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Os principais bancos americanos divulgaram lucros acima das projeções no 3º trimestre de 2025. O estrategista-chefe da Avenue, Will Castro Alves, analisa o que isso revela sobre a resiliência da economia dos EUA, os efeitos dos juros altos e o impacto da tensão entre Trump e Xi Jinping nas bolsas e nos investimentos globais.

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Transcrição
00:00Os principais bancos dos Estados Unidos começaram a divulgar os balanços referentes ao terceiro trimestre de 2025.
00:08Houve lucros acima do esperado. O que isso significa para a economia americana?
00:14Quem tem a resposta é o nosso notável Will Castro Alves, que também é estrategista-chefe da corretora Avenue.
00:22Will, obrigado mais uma vez pela sua presença semanal aqui no Conexão.
00:26Tá, já vou começar com a pergunta mais óbvia de todas.
00:30Bancos lucrando acima do esperado.
00:35Num ambiente aparentemente instável, sem muita segurança para o investidor ou muita segurança para o consumidor,
00:46isso significa que não temos um cenário de instabilidade, não temos uma sensação de insegurança.
00:53O que significa esse termômetro dos bancos americanos, os bancões, lucrando acima do esperado?
01:01Deixando claro para todo mundo que eu estou falando de instituições financeiras,
01:05desde aquelas que são os grandes bancos de varejo e aqueles que têm um perfil mais, assim,
01:12de atrair grandes investidores. Conta para a gente o que essa medida significa.
01:19E boa noite mais uma vez.
01:22Boa noite, Favale. Obrigado pela oportunidade.
01:25Bem comentado, né?
01:26A gente fala banco como se fosse uma coisa só, né?
01:30Mas você tem lá o Goldman Sachs, uma figura muito mais investment banking, muito mais um banco de atacado.
01:37Você tem no Bank of America e no JP Morgan bancos que atuam em ambas as frentes,
01:43porque são tão grandes, né? E que acabam tendo tanto na parte de varejo quanto na parte de atacado.
01:49O Bank of America vai reportar seus resultados amanhã.
01:52E você tem ali no Wells Park, um cara essencialmente de varejo.
01:57O City Group foi também um grupo que foi cada vez mais focando no varejo,
02:02saindo de operações internacionais.
02:05Enfim, diferentes bancos, diferentes resultados, mas uma tônica a gente viu hoje.
02:10Goldman Sachs, City, Wells Fargo e JP Morgan soltaram resultados melhores do que o mercado estava esperando.
02:19Resultados melhores na linha principal, na linha de lucros, que é o principal,
02:24e também na linha de receitas.
02:25Então, em geral, números bons, tá?
02:29Agora, a questão da incerteza que você comentou, o Jim Darman, o presidente do JP Morgan,
02:34ele comentou que tem esse ambiente de incerteza, existe muita instabilidade,
02:39e que apesar dessa instabilidade, apesar dessas incertezas, o consumidor continuou resiliente
02:46e os créditos continuaram sendo pagos.
02:49Na parte de mercado, o trading continuou acontecendo, ajudou as receitas recordes,
02:56por exemplo, o JP Morgan, o que mais?
02:59O mercado de renda fixa também.
03:00E a gente começou a ver também o mercado de dívida e o mercado até de IPOs ainda incipientes,
03:07mas o mercado positivo também para investment banking.
03:11Então, em geral, números positivos.
03:14E o que mais me chamou a atenção aí, cereja do bolo, eu diria,
03:17foi a chamada PDD, aquela provisão para devedores duvidosos.
03:21Quando o banco olha para frente e já provisiona, que pode eventualmente ter problema ali na frente.
03:27Então, quanto maior for a chamada PDD, mais receio o banco tem em relação
03:32àquilo que pode acontecer no futuro, um calote de empresas,
03:35calote de consumidores que não pagam seus créditos.
03:38Bom, a julgar pelos resultados, os bancos não estão tão preocupados assim.
03:42A gente não viu muito aumento na PDD, pelo contrário, os bancos até houve queda nesse sentido.
