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Pedro Paulo Silveira, economista e sócio da A3S Investimentos, analisou no Fast Money os impactos do indiciamento de Jair e Eduardo Bolsonaro sobre câmbio, bolsa, juros e confiança dos investidores, além da reação internacional e do papel do agro.

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Transcrição
00:00E o ex-presidente Jair Bolsonaro e o filho Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PL de São Paulo,
00:06foram indiciados pela Polícia Federal nesta quarta-feira por tentar interferir no processo que investiga
00:12a coação no curso do processo e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
00:18A gente vai saber mais agora sobre as reações do mercado em relação a essa decisão,
00:22conversando com Pedro Paulo Silveira, que é economista e sócio da A3S Investimentos.
00:27Tudo bem, Pedro? Boa tarde. Seja muito bem-vindo ao Fast Money.
00:33Boa tarde. Obrigado pelo convite.
00:35A gente que agradece a sua disponibilidade. O Felipe Machado já está aqui com a gente para participar também.
00:41Bom, Pedro, muita gente fora do mercado financeiro, quando a gente olha para esse tipo de notícia,
00:46já imagina ali uma reação de turbulência. Na prática, o que aconteceu?
00:51O indiciamento de Jair e de Eduardo Bolsonaro mexeu, de alguma forma, com o câmbio, com a Bolsa, com os juros futuros?
01:00É, os investidores tendem a pensar no seguinte tipo de cadeia de relações.
01:07O presidente Bolsonaro, o ex-presidente Bolsonaro, ele tem uma proteção do governo Trump.
01:16Cada vez que aumenta a pressão sobre o ex-presidente Bolsonaro, o governo Trump pode aumentar a pressão sobre o Brasil, de diversas maneiras.
01:26Então, cada vez que aumenta a pressão da justiça brasileira sobre o ex-presidente,
01:32o mercado se antecipa prevendo um risco maior, uma pressão maior do governo americano contra o Brasil.
01:40Então, isso torna a nossa moeda mais sensível.
01:44O real se desvaloriza em relação ao dólar.
01:46Hoje ele está subindo um pouco e a Bolsa cai.
01:50A nossa Bolsa fica mais vulnerável ao risco.
01:54Então, hoje a Bolsa está caindo um pouco também.
01:56Mesma coisa, os juros, porque a dívida brasileira fica mais arriscada nesse ambiente,
02:04a taxa de juros sobe e isso faz com que os ativos brasileiros, em geral, se desvalorizem.
02:10Então, existe uma relação, sim, ainda que a cadeia de relações seja um pouco mais complicada.
02:18Felipe, a sua pergunta agora.
02:20Tudo bem, Pedro, boa tarde.
02:21Pedro, ao mesmo tempo que a gente viu essa notícia ontem do indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro,
02:27a gente também viu uma pesquisa da Quest, da Genial Quest,
02:30dizendo o ex-presidente Lula se distanciando um pouco dos outros candidatos,
02:36Tarcísio, alguns outros candidatos que são mais bem vistos pelo mercado.
02:42Teve alguma repercussão isso?
02:43Como é que o mercado está vendo esse distanciamento aí na liderança,
02:46alguns pontos à frente do presidente Lula?
02:49Eu acho que o mercado não vê de maneira positiva.
02:54Claro que o mercado tem uma preferência por quem tem políticas econômicas mais amigáveis ao mercado,
03:02market-friendly.
03:03O Tarcísio tem, claramente, uma visão mais favorável a privatizações,
03:12a políticas econômicas que respeitam o equilíbrio fiscal.
03:15O Lula não é visto dessa maneira.
03:18Evidentemente, cada vez que o Lula melhora e a oposição piora,
03:22o mercado tem que descontar um pouco mais os preços dos ativos brasileiros.
03:28Então, é claro que tem repercussão, sim.
03:31À medida em que a oposição está performando mal nessa questão relativa às tarifas,
03:38aos ataques do governo americano ao Brasil,
03:42ela se distancia um pouco nas pesquisas eleitorais.
