José Carlos da Fonseca Júnior, presidente da Empapel, explicou como a indústria de celulose brasileira se beneficia da queda de tarifas para os EUA e da diversificação de mercados, além de destacar a sustentabilidade e competitividade global do setor.
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00:00O setor de celulose vive um bom momento com a derrubada de tarifas de exportação para os Estados Unidos e a diversificação dos mercados.
00:08Sobre isso eu vou conversar agora com José Carlos da Fonseca Júnior, que é diretor de Relações Internacionais da IBAR e também presidente da Empapel.
00:16Bom dia, José Carlos. Seja muito bem-vindo.
00:19Bom dia, Marcelo. Prazer estar aqui mais uma vez.
00:21Bom, eu queria entender como é que a crise tarifária com os Estados Unidos afetou a indústria de celulose e como é que está a situação agora.
00:30Vamos lá. O nosso setor é um setor muito parrudo, que se desenvolveu ao longo de muitas décadas, o setor das árvores plantadas.
00:40Nós cultivamos árvores para produzir uma série de bioprodutos em que o Brasil se tornou referência.
00:46Na celulose em especial, nós somos o segundo maior produtor mundial de celulose, mas somos os maiores exportadores.
00:54Ao mesmo tempo, somos o sexto maior, por exemplo, produtor de papéis do mundo.
01:04No caso da celulose, nós exportamos muito.
01:07No caso dos papéis, nós produzimos e abastemos esse grande mercado, que é o próprio Brasil,
01:12e exportamos também relativamente de forma significativa.
01:16E temos ainda os painéis de madeira.
01:18Todos esses produtos estão aí, portanto, sujeitos a essa necessidade de observarmos um momento tão fora do padrão
01:27que o mundo vem vivendo nos últimos meses em termos de comércio internacional.
01:31Só lembra pra gente, teve momentos aí em que vocês chegaram a pagar a tarifa de 50%?
01:35No caso da celulose, desde o início do tarifácio, o chamado tarifácio, a imposição foi de 10% de tarifa.
01:46Nos demais produtos da nossa cadeia, sim, nós chegamos a pagar os 10%, mais os 40%, portanto, 50%.
01:53No caso da celulose, depois da primeira fase, com 10% de aplicação de tarifa pela Casa Branca,
01:59houve uma redução à situação anterior.
02:03Portanto, estamos sem tarifa na celulose.
02:05E agora, então, voltou tudo a tarifa de 10%, é isso?
02:09Não, na celulose voltou a zero.
02:11Ah, celulose zero e o restante 10%, é isso?
02:15O restante continuamos na luta pra sair dos 50%.
02:19Ah, tem produto com 50% ainda, né?
02:22Imagino que isso dificulta muito qualquer tipo de venda,
02:24porque você jogar 50% em cima de algo que já lutava pra competir com o exterior fica bastante complicado.
02:31Isso tudo forçou vocês a diversificarem mais as exportações?
02:35Vocês conseguiram, por exemplo, ampliar os mercados externos?
02:39O nosso setor é um setor que, desde já há muitos anos, se transformou num setor altamente diversificado.
02:48Na celulose, que é o nosso principal item de exportação, o nosso principal mercado é a China.
02:54E, em segundo lugar, se revezaram, nos últimos anos, os países da União Europeia,
02:59o conjunto dos países da União Europeia e os Estados Unidos.
03:02Os Estados Unidos são um mercado importante pra nossa celulose, mas não o principal.
03:08O Brasil também abastece clientes em países da América Latina, em outros países da Ásia, além da China.
03:16Enfim, nós somos muito diversificados em termos das nossas exportações de celulose.
03:20No caso dos papéis da mesma forma, sobretudo sacos industriais e determinados papéis de embalagem,
03:27como papel, cartão, etc., nós víamos crescendo muito nos Estados Unidos.
03:31Então, estamos nos ressentindo no fundo deste momento de tarifas excessivamente altas
03:37e apostando muito nessa retomada do fio de diálogo entre o Brasil e os Estados Unidos
03:43para que seja superada essa fase, que foge totalmente do padrão habitual.
03:47O Brasil é muito competitivo, não precisa de favor, mas não pode contar com tarifas que sejam proibitivas.
03:55Claro. Agora, como é que você posiciona a indústria brasileira de celulose no panorama mundial?
04:01Nós somos, como eu disse, o maior exportador mundial de celulose.
04:05Então, somos uma referência que desenvolvemos, como eu disse também, ao longo de décadas,
04:10um modelo de negócios que nos dá uma competitividade muito significativa.
04:15Nós temos um arranjo produtivo a partir das árvores que são plantadas,
04:20do processo industrial que sempre tem estado na vanguarda da tecnologia,
04:25da descarbonização, da transição energética.
04:28Isso tudo nos dá um perfil em que nós, desde lá de trás dos anos 90,
04:34fomos buscar certificações internacionais mais rigorosas.
04:38Esses diferenciais competitivos do Brasil é que nos deram a chance de nos transformarmos
04:44no maior exportador mundial de celulose.
04:46Somos muito competitivos globalmente e com arranjo produtivo que é invejável
04:50e serve até de modelo inspirador para outros países.
04:54Quando você fala de arranjo produtivo invejável, você está falando também de sustentabilidade?
04:59Sem dúvida.
05:03Sustentabilidade, para nós, é o nome do jogo.
05:05E muito antes, até da sigla SG se tornar tão conhecida,
05:10nós tivemos a obrigação, a necessidade de encontrar o caminho da sustentabilidade,
05:18tanto do ponto de vista socioeconômico, socioambiental,
05:22do contrato social para operar onde nós operamos,
05:26do desenvolvimento da produtividade florestal para produzir mais,
05:31gastando menos, consumindo menos recursos naturais.
05:34Desenvolvemos um sistema de manejo florestal que se tornou referência mundial,
05:38que nós chamamos dos mosaicos na paisagem.
05:40O nosso setor, para dar uma ideia, cultiva, planta, colhe e replanta
05:45em mais de 10 milhões de hectares no Brasil,
05:48ao mesmo tempo que preserva mais de 7 milhões de hectares
05:51nesse sistema de mosaico que intercala e combina as florestas plantadas,
05:57que são monoculturas, com as florestas cultivadas que mantêm a biodiversidade.
06:02Então, fazemos corredores de biodiversidade e de preservação de recursos hídricos
06:07que nos diferenciam e é o que nos sustenta como setor que tem essas certificações
06:13tão rigorosas a que eu me referi no início.
06:15José Carlos da Fonseca Júnior, diretor de Relações Internacionais da IBAR
06:19e presidente da Empapel.
06:21Muito obrigado por mais uma participação aqui no Real Time.
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