O tarifaço de 50% imposto pelos EUA colocou o Brasil em teste. Vinicius Torres Freire analisou os impactos para indústria e agronegócio, que buscam negociar em Washington e recalibrar exportações. O campo político segue como principal gargalo.
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00:00Há um mês entrou em vigor a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros.
00:08De lá para cá foram diversas tentativas de negociação por parte do governo brasileiro,
00:14medidas para tentar amenizar os prejuízos para o setor exportador e busca por novos parceiros comerciais.
00:21Representantes da indústria e do agronegócio também atuaram na linha de frente
00:26para encontrar uma solução junto com o governo americano.
00:30Mas por enquanto não houve nenhuma mudança.
00:35O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros no dia 9 de julho.
00:44Para justificar o aumento de 10% para 50%, o governo americano afirmou que o Brasil
00:50adotou ações que representam ameaça à segurança nacional, à economia e à política externa americana
00:57e ainda fez críticas ao governo, como perseguir o ex-presidente Jair Bolsonaro.
01:03No fim do mês, o presidente americano assinou o decreto que oficializou a imposição da tarifa
01:09e decidiu deixar quase 700 itens sem a cobrança extra.
01:14Mas produtos muito exportados para os Estados Unidos ficaram de fora dessa isenção, como o café e a carne bovina.
01:22Este mesmo decreto definiu dia 6 de agosto como a data para a nova tarifa entrar em vigor.
01:29No mesmo dia em que a taxa de 50% começou a valer, o presidente Lula deixou claro,
01:35numa entrevista à agência de notícias Reuters,
01:37que não via espaço para negociar diretamente com Donald Trump e que não iria se humilhar.
01:44E pode ter certeza de uma coisa, pode ter certeza.
01:48O dia que a minha intuição me disser que o Trump está disposto a conversar,
01:56eu não terei dúvida de ligar para ele.
01:58Mas hoje a minha intuição diz que ele não quer conversa e eu não vou me humilhar.
02:04Ainda no dia 6 de agosto, o governo acionou formalmente a Organização Mundial do Comércio contra o Tarifaço,
02:12mas sempre reforçando estar aberto ao diálogo com os Estados Unidos.
02:17Para amenizar os impactos à indústria e ao agronegócio,
02:21o governo brasileiro fez diversas reuniões com setores afetados
02:24para colocar em prática um plano de socorro aos exportadores.
02:28O pacote foi chamado de Plano Brasil Soberano
02:32e a principal medida foi uma linha de crédito de 30 bilhões de reais para ajudar as empresas.
02:39Outra estratégia do governo brasileiro tem sido a abertura de novos mercados
02:43em países como Canadá, Índia e Vietnã.
02:46O Planalto também acionou a Lei de Reciprocidade, aprovada em abril,
02:51que autoriza medidas comerciais simétricas contra países que imponham barreiras unilaterais
02:57as exportações brasileiras.
02:59O objetivo é dar ao Brasil instrumentos para reagir enquanto busca novos parceiros.
03:05No primeiro mês do tarifaço, a balança comercial entre os dois países
03:10continuou favorável aos Estados Unidos.
03:13Em julho, as exportações brasileiras para os Estados Unidos
03:16somaram 2 bilhões 760 milhões de dólares, queda de 18,1%.
03:24As importações chegaram a 3 bilhões 990 milhões de dólares, uma alta de 4,6%.
03:33Assim, a balança comercial com os americanos resultou num déficit de 1 bilhão 230 milhões
03:40de dólares no mês passado.
03:43Paralelamente ao trabalho do governo, a Confederação Nacional da Indústria
03:47levou a Washington uma comitiva de 130 empresários.
03:51Federações e associações setoriais nesta semana.
03:56Ao analisar o resultado da viagem, o presidente da entidade, Ricardo Albão,
04:01disse que a missão foi cumprida no que cabe ao setor privado.