03:47Então, esse eu acho que é o ponto e o sinal principal positivo
03:51é de que os bancos, olhando para frente, não estão tão preocupados assim com a economia
03:56americana, com desaceleração ou recessão.
03:59Will, eu vou jogar uns pontos e depois eu vou pedir para a sua expertise ir ligá-los.
04:05Que é o seguinte, primeiro, se a gente apertar e falar, se tudo é comércio,
04:10o que o banco vende?
04:11O banco vende dinheiro, que é a única coisa que, aliás, ele tem no cofre.
04:16Como assim vende dinheiro?
04:17Eu preciso de um montante agora para comprar um imóvel, para financiar um negócio,
04:24para comprar um carro.
04:25É que nos Estados Unidos a história do carro é um pouco diferente do que a do leasing.
04:28Mas vamos pensar no crédito imobiliário, o tal do mortgage.
04:31Então, o banco vende o dinheiro, que é adiantar aquele montante para o mutuário comprar a casa
04:38e você fica devendo para o banco e o banco aliena o seu imóvel.
04:44Agora, o dinheiro está caro nos Estados Unidos.
04:46Houve um recuo da taxa de juros, mas nós estamos falando de taxa de juros historicamente altas.
04:54Se a gente pegar um arco dos últimos 50 anos, pós-guerra, nos Estados Unidos,
04:59salvo algumas exceções, por exemplo, o momento da Covid.
05:03Mesmo assim, as pessoas continuam comprando, entre aspas, o dinheiro do banco,
05:09indo atrás de financiamento, indo atrás desses empréstimos,
05:13que isso movimenta não só a economia, mas também é a grande roda motriz dos bancos.
05:19A grande preocupação de grandes economias é se esse fluxo fica parado.
05:23É importante o consumidor fazer essa roda girar.
05:27Como é que está esse movimento nos Estados Unidos, tendo o balanço dos bancos
05:32e levando em conta essa expressão que eu estou usando aqui,
05:36o dinheiro continua caro nos Estados Unidos?
05:38Sim, é verdade, ele continua caro.
05:42Se você olhar para o passado, taxas de juros, a taxa básica de juros da economia é em 4%.
05:494% é quando se empresta para o governo americano.
05:52Então, uma pessoa com um crédito, mesmo um crédito bom aqui,
05:57para comprar um carro, para comprar uma casa, vai pagar mais do que esses 4%.
06:01No passado, pagava bem menos, porque a taxa era muito baixa.
06:05Eu lembro que, até mesmo aqui em Miami, você ouve uma conversa com algumas pessoas
06:09que, no momento lá no passado, conseguiram pegar taxas muito mais vantajosas
06:14para comprar uma casa, 3% ao ano, por exemplo, fixa por 30 anos,
06:19que é uma característica das mortgages aqui americanas.
06:22Hoje em dia, essa mesma taxa está para cima dos 6%,
06:26mesmo que você tenha uma qualidade de crédito muito boa.
06:30Então, seja mais do que o dobro.
06:31De fato, o dinheiro continua mais caro, o que propicia para os bancos também
06:36um número maior, abre espaço para o banco ganhar um spread maior também
06:42sobre aquilo que ele paga, sobre os depósitos e aquilo que ele cobra das pessoas.
06:47Então, para os bancos, no cenário, ele não é de um todo ruim,
06:51conquanto que a gente não tem aumentos na dimplência, que é exatamente o caso.
06:55Em relação ao crescimento do crédito, ele continua acontecendo em escala um pouco menor
07:01e também através de empresas, não só do consumidor.
07:04A gente pensa muito no consumidor, que acaba que não mudou tanto o seu padrão de consumo.
07:09Ele continua ainda, eventualmente, trocando de carro e aí usando o leasing,
07:14que também tem a influência da taxa de juros.
07:16Eventualmente, o seu leasing ficou 50, 100 dólares mais caro por mês.
07:21A casa, a prestação da casa também desacelerou o mercado imobiliário,
07:26mas não travou, isso é que é importante.