03:47Mas eu acho que é muito cedo ainda.
03:49Então, o mercado vê isso com reserva, com preocupação,
03:54mas é muito cedo para que isso faça preço de maneira definitiva.
03:58Eu acho que se viesse uma notícia dizendo que o Lula está praticamente reeleito
04:03no primeiro turno de 2026,
04:08o mercado poderia ter uma reação um pouco mais enfática.
04:11Mas eu acho que isso não aconteceu hoje, não.
04:13E, Pedro, a gente sabe que esse tipo de notícia repercute na imprensa internacional, por exemplo.
04:21Então, a questão do indiciamento acaba sinalizando mais uma estabilidade política,
04:26pensando no investidor estrangeiro, que já é mais cauteloso naturalmente.
04:31Esse episódio pesa nesse tipo de decisão, olhando de uma forma pragmática?
04:37Não tenho dúvida nenhuma que mexe com o investidor.
04:41Porque sinaliza que a possibilidade de confusão política,
04:47de fragilidade institucional está aumentando no Brasil.
04:50Dado que existe um posicionamento claro do governo americano
04:54contra qualquer coisa que seja feita em relação à família Bolsonaro,
05:02e você pode esperar algum tipo de iniciativa na direção de punição do Brasil,
05:08toda vez que aumenta o tom contra a família Bolsonaro,
05:12evidentemente aumenta a preocupação do investidor contra a segurança do investimento no Brasil.
05:18Tem sido assim a percepção do investidor em relação ao Brasil.
05:24Tem sido essa.
05:25Pedro, as empresas...
05:28Toda essa confusão causada, principalmente desde aquela carta que o presidente Donald Trump
05:33condenava ali, criticava ali o modo como a justiça brasileira trata o ex-presidente Jair Bolsonaro,
05:41isso teve um impacto muito grande no tarifácio e tal, principalmente no agro-brasileiro.
05:46E o agro-brasileiro a gente sabe que é um setor que historicamente apoiava o presidente Bolsonaro.
05:51Como é que está essa relação hoje em dia?
05:53Quer dizer, é uma relação um pouco paradoxal, porque às vezes no momento do tempo que o agro
05:57quer defender a sua própria existência, o próprio lucro contra as tarifas,
06:03ele ainda apoia a família Bolsonaro.
06:07Quer dizer, como é que fica essa relação agora que está se encaminhando mais para um desfecho
06:12o julgamento do ex-presidente?
06:13Eu acho que tem um posicionamento do setor agro e ela tem um aspecto ideológico.
06:24Evidentemente, o setor agro é muito mais próximo ao Bolsonaro do que ao Lula, não tenho dúvida
06:31nenhuma.
06:31E vai continuar sendo assim, apesar da situação atual.
06:36Isso contradiz o interesse imediato, aparentemente contradiz o interesse imediato do agronegócio.
06:46Mas eu acho que é assim que o setor funciona, sempre foi assim.
06:50É um setor bastante comprometido ideologicamente.
06:53Ele tem uma relação de fidelidade ao pensamento de direito, ao pensamento conservador,
07:01que eu acho que se mantém, independentemente de qualquer coisa.
07:04Ele tem um alinhamento, por exemplo, com o Ronaldo Caiaro, que é um representante do setor
07:09há muito, muito tempo.
07:12Automaticamente se alinhou ao Bolsonaro, que soube aproveitar o espaço que havia dentro
07:19desse setor para se tornar uma liderança.
07:23Eu acho que, apesar de todo o desgaste econômico e financeiro que o setor vai sofrer, ele tende
07:32a culpar o Lula e não ao Bolsonaro.
07:35Ele tende a acompanhar o discurso do Caiaro, acompanhar o discurso do Tarcísio, ou discurso
07:42da própria família Bolsonaro, culpabilizando o Supremo Tribunal Federal e o governo Lula pela
07:51situação atual.
