Pular para o playerIr para o conteúdo principal
Pedro Paulo Silveira, economista e sócio da A3S Investimentos, analisa a reunião do Copom e o futuro da taxa Selic. Ele comenta as pressões inflacionárias no Brasil, as expectativas para cortes de juros ainda este ano e os impactos da política monetária nos EUA, em meio à Super Quarta.

🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!

Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC nas redes sociais: @otimesbrasil

📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:

🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais

🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562

🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube

🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings

#CNBCNoBrasil
#JornalismoDeNegócios
#TimesBrasilCNBC

Categoria

🗞
Notícias
Transcrição
00:00Eu vou conversar agora com o Pedro Paulo Silveira, ele é economista, sócio da A3S Investimentos.
00:06Pedro, boa noite para você, obrigada, é sempre um prazer ter você aqui com a gente.
00:11Bom, vamos começar falando dessa reunião do Copom.
00:13Começou uma nova reunião, a expectativa é de manutenção da Selic em 15% ao ano.
00:19Você também segue essa percepção do mercado?
00:22E quais são as sinalizações que você espera a partir de então?
00:26Porque o que o mercado todo está dizendo é que o principal é ficar de olho na ata que virá depois da reunião.
00:33Oi, Cristiane, tudo bem? É um prazer estar aqui, é bom te encontrar sempre.
00:38Olha, o que eu penso é mais ou menos, é da média o que o mercado está pensando, não tem como.
00:43Você tem dados importantes que têm mostrado a persistência inflacionária,
00:49o último dado que veio do IPCA veio com o índice de fusão subindo de novo,
00:53a média dos núcleos subiu de novo, serviços continuam, como era de se esperar, forte.
01:01Hoje sai o mercado de trabalho forte, os serviços ainda estão subindo na pesquisa do IBGE.
01:10E isso seriam sinais de que, olha, a taxa de juros tem que se manter.
01:14Mas tem fatores positivos, alimentos caíram, a atividade econômica começa a dar uma desacelerada,
01:22a confiança de consumidores e empresários tem caído.
01:26Então você tem equilibrado os elementos que justificariam uma queda
01:31com os elementos que justificariam a manutenção.
01:35Para o horizonte aí de seis meses, eu tenho aqui cá para mim que a redução da taxa de juros
01:41deveria acontecer no primeiro trimestre do ano que vem, se tudo se mantivesse como está.
01:48Mas eu acho que vai aumentando a probabilidade aí de no último trimestre,
01:51pelo menos até o final do ano, a gente ter uma quedinha aqui no Brasil.
01:55Isso, com certeza, vai estar escrito de uma maneira cifrada, como sempre,
02:02com o Banco Centralês, ali na ata, no comunicado primeiro e depois na ata.
02:08Então a reunião, o importante dela é o comunicado.
02:11A gente vai ver amanhã o primeiro sinal disso.
02:14Se não der certo, na terça-feira que vem, com a ata.
02:17E quando você fala de uma pequena redução até o final do ano, você imagina quanto?
02:220,25.
02:26Isso para ceder as pressões a que porventura vierem.
02:30Eu acho que é fundamental ainda a gente ter muita certeza do que está acontecendo com os preços no Brasil.
02:38A gente teve um choque importante nesse semestre, foi a queda da taxa de campo.
02:44As expectativas inflacionárias melhoraram significativamente em relação ao início do ano,
02:52mas a gente ainda tem muita dúvida.
02:53Hoje saiu o mercado de trabalho ainda forte.
02:57Os dados do mercado de trabalho são fortes.
02:59A gente deve ter uma contribuição para a desaceleração da atividade no fiscal da União nesse semestre agora.
03:08As empresas ficariam um pouco mais acomodadas.
03:10Mas ainda as pressões inflacionárias continuam razoavelmente fortes.
03:15Com toda essa ajuda que o câmbio deu, nós estamos rodando ainda com IPCA acima de 5 acumulado em 12 meses.
03:22E as expectativas para o ano que vem continuam meio salgadas.
03:26Então, eu acho que isso tudo requer muita cautela por parte da diretoria do Banco Central.
03:32Agora, olhando para os Estados Unidos, super quarta-feira, amanhã, quanto aos juros americanos,
03:38qual é a sua expectativa, redução de quanto?
03:42Não, tem que ser o 0,25.
03:43Se for mais, olha, vai ser...
03:46Os Estados Unidos realmente abandonaram a sua trajetória de grandes banqueiros centrais.
03:55Vai voltar aos anos 70, quando tiveram um banqueiro central muito ruim.
04:00A tendência é o Banco Central, o Comitê de Política Monetária ficar dividido,
04:07porque tem dois candidatos à presidência que querem conquistar a simpatia de Donald Trump.
04:12Talvez eles até coloquem 50 pontos base ali na mesa, mas eu acho que tem que ser 0,25,
04:20por duas razões fundamentais.
04:23Ao contrário do que estava dizendo Scott Besson, a economia americana não está desacelerando significativamente,
