Lula viaja à Ásia para novos acordos comerciais e gera expectativa por encontro com Trump

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O encontro entre o presidente Lula e Donald Trump pode redefinir a pauta comercial entre Brasil e EUA, afetando cerca de 45% das exportações brasileiras. Fernanda Sette detalhou a viagem do brasileiro à Indonésia e Malásia, destacando acordos agroindustriais, parcerias estratégicas e negociações tarifárias. Eduardo Gayer analisou impactos econômicos e a estratégia do Brasil para ampliar mercados mesmo diante de tarifas desafiadoras.

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00:00O presidente americano, Donald Trump, que confirmou que vai estar presente.

00:05Vamos voltar à Brasília com a Fernanda Sete.

00:07Fernanda, o que está faltando para esse tão esperado encontro entre Lula e Trump?

00:15Pois é, Cris, esse encontro entre o presidente Lula e o presidente norte-americano, Donald Trump,

00:20só depende de um alinhamento de agendas entre os dois chefes de Estado.

00:24E, claro, o foco é sim na negociação comercial para suspender a tarifa de 40% que foi imposta aos produtos brasileiros no dia 6 de agosto

00:34e que vem impactando cerca de 45% das exportações brasileiras.

00:40A viagem do presidente Lula deve durar o todo cerca de sete dias.

00:44Ele saiu hoje aqui de Brasília e deve chegar na Indonésia amanhã, na quarta-feira.

00:50A expectativa é que, na quinta-feira, o presidente Lula já cumpra algumas agendas oficiais,

00:56como, por exemplo, o encontro com empresários.

00:59Já na sexta-feira, a expectativa é que o presidente Lula visite a sede da ASEAN,

01:03da Associação das Nações do Sudeste Asiático.

01:07Já no sábado será o dia que o presidente Lula vai desembarcar na Malásia.

01:11Essa viagem internacional é para dois destinos, primeiro a Indonésia e depois para a Malásia.

01:17Então, no sábado, o presidente Lula chega na Malásia, onde terá uma série de agendas,

01:22vai ter reuniões ali com empresários, também vai participar da cerimônia de assinatura de atos.

01:28A Cúpula da ASEAN, da Associação das Nações do Sudeste Asiático, acontece no domingo, no dia 26 de outubro.

01:37E, por conta disso, esse evento acontece pela manhã.

01:39Então, a expectativa da agenda oficial do presidente Lula é que ele participe da abertura de cerimônia da Cúpula da ASEAN

01:46e faça algumas reuniões bilaterais.

01:49Então, à tarde, a agenda do presidente Lula, até o momento, está livre.

01:54Então, há uma grande expectativa, Cris, do presidente Lula se encontrar pessoalmente com o Donald Trump

01:59no domingo, na parte da tarde, onde a única reunião que já está agendada

02:04é com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

02:08Além disso, nós separamos um trechinho da fala do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin

02:14que comentou a viagem do presidente Lula, que ele fez recentemente à Índia

02:18e também comentou sobre essa viagem ao Sudeste Asiático.

02:22Vamos ouvir.

02:24Novos acordos comerciais são importantíssimos.

02:28Está indo, foi também com o presidente Lula, o ministro da Agricultura.

02:32Então, acho que a gente tem, com a Indonésia e também com a Malásia,

02:37mas especialmente com a Indonésia, a possibilidade de novos mercados.

02:41O Brasil é campeão no agro, na produção agrícola.

02:46Uma boa expectativa.

02:47Em relação ao encontro do presidente Trump com o presidente Lula,

02:50vamos aguardar para que eles definam e deem a data.

02:54A nossa ainda, a Índia, foi extremamente importante,

03:00porque a Índia tem 1,4 bilhão de pessoas,

03:04deve ser até começo do ano a quarto PIB do mundo,

03:10cresce a mais de 7% ao ano a economia

03:14e nós tínhamos poucas linhas tarifárias, de preferência comercial.