04:04Encontros com o Departamento de Comércio, com o Departamento de Estado,
04:09parlamentares e audiência no USTR, que investiga práticas comerciais brasileiras.
04:16A Albão reconheceu, porém, que nenhuma solução concreta saiu da mesa
04:21e que a remoção ou redução ampla das tarifas exige negociação de governo para governo.
04:28A indústria coube preparar o terreno, reduzir ruídos e apresentar ativos de interesse bilateral.
04:35Nós entendemos que fizemos aqui um trabalho de uma diplomacia empresarial
04:39na qual ela tem as soluções de continuidade necessárias.
04:44E quais são as soluções de continuidade necessárias?
04:46É sermos facilitadores de uma mesa que venha a ser constituída de negociação,
04:51quer seja para redução de tarifa, quer seja para exceções, quer seja para novas oportunidades.
04:57Enquanto a indústria abriu portas, o agronegócio levou aos Estados Unidos uma defesa técnica
05:03contra a investigação iniciada com base na sessão 301 da Lei de Comércio.
05:10A CNA rebateu acusações de práticas desleais e sustentou que a competitividade do setor
05:17decorre de condições naturais, pesquisa e inovação, e não de benefícios indevidos.
05:24Nossa cobertura de acordos comerciais é extremamente limitada, todo mundo sabe disso, né?
05:29Nosso principal parceiro comercial em termos do agro é a China e as nossas exportações vão para a Ásia.
05:36E a gente não tem nenhum acordo comercial com esses países.
05:39E só a gente fez uma conta na CNA que só 5,5% das exportações do agro brasileiro
05:44são beneficiadas de algum tipo de acordo.
05:46Então o nosso crescimento no mercado internacional não tem relação nem com tarifas preferenciais,
05:51que é uma das acusações que eles colocaram, nem com práticas desleais.
05:55Vinícius Torres Freire, analista de política e economia, participa, mesmo que a distância,
06:02aqui do nosso jornal Times Brasil, licenciado CNBC.
06:06Vinícius, passado um mês do cenário aí do tarifaço, tem alguma chance de mudança de perspectiva?
06:16Porque aqui, até se a gente for olhar os números, o balanço é positivo.
06:21Mas o que me chamou a atenção ao longo da semana foi uma frase dita pelo chefe da missão do CNI,
06:27a Confederação Nacional da Indústria, missão cumprida.
06:30O que também abre uma interpretação para lavamos as nossas mãos, fizemos o que foi possível
06:37e agora vamos tentar colher os frutos.
06:40A pergunta é, quais são esses frutos?
06:43Boa noite, obrigado por participar aqui mais uma vez, Vinícius.
06:47Boa noite, Favali, boa noite para todo mundo.
06:50O que os empresários estão fazendo?
06:52Fizemos, não é bem lavamos as mãos, fizemos o que pudemos ao nosso alcance.
06:56A esperança maior agora, Favali, é o seguinte,
07:00que as contrapartes, clientes, fornecedores, matriz e filiais nos Estados Unidos,
07:05dessas empresas que estão sendo prejudicadas,
07:08levem o seu lobby para a Casa Branca e consigam cavar alguma isenção a mais.
07:13Foi o que aconteceu com as isenções, com as 694 isenções
07:17que os Estados Unidos abriram para o tarifácio lá no dia 6.
07:22Por que eles abriram essas isenções?
07:24Porque tinha empresa bem situada e disse,
07:26olha, impostas de importação sobre isso aqui vai causar problema.
07:30Alguns setores não conseguiram e a gente não sabe muito bem por quê.
07:33Então, desde então, as confederações, as associações empresariais e empresas
07:38estão fazendo esse trabalho.
07:40Abriram escritório de lobby, estão procurando seus contrapartes para fazer o quê?
07:44Conseguir um caminho das pedras para abrir mais uma exceção.
07:48Agora, a diplomacia empresarial é uma coisa.
07:51Aliás, nem existe diplomacia empresarial, é uma invenção.
