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Felipe Corleta, sócio da The Link Investimentos, analisou a alta do dólar após o agravamento do conflito Irã-Israel, o impacto na bolsa com a queda da Vale e o cenário para a Selic, que tem 65% de chance de subir amanhã. Confira a análise completa do mercado e perspectivas para o Copom.

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Transcrição
00:00Para a gente entender os números dessa terça-feira, eu vou chamar online, não aqui para o estúdio,
00:06o Felipe Corleta, sócio da The Link Investimentos.
00:10Fala, Corleta, boa tarde.
00:11Eu queria começar te perguntando exatamente sobre esse último ponto que eu citei aqui.
00:15O dólar estava caindo, bateu ali 5,46, de repente ele inverteu a tendência, começou a subir e fechou 5,50.
00:22O que aconteceu no meio da tarde para mudar a trajetória da moeda americana?
00:27Boa tarde, Turcio, boa tarde para todo mundo que se liga aqui no Times Brasil.
00:32A gente teve uma reversão do dólar junto com esse movimento mais negativo das bolsas americanas
00:38e um movimento global de aversão a risco.
00:41Os investidores procurando moedas mais de proteção, como o franco suíço, o iene japonês, o próprio dólar americano,
00:49diante dessa piora do conflito, Irã-Israel, com os Estados Unidos muito provavelmente ingressando nessa guerra
00:58e com as ameaças diretas do Trump ao Khamenei, o líder supremo lá do país invadido.
01:07Então, realmente, a gente está vendo um ingresso dos Estados Unidos na guerra,
01:11essa percepção que a gente tinha ontem, anteontem, de que o conflito permaneceria entre Israel e Irã,
01:17nesse momento, está mudando.
01:20Tem uma presença já americana e, pelo menos, segundo repórteres,
01:26bombas americanas sendo formulecidas para Israel encerrar os ataques às usinas nucleares do Irã.
01:36Então, isso, sim, trouxe um estresse, trouxe uma aversão a risco.
01:39Os juros da dívida americana caíram bastante, com investidores procurando por esse produto.
01:45E a gente teve o dólar, portanto, no mundo, se fortalecendo na tarde de hoje diante de tudo isso.
01:51Até que o real acabou fechando como uma das melhores moedas de países emergentes.
01:56Então, apesar de a gente ter tido, sim, essa piora do mercado de câmbio ali ao longo da tarde,
02:02ainda assim o Brasil é um pouco melhor do que outros pares de países emergentes.
02:07E esse movimento do Ibovespa fechando em queda hoje, Corleito,
02:10ele foi, dá para dizer que foi quase que puramente o resultado dessa tensão em relação ao Oriente Médio?
02:17A gente tem uma correlação, sim, com a Bolsa Americana.
02:21E quando a Bolsa Americana cai, normalmente são dias de queda para a gente aqui também.
02:25Mas a gente teve também o peso das ações da Vale.
02:28A gente teve uma...
02:29Se a gente lembrar, no domingo saíram dados muito fortes da economia chinesa
02:33que animaram o mercado de metais, produção industrial, vendas no varejo,
02:37números do mercado de trabalho na China que surpreenderam os investidores.
02:41E hoje houve uma correção disso, com o minério de ferro caindo e puxando para baixo também as ações da Vale.
02:47As ações da Vale que performaram muito bem apesar do dólar fraco.
02:51Quando a gente olha para a Vale, a gente sempre pensa em minério e dólar.
02:54Dois para cima a Vale deve performar bem.
02:57E ela vinha performando apesar desse dólar que vem tocando mínimas atrás de mínimas.
03:01Pelo menos desde a segunda metade do ano passado, inclusive como você mencionou,
03:05tocando 5,46 no dia de hoje.
03:07E aí a Vale acabou pesando bastante, esse sentimento global também.
03:12E esse petróleo para cima, subindo quase 6% nesse momento o petróleo do tipo Brent.
03:19Ele traz uma preocupação global com a inflação, especialmente com a inflação no curto prazo.
03:26E isso traz também aqui no Brasil um sentimento de que a gente pode sim ver a Petrobras subir os preços de combustíveis,
03:32o que não ajuda nada o trabalho do Banco Central em combater a inflação.
03:36Então, diante de tudo isso, dessa perspectiva inflacionária mais forte,
03:40a gente tem aí um mercado correndo para uma precificação de que realmente amanhã o Copom deve subir a Selic.