03:21Então, esperamos em menos de um ano,

03:25se possível em menos de 10 meses,

03:27fazer uma grande ampliação das linhas comerciais de preferência,

03:34que pode fazer crescer muito o comércio exterior,

03:38Mercosul, Índia.

03:41Não é nem Brasil como foi Brasil, México.

03:44Nós fizemos isso com o México,

03:45uma ampliação de linhas tarifárias

03:48para ampliar a preferência comercial.

03:51Brasil, México.

03:52No caso da Índia, Mercosul, Índia.

03:56Então, é importante.

03:57Depois, a Embraer,

03:58a abertura do seu escritório na AeroCity,

04:01uma região perto do aeroporto em Nova Delhi,

04:05o acordo que ela fez com a empresa indiana

04:09para possível parceria para a construção de aviões,

04:13na Índia.

04:14depois, a assinatura de contrato de venda de 6 milhões de barris de petróleo da Petrobras

04:22para a empresa estatal indiana.

04:27Depois, o visto eletrônico, que era um pleito dos empresários brasileiros e indianos,

04:34então, visto eletrônico para business,

04:37para comércio e consultorias.

04:39Então, pode vir para o Brasil com visto eletrônico.

04:43Um grande encontro em termos de empresários,

04:47indianos e brasileiros,

04:49com enorme interesse recíproco

04:51e a assinatura entre a Fiocruz e a BioE

04:56para a produção de vacinas,

04:58inclusive para transferência tecnológica.

05:01Então, em inúmeras áreas,

05:03nós tivemos avanços importantes.

05:05Ainda sobre a viagem do presidente Lula à Ásia,

05:10eu volto a conversar com o nosso analista de política, Eduardo Geyer.

05:13Geyer, claro que a maior expectativa é para o possível encontro entre Lula e Trump.

05:18Mas pensando além disso,

05:20qual é a importância dessa viagem?

05:25Cris, de fato, essa viagem já estava programada

05:28muito antes da retomada das conversas diplomáticas

05:32entre Brasil e Estados Unidos.

05:34Então, o encontro entre o presidente Lula e o presidente Donald Trump,

05:37claro, é muito importante, muito esperado,

05:39mas o foco da viagem definitivamente não é esse.

05:43O Brasil quer ampliar a sua pauta comercial com esses dois países

05:47e também se inserir nas discussões da ASEAN,

05:50um grupo, claro, muito importante de partidos poderosos,

05:54ou de partidos, não, olha a linguagem de Brasília,

05:56de países muito poderosos em todo o mundo.

06:00Então, Cris, o que essa viagem também significa

06:03é que deixa muito clara a orientação do presidente Lula para a sua equipe.

06:07O diálogo com os Estados Unidos não significa que é preciso parar,

06:12ou que se pode parar, podem parar as negociações comerciais com outros países.

06:17Não, a orientação é, vamos continuar abrindo mercados

06:20para compensar o tarifácio enquanto ele está em vigor,

06:23mesmo que a conversa com o presidente Donald Trump esteja avançando.

06:26Isso porque aqui dentro do Palácio do Planalto,

06:29todo mundo diz que a negociação do tarifácio vai ser muito dura,

06:32ninguém espera uma reversão 180 graus de Donald Trump de uma hora para outra,

06:37porque a deterioração nas relações entre Brasil e Estados Unidos foi muito rápida.

06:41Então, a retomada dessas relações tende a ser mais gradual.

06:45Claro que Donald Trump pode surpreender e, numa canetada, acabar com o tarifácio,

06:49afinal, foi com uma canetada que ele começou.

06:51Mas o cenário base não é esse.

06:53Então, a orientação é, vamos continuar abrindo mercados, negociando,

06:58e se o tarifácio for suspenso, beleza.

07:00Se não for, a estratégia continua.

