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O professor de economia da USP, Paulo Roberto Feldmann, analisou o corte de juros do BCE e o impacto na economia europeia. Falou também sobre o enfraquecimento dos EUA com Trump e defendeu o fortalecimento das relações do Brasil com Europa e Ásia.

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Transcrição
00:00O Banco Central Europeu cortou as taxas de juros em mais 0,25 ponto percentual e revisou para baixo as previsões de inflação do bloco para este ano e para 2026.
00:14Sobre esse assunto eu converso agora com Paulo Roberto Feldman, professor de economia da USP e um estudioso da economia na Europa, que eu sei, Paulo Roberto Feldman, professor, é sempre um prazer reencontrá-lo.
00:28Para a gente entrar nessa pauta que o senhor conhece muito bem, obrigado, a economia da União Europeia, da Europa, olhando para a roda motriz ali, a Alemanha, estes números dessa semana são bem promissores, mas gostaria de ouvir a sua análise, professor Feldman, para dizer que é um período em que os alemães podem respirar um pouco mais aliviado,
00:50isso pode contaminar positivamente outros países da União Europeia, a exemplo da França, da Itália, as outras duas grandes economias europeias, ou é só um fogo de palha, é algo momentâneo?
01:04Boa noite mais uma vez.
01:06Boa noite, Marcelo.
01:07Veja, a Alemanha passou por uma fase muito difícil, mas agora ela começa a se recuperar e com essas medidas que o Banco Central Europeu tomou, elas vão favorecer ainda mais a Alemanha.
01:27E ainda há um outro fator muito importante, o mundo está muito preocupado com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o andamento errático dele.
01:40Uma hora aumenta, outra hora abaixa as taxas, e isso faz com que principalmente os países da América Latina, e mais especialmente a América do Sul, se voltem para a Europa.
01:55Como este acordo foi praticamente finalizado, faltam pequenos detalhes, eu acredito que essa situação geopolítica,
02:06da forma como os Estados Unidos estão caminhando, isso vai contribuir para que realmente o acordo entre em vigor rapidamente.
02:16O que será muito bom, tanto para o Brasil, quanto para a Europa.
02:22A Europa é, talvez, a salvação, inclusive, do mundo nesse momento, porque Estados Unidos e China estão num conflito muito intenso entre eles,
02:35o que atrapalha toda a economia, o que atrapalha toda a economia, mas ambos os países têm posturas fora da economia,
02:43que não são muito condizentes com o que nós, sul-americanos, especialmente brasileiros, esperamos.
02:51Quer dizer, nós valorizamos muito a democracia, nós ficamos indignados quando os imigrantes são expulsos,
03:00coisa que a Europa toma muito mais cuidado com os povos que emigram para a Europa,
03:08o que é também bastante comum, mas nunca foram tratados de forma tão nefasta como os Estados Unidos estão fazendo.
03:16As universidades, as universidades americanas sempre foram o centro máximo de excelência na área acadêmica mundial.
03:24estão perdendo isso, vão perder por conta das medidas do Donald Trump e também por conta dos cortes de orçamento
03:34feitos nas universidades importantes americanas e nas áreas científicas.
03:39Então, a Europa, para nós, sul-americanos, é uma área muito importante para o mundo,
03:45porque a Europa representa realmente um mundo civilizado com o qual nós temos muita afinidade.
03:51Então, eu acho que o acordo do Mercosul com a Europa vai ser agilizado agora,
04:01apesar de todas as complicações que existem.
04:03Os agricultores franceses, para eles, não é conveniente,
04:07porque o Brasil, claro, é muito mais competitivo e produtivo em preços mais baixos do que a agricultura europeia.
04:15Mas nós aqui também temos problemas com a entrada de produtos europeus.
04:19algumas coisas vão atrapalhar muito o mundo empresarial brasileiro,
04:24principalmente as pequenas empresas, porque, aparentemente, as pequenas empresas europeias
04:28vão poder participar de concorrências públicas no Brasil e com vantagens.
04:35Então, são complicações sérias, mas que agora, diante do temor do Donald Trump,
04:42as coisas vão se acelerar, no meu ponto de vista, e isso é muito bom.
