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O analista Rodrigo Loureiro e o doutorando Vitor Cabral explicaram os bastidores da reunião entre Lula e Trump. O encontro mostrou a postura estratégica do Brasil frente ao tarifaço americano e as oportunidades para ampliar o comércio e fortalecer a indústria nacional.

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Transcrição
00:00Vamos continuar ainda falando sobre o encontro entre Lula e Trump e agora eu coloco nessa conversa o Vitor Cabral, que é doutorando em Relações Internacionais pela PUC do Rio de Janeiro, a quem eu insiro nessa conversa, junto com o meu companheiro aqui de bancada de estúdio, o Rodrigo Loureiro, nosso analista de economia e finanças.
00:22Cabral, bom domingo, bom dia mais uma vez, eu queria pegar, a gente já fez aqui uma longa cobertura, já falamos de aspectos políticos, já falamos de aspectos econômicos, o que está nas entrelinhas de tudo isso, aproveitando que você está inserido na academia, é um acadêmico, um estudioso, eu queria uma leitura da seguinte, de um lado Donald Trump dispensa apresentações, do outro lado Lula dispensa apresentações.
00:48Eu vou descer um degrau, porque nós tínhamos de um lado o Mauro Vieira, chanceler, diplomata de carreira, o que eu gosto de dizer, um dos cabeças brancas, embora ele tenha pouco cabelo, mas um dos cabeças brancas do Itamaraty, e do outro lado, alguém que não é, no melhor sentido da palavra, uma raposa diplomática, que é o Marco Rubio, é um político de carreira, construiu a sua política na Flórida,
01:14tem uma herança, inclusive de DNA da América Latina, como o nosso correspondente trouxe essa informação, ele descende de família cubana, mas é muito averso às esquerdas, ou até a centro-esquerda latino-americana, de quem ele tem um certo trauma,
01:34se referindo, obviamente, ao regime castrista, dos irmãos Castro, de Cuba. Isso já ficou para trás, estamos numa outra realidade, mas ele ainda tem esse ranço, essa herança negativa.
01:47Tendo em vista que nós temos um diplomata de carreira e um político que não foi talhado nas escolas diplomáticas dos Estados Unidos, e olha que os americanos têm ótimos diplomatas,
01:59estou lembrando do Harry Kissinger, Condoleezza Rice, Madeleine Albright, diplomatas de carreira diferente do Marco Rubio,
02:10Você acha, Cabral, que faz diferença alguém como o Vieira versus o Marco Rubio? Nessas negociações, a teoria pesa diante de um palco tão complicado como essa reunião entre Trump e Lula?
02:25Bom dia mais uma vez.
02:27Bom dia, Favalia, bom dia, Luria, bom dia a todos que estão assistindo.
02:31Enquanto internacionalista, eu preciso defender a minha classe nesse momento.
02:34Acho que sim, faz diferença, a nossa formação é importante para ter a qualidade nesse processo de negociação.
02:42A questão, principalmente em relação ao governo Trump, é que nesse segundo mandato, ele não se importou em trazer pessoas,
02:50grandes especialistas nas suas áreas de trabalho para participar do governo.
02:54O Trump veio de um primeiro mandato muito preocupado com pessoas que estavam fazendo vazamentos, com possíveis traições,
03:01e nesse segundo mandato ele vem se buscando, ele vem buscando estar cercado de pessoas que vão defendê-lo a qualquer custo
03:07e que estão dispostas a estarem ali nas frentes de batalha por ele.
03:12O Marco Rubio é um desses grandes representantes.
03:14Ele tem, muito provavelmente, interesses eleitorais em algum momento, pós-Trump,
03:18ele se vê como uma das pessoas que pode vir como liderança do movimento Make America Great Again.
03:24Então, ele precisa fazer o que é necessário para estar no governo Trump.
03:28O Trump, nesse momento, ele vem numa postura ainda mais assertiva em relação às exigências que ele tem com seus funcionários,
03:36que é de que todo mundo precisa fazer exatamente o que ele quer e precisa cumprir com as suas exigências.
03:43Então, o Marco Rubio precisa ter a postura de realizar qualquer coisa que o Trump queira na sua política externa.
03:50Obviamente, a qualidade entre os dois vai ser diferente.
03:53O Mauro Vieira tem décadas de experiência enquanto pessoa que trabalhou nas relações internacionais,
04:00já assumiu diversas posições representando a política externa brasileira no exterior,
04:06enquanto o Marco Rubio não tem essa experiência.
