O analista Alberto Ajzental detalhou a alta de 0,26% do IPCA em maio, abaixo do esperado pelo mercado. Ele explicou os fatores por trás da desaceleração, os impactos do clima e os itens que mais pesaram no bolso das famílias.
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00:00O índice nacional de preços ao consumidor amplo, o IPCA, alta de 0,26% ficou abaixo do que estava sendo previsto, esperado pelos economistas.
00:09Mas o que será que pode ter acontecido para que esse índice viesse menor do que o esperado?
00:14Alberto Azental já está por aqui, como sempre, preparadíssimo para trazer a análise aprofundada dele sobre essa inflação de maio.
00:22Tudo bem, Azental? Boa tarde.
00:24Nath, tudo ótimo. Boa tarde para você e boa tarde para todo mundo que nos assiste.
00:31Já falamos mais cedo sobre alguns dados, tivemos até uma entrevista sobre isso, mas o seu olhar é sempre muito interessante, muito específico.
00:40Então, queria te ouvir sobre os principais números que você pensou aí, vindo agora em maio, também acumulado de 12 meses, por favor, Azental.
00:47Nati, então vamos falar, vamos já chamar a primeira arte, porque a gente já vai analisar por itens e a gente já vai dar uma olhadinha
00:58quem são os vilões e quem são os mocinhos desse IPCA maio de 2025.
01:04Então, dá para ver pela arte que esse índice, o índice geral, que é o que a gente chama de IPCA, acumulado em 12 meses, ele está em 5,32, abaixo de 5,53.
01:17Aí a pergunta é, por que ele caiu nesse acumulado?
01:20Basicamente, ele caiu porque esse maio veio a 0,26 e acabou deslocando, cancelando o maio do ano passado, que tinha sido 0,46.
01:32Então, esse maio veio abaixo do maio anterior, aí o 12 meses acumulado, ele acaba caindo.
01:39Análise que a gente pode fazer, olhando do ponto de vista das famílias, olha nesse acumulado, alimentos e bebidas a 0,733, educação 0,627 e saúde a 0,566.
01:53São todos os itens que atingem, vamos usar essa palavra, atingem diretamente.
02:04Você tem depois a habitação, que é importante, mas a habitação 4,53 acabou aliviando um pouco, Nath.
02:12E eu acho, se você quiser me fazer uma pergunta, ou depois a gente já vai então para item a item e fazer uma análise sobre os itens, principalmente esses que a gente acabou de falar.
02:24Minha pergunta acho que tem a ver então com o seu próximo assunto, sobre item a item, queria te ouvir especialmente sobre combustíveis, porque disso a gente ainda não tratou.
02:32Então, vamos lá, então agora a gente vai esmiuçar, quem são os bandidos da história, os vilões da história, né?
02:43Sempre tem, então esse mês Carnes praticamente subiu 1% e ele no acumulado está em 23%, café esse mês subiu 4,6%, acumulado em 12%, 82%.
03:00Energia é vilão, energia é vilão, subiu 3,62 com essa bandeira amarela que entrou e com perspectiva de bandeira vermelha, a gente vai falar disso lá para frente.
03:12E por incrível que pareça, GLP, que é o gás, o botijão de cozinha com 0,5% e no ano, em 12 meses, 6,17%.
03:21Esses são os principais vilões e os mocinhos, tem notícia boa, cereais caiu 3%, tubérculos que são as batatas no mês caiu 2%, hortifruti 1%, óleo de soja caiu 1,2%.
03:37Isso é boa notícia, porque diminui um pouco a pressão inflacionária sobre os alimentos, que a gente sempre fala, atinge muito mais proporcionalmente as famílias mais pobres.
03:50E esses itens que a gente está falando não são industrializados, são os itens de feira.
03:56Agora, transportes caem, porque a aérea caiu 11,31 no mês, mas quando sobe, a gente sempre fala que sobe e quando cai, é sempre a primeira, a que mais cai.