07:52Então, eu acredito que um empresário do setor agro, ele olha para a situação atual
07:58e diz, olha, os responsáveis por isso são o Lula, que sempre brigou com o Trump, e o
08:05STF, que apoia Alexandre de Moraes, que está fazendo uma caça às bruxas à família
08:13Bolsonaro.
08:14Então, eu acho que essa relação que existe, ela vai se manter.
08:18Agora, o eleitor, em geral, nós estamos vendo isso, não pensa dessa maneira.
08:23Eu acho que o eleitor tem mostrado alguma preferência para a forma como o Lula tem se comportado
08:34do que como, por exemplo, os governadores têm se comportado.
08:38Então, o desgaste, eu acho que se dá em outros estratos da sociedade.
08:43São os estratos que têm mais votos, diga-se de passagem.
08:47Apesar do agronegócio ter um peso econômico considerável no país, ter uma força política
08:54enorme no Congresso, eleitoralmente ele não tem tanto peso assim.
09:00E, Pedro, a gente olhando aqui de fora, dá uma sensação de que política e economia
09:06estão sempre ali caminhando juntas e misturadas.
09:09Agora, qual que é a sua sensação sobre o quão sensível o mercado doméstico está
09:14hoje a esse tipo de crise política, tudo isso que a gente vem enfrentando, em comparação
09:20a fatores econômicos mais postos mesmo, a fatos como inflação, taxa de juros?
09:25Olha, é difícil separar uma coisa da outra, você falou tudo.
09:32Ainda mais em situações tão complexas como a que nós temos vivido nos últimos anos.
09:37O Brasil passou por um tempo sem se sentir afetado pelo governo que nós estávamos tendo.
09:46Foi assim no primeiro, segundo governo Lula, uma boa parte do governo Dilma, foi uma boa
09:54parte do governo Temer, mas depois a gente voltou à dominância política, vou chamar
09:58isso de dominância política.
10:00Quando você tem uma situação ruim, os ativos brasileiros são depreciados por conta
10:07do risco percebido por parte dos investidores em relação aos ativos brasileiros.
10:13É um país que tem complicações, há um risco, não há previsibilidade em relação
10:19à política e nem à segurança jurídica, portanto, para eu investir aí eu vou precisar
10:26de um prêmio maior e você deprecia o valor dos ativos brasileiros.
10:30Quando você faz isso, você encarece o investimento, você pode pressionar mais a inflação, você
10:38torna a nossa economia mais vulnerável a esse ciclo ruim da política.
10:44A gente chama esse conjunto de situação, o índice de situação financeira.
10:53O índice de estabilidade financeira do Brasil está caindo, o Brasil está ficando mais frágil
10:59financeiramente.
11:00Em algum momento isso bate no lado real da economia, bate no emprego, bate na inflação,
11:08bate na arrecadação do governo, isso pode piorar a situação política.
11:14Ainda que o indicador de condições financeiras do Brasil esteja moderadamente equilibrado agora,
11:22ele vai piorando um pouco, mas a economia ainda não respondeu a isso.
11:26A economia continua com uma dinâmica positiva.
11:31É claro que é desigual, tem setores que respondem melhor, tem setores que não respondem
11:36tão bem.
11:37É claro que os efeitos do tarifácio ainda não foram disseminados totalmente pela economia,
11:45mas no momento, se você olhar a fotografia atual, a economia está melhor do que o índice de
11:52condições financeiras.
11:53Em algum momento, os dois se encontram.
11:56O pessimismo do mercado e o otimismo da economia vão se encontrar e quem vai ganhar
12:02é quem tiver melhores condições de dizer o futuro.
12:05Eu acho que o Brasil ainda vai piorar um pouco na economia, mas os investidores estão
12:10bastante cautelosos.
12:12Quero agradecer, Pedro Paulo Silveira, economista sócio da 3S Investimentos, pela análise,
12:17por trazer essas percepções dele, pela participação ao vivo aqui com a gente.
12:21Obrigada, viu Pedro?
12:22Até a próxima.
12:24Obrigado a vocês pelo convite.
12:25Até a próxima.
12:26Boa tarde.
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