04:48Professor Feldman, a gente tem mais uns três minutinhos de papo,
04:51mas eu queria ver um desdobramento.
04:53Vamos pensar nessa lógica?
04:55Então, que o Donald Trump continue fechando as portas para produtos estrangeiros
04:58por meio desse tarifaço.
05:01A gente vai ter mais noção nos próximos dias,
05:02quando acabam esses 90 dias de pausa que ele havia anunciado.
05:06Então, vai sobrar muito produto de alto valor agregado vindo da União Europeia.
05:12Os carros alemães, as grifes francesas, os produtos de consumo da Itália.
05:19Só para eu pegar aqui uns exemplos que todo mundo tem na cabeça.
05:23Agora, vai haver outros polos consumidores no mundo,
05:27a exemplo da América Latina, da China, Sudeste Asiático,
05:32com o mesmo poder de consumo dos Estados Unidos?
05:36Ou essa reorganização das placas tectônicas vai fazer com que esses produtos percam preço?
05:43Veja, o maior poder de consumo do mundo hoje é o da China.
05:48A China passou os Estados Unidos em termos de poder de consumo.
05:55Então, existem dois grandes consumidores.
05:58Claro que nós temos que nos preocupar em não perder esse mercado consumidor.
06:04Mas, os Estados Unidos estão criando dificuldades para nós.
06:09Até uma semana atrás, nem tanto.
06:11Mas agora, esta semana, aconteceu o aumento do aço, o aumento do alumínio.
06:17E aumentou muito a tarifa.
06:19Passou de 25% para 50% a tarifa dos nossos produtos para entrar nos Estados Unidos.
06:26Isso é um problema sério.
06:28Então, respondendo a sua pergunta, Marcelo, existem outros mercados que nós teremos que buscar.
06:33O principal mercado é o mercado europeu, sem dúvida nenhuma.
06:37Mas existe, por exemplo, a Índia, um mercado importante.
06:41Existem outros países asiáticos com os quais nós temos ótimas relações
06:45e que temos que melhorar ainda mais.
06:47Por exemplo, a Coreia do Sul, o Japão especialmente.
06:51O Japão é a terceira potência.
06:52Então, é um mercado importantíssimo com o qual temos ótimas relações.
06:57Eu acredito que o Brasil agora tem que aprofundar a sua relação com esses países.
07:06Não dar importância mais para os Estados Unidos, como dava.
07:11Tentar se aproximar ainda mais da China.
07:13Apesar de que a China provavelmente vai entrar em uma fase de dificuldade muito grande
07:19por conta das tarifas que os Estados Unidos estão impondo aos produtos chineses.
07:25Isso vai criar problemas para a China.
07:27O mercado dela talvez não cresça tanto.
07:32Já caiu bastante a taxa de crescimento do mercado chinês, do PIB chinês,
07:36nesses últimos dois anos.
07:38Mas deve cair ainda mais, em função das restrições que o Trump está criando.
07:42Tudo isso mostra para nós que temos que estar preocupados com outros mercados.
07:50O Brasil tem que manter a sua boa relação com todos os países do mundo,
07:55que sempre foi a linha do Itamaraty.
07:59Então, independente de qual seja o presidente da República,
08:02isso é uma coisa muito boa que o Brasil tem, o Itamaraty.
08:05O Itamaraty é o nosso órgão diplomático que sabe que estabelecer boas relações
08:13com todos os países do mundo é fundamental.
08:16E tem feito isso com muita competência e tem que fazer ainda mais agora
08:20diante da dificuldade que nós teremos de entrada no mercado americano.
08:25Eu acho que, sem dúvida nenhuma, o acordo do Mercosul com a Europa
08:30é uma coisa importantíssima para o nosso futuro.
08:33Estamos torcendo.
08:35Professor Paulo Roberto Feldman,
08:37leciona Economia na Universidade de São Paulo, a USP,
08:41a quem eu agradeço mais uma vez pelos esclarecimentos.
08:44Até uma próxima oportunidade, que seja em breve, professor Feldman.
08:47Obrigado.
08:48Obrigado.
08:49Obrigado.
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