04:29ela está, o mercado de trabalho mostrando alguns sinais agora.
04:33A inflação continua acima da média, muito acima da média, as expectativas inflacionárias não caíram.
04:39Mais importante que isso, o dólar vem se desvalorizando, como já disse o nosso colega agora há pouco,
04:47e tão importante quanto isso, os efeitos totais das tarifas que os Estados Unidos impuseram às importações
04:56ainda não apareceram no nível de preços.
04:59Agora mesmo foi falado que a China pode começar a receber 145% de tarifas
05:05se não for feito um grande acordo.
05:09Isso vai machucar bastante a inflação.
05:12Hoje o petróleo voltou a ficar acima de 68 dólares o barril, o Brent lá fora.
05:17A gente tem algumas pressões importantes acontecendo.
05:22Então eu acho que o Fed, se ele acelerar demais o processo de queda agora,
05:27atendendo aos apelos do Bassett, do Miran e do Trump,
05:34ele pode cair numa armadilha para ter que subir depois a taxa de juros,
05:38cometer um erro estratégico.
05:40E pode acontecer, eu acho que as chances são muito mais da inflação ficar acima da meta
05:45do que abaixo da meta.
05:47E eu não vejo essa crise imobiliária que o Scott Bassett falou.
05:50Eu acho que isso aí é coisa de outro...
05:53Ele está vendo outro mercado imobiliário, deve estar vendo em outra cidade,
05:56porque os dados do mercado imobiliário americano são fortes.
06:00Eu vou passar para a pergunta do Vinícius Torres Freire.
06:03Vinícius, por favor.
06:04Pedro Paulo, boa noite.
06:06Voltando aqui para o caso do Brasil.
06:08A gente está vendo, ou parece estar vendo, uma desaceleração que levaria a economia,
06:14que é compatível com uma projeção de crescimento de 2,2%.
06:18O mercado de trabalho ainda está forte, mas ele tem reação defasada ao ciclo econômico,
06:23pode mostrar sinais de desaquecimento mais adiante.
06:26Agora, você acha que o Banco Central vai esperar expectativa ancorada ou vai reagir antes?
06:34Porque tem gente que está tentando replicar aqui, gente que tenta replicar o modelo do Banco Central,
06:39vê que amanhã sai do Copom uma projeção de inflação de 3,4% lá no começo de 2027,
06:46o horizonte relevante.
06:46Mas a expectativa do mercado para 2027 é 3,9%.
06:51Você acha que o BC vai esperar essa expectativa chegar lá bem perto de 3% ou uma expectativa
06:57lá por 3,4% com uma economia desacelerando, já é suficiente para o BC indicar ou começar
07:04a corte de juros?
07:05Quer dizer, vai esperar ancoragem estrita da meta ou outras coisas, uma combinação das duas
07:12coisas, uma expectativa um pouco menor com o desaquecimento pode levar o Banco Central
07:16a começar a agir?
07:18O Vinícius, uma boa pergunta, ela já praticamente responde para a gente tudo o que precisaria
07:23ser respondido e você fez uma ótima pergunta.
07:26De fato, você tem esse 3,2% na cabeça de todo mundo quando você roda o modelo, o suposto
07:32modelo do Banco Central, suposto que a gente tem que trabalhar com essas limitações,
07:36você sabe muito bem.
07:37E 3,9% que é o que está na cabeça de todo mundo, eu não estou muito longe disso
07:41daí, 3,8%, 3,7% não vai mudar a depender dos choques que a gente tem.
07:46Então, eu sinceramente acho que a diretoria do BC tem uma batata quente, de fato.
07:54Já foi muito mais quente no passado, nós estamos discutindo um bom problema, ele não vai
07:57ter que aumentar a taxa de juros.
07:59Aí tem que começar a equacionar a queda da taxa de juros.
08:03Mas eu acho que os sinais ainda não são muito positivos.
08:06Eu acho que ele vai tentar modular tudo isso que você falou para um outro momento.
08:13Deixa eu me expressar um pouco melhor.
08:15De fato, ele tem que começar a pensar em baixar a taxa de juros pela pressão política,
08:20pela desaceleração gradual da economia brasileira, pelo diferencial da taxa de juros que está
08:26mais legal agora.
08:27Mas, por outro lado, se ele começar muito antes, ele pode se atrapalhar como o Fed pode
08:36se atrapalhar.
08:37Muito bem.
08:37O que eu acho que ele vai fazer?
08:39Ele vai tentar dar um sinal neutro amanhã e acompanhar.
08:43Mais uma vez.
08:44A depender dos dados que forem saindo, esses sinais que ele vai dando podem ir mudando também.
08:51Eu acho que seria o mais prudente.
08:52Se eu estivesse lá, eu faria isso.
08:54Como eu não estou lá e conheço um pouco a cabeça de quem está lá, eu acho que eles
08:58vão fazer exatamente isso.
08:59Vão começar a modular aquilo que é favorável para baixo, risco para baixo e risco para cima.
09:05Vão começar a equilibrar e sinalizando um pouco mais de cautela lá para frente.
09:12Eu acho que eles vão adiar isso daí.
09:13Sendo sinceros.
09:14Pedro, Paulo, muito obrigada.
09:16É sempre um prazer mesmo te receber aqui.
09:20Volte mais e boa noite.
09:22Obrigado, Cris.
09:23Tchau, Vinícius.
09:24Tchau, tchau.
09:24Tchau, tchau.
Seja a primeira pessoa a comentar
Adicionar seu comentário

Recomendado