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O CEO global do Grupo Stefanini e líder do Fórum Brasil–Estados Unidos, Marco Stefanini, analisou a missão empresarial brasileira em Washington. Ele destacou avanços técnicos e setoriais, mas avaliou que as negociações com os EUA esbarram em limites políticos, reforçando que só o diálogo entre líderes pode destravar acordos.

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Transcrição
00:006h37, hoje foi o último dia da missão de empresários brasileiros à capital dos Estados Unidos,
00:07com o objetivo de tentar renegociar as tarifas com o governo americano.
00:12Eu vou conversar agora com o empresário Marco Stefanini, CEO global do Grupo Stefanini
00:17e líder brasileiro do Fórum Brasil-Estados Unidos, que acompanhou essas conversas.
00:23Marco, boa noite para você, muito obrigado pela gentileza aqui da sua participação.
00:27Marco, eu queria, antes de mais nada, saber qual foi o seu diagnóstico em relação à temperatura das conversas.
00:36Boa noite, primeiramente boa noite aqui, obrigado pelo convite, aqui estar participando novamente aqui com vocês, Fábio.
00:44Basicamente, nós tínhamos três objetivos, eram três reuniões, uma era com a área política,
00:52com alguns senadores do Congresso Norte-Americano.
00:58Depois tinha uma sessão muito importante, que, além do tarifaço, nós temos uma ameaça bastante grande,
01:04que é a investigação 301, que também teve, a comitiva teve a oportunidade de acompanhar.
01:13E o terceiro, algumas rodadas de conversa com empresas americanas, em geral, impactadas pelo tarifaço.
01:21Eu diria que foi razoável, porque, na verdade, eu acho que, do ponto de vista da investigação 301,
01:29foi importante acompanhar, porque eu acho que a gente tem, inclusive, tem um prazo de sete dias
01:34para, inclusive, apresentar uma nova defesa.
01:37Ali é uma situação que também causa bastante, é uma ameaça bastante significativa.
01:43Na parte das empresas, também foi boa a conversa.
01:47Na parte política, aí, a gente não consegue avançar, né?
01:50Então, eu diria que, hoje, o empresariado brasileiro, e a gente está procurando fazer o melhor,
01:56porque lembra-se que a gente foi sempre, de maneira sempre coordenada, né?
02:00Essa comitiva, inclusive, foi organizada para a CNI, e a Anxan teve uma participação,
02:05e nós também, do CEO Fórum, né?
02:07Então, foram as três organizações trabalhando em conjunto, que isso é muito bom,
02:11é bastante alinhado.
02:13Mas, eu diria que a gente vem chegando num ponto, num impasse, num limite nosso, né?
02:19Como vocês têm noticiado, aí, em várias, praticamente, na mídia toda,
02:25tem o lado político, é o mais pesado, e aí, obviamente, não está na nossa alçada, né?
02:30Agora, você diria, Marco, que vocês já bateram na parede?
02:34Que, daí para frente, é só política?
02:37Não, eu não diria, a gente nunca joga toalha, né?
02:39Como eu diria, a gente não desiste, mas eu diria que a gente está chegando perto do nosso limite, né?
02:44A gente teve uma estratégia, agora também, adicional, de procurar as negociações serem setoriais, né?
02:52Se você trabalha por setor, isso facilita a conversa, porque você alinha muito a cadeia toda produtiva,
02:59a parte afetada americana, e principalmente nós, que somos os maiores interessados, né?
03:04Mas, eu diria que está quase lá, eu acho que agora, para ter avanços significativos, é do lado político, né?
03:11Eu acho que, pelo que a gente percebe, a parte, vamos dizer, empresarial, a gente já avançou bastante,
03:19tem feito um trabalho, não vamos desistir, tem a questão da investigação que eu te disse,
03:24mas eu diria que agora o peso é mais a parte política.
03:31Se vocês, como empresários, que estão aí para discutir tecnicamente, não tratar de política,
03:36se vocês sentiram que dá para avançar alguma coisa apenas com a conversa no nível técnico,
03:42ou se nada vai acontecer sem a participação da política?
03:47Tá bom. Obrigado, aí, desculpa a interrupção.
03:50Só uma correção, tá, Fábio?
03:52Quem está pela Estefanini me representando é o nosso VP Ailton, eu estou aqui no Brasil hoje, tá?
03:57Eu estava viajando um tempão e cheguei esses dias.
04:00Mas, respondendo a tua pergunta, é, primeiro, nós não jogamos a toalha,
04:07então, tem um espaço, sim, de trabalho, principalmente nessa tática de fazer negociações setoriais.
04:14Então, a gente não jogou a toalha, então, vamos chamar assim, ainda tem um espaço para trabalhar.
04:20Mas eu diria que os avanços podem ser lentos e pontuais.
04:25Então, agora, eu diria que a carga é mais política, isso ficou claro aí pelo governo americano,
04:33como praticamente todas as mídias noticiaram, né?
04:36Então, agora, é uma questão de a parte política aí dos líderes de cada país conseguirem se aproximar mais
04:45e tentar um desfecho mais positivo, né?
