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O economista e ex-secretário de Comércio Exterior Roberto Giannetti analisou os impactos do encontro entre Lula e Donald Trump, destacando o otimismo do mercado e a importância do setor privado nas negociações. Ele defendeu a criação de um fórum de CEOs e sugeriu parcerias estratégicas em áreas como minerais críticos, big techs e etanol para fortalecer o comércio bilateral.

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Transcrição
00:00Sobre a repercussão e os impactos desse encontro entre Lula e Donald Trump,
00:05a gente conversa agora com Roberto Janetti, economista e ex-secretário de Comércio Exterior.
00:10Janetti, boa noite, é sempre bom demais conversar com você.
00:14Bom, apesar de nada ter mudado na prática até agora,
00:18parece haver consenso entre analistas e o mercado de que o encontro foi positivo.
00:24Essa leitura se justifica na sua opinião?
00:26Boa noite, boa noite a todos, boa noite, Cristiane.
00:30Sim, acho que o clima é de otimismo e é um otimismo com fundamento
00:35porque todas as conversas, as reuniões até agora tiveram um tom bastante amistoso e pragmático.
00:44Acredito que o pragmatismo também é outra característica que está sendo levada em conta nesse relacionamento.
00:51Agora, o que está deixando hoje todo mundo ansioso e a ansiedade é normal é quando que as medidas concretas vão acontecer.
01:02E aí eu acho que a gente precisa ter um pouco de paciência porque essa negociação não é simples.
01:07Não é uma negociação simplesmente de uma vez, um único encontro, resolver todas as questões.
01:13Ao contrário, é muito complexo, como já disseram os outros que falaram antes de mim.
01:19Vai haver um número de reuniões e eu acho até que se me permite inserir aqui uma nova sugestão.
01:26Parte desse trabalho deveria ser feito pelo setor privado brasileiro e americano.
01:30Existe um mecanismo chamado CEO Forum que reúne 11 integrantes do setor privado americano,
01:3811 integrantes do setor privado brasileiro, representativos que poderiam assessorar as autoridades
01:45na formulação das medidas, das soluções que podem ser dadas aos inúmeros tópicos que estão sobre a mesa,
01:55cuja agenda deveria ser acordada imediatamente, sabemos já de cor e salteado,
02:01minerais críticos, o etanol, a questão de data center, a questão de energias renováveis e a questão dos big techs.
02:13Há uma série de pontos que poderiam ser já discutidas dentro do CEO Forum
02:18para que o setor privado, digamos países, levassem às autoridades uma proposta de consenso
02:27daqueles que de fato fazem os negócios, como falou o presidente Lula muito bem
02:31em uma dessas reuniões que teve na coletiva de imprensa,
02:36quem faz o negócio são os empresários, eles que sabem pôr a mão na massa e resolver os problemas.
02:41Então, delegar para o CEO Forum, acho que seria uma novidade que eu estou pondo aqui,
02:47que poderia ser muito positiva para agilizar o processo, encurtar prazos
02:52e deixar as autoridades mais à vontade para decidir aquilo que os dois lados querem.
02:59De qualquer maneira, você acredita que possa haver uma redução nas tarifas até o fim desse ano?
03:04Que é uma das expectativas da CNI, como a gente viu logo na entrevista anterior à sua?
03:10Sim, eu acho que na forma de suspensão, não na forma definitiva.
03:15Eu acho que a suspensão poderia ser uma condição precedente
03:19para que esse CEO Forum comece a se reunir sem uma pressão também
03:24de que a tarifa elevada continua castigando os dois lados,
03:29porque castiga, no fundo, até mais o lado americano do que o brasileiro.
03:33Não faz sentido, se há um objetivo de retirar as tarifas e resolver uma série de assuntos pendentes
03:41entre os dois lados, o que é muito positivo também,
03:44nada como suspender o efeito da tarifa enquanto se discute, se resolve com calma
03:51aquilo que é fundamental para que haja um consenso e um entendimento entre os dois países
03:58que perdure a longo prazo, que nada seja resolvido de forma parcial ou incompleta
04:06ou, eventualmente, até equivocada.
04:08Que tenhamos tempo, dois ou três meses, para fazer uma conclusão definitiva
04:15e, nesse período, a suspensão das tarifas já traria um alívio,
04:19tanto aos consumidores americanos como aos produtores brasileiros.
04:23A tarifa fica suspensa, se inedia, até que haja a decisão final dos dois lados.
04:30Eu vou passar para as perguntas dos nossos analistas.
04:32Vamos começar pelo Vinícius Torres Freire.
04:35Jeanette, boa noite.
