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Denilde Holzhacker, professora de relações internacionais da ESPM, analisa a intensa semana de negociações internacionais: o encontro entre Trump e Xi Jinping, o diálogo de Lula com os EUA e as perspectivas para o início do tarifaço. Um balanço das estratégias e tensões no comércio global.

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Transcrição
00:00E a gente volta a falar sobre as negociações comerciais.
00:04Essa foi uma semana, mais uma semana, marcada por muitos fatos relevantes, dimensão global,
00:10como a esperada reunião entre Trump e Xi Jinping.
00:13Também teve encontro com a primeira-ministra do Japão e, por aqui, repercussões da conversa do presidente Lula com o presidente norte-americano.
00:21Inclusive, no radar do mercado, a expectativa para a primeira reunião de negociação do tarifácio com membros do governo americano
00:28pode acontecer, então, na próxima semana.
00:31E sobre todos esses temas e outros destaques globais, eu converso agora ao vivo com o Denil de Rosacker,
00:36que é professora de Relações Internacionais da SPM.
00:40Professora, boa noite. Bem-vinda.
00:42Boa noite. Prazer é meu estar aqui com você.
00:45Prazer o nosso. Obrigada pela disponibilidade.
00:48Professora, qual é a sua avaliação sobre essa semana tão intensa de negociações internacionais?
00:52Uma semana que parece que valeu por três, né?
00:55É, foi uma semana intensa, né?
00:59A ida dos líderes para o encontro na Ásia, na Malásia, acabou sendo aí um palco importante
01:08para as reuniões presidenciais e presenciais e encontros que puderam equilibrar um pouco o jogo político,
01:19mas não destravar totalmente todas as negociações, né?
01:23Acho que ainda tem muitos pontos em aberto da negociação dos Estados Unidos com os países da região e com outros países do mundo.
01:33Mas os americanos mostraram o estilo de negociação, né?
01:39Em alguns acordos a gente percebe qual vai ser o estilo de posição e defesa dos interesses americanos,
01:47como no acordo com a Malásia, a posição do próprio Trump de se colocar novamente no centro das negociações,
02:00mas também na liderança de temas importantes, então a ação dele da diplomacia americana com relação ao acordo entre Tailândia e Cambódia,
02:13e aqui mostrando especialmente a importância da Ásia para os interesses americanos.
02:20Então, isso fica muito claro na forma, na lógica, no giro em que o Trump fez pelos países da região,
02:30indo para a Coreia, depois para o Japão, Coreia, e o grande encontro que era esperado,
02:36que era o encontro entre o Xi Jinping e o Trump.
02:40Não é um encontro que a gente entende que avançou, mas foi uma trégua tática que os dois países conseguiram estabelecer parâmetros para o início das negociações.
02:56E acho que esse foi mais ou menos também o que a gente pode tirar da conversa com o presidente Lula,
03:02foi estabelecer os parâmetros para que as negociações possam evoluir nas próximas semanas.
03:09Então, gerou expectativa, teve o papel de colocar as posições frente a frente, como o presidente Lula colocou,
03:22a negociação direta entre líderes, estabelecer os parâmetros, mas é agora que a gente vai acompanhar para ver de fato os resultados.
03:32Exatamente, os fatos concretos, os termos práticos dos acordos, professora.
03:37Bom, a gente inclusive trouxe aqui na abertura dessa edição de hoje mais detalhes sobre o acordo divulgado pela Casa Branca,
03:47os termos entre China e Estados Unidos.
03:50Então, queria ouvir a professora sobre isso e saber se a professora percebe que esses recentes encontros
03:58sinalizam alguma mudança de postura comercial por parte dos Estados Unidos,
04:03ou é uma articulação mesmo para impor medidas protecionistas que ele já vinha divulgando?
04:10Olha, do ponto de vista de negociação, os Estados Unidos têm estabelecido uma lógica de barganha,
04:17em que os países fazem concessões, os americanos tendem a fazer menos concessões.
04:24E aí, um patamar grande de parceiros em que tiveram que fazer mais concessões do que os americanos.
04:34No caso da China, a relação é mais igual, é mais equilibrada.