03:49Ontem a gente comentou aqui que tinha praticamente um cara ao coroa,
03:52o mercado trabalhando com 50% de chance de subir a Selic, 50% de chance dela ficar estável.
03:58Hoje a gente já está falando em 65,35.
04:00Como a gente sabe, taxa de juros para cima, aumenta o custo do crédito, dificulta a vida das empresas,
04:07especialmente empresas aí, a gente tem uma série de empresas na Bolsa listadas que têm dívidas bastante relevantes.
04:14Então, essa alta da Selic também contribui para esse cenário de Bolsa para baixo no dia de hoje.
04:20Quer dizer, nesse momento está predominando a opinião do mercado de que o Banco Central vai subir de novo a Selic amanhã, então?
04:26Que a gente vai para 15% a partir de amanhã.
04:30Ainda tem uma chance irrelevante, 35% de chance, de acordo com as precificações da curva de juros aqui,
04:36de que o Banco Central mantém a Selic estava em 14,75.
04:40Só que a percepção é de que a comunicação do Copom vai ser uma comunicação de pouca paciência com a inflação.
04:49Quer dizer, ela vai ser uma comunicação que mesmo se subir ou não subir,
04:51ela vai deixar em aberto o que vai fazer nas próximas reuniões, não vai dar por encerrado o ciclo de juros ainda,
04:59especialmente vendo toda a questão fiscal que está acometendo o país,
05:04a gente viu o governo tentar aumentar impostos e a Câmara prontamente ontem aprovando a urgência para derrubar isso.
05:12É verdade que tem ali agora um certo momento de negociação,
05:16o Hugo Motta não botou para votar ainda imediatamente esse projeto de decreto legislativo
05:21que vai derrubar o aumento do IOF,
05:23dá um tempo ali para o governo tentar se reorganizar nessa disputa,
05:27mas esse problema fiscal somado a esse petróleo forte
05:30está fazendo com que o mercado espere um Banco Central mais rauque,
05:33um Banco Central mais duro no combate à inflação,
05:37seja subindo a Selic, ou seja, sem subir ela,
05:39mas trazendo um comunicado bastante duro e comprometido com o combate à inflação.
05:43Corleta, falando nesse ponto,
05:47essa derrota do governo ontem, ou seja, a Câmara aprovando com muita margem,
05:51muita facilidade a urgência desse projeto de decreto legislativo
05:55que derruba os aumentos do IOF.
05:58Bom, o mercado, essa derrota do governo já era amplamente esperada,
06:02para o mercado então nem se fala,
06:03é um mercado que está sempre alguns passos à frente da gente.
06:07De alguma forma isso bateu no mercado,
06:09ou enfim, já estava mais do que precificado e bola para frente,
06:12vamos esperar a discussão do mérito.
06:13Eu acho que já se esperava que fosse acontecer isso ontem,
06:18então de ontem para hoje é difícil falar que isso efetivamente fez preço,
06:22mas a gente segue com o problema fiscal,
06:24o governo tenta buscar alternativas para equalizar as contas através da receita.
06:29Não é a solução preferida do mercado,
06:31mas é melhor do que a gente ter um furo nas metas de déficit primário.
06:37Então, efetivamente, o que o mercado que ele gostaria de ver seria um projeto de corte de despesas públicas,
06:44isso não aconteceu, muito dificilmente vai acontecer,
06:47especialmente com a gente entrando nas vésperas de um ano eleitoral,
06:51e os projetos de aumento de impostos não têm tido ressonância no Congresso Nacional.
06:58Quer dizer, como é que se resolve essa conta?
07:00Se não pode arrecadar mais, não se tem a vontade de gastar menos.
07:06O orçamento em casa não fica muito bem no caso do governo federal,
07:11Então, já se fala que vão ter medidas tampão nesse ano que vão compensar isso,
07:18pressão do governo para a Petrobras pagar mais dividendos,
07:22você tem ali algumas outras alternativas de receitas extraordinárias.
07:26E aí a gente volta para a mesma situação que a gente vem vivendo no Brasil ano após ano.
07:31Quer dizer, são receitas extraordinárias que compensam gastos decorrentes ano após ano
07:36e a nossa incerteza fiscal, a instabilidade fiscal, a falta de previsibilidade sobre a trajetória da dívida,
07:43ela continua sempre no radar, deixando os prêmios de risco do mercado muito elevados.
07:48Com isso, a bolsa baixa, o dólar alto e as taxas de juros lá na lua, Turcí.
07:53Corleta, para amanhã, Oriente Médio e Copom?