04:37Muito boa essa ideia de você, de a gente colocar os CEOs, os empresários,
04:41no meio da discussão ou apoiando a discussão com propostas
04:46e acompanhando o que está acontecendo.
04:47Agora, tem coisas que o Brasil talvez tenha que oferecer que não passa pelos empresários.
04:54Por exemplo, a regulamentação de Big Tech é um problema muito grande,
04:57porque, aliás, não depende nem só do Executivo.
04:59O Executivo pode fazer propostas.
05:01É uma coisa política.
05:03Propriamente, terras raras também não é, porque se fosse só um negócio,
05:07a gente já teria resolvido, teria outro tipo de relação entre os países.
05:11O Brasil vai ter que oferecer alguma outra coisa em termos de regulamentação mineral,
05:15acordo de comércio em relação a terras raras, que é difícil.
05:19Então, aí, tem uma questão.
05:20As questões que podem fazer com que os Estados Unidos se movam dependem de governo.
05:25Aliás, o que você acha?
05:26O que pode sair de Big Techs e terras raras?
05:31Bom, Lá, eu acho que você tem razão, em parte.
05:35Porque tanto as Big Techs são privadas, quanto as empresas de mineração,
05:39tanto as que vão fazer o processo de pesquisa mineral e lavra no Brasil,
05:46quanto o processamento do minério, são empresas privadas.
05:50Óbvio que elas trabalham sob concessão do setor público,
05:54dentro da legislação mineral.
05:56Agora, eu acho que é muito mais um entendimento privado,
06:00inclusive de como levar a proposta ao setor público,
06:05tanto americano quanto brasileiro.
06:07Por exemplo, no caso dos minerais críticos,
06:11nós temos que ter um fast track, uma agilidade,
06:15no licenciamento ambiental e mineral,
06:18de forma que o prazo máximo para obter uma licença,
06:22seja, vamos dizer, um ano, é mais do que necessário.
06:26Se não, quer dizer, nós não precisamos dessas terras raras daqui a 5 ou 10 anos,
06:31precisamos agora.
06:31Então, tem que ser feito realmente uma condição excepcional para tratamento das licenças minerais e ambientais
06:41que vão envolver esses minerais.
06:45E aí, o setor privado, tendo confiança de que esse licenciamento,
06:49que essa legislação vai atender pré-requisitos de prazo,
06:53de agilização dos processos e dentro de uma segurança jurídica
06:59de que aquilo que foi encontrado como reserva econômica
07:03poderá ser explorado de forma correta, adequada,
07:08com todos os condicionantes que exigem a nossa legislação,
07:12não há nada errado e vai ser feito assim.
07:15E aí, o que há de novidade na questão do mineral crítico
07:19é que nós temos que ter um acordo que eu chamo de acordo de off-take
07:22entre o lado produtor e o lado comprador
07:25para que a gente tenha uma garantia de demanda de longo prazo
07:29a um preço mínimo, um preço que tenha um piso
07:33que possa trazer viabilidade econômica para o projeto
07:36para que a gente não seja vítima de dumping e concorrência desleal por parte da China,
07:41que é o que tem causado que a maior parte dos investimentos em terra rara
07:45ou metais críticos seja suspenso por medo ou por receio
07:51de que poderá haver uma concorrência desleal
07:53que desloca e inibe todos os investimentos em metais críticos ao redor do mundo,
07:58não é só no Brasil.
08:00Posso dizer que isso está acontecendo hoje em dia no lítio.
08:03O preço do lítio desabou nos últimos meses, nos últimos anos, eu diria até.
08:07Por quê?
08:08Porque ou de repente a China viu que, olha,
08:10está tendo muita produção de lítio concorrente,
08:13vamos derrubar o preço e vamos fazer com que se desista de vários projetos
08:19em outros locais do mundo,
08:21que a gente tem que manter um certo domínio em cima desse mineral.
08:25É uma prática que é conhecida isso no mercado,
08:28não é que é a novidade que eu estou contando.
08:30Então, se não tiver um contrato de off-take do setor privado junto,
08:33não adianta o governo wishful thinking, dizer,
08:36não, vamos trabalhar em metais críticos sem o envolvimento do setor privado.
08:43Isso não existe.
08:44O setor privado tem que estar junto, concordando e atuando.
08:47Mais do que tudo, atuando.
08:49As big techs, igualmente.
08:51A gente tem...
08:52O trabalho dos big techs é conhecido.
08:55Existem certas limitações, certas restrições que devem ser dadas.
09:00Eu acho que quando a gente fala de setor privado, não é só as empresas.
