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João Alfredo Nyegray, coordenador do Observatório de Negócios Internacionais da PUC-PR, analisou o encontro entre Lula e Trump. Ele destacou que o Brasil tenta abrir espaço para negociações técnicas sobre tarifas e minerais críticos, enquanto os EUA buscam ganhos concretos para sua base doméstica.

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Transcrição
00:00E a gente conversa agora com o João Alfredo Niegrai, que é coordenador do Observatório de Negócios Internacionais da PUC do Paraná.
00:08Professor, boa noite, seja muito bem-vindo ao nosso plantão.
00:12Boa noite, Marcelo. Aquele boa noite super especial àqueles que estão conosco.
00:16Professor, eu queria saber qual é a sua expectativa para esse encontro.
00:19Veja, o encontro da Zerã é um encontro super importante, porque reúne aí uma população de cerca de 700 milhões de pessoas e um PIB de 4 trilhões de dólares.
00:32A imprensa e as autoridades estão indicando essa reunião bilateral para a faixa das 6 ou 7 horas da manhã em Brasília, em agenda paralela à da cúpula.
00:43Eu vejo que, do lado brasileiro, há o objetivo claríssimo de se remover a contaminação política, entendida como sanções sobre as autoridades brasileiras, e abrir a via técnica para reduzir tarifas.
00:58Do lado dos Estados Unidos, eu imagino que Donald Trump queira um resultado comunitável à base doméstica, ou seja, mostrar que ele conseguiu trazer eventuais ganhos para os pecuaristas ou para a indústria dos Estados Unidos,
01:11sem parecer ter recuado.
01:14Eu vejo que a gente pode ter três cenários prováveis.
01:19Aquele que tem a maior probabilidade de ocorrer é o anúncio político de supostos entendimentos para redução de tarifas setoriais,
01:30condicionados a mesas técnicas nas próximas semanas, para abordar assuntos sensíveis a ambos os países,
01:37como a questão do etanol, das autopeças, das máquinas e dos produtos têxteis.
01:42Eu espero também algum comunicado que mencione cooperação em minerais críticos e semicondutores,
01:49uma vez que os Estados Unidos vêm tentando obter esses minerais da China,
01:55que não abre mão de tê-los em situação quase que exclusiva.
01:58Só para lembrar aqueles que estão conosco, o Brasil tem aí cerca de um quarto de todas as reservas de terras raras do planeta,
02:07o que mostra o quão estratégico nós somos nesse item para os Estados Unidos nesse momento.
02:13Professor, o senhor acredita que o Trump vai estar disposto a ouvir apelos,
02:18possíveis apelos que o presidente Lula possa fazer para desescalar a ofensiva militar americana aqui na América do Sul?
02:25Definitivamente. E eu falo isso porque o Donald Trump tem um estilo, tem uma personalidade
02:33que é muito mais midiática e um tanto quanto imprevisível.
02:37Ele encara a política externa como uma extensão das suas negociações empresariais,
02:43preferindo muito mais um deal-making bilateral, baseado em trocas concretas,
02:47em ganhos mensuráveis aos Estados Unidos, do que qualquer outra promessa feita a um líder intermediário.
02:55Nesse estilo de comunicação do Trump direto, confrontador e altamente teatral,
03:01ele utiliza reuniões como um palco político, buscando sempre anunciar algo de impacto para a sua base.
03:07Do outro lado, a gente tem o presidente Lula da Silva,
03:10que tende a privilegiar uma diplomacia muito mais pessoal e simbólica,
03:15buscando reduzir tensões pela via do diálogo.
03:18E, correndo em paralelo, estão as falas tão incômodas aí do presidente Lula da Silva
03:24no decorrer dessa semana e dos últimos dias, algumas delas absolutamente incoerentes,
03:30como dizer que os traficantes são vítimas dos usuários.
03:33E essa fala foi dita no contexto de uma cena à Venezuela de quem o presidente Lula da Silva é tão aliado.
03:40É, agora o Lula está afastado do Maduro desde a última eleição, eles não têm conversado,
03:46e o Brasil também não reconheceu a vitória do Maduro.
03:49Mesmo assim, o Brasil quer se colocar como possível mediador aí dessa crise.
03:53Os Estados Unidos sempre olharam para o Brasil como se fosse uma espécie de consultor aí para a América do Sul,
03:59até pelo tamanho do país, né?
04:00Agora, então, o senhor acredita que isso não acontece mais?
04:03Nesse exato momento, não.
04:06De fato, o governo Lula não reconheceu, com todas as letras, a eleição do Maduro,
04:12mas também não criticou.
04:14A gente não pode esquecer que o presidente Lula da Silva já disse várias vezes
04:17que um dos problemas da Venezuela é o que ele chamou de excesso de democracia.
04:22Quando Lula declara que o Brasil não aceita ordens externas,
04:26quando se diz defender a soberania brasileira,
04:28e quando critica as medidas estadunidenses em relação à Venezuela,
04:32isso pode fazer com que Brasília seja vista muito mais como uma antagonista de Washington
04:37do que como uma ponte.
04:39Para Trump, que opera no estilo negociador transacional,
04:43com forte apelo à sua base,
04:46esse tipo de posicionamento pode ser interpretado
04:49ou como resistência ou como antagonismo,
04:52o que dificulta concessões rápidas, né?
04:55Então, são temas sensíveis em pauta,
04:58Venezuela, hemisfério de intervenção,
04:59com o presidente Lula, que criticou intervenções dos Estados Unidos,
05:04dizendo que qualquer coisa na Venezuela pode causar mais dano
05:07do que se pretende prevenir,
05:10e isso vem para uma administração estadunidense
05:13que considera a Venezuela como parte central da sua política hemisférica.
05:17Especialmente se nós considerarmos o secretário de Estado, Marco Rubio,
05:21que é muito crítico do Nicolás Maduro, assim como da ditadura cubana.
05:25João Alfredo Negra é coordenador do Observatório de Negócios Internacionais
05:30da PUC do Paraná.
05:31Obrigado pela entrevista e boa noite.
05:34Boa noite. É sempre uma alegria estar com o Times Brasil.
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