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Após conversas entre Marco Rubio e Mauro Vieira, a relação comercial Brasil-EUA mostra sinais de distensão. Eduardo Gayer analisa como a aproximação pode impactar exportações, negociações tarifárias e interesses estratégicos, incluindo minerais raros e setores como Big Techs, açúcar e etanol.

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Transcrição
00:00O diálogo entre Brasil e Estados Unidos voltou a ganhar força em relação ao tarifácio.
00:05Depois da ligação entre Lula e Donald Trump, agora foi a vez do secretário de Estado norte-americano Marco Rubio
00:11conversar com o chanceler Mauro Vieira.
00:14A conversa foi vista como positiva e deve abrir caminho para uma rodada de negociações entre as equipes dos dois países,
00:22o que pode aliviar as tensões comerciais que afetam exportações brasileiras e vistos de autoridades.
00:28Por isso eu vou à Brasília, ao vivo, com o nosso analista Eduardo Gair.
00:33Oi, Gair. Muito boa tarde para você. Seja bem-vindo aqui ao Radar.
00:38Gair, parece que as coisas estão andando, né? Devagar, mas foi dado um próximo passo, um novo passo.
00:46Então, Marco Rubio e Mauro Vieira conversaram pelo telefone.
00:49O Marco Rubio convidou o Mauro Vieira, talvez não só protocolarmente,
00:56mas também com um gesto de afago aí, né?
00:59Para que Mauro Vieira vá aos Estados Unidos conversar pessoalmente com ele.
01:04O que mostra essa aproximação, essa ligação?
01:07Estamos perto realmente de começar, pelo menos, a desenhar um acordo para diminuir essa barreira tarifária?
01:14Bom falar contigo, viu, Gair?
01:15Oi, Eric. Boa tarde para você. Boa tarde a todo mundo que está acompanhando o Radar.
01:23Olha só. Devagar, com a dor, com o Santander de Barro.
01:26É mais ou menos esse o discurso que a gente ouve aqui no Palácio do Planalto?
01:30Porque, sim, a conversa está avançando.
01:33A relação diplomática entre Brasil e Estados Unidos, que estava congelada.
01:37Agora foi descongelada, mas daí, para haver uma reversão do tarifácio, tem um longo caminho.
01:45A expectativa dentro do governo brasileiro é que realmente seja uma negociação dura,
01:51uma negociação que também demore, porque não vai ser fácil convencer o governo americano
01:56a fazer um plot twist, fazer essa reversão do dia para a noite,
02:00porque Trump também sairia fragilizado se isso acontecesse.
02:05Então, a expectativa é que seja uma conversa gradual, que demore a acontecer
02:11e também que o efeito prático em relação ao tarifácio seja mais tardio.
02:17Quando que Mauro Vieira vai se encontrar pessoalmente com Marco Rubio?
02:21Ainda não há uma previsão para esse encontro.
02:23Semana que vem, o presidente Lula estará em Roma, no encontro da FAO.
02:28Mauro Vieira vai junto.
02:29Marco Rubio, por sua vez, deve estar ali no Egito,
02:32provavelmente para assinar o termo da faixa de gás,
02:35esse grande entendimento que foi anunciado pelo presidente americano, Donald Trump,
02:39topado por Israel e Hamas.
02:41Então, vai ser um desafio também conciliar essas agendas
02:45para um primeiro contato entre os dois países,
02:49agora já com a relação distensionada,
02:51depois daquele encontro rápido entre os presidentes Lula e Trump na ONU.
02:56Então, as coisas são um pouco mais devagares.
02:59E daí, para acontecer um encontro entre Lula e Trump pessoalmente,
03:02aquela reunião bilateral,
03:04aí tem um longo caminho mesmo,
03:05porque o presidente é aquele que bate o pênalti.
03:08Então, tem que estar tudo preparado antes do presidente chegar.
03:11E é por isso que essas conversas agora vão avançar no nível técnico,
03:15no nível das duas chancelarias.
03:17E tem um longo caminho para que isso se converta, de fato,
03:20em alguma coisa prática em relação ao tarifácio brasileiro, Eric.
03:26Os bastidores do Planalto,
03:28o Planalto que você também é bem relacionado aí, que eu sei,
03:33que o turn point aí desta relação,
03:36a aceleração aí talvez da derrubada das barreiras tarifárias,
03:40ou minimizar as barreiras tarifárias,
03:43pode acontecer nesse encontro,
03:44lá na cúpula da ASEAN,
03:46lá no sudeste asiático,
03:49quando o presidente Lula vai participar,
03:52Donald Trump estará por lá.
03:53E há uma análise aí de assessores próximos de Lula,
03:57de que quando o presidente Trump perceber uma aproximação de Lula
04:01com o sudeste asiático,
04:03que tem um mercado importante também,
04:05o presidente Trump pode falar o seguinte,
04:08opa, eu posso perder um mercado importante,
04:11que é o brasileiro.
04:12Então, vamos dar uma acelerada nisso,
04:15Marco Rubio?
04:15Então, o turn point aí do tarifácio
04:18pode acontecer no final do mês,
04:21lá na ASEAN.
04:22Você ouviu isso por aí também, Gair?
04:28Olha, Eric,
04:29essa aproximação do presidente Lula
04:31com o sudeste asiático,
04:32com a própria China,
04:33isso foi, claro,
04:34um dos elementos que ajudaram
04:37a repaginar a relação entre Brasil e os Estados Unidos agora.