09:04Eu acho que aí no caso teria que vir também as organizações não governamentais,
09:11as ONGs, que trabalham na questão de autorregulação,
09:15de criar uma forma de que não haja abuso na utilização das big techs
09:22para fake news, para desvio de finalidade, inclusive pedofilia, esse tipo de coisa,
09:27que acho que sim, nós temos que nos proteger dessa invasão digital
09:32que hoje tem na vida de todo mundo, até das crianças.
09:35Então, é necessário que haja algum tipo de controle.
09:39Toda a sociedade concorda com isso.
09:41A dificuldade é como fazer para não deixar nem de um lado
09:45isso livre de qualquer tipo de controle,
09:48mas não ser também uma censura da liberdade de expressão.
09:52Esse ponto de equilíbrio, eu acho que a gente pode levar sim sugestão
09:56para o governo, dentro da legislação atual, se está adequado ou não,
10:00ou como poderia ser melhor.
10:02Vamos passar para a pergunta do nosso analista Eduardo Geyer,
10:05que fica lá em Brasília.
10:06Geyer.
10:09Janete, boa noite.
10:10Quero falar um pouco também sobre as negociações com a China,
10:13Estados Unidos e China, porque é o que tudo indica,
10:16se esse acordo entre os dois, de fato, sair do papel,
10:19os Estados Unidos vão voltar a vender soja para a China.
10:23E assim, o Brasil passaria a disputar mercado,
10:26voltaria a disputar mercado, a soja brasileira,
10:28na China com a soja americana.
10:31Minha pergunta, essa iminência de um acordo comercial
10:34entre China e Estados Unidos,
10:36reforça a necessidade de aprovar um acordo entre Brasil e Estados Unidos
10:41o quanto antes, quanto há de comparação entre esses dois acordos
10:47em termos de celeridade?
10:48Estamos disputando a velocidade com a China para fechar um acordo?
10:54Olha, eu acho até muito saudável a concorrência dos Estados Unidos
10:57no agronegócio.
10:59Eu acho que ter um monopólio de fornecimento
11:01é uma responsabilidade e uma interdependência muito grande
11:05e que, por sinal, até dificulta, às vezes, o relacionamento.
11:09Eu acho que a gente tem que ser competente,
11:11tem que ter melhor preço, melhor condição de qualidade,
11:14de entrega, de confiabilidade.
11:17E isso nós já conquistamos na China.
11:19A China confia no Brasil.
11:21Eles sabem que nós temos alimentos de qualidade,
11:24a preço competitivo,
11:26que vem a concorrência americana.
11:27Inclusive, até eu proponho no outro produto, que é o etanol,
11:31que, em vez de nós ficarmos disputando,
11:34um tentando vender no mercado do outro,
11:37porque cabe aqui um esclarecimento.
11:4090% do etanol combustível hoje no mundo
11:44é produzido por Brasil e Estados Unidos
11:48e pouco é exportado para terceiros países.
11:51O que nós tínhamos que nos concentrar,
11:53Estados Unidos e Brasil,
11:54é aumentar o mercado mundial de etanol
11:57e não ficar competindo um com o outro
12:00numa visão mesquinha, pequena,
12:03como se um quisesse invadir o território do outro,
12:05porque aqui tem demanda e lá tem demanda.
12:07Não, tem demanda na China,
12:09tem demanda na África,
12:10tem demanda na Europa,
12:12tem demanda na ASEAN.
12:14Vamos ampliar o mercado de etanol
12:16para que a gente possa dobrar,
12:18triplicar a produção.
12:20Estados Unidos e Brasil podem ser parceiros,
12:22muito mais do que concorrentes.
12:25Eu acho que isso é que tem que levar para a mesa.
12:27Vamos trabalhar em parceria com os Estados Unidos
12:30no agronegócio.
12:31Não é necessário ser concorrente hostil,
12:36inclusive porque parte desse trading
12:38das commodities brasileiras
12:39é feita por tradings americanas.
12:42ADM, Cargill, são do quê?
12:44São americanas.
12:46Trabalho aqui no Brasil, porteiras abertas.
12:48Com a dificuldade de um diálogo construtivo,
12:51vamos vender junto pelo melhor preço,
12:54na melhor qualidade,
12:55sem uma concorrência hostil,
12:57combinando as nossas ofertas,
12:59as nossas produções,
13:00de maneira que a gente satisfaça a demanda mundial.
13:03Janete, mais uma vez,
13:05é sempre um prazer recebê-lo aqui.
13:07Volte mais.
13:08Boa semana para você
13:09e muito obrigada.
13:11Sempre à disposição, Cristiane.
13:13Muito obrigado.
13:13Um abraço.
13:14Obrigada a você.
13:15Obrigada.
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