07:54Eles estão fazendo o quê?
07:55Estão tentando cavar um negócio pelos meios que eles conhecem,
07:58que é por meio de contrapartes de negócios.
08:00O resto, e o resto é muito grande, depende da Casa Branca.
08:05E, nessa visita, os empresários ouviram do número 2 da Casa Branca,
08:10como você muito bem lembra, o Christopher Landau,
08:13Casa Branca não, o número 2 do Departamento de Estado,
08:16o seguinte, a questão é política.
08:19Ele falou com todas as letras.
08:21É política.
08:22Não adianta vir aqui, enquanto vocês não forem à Brasília,
08:26segundo ele, resolver o problema que é insoluvo,
08:28porque não pode ter interferência de poder executivo,
08:31do poder judiciário, como a gente muito bem sabe.
08:34Então, por essa perspectiva, a coisa vai mal,
08:37porque não há canal nenhum de negociação,
08:40inclusive os secretários de comércio,
08:42o Lutnik e o secretário de visor,
08:44o Bessens, que estavam conversando um pouquinho com o Brasil,
08:47fecharam as conversas e mandaram o governo do Brasil
08:50procurar a Casa Branca e o Departamento de Estado.
08:52Então, por aí, se fechou.
08:54O que o Brasil fez?
08:55Fez um programa, um plano para remediar a situação
08:58de algumas empresas mais atingidas,
08:59e isso no curto prazo.
09:01Está tentando abrir mercados.
09:02Isso é uma coisa que demora,
09:03e o Brasil tem feito isso constantemente.
09:05E daí, vai se tentar um modo de atenuar a crise.
09:11Algumas empresas muito boas,
09:12porque as empresas exportadoras são muito boas,
09:14têm bom produto, boa qualidade,
09:16são capazes de vender seu peixe,
09:18vão ser prejudicadas.
09:19Então, assim, o caminho está fechado.
09:22Esse é o problema e tem o risco de a gente ainda ter sanções adicionais
09:25a depender da reação americana ao julgamento do ex-presidente Bolsonaro
09:30na semana que vem.
09:31Aliás, o julgamento é nossa, é intenso, né?
09:33E, Vinícius, agora, trazendo para o que eu vou chamar aqui de chão da realidade,
09:38que é o seguinte, independente do presidente,
09:40independente de que país nós estejamos falando,
09:43todo chefe de Estado ou chefe de governo,
09:45ele é vítima de uma palavra que governo e população não gostam de ouvir,
09:50inflação.
09:50Ainda os números inflacionários dos Estados Unidos não são, assim, tão negativos.
09:55A gente teve aí um número que chamou a atenção na sexta-feira,
10:00baixa geração de emprego,
10:02os Estados Unidos saíram do chamado pleno emprego, ok.
10:06Mas a inflação ainda não é um amarelo piscante.
10:09Ainda há.
10:10Talvez seja.
10:11Como você muito bem me lembrou,
10:12são quase 700 produtos que foram retirados da lista do tarifácio.
10:17Porém, olhando para os produtos,
10:20alguns deles que não foram retirados da lista do tarifácio,
10:24café, carne, frutas, suco de laranja.
10:27Café e carne é impossível de tirar a associação desses produtos
10:33com o consumo médio dos americanos.
10:36Você aposta que, por conta desses altos custos,
10:40que são muito consumidos pela classe média,
10:43classe média baixa nos Estados Unidos,
10:45a hora que isso começar a pesar no bolso,
10:47esse problema vai bater a porta da Casa Branca?
10:50Olha, essa é uma esperança.
10:54Porque café brasileiro não tem substituto,
10:57e eu não sei como é que vai ser esse negócio,
10:59a gente ainda está para ver o resultado do tarifácio.
11:01Porque não tem esse volume de café no mundo,
11:03muito menos do café que o Brasil produz,
11:06que exporta para lá.