07:28E a verdade é que a economia americana já conviveu com juros altos,
07:32que nem a gente vive agora.
07:33Quando a gente for voltar no tempo, década de 80 e 90,
07:37a realidade de juros era muito mais parecida com o que a gente vive hoje
07:40do que aquela realidade de juros pós-2008, que realmente foi muito baixa.
07:45Will, você que é um cara que entra na Bolsa de Valores,
07:49não precisa nem mostrar o crachá,
07:52que você está intrinsecamente ligado às Bolsas de Valores,
07:57e principalmente a maior Bolsa de Valores do mundo,
08:00que está justamente nos Estados Unidos.
08:02Eu quero voltar, a gente começa o Conexão aqui falando,
08:05de novo, dessa queda de braço entre Donald Trump, Xi Jinping,
08:09Estados Unidos e China, no meio do caminho,
08:12os grandes verbetes deste ano, né?
08:16Semicondutores, terras raras, autotecnologia, inteligência artificial,
08:21quem quiser investir, e você sempre fala das vantagens de dolarizar o investimento,
08:26os bancos americanos continuam sendo talvez um porto seguro,
08:30ou eles estão à margem, essa é a pergunta principal,
08:33eles estão à margem dessa crise com a China,
08:35ou eles podem ser afetados tanto quanto as empresas de tecnologia,
08:39ou não?
08:40Eles estão mais salvaguardados desse estresse, de novo, entre Washington e Pequim?
08:48Olha, eu diria que assim,
08:50se de fato as expectativas mais negativas,
08:55elas acontecerem com a economia americana,
08:58aí todos os setores tendem a sofrer.
09:00O que acontece?
09:01Na verdade é que assim, esses dois gigantes,
09:04existe uma simbiose entre eles ali,
09:09na qual tarifas aplicadas pelos Estados Unidos afetam a economia chinesa,
09:14são bem ruins para a economia chinesa.
09:17A economia chinesa vai tendo dificuldades,
09:19esse ano não cresce aquilo que se imaginava,
09:22começa a ter os problemas internos,
09:24sobre oferta de alguns produtos,
09:26falta de crescimento,
09:28que é o motor da economia chinesa
09:30e já exauriu um pouco aquele modelo
09:32só do investimento na infraestrutura interna.
09:36Então, tarifas são bem ruins para a China.
09:40Agora, esses controles de exportações de minerais raros
09:44também afetam o cerne da economia americana,
09:47que é a sua capacidade de consumir e produzir
09:50e consumir semicondutores,
09:53ainda mais os de mais qualidade.
09:54A gente fala de uma eletrificação da economia,
09:57carros elétricos,
09:58olha, tudo isso só é possível
10:00se todos esses subprodutos
10:03que são hoje exportados pela China
10:05continuarem fluindo.
10:07Se não continuar, não acontece, não tem como.
10:10Então, também é muito ruim para os Estados Unidos,
10:12essa que é a verdade.
10:13E aí o mercado fica nesse meio de campo ali,
10:16tentando entender.
10:18A meu ver, a minha opinião,
10:19é que é um, como a gente fala aqui,
10:21building up, você está aquecendo
10:24para as negociações em tese,
10:27no dia 1º de novembro,
10:28entre Donald Trump e Xi Jinping,
10:31que se encontrariam,
10:32ou estão planejando esse encontro
10:33para conversar aí os dois cada vez mais,
10:36se alavancando naquilo que podem.
10:38Estados Unidos batendo a tecla da tarifa
10:40e a China dos minerais raros,
10:42para, na hora da negociação,
10:45chegarem em condições melhores
10:46ou chegarem mais fortes para negociar.
10:50Will Castro Alves,
10:51sempre abrilhantando a nossa programação.
10:55Não é nenhum exagero,
10:56charná-lo, então, de notável
10:58aqui do Times Brasil,
10:59licenciado exclusivo CNBC.
11:01O Castro Alves,
11:02que também é estrategista-chefe da Avenue.
11:04Espero reencontrá-lo semana que vem, Will.
11:06Obrigado mais uma vez e até lá.
11:08Obrigado.
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