Ibovespa B3 fecha com 141 mil pontos pela 1ª vez na história e já renova recorde; entenda

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Mesmo com a liquidez reduzida pelo feriado nos EUA, o Ibovespa B3 bateu novo recorde puxado pela decisão do STF sobre o IOF. Felipe Corleta, da The Link Investimentos, analisa o impacto político no mercado e as expectativas com o tarifaço de Trump e a possível queda da Selic no Brasil.

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00:005 horas, 11 minutos, hora de tratar do fechamento do mercado, tivemos aqui um dia com menos

00:11liquidez por conta do feriado nos Estados Unidos, mercados por lá fechados, isso acaba

00:16diminuindo globalmente a liquidez, mas aqui no Brasil o Ibovespa B3 fechou em alta e motivado

00:23principalmente pela decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, de zerar o jogo

00:29na questão do IOF, o imposto sobre operações financeiras, voltou a ser o que era antes

00:34de o governo decidir via decreto aumentá-lo algumas semanas atrás, vamos ver aqui então

00:39o desempenho do Ibovespa B3 nessa sexta-feira, fechou com uma alta de 0,23 por dia, perdeu

00:45fôlego no finalzinho, estava subindo mais, acabou invertendo ali a tendência, mas ainda

00:51fechou no território positivo aos 141.247 pontos, ou seja, renovou o recorde, a gente

00:58lembra que ontem o Ibovespa B3 fechou na maior pontuação nominal da história, como

01:04hoje ele terminou no positivo, aumentou ainda mais essa pontuação, novo recorde aqui a

01:10ser atingido.

01:12Tivemos aqui com as maiores altas dessa sexta-feira, AZT Energia subindo mais de 18%,

01:17CEMEP 9,5%, UNIPAR 6,74% e VETZEL 4,92%.

01:26O dólar hoje fechou também em alta de 0,33%, negociado a R$ 5,42.

01:33O dólar hoje não fugiu muito disso, ficou ali entre R$ 5,40, R$ 5,42, não teve tanta

01:38volatilidade assim.

01:41Para a gente entender esses números que determinaram o fechamento do mercado nessa sexta-feira,

01:47eu vou conversar agora com o nosso glorioso Felipe Corleta, sócio da DELINC Investimentos.

01:53Corleta, boa tarde para você.

01:55Hoje foi o Xandão que interferiu no mercado, Corleta?

01:59Boa tarde, Turce.

02:00Boa tarde para todo mundo que se liga aqui no Times Brasil.

02:03Acho que sim, acho que teve alguma influência do cenário político, houve não só essa

02:09medida que anulou os decretos referentes ao IOF, mas também declarações do Hugo Mota

02:17colocando panos nessa guerra aberta que a gente tem entre governo e Congresso, dizendo que o

02:22tema do IOF não encerra discussões, não significa um rompimento do Congresso com o governo.

02:28governo, então teve esse tom aí da política doméstica um pouco mais morna do que o que

02:35a gente viu ao longo da semana nessa sexta-feira.

02:38Eu acho que isso sim pode ter impactado, mas é importante a gente notar que hoje foi

02:43um dia que, embora a gente tenha renovado o máximo histórico, uma nova máxima para

02:47a Bolsa, foi um dia onde o mercado negociou R$ 5 bilhões.

02:51Quer dizer, a média diária de negociações das ações do índice Bovespa é de R$ 16,

02:56R$ 17 bilhões.

02:58Então, a gente teve menos do que um terço do que é tradicionalmente negociado.

03:03Então, essa falta de liquidez faz com que os movimentos do mercado sejam de menor validade

03:09estatística para análise posterior.

03:11Então, na segunda-feira, efetivamente, a gente vai ver como é que os mercados reagem a tudo

03:15isso.

03:16Lá no exterior, o dia foi negativo.

03:18Os futuros da Bolsa americana, que negociou em Chicago, apesar do feriado, fizeram queda

03:24de 0,60.

03:25Então, o S&P 500 recuando dos recordes históricos, muito provavelmente na segunda-feira, segundo

03:32o mercado futuro.

03:33A Europa também caiu.

03:34E tudo isso é na esteira de declarações do Trump, hoje ao longo da tarde, em que os

03:41países começam a pagar as tarifas em 1º de agosto e que, a partir de amanhã, já

03:44começam a sair as cartinhas com tarifas entre 10% e 70% para determinados parceiros

03:51comerciais.

03:51Ele quer finalizar essa entrega das cartinhas até o dia 9 de julho.

03:57Então, isso trouxe de volta a atenção comercial para o mercado.

04:00A expectativa é lógica, para daqui a pouco as declarações do Trump, que em uma grande

04:05vitória política e com o seu perfil bastante confiante, para não dizer fanfarrão, a gente

04:13deve ver o Trump ter um discurso bastante energizado e isso pode trazer aos investidores

04:20e aos observadores de mercado algum tipo de receio na medida que ele deve comentar, além

04:26dos problemas fiscais que podem ser causados por essa proposta aprovada pelo Congresso

04:31americano, que ele vai assinar, também o tema da política comercial.

04:36Então, isso certamente vai estar no imaginário geral dos investidores na abertura na segunda-feira.

04:41Coroleta, para o dólar, hoje vale a sua análise para a Bolsa também?

04:45Menos liquidez e, portanto, cada movimento conta mais?

04:50Olha, o dólar, hoje, ele seguiu um pouco mais essa dinâmica externa, mais negativa,

04:56especialmente com esse tema das tarifas.