07:57Exato, temos o FED também, temos a decisão de juros lá nos Estados Unidos.
08:00O FED deve mencionar esses riscos inflacionários que uma guerra traz,
08:06possivelmente ele mencione também na sua entrevista coletiva do presidente do Banco Central,
08:12os dados de varejo que foram publicados hoje, muito fracos,
08:16mostrando que toda essa incerteza, tanto com guerra, com custos de combustíveis,
08:21quanto com a questão da guerra comercial, do tarifácio,
08:24são pontos que estão fazendo o americano guardar o seu dinheiro no bolso e não consumir,
08:30o que preocupa muito.
08:32Quando a gente fala de Brasil, sempre se olha para o setor de serviços,
08:35como propulsor da nossa economia nos Estados Unidos, é o consumo.
08:39Então, os dados de varejo de hoje apontaram bastante, apesar de todos os ruídos.
08:44Inclusive, o nosso analista aqui comentava há pouco que tem tido nos dados econômicos americanos.
08:49É um dado fraco, mas o Banco Central pode mencionar isso,
08:53essa trava no consumo que toda essa incerteza desse governo Trump tem trazido para a economia.
09:02Então, isso deve ser pauta.
09:04O Banco Central nos Estados Unidos não deve cortar os juros e não deve sinalizar que corta em breve,
09:09embora o mercado precifique que esse corte vem em setembro.
09:12Por aqui, a gente tem ainda a chance do Banco Central manter a Selic estável,
09:17apesar de o consenso de mercado estar hoje mais para uma nova alta de 0,25,
09:22e a gente chegando com a Selic a 15%.
09:26O tom do comunicado do Banco Central deve ser um pouco mais moderado, caso ele suba os juros.
09:31Subir os juros traz um comunicado um pouco mais soft.
09:33Se ele manter os juros estáveis, deve trazer um comunicado mais agressivo,
09:38dizendo que está vigilante, que pode voltar a subir os juros se for necessário.
09:41Isso tudo não é muito bom e a gente vai ter que ficar acompanhando ainda essa questão da guerra,
09:46os preços de petróleo, o impacto inflacionário disso, além, claro, do tema fiscal.
09:51O que não deve ter muita novidade, porque a gente sabe que semana que tem feriado,
09:54as coisas não avançam muito lá em Brasília.
09:57Mas na próxima semana, aí sim, esse tema fiscal deve voltar à pauta.
10:00E feriado com São João chegando, Corleta.
10:02Então, imagina a velocidade de tartaruga manca em Brasília.
10:07Agora, Corleta, hoje também houve aprovação pelo CAD da operação entre BRB e Banco Master.
10:13Como é que isso bateu no mercado?
10:14Olha, Turci, essa aprovação pelo CAD já era algo esperado.
10:20O principal problema dessa operação, a principal dúvida que o mercado tem
10:25com relação a essa operação ser viável ou não,
10:27ela está muito mais ligada aos índices de liquidez dos bancos envolvidos na transação
10:33e à qualidade dos ativos que eles vão fazer nessa troca de ações que vai acontecer.
10:39Então, isso não é competência do CAD.
10:41Se a gente pensar, tanto o BRB quanto o Master são bancos grandes,
10:45mas eles não são bancos relevantes do ponto de vista concorrencial.
10:49Quer dizer, não vão criar uma concentração de mercado de modo que, com essa fusão,
10:54quem quer tomar um crédito fique sujeito a uma precificação de mercado única desses bancos
11:00ou qualquer coisa.
11:02Não, o setor bancário no Brasil, apesar de ser concentrado em poucos grandes nomes,
11:06ele não tem hoje um market share tão relevante que nos fizesse esperar que o CAD não fosse aprovar.
11:13Então, nesse sentido, essa foi uma aprovação, na minha visão, protocolar.
11:17E o Banco Central, avaliando os ativos, avaliando os índices de liquidez,
11:22os índices de risco desses dois bancos, é a aprovação mais difícil para a conclusão do negócio.
11:27Então, ainda não saiu a aprovação do Banco Central, saiu a do CAD.
11:30Então, uma primeira parte mais simples e mais esperada foi aprovada,
11:34está tudo na mão do Gabriel Galípolo, lá dos diretores do Banco Central.
11:38Felipe Corleta, sócio da Adelink Investimentos.
11:41Valeu, Corleta. Amanhã tem mais. Um abraço. Obrigado.
11:44Um abraço. Até amanhã.
11:45Valeu.
11:45Obrigado.
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