11:07E hambúrguer também vai faltar, vai ficar caro.
11:09Claro que eles podem importar, tentar importar de alguns países,
11:13mas estavam importando do Brasil por quê?
11:14Porque o preço e a qualidade eram bons.
11:17E a indústria americana de carne está numa baixa de quase 60 anos.
11:22O rebaio nunca foi tão pequeno,
11:23o preço nunca teve tão alto, a carne está subindo.
11:26Agora, eu acho que essa reação vai depender,
11:29se ela vir a causa da inflação,
11:31ela vai vir quando a inflação subir para um nível geral
11:34que comece a bater nas costas do Trump.
11:37A água começa a bater nas costas do Trump,
11:39e aí a gente tem um problema econômico mais sensível.
11:43Embora o Trump tenha dito essa semana
11:45que os indicadores econômicos bons mesmo vão aparecer em um ano.
11:49Então, parece que ele está se preparando para uma baixa,
11:52acreditando que vai uma melhora daqui a um ano,
11:54tanto no emprego como na inflação.
11:56A inflação não subiu ainda,
11:58pelo menos diz uma certa corrente de analistas, um grande,
12:02porque as empresas estão fazendo o quê?
12:04Não estão repassando, por enquanto,
12:06mais ou menos 70% do aumento de impostos está ficando nas empresas,
12:11mas elas estão cortando custos e não estão contratando.
12:15E é talvez por isso que o emprego esteja baixo.
12:17Então, assim, é possível que esse aumento ainda apareça.
12:20Mas tem muito produto que, quando chega à gôndola,
12:25ele levou seis meses para você produzir a matéria-prima,
12:29comprar a matéria-prima,
12:30até ele ser terminado como um produto de consumo na gôndola.
12:34Isso aí, às vezes, demora tempo, como eu falei,
12:36às vezes até seis meses.
12:37Então, tem muito preço que simplesmente não apareceu,
12:40muito aumento que ainda não apareceu,
12:41porque demora mesmo, a cadeia produtiva demora.
12:44Então, tem vários fatores aí que podem fazer com que a inflação
12:46suba para um nível desconfortável.
12:48Mais importante, não é só a inflação que conta.
12:50Se você tem um salário subindo muito acima da inflação,
12:53você tem uma compensação.
12:55Agora, o aumento de salário nos Estados Unidos
12:57está em 3,7% ao ano, na média.
12:59Se a inflação sobe para 3,1%, 3,2%,
13:02como tem estimado muito analista,
13:05inclusive o FED, no final do ano,
13:07então ela vai estar comendo quase todo esse aumento de salário.
13:10O nível de salário já não estava bom.
13:12Isso pode pressionar, politicamente, o governo americano.
13:17Embora, ao que parece, eles estejam preparados
13:19para aguentar o tranco durante muito tempo,
13:21a não ser que a gente tenha uma catástrofe inflacionária
13:23de emprego aí pela frente.
13:25Mas eu acho que o problema vai vir mais pela inflação geral
13:28do que pela inflação do café, do hambúrguer, por exemplo.
13:33Inícios Torres Freire, eu agradeço a primeira participação.
13:36A gente ainda volta a se falar aqui no jornal Times Brasil,
13:39licenciado do CNBC, porque ainda tem pronunciamento do Lula.
13:42Vinícius, até já.
13:43Até.
13:44Eu converso agora com o Sérgio Waden,
13:47que é presidente da ANFACER,
13:49Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica
13:52para Revestimentos e também chefe do Grupo Lamosa no Brasil.
13:57Aqui eu começo agradecendo a presença e desejando uma ótima noite.
14:01Boa noite, Sérgio.
14:02Eu queria emendar essa conversa que eu estava tendo com o nosso analista,
14:05o Vinícius Torres Freire, que é o seguinte, né?
14:07Então, hoje completa um mês,
14:09desde que as tarifas de 50% do Donald Trump começaram a valer.