04:09Então, a aérea é muito volátil e uma pequena parte da população que utiliza, então atinge as camadas mais pobres.
04:18Gasolina é importante, caiu 0,66%, a tendência é cair, porque a gente sabe que a Petrobras diminuiu o preço na refinaria, etanol 0,91% é super importante também.
04:30Gasolina é mais importante e diesel, 1,30% de queda, atingindo menos as famílias e mais os nativos.
04:40E, Azental, essa queda no preço dos alimentos, ela se deve, é mérito de fatores internos ou é uma coisa que aconteceu globalmente?
04:50É muito mais climático do que global, principalmente que os itens que a gente menciona são itens de cultivo de ciclo rápido e consumo local.
05:01Eles têm baixo valor agregado, não são commodities.
05:05Se a gente fala um pouco em termos de feijão, é um consumo local, não é uma commodity mundial.
05:12O arroz, por um lado, é, mas tubérculos, batata, mandioca, cenoura, não.
05:17É produção rápida, local e de consumo local, hortifruti idem.
05:22Então, não diz respeito às commodities como café ou carne, que são itens comercializados mundialmente, que o Brasil é um grande exportador e a gente viu que subiu.
05:35E esses sobem aqui quando sobem dólar lá fora e sobem aqui quando o dólar sobe, a moeda sobe aqui dentro.
05:43Então, você tem os itens de feira, por isso que a gente fala, aqueles itens do dia a dia de feira estão mais baratos.
05:48Isso é bom para as famílias mais pobres, sim.
05:50A gente pode falar de acumulados de 12 meses, se você quiser a gente falar um pouco de tendências.
05:56Vamos nessa?
05:57Vamos nessa, acumulado então e olhar para frente, tendência para os próximos acúmulos que virão.
06:04Vamos lá, então a gente já chama a próxima arte para olhar o que está acontecendo com o IPCA.
06:12Então, se a gente olha esse gráfico, alguém pode virar e falar assim,
06:17opa, agora a inflação cai, porque a inflação está em 5,32 e nos dois meses anteriores ela estava em 5,5, na faixa de 5,5.
06:30Ah, então agora vai cair, agora vai dar tudo certo.
06:34A resposta é não necessariamente, porque a gente vê que a inflação vem subindo desde abril, não está no gráfico,
06:42mas desde abril vem subindo, você percebe que de maio do ano passado até esse maio só sobe e só sobe ou só subiu.
06:52E você vai lá em agosto, teve uma quedazinha de 4,2 e não reverteu a alta.
06:59E quando chega em janeiro de 25, teve também uma quedazinha lá, 4,6 e também não reverteu a alta.
07:07Então, não necessariamente o 5,32 quer dizer que haverá uma reversão de alta.
07:14Até porque, se você der uma olhadinha no boletim Focus dessa segunda-feira, a previsão para o final do ano é 5,44.
07:22Então, é acima do que esse valor de maio.
07:26E também, Nath, a gente tem que falar o seguinte, energia elétrica deve ter pressão inflacionária,
07:33porque deve ir para a bandeira vermelha com escassez de chuva.
07:38E escassez de chuva que a gente está entrando agora, julho, agosto, setembro,
07:43ele impacta no preço da carne, no preço do leite, no preço dos derivados e de vários produtos agrícolas.
07:51Então, a tendência, pressão de inflação é a questão do clima.
07:58E, por outro lado, a favor é a Petrobras eventualmente diminuindo o custo ou preço na refinaria de,
08:05eventualmente, caso ela promova isso, gasolina, diesel e GLP.
08:12Então, se a Petrobras trabalhar nesse sentido de abaixar os preços,
08:16menor pressão inflacionária, principalmente em transportes.
08:19Agora, o clima a gente não tem controle.
08:22E, via de regra, sobem os preços no meio do ano.
08:25E é isso, né?
08:27Esse fator sazonal aí.
08:29Então, época de seca começando agora.
08:31Muito obrigada, Alberto Azental.
08:33Sempre muito bom, muito rico ouvir você em todos os sentidos.
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