04:48Eu acho que a gente já avançou uma boa parte do tarifácio, não entrou, agora é um fine tuning, que a gente chama, né?
04:57Então, é um refinamento, então, agora eu vejo mais lentidão, uma velocidade mais baixa e bem pontual, né?
05:06Mas, obviamente, nosso trabalho é continuar tentando e continuar fazendo nosso trabalho aqui
05:11de insistir nessa não ganha-ganha dos dois lados, né?
05:16Lembrando que a gente está com um foco de, o discurso é, o nosso posicionamento é dobrar as relações comerciais
05:23entre Brasil e Estados Unidos em cinco anos, mostrar o nível de investimento que as empresas brasileiras estão fazendo nos Estados Unidos
05:30e o impacto que tem na parte econômica nos dois países, principalmente Brasil, mas também os Estados Unidos do ponto de vista de inflação e cadeia produtiva.
05:40Nós vamos continuar nessa linha, nesses pontos que a gente vem trabalhando.
05:45Agora, dá para dizer que a gente está mais perto de um entendimento, Marco?
05:49A missão volta ao Brasil com passos dados para frente?
05:54Não, ainda não.
05:55Isso, não.
05:57Pode ser, a gente sempre, a gente, às vezes, brinca, né?
06:00Os jogadores de futebol, sempre é uma caixinha de surpresa, pode acontecer alguma surpresa positiva,
06:05mas a perspectiva é não.
06:07A gente está, eu diria que boa parte do que a gente poderia conseguir já foi na primeira rodada.
06:12Eu vejo, eu pessoalmente, é uma posição minha, pessoal, eu vejo uma perspectiva baixa de um desfecho positivo, bem baixo.
06:23Quer dizer, você avalia com pessimismo o resultado dessa missão, então?
06:29É, você pode chamar de pessimismo, eu estou chamando de ser realista, né?
06:33Na verdade, eu acho que a gente, inclusive, tem que tomar bastante cuidado na questão da investigação 301, pode ficar pior.
06:42O Marco, em algum setor você diria que a conversa está um pouco mais fácil, um pouco mais próxima,
06:52que seja, por exemplo, para colocar algum novo produto, alguns novos produtos naquela lista de exceção dos 50%,
07:00para que esse produto ou esses produtos voltem a pagar os 10% da fase anterior do tarifácio?
07:05Olha, aí, como é negociação setorial, então você tem discussões em cada setor, fica difícil você passar uma visão, tá?
07:14Mas a visão geral é que ainda são fases iniciais, então não tem uma boa notícia, pelo menos com perspectiva, né?
07:23E, como eu disse, isso é um início, né?
07:26Essas negociações, elas são lentas e, na prática, também não há negociação entre o empresariado brasileiro e o empresariado norte-americano.
07:34Na verdade, é a capacidade que nós temos, nós, como empresário brasileiro, tentar, vamos chamar, sensibilizar o lado americano,
07:41a mesma coisa do lado norte-americano, mas também a sensibilização do próprio governo brasileiro na mobilização política, né?
07:54Então, é muito mais uma questão de sensibilização, então é muito difícil ter uma...
08:00Qualquer dado seria, aliviando da minha parte, adiantar alguma coisa, porque realmente ainda está, vamos dizer assim,
08:07bastante nebuloso e a tendência, como você disse, é mais pessimista.
08:13E vocês, enfim, as empresas representadas, os setores representados, saem dessa missão com alguma outra coisa agendada?
08:22Essa conversa vai continuar no nível empresarial ou não? O que precisa acontecer agora é o contato político?
08:28Eu diria que as conversas sempre continuam, mas o peso é político, é ali que vai decidir o jogo.
08:37E você diria, pela temperatura toda das conversas, que o contato tem que ser em altíssimo nível?
08:45É Lula com Trump que tem que haver a conversa?
08:48Olha, eu vou repetir o que eu já disse em algumas outras reportagens antes, matérias um mês atrás.
08:56Todos os grandes acordos, que inclusive não tinha, vamos chamar assim, uma razão, uma causa política,
09:07eles foram concluídos, fechados com os líderes de cada nação fechando o acordo.
09:15Então, isso aconteceu com a Inglaterra, aconteceu com a Europa, aconteceu com o Japão,
09:19as principais negociações e as demais também.
09:22Então, em geral, pegando o histórico, a gente tem que entender que a participação dos líderes de cada nação é fundamental.
09:34É a mesma coisa que quando a gente tem, nós, eu sou o CEO de um grupo de tecnologia,
09:40quando tem um grande problema, uma grande negociação, eu preciso participar.
09:46Então, essa, e ainda como aqui tem um teor, né, tem um, vamos chamar assim,
09:52um conteúdo ainda também, uma razão política, né, que também soma tudo,
09:59aí o peso dos líderes, na minha opinião, se torna ainda maior.
10:05Marco Stefanini, CEO global do Grupo Stefanini, líder brasileiro do Fórum Brasil-Estados Unidos.
10:11Obrigado, Marco, pela gentileza da sua entrevista, uma boa noite.
10:15Obrigado, obrigado pelo convite, desculpe o problema.
10:18Imagina, obrigado.
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