14:14Qual foi o impacto, pelo menos esse mais sensível no setor aí
14:18que você está diretamente inserido, que é esse setor do cerâmico,
14:23principalmente na questão de exportação desse produto brasileiro.
14:28Imagino eu, produto competitivo, de boa qualidade,
14:31por conta da diferença do câmbio.
14:34Temos um preço convidativo.
14:37Nesses últimos 30 dias,
14:39como é que o setor cerâmico se comportou?
14:41Quais foram os impactos?
14:42Boa noite, obrigado pela oportunidade de participar com você
14:48e esclarecer algumas coisas com relação a como estamos avançando
14:53no tratamento, na verdade, dessas tarifas.
14:58diretamente à resposta à sua pergunta do impacto nesse primeiro mês,
15:06que é o mês de agosto,
15:08de tarifas, dessas tarifas adicionais,
15:13a gente observou uma queda de 62%
15:18quando comparado com o mesmo mês do ano passado.
15:22Então, esse é o dado que a gente considera
15:27que são os efeitos que começam a aparecer,
15:32que eu tenho chamado da primeira onda,
15:36que é o impacto que essas tarifas vão gerar na exportação,
15:44diretamente na exportação.
15:46Eu, obviamente, a gente tem nítido de que esses impactos,
15:54na medida em que o tempo vai passando,
15:57eles começam a ter efeitos colaterais.
16:00Então, a gente certamente vai ter efeitos em investimentos,
16:07em empregos gerados no setor.
16:09O setor hoje de indústria cerâmica no Brasil
16:13é responsável por mais de 50 mil empregos.
16:17Então, esse impacto,
16:19ele tende a se desdobrar nos próximos meses,
16:24gerando consequências também em outros âmbitos.
16:30Agora, podem...
16:31É possível já prever,
16:34vocês já começaram a trabalhar em mitigações,
16:38o que as empresas brasileiras,
16:40principalmente no setor que você está inserido,
16:41podem fazer, o que podem fazer
16:43para adotar medidas emergenciais,
16:45para tentar, pelo menos, amenizar essas perdas?
16:48A gente sabe que as negociações continuam.
16:51O que a gente tem falado,
16:52estamos cobrindo isso aqui diariamente,
16:54há 30 dias,
16:55é que alguns setores,
16:57alguns industriais,
16:59procuraram outros mercados.
17:01A cerâmica brasileira,
17:03essa de revestimentos,
17:04tem essa opção?
17:05Não, por um motivo muito simples.
17:11O tipo de produto,
17:13a tipologia de produto,
17:15formatos, desenhos,
17:16são muito específicos
17:18para o mercado norte-americano.
17:21Então, as fábricas que estão preparadas
17:23para atender esses requisitos técnicos,
17:27muitas vezes muito específicos,
17:29mas também os desenhos,
17:31os formatos próprios consumidos
17:34no mercado norte-americano,
17:36não são consumidos em volumes
17:40idênticos ou similares
17:44ao mercado norte-americano.
17:45Então, não existe transferência
17:48desta capacidade produtiva
17:50diretamente para nenhum outro mercado,
17:54não existe essa possibilidade.
17:55O que vai acontecer necessariamente
17:59é que essas capacidades produtivas
18:03teriam que ser adaptadas
18:05para uma nova tipologia de produto
18:08e isso, além de muito investimento,
18:11vai levar muito tempo para ser feito,
18:17além de que estes mercados
18:20também estão abastecidos hoje
18:22por outros fornecedores.
18:23Então, a gente começa a entrar
18:25também nesse sentido
18:28em uma série de outras dificuldades
18:30que o Brasil impõe à indústria,
18:35no nosso caso específico,
18:36o tema do gás natural,
18:39que é uma das tarifas
18:42mais elevadas do mundo
18:44em gás natural.
18:47E isso dificulta muito
18:49qualquer redirecionamento
18:51dessa produção de cerâmica
18:54para outros mercados.
