estavam subindo de forma bastante relevante se estabilizarem.
08:11Então, de fato, essa estabilização das expectativas para os próximos anos de inflação foi positiva.
08:17E também tem que ressaltar que naquela época não se via tantos sinais
08:22de um menor ritmo de crescimento econômico.
08:25Hoje a gente já tem alguns sinais como créditos acelerando, olhar serviços, comércio.
08:31Tanto a indústria, temos sinais na margem.
08:34A gente pode ver uma desaceleração que no final do ano e no começo de 2025 a gente não observava.
08:38Então, o cenário que precisaria de um 15,25, a gente tinha na época,
08:43agora 14,75 ou 15, a gente conseguiu recuar um pouco por conta dessas melhoras nesses indicadores.
08:51Mas, de fato, ao meu ver, vamos ter uma taxa de juros talvez menor do que projetada anteriormente,
08:56mas ela tem que ficar nesse patamar no período prolongado
08:59até o Banco Central ficar confortável com as inflações futuras.
09:03Gustavo, muito obrigada.
09:05Sempre bom receber você aqui.
09:06Boa noite.
09:06Boa noite.
09:08Fico sempre à disposição.
09:10Obrigada.
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