04:08Porém, ele precisa se cercar de pessoas que precisam ser hábeis o suficiente para aplicar as suas necessidades.
04:15Então, até mesmo nesse pronunciamento que a gente viu do Chancenro Mauro Vieira,
04:19ele demonstra que ainda vão existir reuniões entre as partes para discutir questões técnicas.
04:25Então, tem essa primeira reunião entre os chefes de Estado,
04:28entre o primeiro escalão, entre quem realmente comanda,
04:32em que eles definem as linhas das negociações
04:36para depois vir com as reuniões entre ministros e, posteriormente, entre secretários,
04:41que são os que realmente vão aplicar essas exigências que ambos têm,
04:46quais são as linhas que cada um deles vai querer que estejam na mesa de negociação.
04:52E eles apenas ficam com a foto.
04:53O trabalho das relações internacionais é muito feito nos partidores,
04:57ele é feito por esses diplomatas que estão trabalhando nessas reuniões bilaterais.
05:02Então, o Mauro Vieira vai precisar colocar algumas das principais nomes
05:06da política internacional dos Estados Unidos nessas reuniões,
05:10tanto que a gente já sabe que, provavelmente,
05:12desses próximos encontros devem ter o secretário Smutnik e o Brescent,
05:18se não me engano, como algumas das pessoas que vão ter que estar
05:22nessas mediações entre essas partes.
05:26Eu vou passar, Vitor, a palavra para o meu parceiro aqui de bancada,
05:32de estúdio, o Rodrigo Loureiro.
05:34Cabral, bom dia.
05:35Obrigado pela sua participação aqui nesse plantão especial.
05:38Eu vou seguir nessa mesma linha.
05:40A gente vê os governos de Estados Unidos e do Brasil
05:45terem uma semelhança em relação a manter a mensagem.
05:50O governo americano é muito unido nessa mensagem de pró-tarifa.
05:56A gente vê a mensagem de Donald Trump,
05:58um discurso mais agressivo.
05:59A gente vê o Scott Bassett com um discurso um pouco mais ameno.
06:03Howard Lutnick com um discurso um pouco mais agressivo.
06:06Marco Rubio.
06:07E aqui no Brasil, a gente tem o Lula,
06:09o presidente Lula com um discurso agressivo também,
06:12um discurso forte.
06:14Mas a gente tem também o Mauro Vieira
06:16e, principalmente, a figura do vice-presidente Geraldo Alckmin
06:20tentando amenizar ali, falando mais sobre negociações.
06:25A pergunta que eu te faço, Cabral, é sobre essa postura do governo brasileiro
06:30de, na figura do presidente Lula, mostrar força,
06:35mostrar que, olha, vamos negociar,
06:37mas se não tiver negociação a gente vai retaliar.
06:40E na figura do vice-presidente Geraldo Alckmin
06:43e também do Mauro Vieira,
06:44de falar mais com um discurso um pouco mais ameno,
06:48de manter uma relação um pouco mais cordial com os Estados Unidos.
06:52mas na figura deles, assim,
06:54é o jeito deles de falar,
06:55é um jeito diferente do presidente Lula.
06:58Essa diferenciação e ter esses dois tipos de discurso
07:02acabou ajudando o governo brasileiro
07:05para chegar nesse momento de uma negociação
07:08que parece estar caminhando com o governo americano?
07:12Olha, eu acredito que sim.
07:14Eu não entendo que o Lula tenha agido de maneira
07:18tão agressiva em relação aos Estados Unidos,
07:20porque, por parte do histórico da política externa brasileira,
07:25nós temos uma postura de nos defendermos
07:28e termos um equilíbrio de não estarmos
07:30completamente alinhados a um determinado país ou outro.
07:34Então, a gente vai ver essa posição do Lula
07:37quando se tem crítica,
07:38se a gente deve estar mais próximo aos Estados Unidos
07:40ou à China ou a qualquer outro país.
07:43Eu acho que na postura,
07:45na posição que o Lula está nesse momento,
07:47de terceiro mandato,
07:48de estar cumprindo amanhã 80 anos de idade,
07:51de ser uma das lideranças progressistas
07:54mais importantes dos últimos 100 anos
07:57na história da humanidade,
07:59ele tem alguma certa liberdade
08:01que outras pessoas não vão poder ter
08:03em ter posturas internacionais
08:06em dizer determinadas coisas.