18:55Porque nós vamos encontrar,
18:58para atender esses outros mercados,
19:00nós vamos encontrar a concorrência
19:02de países que têm condições,
19:04competitividade muito maior do que a nossa.
19:07Rodem, se participou
19:08dessa missão empresarial
19:10que foi liderada pela CNI,
19:12que é a Confederação Nacional da Indústria,
19:14durante a semana em Washington.
19:16O que mais de concreto
19:17saiu desse encontro?
19:19Claro, é uma pergunta
19:20que a gente tem feito
19:21para todo mundo,
19:22para medir diferentes impressões, né?
19:24Nos bastidores,
19:25qual foi a tua sensação?
19:29A verdade,
19:30apenas esclarecendo
19:31que eu pessoalmente não estive,
19:33a gente esteve representado
19:34pelo presidente executivo
19:36da Anfacer
19:37nessa oportunidade
19:39e por outros executivos
19:41também da indústria cerâmica nacional
19:45e também por parte dos grupos
19:52que têm operações nos Estados Unidos.
19:56E nessas reuniões dos dias 3 e 4,
19:59principalmente,
20:00nós aproveitamos a oportunidade
20:03para defender e demonstrar
20:07como essa indústria cerâmica
20:11ela é de complementaridade.
20:14Ela, na verdade,
20:16é colaborativa
20:17no sentido em que
20:19parte de produtos
20:22são feitas no Brasil,
20:24parte do portfólio
20:26é feito no Brasil
20:27e outra parte,
20:30muitas vezes,
20:31ou o próprio produto
20:33é complementar
20:34complementar
20:35a uma linha de produtos
20:37que é produzida
20:38nos Estados Unidos
20:39ou, no mínimo,
20:41existe uma grande rede
20:42de distribuição
20:43operada, muitas vezes,
20:46pelos próprios grupos,
20:47como é no caso
20:48do Grupo Lamosa,
20:50operada por uma rede
20:51de distribuição
20:52nos Estados Unidos.
20:54Então,
20:54essa sinergia
20:56que existe
20:57entre as operações
20:59dos mesmos grupos
21:01econômicos
21:03no Brasil
21:04e nos Estados Unidos
21:05foi uma linha
21:07que a gente
21:08levou
21:09para essa apresentação
21:11que a gente teve
21:12nas reuniões
21:14que aconteceram aí
21:16entre os dias
21:163 e 4.
21:18O primeiro feedback
21:20que a gente recebeu
21:21é que
21:22fomos felizes
21:24nesse sentido,
21:26mas,
21:27certamente,
21:29essa missão
21:30é apenas uma parte
21:32de toda a jornada
21:36que a gente ainda tem
21:37pela frente
21:37para a reversão
21:39das tarifas.
21:41O Adem,
21:42ficou muito claro
21:43que havia
21:44dois caminhos.
21:46A iniciativa privada
21:47dos industriais,
21:49do agronegócio,
21:50foi ali,
21:51presencialmente,
21:52a capital dos Estados Unidos,
21:53Washington,
21:54falar com os seus pares
21:56para tentar uma porta
21:58de negociação
21:59pela Casa Branca.
22:00A outra via
22:01seria a via diplomática
22:02tradicional,
22:04mas essa
22:05não houve um diálogo.
22:07E nós temos
22:07uma situação
22:07relativamente sugêneres
22:09que é um presidente
22:10dos Estados Unidos,
22:11o Donald Trump,
22:12que tem um passado
22:13como homem de negócio
22:14ao qual ele se orgulha muito.
22:16Você acha que,
22:17agora,
22:17com esses empresários
22:18americanos
22:19sendo sensibilizados,
22:22porque,
22:22no seu caso,
22:23na cerâmica,
22:24um produto específico
22:26que sai do Brasil
22:27com ótima qualidade,
22:29muito bom preço,
22:31para complementar
22:32a indústria
22:33lá do real estate
22:34para a indústria
22:36de construção civil
22:38nos Estados Unidos.