07:02Não à toa, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, está nessa comitiva

07:06e o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento,

07:10Indústria, Comércio e Serviços, o secretário Marcio Elias Rosa,

07:13também, os dois ali, como o carro-chefe de Agro e Indústria,

07:17participando. O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

07:21não pode ir porque ele é o vice-presidente da República,

07:23precisa ficar no Brasil, tocando a lojinha, enquanto o presidente Lula

07:26está viajando. Então, Cris, podemos esperar, sim, frutos comerciais

07:31dessa viagem do presidente Lula à Ásia. Volto com você.

07:35Obrigada, Geyer.

07:36Já o presidente americano Donald Trump se contradisse durante uma fala

07:40sobre as negociações comerciais com a China.

07:43Primeiro, ele reafirmou que vai se encontrar com o presidente da China,

07:47Xi Jinping, e que espera um acordo. Mas pouco depois, no mesmo discurso,

07:52na Casa Branca, colocou o encontro na condicional, dizendo que talvez

07:56não aconteça.

07:59Vou ver o presidente Xi em duas semanas.

08:02Vamos nos encontrar na Coreia do Sul. Vamos conversar sobre muitas coisas.

08:06Eles querem discutir o fato de que estão pagando 157% de tarifas.

08:12é um pouco mais alto do que eles pensavam, e estamos nos saindo muito bem.

08:17Acho que vamos nos sair bem nessa negociação.

08:19Como você sabe, temos nos saído bem com o Japão, com a Coreia do Sul e com a Europa.

08:24As nações europeias se reuniram. Fizemos um acordo.

08:27E tudo isso foi baseado nas tarifas. O senhor nunca poderia ter feito o acordo.

08:32Vou lhe dizer uma coisa. Tarifas são iguais à segurança nacional.

08:37Lembrem-se disso. Tarifas equivalem à segurança nacional.

08:41E elas também são sinônimo de riqueza para a nossa nação,

08:44porque recebemos centenas de bilhões de dólares de forma muito amigável,

08:48dados a nós por nações que costumavam nos tirar.

08:51E eles usaram tarifas contra nós.

08:54Nunca as usamos contra eles porque éramos tolos

08:56ou porque éramos liderados por pessoas que não eram homens de negócios.

09:01Isso realmente acontece.

09:02É igual à segurança nacional.

09:04E eu não teria deixado de lado.

09:06Eu mencionei o fim de oito guerras.

09:08A nona está chegando.

09:09Dessas oito, cinco foram baseadas exclusivamente no comércio e nas tarifas.

09:14Comigo, eles estão pagando centenas de bilhões de dólares.

09:18Mais uma vez, tenho um ótimo relacionamento com o presidente Xi.

09:22Espero poder fazer um bom acordo com ele e fazer um bom negócio para a China.

09:27Mas tem que ser justo.

09:28Durante anos, eles ganharam 700 bilhões de dólares.

09:32700 bilhões de dólares.

09:34E nós não estávamos ganhando nada.

09:36Um acordo unilateral.

09:38Honestamente, nós construímos suas forças armadas.

09:42Construímos as forças armadas da China

09:44com o dinheiro que perdemos por tantos anos sendo roubados.

09:48Agora, teremos um acordo justo.

09:50Acho que teremos uma reunião muito bem-sucedida.

09:53Certamente, há muitas pessoas que estão esperando por ela.

09:56Talvez ela não aconteça.

09:58Talvez não aconteça.

09:59Coisas podem acontecer, por exemplo,

10:01talvez alguém diga,

10:02não quero me encontrar.

10:04É muito desagradável.

10:05Mas, na verdade, não é desagradável.

10:08São apenas negócios.

10:09E nós vamos, vamos fazer um bom trabalho

10:12representando vocês e o povo de nosso país.

10:17Além das indicações de Donald Trump

10:20sobre as negociações com a China,

10:22o mercado americano também repercutiu

10:23os resultados divulgados por várias companhias.

10:26A fabricante de bebidas Coca-Cola, por exemplo,

10:30divulgou lucro de...

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