08:07E pensando por uma perspectiva latino-americana,
08:12considerando que tanto países
08:15um pouco mais alinhados aos Estados Unidos,
08:18independente de qual seja a postura pessoal
08:21do presidente ou do chefe de governo,
08:23a gente percebe que nem sempre
08:25o Trump funciona ser tão amigável.
08:28A União Europeia, por exemplo,
08:30cedeu as exigências do Trump
08:31para não ter um aumento de tarifas,
08:35fizeram tudo o que ele queria,
08:36todos os acordos em relação à energia
08:38e o Trump manteve as tarifas.
08:40Então, a gente entende
08:41que determinadas posições,
08:42quando se trata com o Trump,
08:44a gente não pode ser tão legal
08:46e tão gentil.
08:46Então, eu consigo entender
08:47essa posição do Lula
08:48de, enquanto chefe de governo,
08:50a gente está pensando principalmente
08:52na popularidade do governo,
08:54ele não consiga a eleição no ano que vem,
08:56ele vai precisar realmente
08:57ter essa postura mais dura
08:58enquanto os demais vão ter que amaciar.
09:01Então, o Lula morde
09:02e os demais assopram.
09:03Faz parte da política,
09:04é normal ter esse tipo de postura
09:06e o Lula é conhecido também
09:07por ter muito mais liberdade
09:09para falar determinadas coisas.
09:11O ponto é que isso funcionou,
09:12em certa parte, com o Brasil.
09:14A gente vê a América Latina
09:16lutando para resistir
09:18às tarifas do Trump.
09:20Constantemente, os países
09:21precisam ficar indo e voltando,
09:23tendo que ir aos Estados Unidos
09:24para fazer negociações.
09:26O Brasil ainda é um dos países
09:27que mais tem níveis elevados
09:30de tarifas em relação aos demais.
09:32só que a gente não está cedendo,
09:34a gente não está aceitando
09:36que existam modificações
09:38nos processos democráticos do Brasil,
09:40nos processos judiciais
09:41que estão ocorrendo,
09:43que é a base da exigência
09:44nos Estados Unidos.
09:45As sanções não são econômicas,
09:47as sanções têm uma pretende
09:48política e ideológica
09:49muito flagrante.
09:51Então, a partir do momento
09:52que o Brasil decide
09:53que vai respeitar a Constituição,
09:56que não vai aceitar
09:57intervenção estrangeira
09:58e de que nós permaneceremos
10:00na nossa postura independente
10:02e de tentar não ter
10:03um alinhamento direto,
10:05isso facilita.
10:06Então, acredito que
10:07essa postura do Lula deu certo,
10:09essa reunião funciona
10:10justamente por isso,
10:11porque Trump reconhece
10:12a força política internacional
10:14que o Lula tem,
10:15reconhece
10:15essas eleições
10:18que ele teve,
10:18isso foi o Trump,
10:19é algo muito importante,
10:20porque aí se mobiliza o ego,
10:21o ego do Trump
10:22é fundamental para ele,
10:24então, mostrar que o Lula
10:25venceu diversas eleições,
10:27estão próximos da mesma idade,
10:28eles continuam ativos
10:29na política e com relevância,
10:32isso atrai para o Trump
10:33o respeito pela figura dele
10:36e faz com que,
10:37mesmo que o Lula
10:37já tenha batido publicamente
10:39no Trump algumas vezes,
10:41consiga mostrar para ele
10:42que o Lula é alguém importante
10:44e que ele precisa sentar
10:45e negociar o que não vai dar
10:47para sair dando canetadas
10:48em relação às funções
10:50sem que isso passe despercebido.
10:52Vitor Cabral,
10:54doutorando em Relações Internacionais
10:56pela PUC do Rio de Janeiro,
11:00gostaria de agradecer aqui
11:02o compartilhamento
11:03dos conhecimentos,
11:05obrigado pelos esclarecimentos,
11:07Vitor,
11:08até uma próxima oportunidade,
11:09estendo os agradecimentos
11:11a ter dividido aqui
11:14a entrevista comigo,
11:16o Rodrigo Loureiro.
11:17Até uma próxima, Vitor,
11:18obrigado,
11:19bom domingo.
11:19Obrigado.
11:20Obrigado.
11:21Obrigado.
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