22:39O que eu quero dizer
22:39é que a outra ponta
22:40também vai pagar
22:41uma inflação
22:43desse produto.
22:44Diante dessa
22:45sensibilização
22:47do empresariado americano,
22:51você acredita
22:51que pode aí
22:52haver uma conexão,
22:54uma porta de entrada,
22:55nem que seja
22:55uma janela aberta
22:56ali para a Casa Branca
22:57para o presidente,
22:58que é um homem de negócios,
23:00ouvir aí
23:00o empresariado americano?
23:03Sim,
23:04e, na verdade,
23:05a gente acredita
23:06que o único caminho
23:07é a negociação.
23:09Se nós formos capazes
23:11de demonstrar
23:13esse lado
23:15de como
23:17esse ciclo,
23:19essa cadeia,
23:21na verdade,
23:22ela se une
23:23para atender
23:24uma demanda
23:25e que existem
23:26benefícios mútuos
23:28claramente
23:29nessa cadeia
23:31entre as empresas
23:33que operam
23:35dentro dos Estados Unidos,
23:36geram empregos
23:37dentro dos Estados Unidos
23:38e oferecem
23:40aos seus cidadãos
23:41esses produtos,
23:43como você comenta,
23:44de excelente qualidade
23:45e que com preços competitivos,
23:50essa é a grande vantagem
23:52que a gente enxerga
23:54e que a gente tenta
23:55demonstrar,
23:56esclarecer
23:57nesse processo.
23:59E, de novo,
24:00totalmente de acordo
24:02que isso,
24:04em algum momento,
24:06deve ser considerado
24:07porque também
24:08os interesses
24:09no fim
24:11dos governantes
24:12deveriam
24:14ou devem estar
24:15ou serão
24:16cobrados
24:17de alguma forma
24:18pelos efeitos
24:20que essas tarifas
24:21vão gerar
24:22à população
24:23do seu país.
24:24Então,
24:24certamente,
24:26os efeitos
24:26gerados
24:27sobre a população
24:28dos Estados Unidos
24:29devem vir
24:31em inflação
24:34na parte
24:35da construção civil,
24:36porque, lógico,
24:39parcialmente
24:40podem ser
24:40substituídos
24:41esses produtos,
24:42mas muito provavelmente
24:44vão ser substituídos
24:45de alguma forma
24:46por um produto
24:47de maior valor
24:48porque também
24:50outros países
24:51produtores de cerâmica
24:52também estão sendo
24:54submetidos
24:54a essas tarifas.
24:56Então,
24:56a gente acredita muito
24:57esse caminho
24:58da negociação,
24:59a gente acredita
24:59que é o único caminho
25:01que nos resta.
25:02O caminho
25:02que você comenta
25:03da diplomacia,
25:05a gente ainda
25:06não percebe
25:07nenhum avanço
25:10concreto.
25:11Então,
25:12por enquanto,
25:13nós estamos avançando
25:14com o setor privado,
25:16nós estamos avançando
25:17no caminho
25:18onde a gente
25:19pode avançar.
25:21Estamos torcendo
25:22para que haja
25:23realmente
25:23esses caminhos abertos,
25:25seja pelo setor privado
25:26ou pelas vias diplomáticas.
25:29Queria agradecer
25:29a conversa que eu tive
25:30com o Sérgio Voadem,
25:31que é presidente
25:32da Anfacer,
25:34Associação Nacional
25:35dos Fabricantes
25:35de Cerâmica
25:36para Revestimentos
25:38e também líder
25:40do grupo
25:40Lamosa
25:41no Brasil.
25:43Sérgio,
25:43obrigado pelos esclarecimentos
25:44e até uma próxima oportunidade.
25:47Um prazer.
25:48Prazer todo nosso.
25:49é um prazer.
25:50Então,
25:50é um prazer.
25:51Então,
25:51é um prazer.
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