04:59Isso tem um dólar recuando de níveis mínimos que ele registrou em quase um ano.

05:05Então, a gente tem aí, sim, um dia de menor liquidez global e esse movimento mais moderado,

05:10tanto do dólar quanto da Bolsa, muito próximo do 0 a 0, apesar da alta da Bolsa, leve alta

05:15do dólar, tudo muito próximo da estabilidade.

05:18O investidor estrangeiro não participou do mercado praticamente hoje aqui, então a gente

05:23não teve a atuação muito intensiva de corretoras estrangeiras no mercado.

05:27Então, isso tudo tira um pouco da validade desses movimentos.

05:31É um dia que a gente aqui, inclusive, recomenda para os clientes, é feriado nos Estados Unidos,

05:36é feriado aqui também para o nosso mercado, porque não dá para operar na Bolsa, não

05:42dá para fazer esse tipo de operações, já que é extremamente reduzido o volume negociado

05:47em relação à média.

05:49Coroleta, para a semana que vem, o que a gente imagina, então, é que o tarifácio vai

05:52imperar?

05:52O discurso do Trump vai ser a tônica da abertura da semana, sem dúvidas, e ao longo

06:00da semana a gente tem um indicador muito importante nos Estados Unidos a ser divulgado, que é a

06:04ata da última decisão de política monetária do FED.

06:07Isso aí vai esclarecer um pouco aos investidores qual que é a barra que o FED tem para cortar

06:13os juros.

06:14Depois do payroll de ontem, depois dos números do mercado de trabalho de ontem, foram

06:18divulgados muito acima do que o mercado esperava, mostrando uma economia americana extremamente

06:22aquecida ainda, isso afastou qualquer chance de cortes de juros já nesse mês.

06:28Mas o mercado segue otimista de que em setembro os juros nos Estados Unidos caem.

06:33Então, esse documento a ser divulgado na próxima semana, certamente vai fazer preço no mercado.

06:39Aqui no Brasil, é uma agenda relativamente esvaziada, mas a gente vai ver o número de

06:44vendas do varejo, que se compondo com outros indicadores econômicos, como produção industrial,

06:49como setor de serviços, como o próprio CAGED, taxa de desemprego, pode trazer essa sensação

06:55geral que os investidores têm nesse momento, que é que a economia brasileira está resfriando,

07:00ou pelo menos desacelerando, o que pode permitir que a Selic caia, quem sabe no final desse ano,

07:06quem sabe logo no começo do próximo, em um momento em que a gente vem de pouco tempo

07:12atrás o mercado precificando só para a metade do ano que vem, aí um corte na Selic.

07:16Então, esses indicadores da economia mais frágeis que têm saído aqui no Brasil, isso

07:21tem trazido essa expectativa para, essa antecipação da expectativa do corte da Selic, e isso também

07:27contribui para esse movimento aí de bolsa em recorde de história.

07:32Corleta, na virada do ano, já havia um começo de percepção ali de que a economia brasileira

07:36estava colocando o pé no freio, e depois vieram outros dados aí mostrando o contrário.

07:41Nesse momento, você diria que há uma convergência maior de indicadores atestando que a gente

07:47pode sim, dessa vez, estar pisando no freio?

07:51Sim, porque a gente começa a ver não só os indicadores antecedentes, aqueles que costumam

07:56se movimentar antes do PIB, antes do ciclo econômico, como PMI, indicadores de alta frequência,

08:01já apontando para a economia brasileira em níveis um pouco mais mornos do que o que

08:08a gente via.

08:09É verdade que indicadores como emprego, taxa de desemprego, ainda mostram uma economia

08:15bastante resiliente, mas a gente já vê também no mercado de crédito, costumando antecipar

08:20os movimentos do PIB, um resfriamento importante em resposta a essa taxa de juros tão alta e

08:25que o Banco Central precisa impor para conter as expectativas de inflação futuras.

08:30Então, acho que sim, a expectativa aqui na casa entre os analistas é de que a gente

08:36deve ter um segundo semestre de crescimento mais moderado, ainda positivo, não projetamos

08:42recessão no Brasil no horizonte visível e essa deve ser a tônica, na nossa opinião,

08:49do segundo semestre.

08:50Essa desaceleração acontecendo mais rápida pode ser benéfica para os mercados, na medida

08:55que o mercado antecipe um corte da Selic e aí para dezembro, novembro, dezembro, janeiro,

09:00esquece tudo, esquece indicador econômico, esquece política monetária, o mercado vai

09:05começar efetivamente a operar as eleições de 2026.

09:09Então, essa é a nossa cabeça aqui olhando para esse segundo semestre.

09:13Ainda a primeira metade do segundo semestre, muito dependente dos dados econômicos, muito

09:19dependente do movimento da taxa de juros, do movimento esperado para a taxa de juros e aí

09:23a partir do quarto trimestre, começo do próximo ano, o mercado deve operar muito mais as propostas

09:30de política econômica dos dois lados, as pesquisas eleitorais, as probabilidades implícitas

09:35de manutenção de uma plataforma de governo ou eventualmente de uma troca que pode ser

09:40projetada.

09:41Felipe Corleta, sócio da The Link Investimentos, valeu Corleta, obrigado, seguimos então acompanhando

09:47o que é que o presidente Trump vai falar logo mais.

09:50Um abraço, bom fim de semana.

09:52Um abraço, nos vemos na segunda, vai ser no final de semana.

09:54Valeu.

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