Lula brinca sobre Trump e confirma negociações: "Não pintou química, pintou petroquímica"

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O presidente Lula confirmou o encontro entre Mauro Vieira e Marco Rubio no Rio de Janeiro, iniciando negociações tarifárias com os EUA. Vinicius Torres Freire analisou o impacto econômico e os desafios de negociar barreiras comerciais em meio a interesses estratégicos bilaterais.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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00:00Estamos de volta com o radar às 4h24 da tarde, hein?

00:04E o presidente Lula confirmou o encontro entre Mauro Vieira e Marco Rubio durante o evento no Rio de Janeiro.

00:11Ele se mostrou otimista com o início das negociações tarifárias e voltou a falar sobre a química com o presidente Donald Trump.

00:18Mas quando eu fui falar com o Trump, a gente estava, eu não conhecia ele, a gente estava de mal, mas eu não conhecia ele.

00:25E tinha gerado uma química na ONU, 29 segundos, sabe?

00:34Então, ele me ligou, eu falei, presidente, eu queria estabelecer uma conversa sem liturgia.

00:44Eu estou fazendo 80 anos hoje, você vai fazer 80 anos, dia 14 de junho, porque eu tinha pesquisado.

00:52Então, dia 14 de junho, significa que eu sou oito meses mais velho do que você, então vamos nos tratar de você, sem liturgia.

01:01E aí comecei a falar o que eu achava que deveria ter falado, então.

01:04Sabe, não pintou química, pintou uma indústria petroquímica.

01:10Amanhã ainda vamos ter a conversa de negociação.

01:12Bom, e para analisar este início de conversa entre Estados Unidos e Brasil, eu vou chamar o nosso analista Vinícius Torres Freire.

01:23Oi, Vinícius, boa tarde para você. Seja bem-vindo aqui ao Radar, tudo bem?

01:26Boa tarde, Eric. Boa tarde para todo mundo.

01:29Vinícius, eu até trazia aqui no início do Radar, que a gente chama da nossa pensata,

01:33que o governo brasileiro já se mostrou otimista, né, com esse start aí nas negociações comerciais,

01:38talvez para começar aí uma desconstrução das barreiras tarifárias.

01:43Mas eu disse o seguinte, prudência e caldo de galinha não faz mal a ninguém, né?

01:47Não faz mal a ninguém mesmo, Eric, porque a gente está vendo no mundo inteiro reviravoltas gigantes.

01:55E a gente vai ver muitas porque o presidente dos Estados Unidos se chama Donald Trump.

01:59Então, você vê esse rolo de hora em hora.

02:02Hoje em dia, as idas e vindas com a China, desde sexta-feira, são de horas em horas.

02:07E o caso do Brasil é complicado.

02:09A gente sabe que foi muito bom, foi um progresso enorme ter essa abertura.

02:14Agora a gente tem data para encontro.

02:16A gente não tinha nem dia para telefoner, mas nem sabia se podia telefonar.

02:20Agora tem data para encontro, alguma coisa pode andar.

02:23Agora, e o Brasil tem uma pauta de que a gente conhece quais são as reivindicações.

02:28O Brasil quer cancelar o tarifato e, ainda por cima, quer que sejam canceladas as punições

02:34via lei magnítica contra o Alexandre de Moraes e a mulher dele.

02:38Bom, aqui já complica um pouco, mas tudo bem.

02:40Agora, o Brasil diz que vai argumentar que isso é injusto por todos os motivos.

02:45Que o Brasil tem déficos com os Estados Unidos, etc, etc.

02:48Mas só que isso não é negociação.

02:50Negociação, o Brasil vai ter que dar alguma coisa para o Trump falar.

02:53Ganhei, levei alguma coisa.

02:54Essa é a grande dúvida.

02:56O que o Brasil vai colocar na mesa de novo, ao menos de novo, além de tarifatos, para discutir?

03:02E, colocando na mesa algo de novo, o que os Estados Unidos ganham para o Trump declarar que teve vitória?

03:10Esse é o problema.

03:11O Brasil ainda não deixou em aberto.

03:13Talvez tenha até umas ideias.

03:14O governo não está dizendo nada, que é uma tática boa de negociação, não conta nada.

03:18Mas essa vai ser a grande dúvida.

03:20Primeiro, se vai conseguir fazer com que os Estados Unidos levem alguma coisa, não punindo mais o Brasil e tirando o tarifato.

03:29E o Trump vai cobrar também o presidente Lula em relação à desdolarização dos BRICS, né?

03:34Ele pode colocar qualquer coisa na mesa, né?

03:36Ele ontem ameaçou não comprar óleo de cozinha da China.

03:40Coitada das French Fries.

03:42Entre outras coisas.

03:44Mas, assim, tem esse problema.

03:46Pode botar, olha, vocês vão ficar perto da China?

03:48A gente quer que vocês fiquem mais longe da China.

03:51Aliás, foi ontem um dos temas da conversa do Trump com o presidente da Argentina, Javier Milley.

03:56Olha, a gente não quer que vocês cancelem seu acordo financeiro com a China, que a Argentina tem o swap cambial com a China.

04:02Mas a gente quer que vocês se separem aos poucos dele.

04:05Isso vai estar na pauta?

04:07Pode ser.

04:08BRICS vai estar na pauta?

04:09O Brasil não vai poder abrir mão disso porque seria uma invasão da nossa soberania, goste ou não, dos BRICS.

04:14Então, assim, a dúvida é o que pode ter na mesa que seja bom para os dois países e que o Trump possa dizer ganhei.

04:21Essa é a grande dúvida que está aí há semanas e eu pergunto para todo especialista o que pode ser isso.

04:26E os especialistas ainda não sabem.

04:29Vamos tentar ter algum sinalzinho, talvez um indício a partir de amanhã.

04:33A partir de amanhã.

04:34Já, já a gente volta a conversar.

04:35Obrigado por enquanto.

04:36Até mais, Eric.

04:36Até.

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