04:40E aí, os Estados Unidos tiveram que fazer grandes concessões e muito no primeiro momento se entende que os pontos
04:51definidos, aceitos pelos americanos em termos da relação com a China foram maiores do que os da própria China
04:59com relação aos Estados Unidos, mas tiveram aspectos relevantes entre os pontos.
05:06A questão de terras raras, dos minerais raros, a questão dos investimentos chineses nos Estados Unidos,
05:21de empresas chinesas nos Estados Unidos, e para a China, há uma posição importante de demarcar
05:28que, apesar da pressão americana, ela tem força de negociação.
05:33Eu acho que foi, manteve uma lógica de quem cede e quanto se cede na negociação,
05:42mas aqui no caso da China, um equilíbrio maior do que a gente viu em outros acordos que foram feitos anteriores,
05:50e mesmo os acordos que foram feitos durante essa viagem do Trump com os países asiáticos.
05:56Então, mostra que há níveis distintos do quanto os americanos vão usar de protecionismo,
06:02dependendo do ator e da força que esse ator tem, e também criar prejuízos para as empresas e para o comércio americano.
06:14Professor, eu queria te ouvir sobre a expectativa pós-encontro com o presidente Lula,
06:21encontro entre Lula e Trump, porque depois de declarações muito duras, o tom mudou bastante,
06:27e vens falando sobre cooperação, sobre revisão de tarifas.
06:31O que a senhora realmente acredita que pode sair do papel em relação a essas tratativas?
06:35É sempre difícil saber o que é parte do processo, até uma encenação em termos de negociação,
06:49o Trump usa táticas como essa, deixar os seus negociadores terem uma sensação de que está tendo ganhos,
06:59e depois faz ações bastante duras de negociação, então se percebe que com o Brasil essa lógica vem sendo utilizada,
07:10com momentos de muito duros, outros de mais de abertura, de negociação,
07:16então isso é parte da tática, e o governo brasileiro também sabe que isso está acontecendo,
07:25e como lidar com isso. Acho que tem pontos importantes, a gente saiu de uma negociação
07:31que tinha muitos aspectos políticos e ideológicos na mesa, para trazer para a negociação técnica,
07:38então isso já é um ganho para o governo brasileiro, porque aí a gente passa a discutir pontos importantes.
07:45Os americanos ainda não sinalizaram, pelo menos formalmente não sinalizaram,
07:50o que está na mesa de negociação, mas a gente já sabe que eles, olhando para os outros acordos,
07:57vai ter algum tipo de concessão por parte do Brasil,
08:02os americanos vão ter uma pressão maior em temas que são importantes,
08:10como as questões de acesso aos minerais raros, a exploração de minerais raros,
08:16a questão sobre as big techs e regulação nessa área,
08:23e setores específicos que podem entrar na mesa de negociação, como por exemplo o etanol.
08:31No caso do Brasil, a gente tem já uma lista clara,
08:34e para o Brasil o grande avanço nessa semana que retoma as negociações,
08:40também seria conseguir uma suspensão das tarifas, pelo menos de 90 dias,
08:47para que as negociações ganhem ritmo, e se aí analise item por item.
08:54Então, como sempre, são muito complexos, envolve o que eu cedo,
09:01que pode impactar um setor, mas o que eu ganho em outro setor,
09:06então essa lógica, ela precisa de tempo para ser construída,
09:12e acho que a gente, à medida que continuar negociando,
09:16a gente consegue estabelecer esses parâmetros,
09:19mas de qualquer forma, as negociações com os americanos
09:22têm sido duro para todos os países,
09:25mesmo os países asiáticos que avançaram em acordos,
09:28tiveram poucos ganhos em termos de tarifas,
09:33a Índia tem tido muita dificuldade em negociar,
09:38então isso não vai ser também diferente com o Brasil.
09:41Mas acho que o Brasil mudou de patamar na negociação,
09:44e mudou também em frente aos interesses americanos,
09:48se tornando mais estratégico a questão e a exploração
09:52desses pontos já colocados,
09:55especialmente a disputa entre China e Estados Unidos
09:58acaba afetando também a negociação com o Brasil.
10:01Perfeito.
10:03Quero agradecer a professora Denilde Rosacker,
10:05de Relações Internacionais, DSPM,
10:08por estar com a gente nessa noite.
10:10Obrigada, professora.
10:11Bom fim de semana.
10:13Eu que agradeço.
10:14Bom final de semana.
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