04:41Essa espécie de mudança no pensamento de Donald Trump,
04:44na verdade,
04:45foi uma conjunção de fatores.
04:46Então, o projeto da anistia não andou por aqui,
04:49não houve reação popular expressiva
04:51à prisão do ex-presidente Bolsonaro,
04:54o tarifácio não atingiu fortemente a economia brasileira,
04:58alguns setores, claro, foram muito impactados,
05:00mas em termos macroeconômicos,
05:02não houve um impacto relevante,
05:05o Supremo Tribunal Federal não se intimidou
05:07com as sanções, as cassações de vistos.
05:10Então, Donald Trump, na visão do governo brasileiro,
05:13percebeu que recebeu informações erradas
05:15por parte da família Bolsonaro lá nos Estados Unidos
05:19e começou a modular o seu discurso
05:21porque não quer perder também
05:23essa espécie de interlocução com a América do Sul.
05:28Na nota que foi divulgada hoje pelo governo americano,
05:32tem uma pista importante
05:33dessa mudança de pensamento na Casa Branca.
05:36A nota fala que Brasil e Estados Unidos
05:39vão começar a trabalhar
05:41em questões econômicas,
05:43mas também em interesses comuns
05:45na América do Sul.
05:47É alguma coisa nesse sentido.
05:49Ora, ele entende que é preciso ter o Brasil
05:51ao lado dos Estados Unidos,
05:53isso vai acontecer uma outra história,
05:55mas que eles precisam trabalhar juntos
05:56por questões relacionadas à América do Sul.
05:59Por exemplo, a Venezuela,
06:00por exemplo, a situação do Mercosul.
06:02Então, os Estados Unidos,
06:03de alguma forma, entenderam
06:05que não dá para prescindir do Brasil,
06:07que é uma democracia importante
06:09do continente americano como um todo.
06:11Então, isso ajudou a mudar
06:12ou, pelo menos, modular um pouco
06:14esse mindset de Donald Trump
06:16em relação ao nosso país.
06:18Sobre esse encontro na ASEAN,
06:21pode ser que ele aconteça,
06:22não tem nada marcado,
06:23ainda não há certeza das agendas,
06:26se elas vão casar,
06:27porque o Donald Trump deve chegar
06:28um pouco antes na Malásia,
06:30o presidente Lula um pouco depois.
06:32Diplomaticamente, não seria muito elegante
06:34o presidente Lula se reunir primeiro com o Trump,
06:37do que com o anfitrião,
06:39que é o presidente da Malásia.
06:41Então, tem uma dificuldade
06:42de encaixar essas agendas.
06:44Se essas agendas conseguirem se encaixar,
06:47não há nenhuma garantia
06:48de que a reunião bilateral
06:49vá avançar para questões comerciais.
06:51Eles podem, sim,
06:52não, estamos aqui entendidos,
06:53foi uma conversa muito boa,
06:55queremos trabalhar,
06:56a orientação é encontrar
06:57um acordo comercial,
06:59mas daí, para ter alguma coisa assinada
07:01já na ASEAN,
07:02eu acho que é um pouco improvável.
07:04Os Estados Unidos, por exemplo,
07:05devem querer algumas concessões do Brasil
07:07sobre Big Tax,
07:09algumas concessões do Brasil
07:10sobre a questão do etanol,
07:12o Brasil tem um problema
07:14com a taxação do açúcar brasileiro
07:15lá nos Estados Unidos.
07:17Então, são temas muito complexos
07:19e que são difíceis de ter
07:21um desenrolar daqui até a ASEAN,
07:24porque, como eu disse,
07:25o presidente é o que bate o pênalti,
07:27tem que estar tudo preparado.
07:28Eles vão chegar lá,
07:29o presidente e um outro presidente
07:31discutirem a alíquota de imposto.
07:33Isso não acontece diplomaticamente.
07:35O trabalho tem que ser feito antes.
07:36Ali é só para os dois assinarem.
07:38Então, eu acredito que,
07:40se essa reunião de fato sair na ASEAN,
07:42como existe a expectativa,
07:44ela não necessariamente
07:45pode significar de imediato
07:47uma mudança no tarifácio,
07:49mas pode ampliar a aproximação
07:51entre os dois países
07:52de modo a intensificar
07:54as negociações sobre o tarifácio,
07:57intensificar as conversas
07:58entre as equipes técnicas, Eric.
08:00É isso, cara.
08:01E tem uma outra coisinha
08:02que tem aqui no Brasil
08:03que é de muito interesse
08:04para Donald Trump,
08:05que chama Minerais Raros,
08:06que é a segunda maior reserva.
08:08Está aqui.
08:08Trump quer discutir isso.
08:10Já tem uma empresa que explora,
08:12que é justamente
08:13uma empresa norte-americana,
08:14a Serra Verde,
08:15que faz isso lá em Minasul.
08:17E aí vai entrar naquele jogo
08:18do upsell, né?
08:19Eu te dou um para comprar dois,
08:20entendeu?
08:21Eu te dou ali,
08:22sei lá,
08:22tiro um tarifácio ali
08:23e você me dá um redata
08:24e um mineral raro, né?
08:26Então, vai ter muita coisa
08:28colocada à mesa ainda,
08:30muita discussão
08:30e a gente vai ficar acompanhando.
08:32Então, Eduardo Gair,
08:33obrigado pelas suas informações,
08:35pela sua análise
08:36e daqui a pouco
08:37a gente volta a conversar.
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