O economista-chefe do Banco BV, Roberto Padovani, avaliou os impactos dos dados de inflação e atividade econômica, destacando a influência do cenário internacional, a resiliência do mercado de trabalho e a cautela do Banco Central. Ele prevê PIB acima de 1,5% e alerta para o núcleo de serviços.
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NotíciasTranscrição
00:00Vamos conversar agora com Roberto Padovani, economista-chefe do Banco UBV.
00:04Padovani, boa noite. Obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:07Bom, Padovani, vamos pegar um gancho aí do que o Luciano acabou de trazer.
00:12Bovespa conseguiu recuperar mais de mil pontos na sessão de hoje, uma alta de pouco mais de 1%.
00:17Na sua visão, o que pesou mais para esse avanço?
00:21Esses dados prévios da inflação por aqui, um certo alívio no mercado internacional,
00:25com as bolsas americanas subindo depois do feriado, tudo isso junto e misturado?
00:31Eu acho que o fator preponderante, Cris, foi o cenário global.
00:35A gente teve feriado antes nos Estados Unidos e os mercados só foram repercutir hoje
00:39o novo recuo do governo norte-americano em relação à imposição de tarifas na Europa.
00:44Mas a agenda econômica do dia também ajudou.
00:46A gente teve uma leitura positiva de dados de crescimento na China, na Europa.
00:50No caso norte-americano, a confiança do consumidor que tinha despencado
00:54e alcançado um dos níveis mais baixos, 50 anos, mostrou alguma recuperação.
00:59Então, o conjunto da obra fora do país foi favorável
01:02e a gente acabou surfando esse bom humor global.
01:06O Padovani, com essa inflação, aparentemente perdendo força,
01:10alguma coisa, na sua opinião, pode mudar na reunião do Copom no mês que vem?
01:15Tem espaço para o Banco Central já cortar juros?
01:19Não, eu acho que não tem espaço nenhum, Cris.
01:21Eu acho que o Banco Central agora está comunicando que os níveis de juros adequados,
01:27eu acho que são esses em que estamos, 14,75,
01:29e o desafio agora é manter essa taxa parada por mais tempo,
01:33justamente para fazer com que a inflação convija em direção ao centro da meta, que é 3%.
01:39Só para a gente se lembrar, é provável que a inflação comece a recuar.
01:42Hoje, o consenso de mercado é que ela fecha esse ano de 5,5,
01:45o ano que vem em 4,5, portanto há um recuo.
01:48Mas em nenhum momento, Cris, nos próximos cinco anos, a inflação se aproxima da meta, que é 3%.
01:54Então, é um desafio gigante para o Banco Central fazer essa inflação realmente convergir.
02:00Por isso, ele vai continuar sendo muito cauteloso,
02:02eu não vejo razão nenhuma para ele já começar a cortar juros ou dar sinal de que pretende cortar.
02:07Falando mais do IPCA15, que saiu hoje, se não fosse o impacto forte da energia elétrica,
02:12o resultado do mês seria ainda melhor.
02:15O que a gente pode esperar do mês fechado de maio e dos próximos meses?
02:19Na sua opinião, a energia elétrica pode vir a se tornar a grande nova vilã da inflação?
02:25Bom, Cris, eu acho que a gente tem tido um bom desempenho de preços administrados,
02:32de modo geral, a gente tem tido sequências e números melhores que o esperado,
02:37e isso vai gerar um bom humor, como a gente viu nos mercados hoje.
02:41Agora, a gente tem que lembrar que o que vai realmente comandar o IPCA nos próximos meses
02:46não é necessariamente os preços de energia elétrica, os preços administrados.
02:50O que realmente está trazendo alguma preocupação e resistência na velocidade de convergência da inflação
02:56é o núcleo de serviços, e esse continua firme e forte, porque o mercado de trabalho continua muito aquecido.
03:03Então, a gente pode ter surpresas aí na questão climática, isso tem favorecido, de modo geral,
03:10a definição de bandeiras, mas no meu entendimento, isso não vai fazer com que a mudança da leitura da inflação
03:17seja muito positiva. O mercado de trabalho é aquecido, sexta-feira teremos PIB,
03:23a economia também é aquecida, isso dificulta a redução da inflação.
03:28A inflação vai cair, mas não no ritmo necessário.
03:32Bom, já que você antecipou aí, claro que a gente ia te perguntar de PIB também,
03:35qual é a sua expectativa para o PIB na sexta-feira?
03:39Olha, acho que eu e todos do mercado estamos imaginando um PIB na casa de 1,7, 1,5,
03:45e mais do que o número trimestral, o que a gente imagina é que a cara do ano seja melhor.
03:51O segundo trimestre deve ser bom, havia no ano passado uma preocupação com o segundo semestre
03:56por conta dos efeitos da taxa de juros, e a leitura agora é de que o governo pode acelerar seus gastos,
04:02estimulando a economia, o mercado de trabalho segue muito robusto,
04:06portanto a gente tem uma cara de uma economia muito melhor do que a gente tinha antes.
04:11Então, acho que o PIB do primeiro trimestre vai ser importante, isso vai dar um pouco o tom do ano,
04:16mas quando a gente olha a dinâmica, quando a gente olha o filme,
04:19parece que a situação fiscal vai manter o crescimento num patamar mais alto.
04:25Vamos passar para os nossos analistas, Alberto Azental, fica à vontade.
04:29Roberto, boa noite.
04:31Queria te perguntar ainda sobre o IOF, como você está na linha de frente,
04:35você está dentro do mercado operando, queria o teu entendimento se o IOF de quinta-feira
04:43já começa a aparecer nos mercados, quer seja crédito ou em outros meios onde ele pode fazer influência.
04:55O impacto é imediato, isso é um preço que se ajusta rapidamente.
04:58A dificuldade nossa é olhar os indicadores, é como isso vai ser lido de maneira agregada.
05:06Obviamente, eu acho que o mercado tem razão quando avalia de que isso contribui para esfriar a economia,
05:12se vai encarecer ainda mais o crédito, talvez seja um fator importante quando a gente olha a decisão do Banco Central,
05:18porque ele equivale a um novo aumento da taxa de juros.
05:22Portanto, acho que impacto tem, Alberto.
05:24A questão agora que a gente vai se debruçar nas próximas semanas é tentar medir a intensidade desse impacto,
05:31quanto que a economia pode ser afetada.
05:32Minha avaliação é de que as condições de crédito já estão muito apertadas,
05:37isso não vai fazer tanta diferença e o que a gente tem se surpreendido nesse ano
05:41é com o nível forte de exportações, o crescimento da renda, portanto,
05:49suavizando o impacto do aperto monetário e olhando os próximos meses, como eu falei,
05:54é bastante provável que o governo aumente seus gastos públicos e estimule a economia.
05:58Então, eu acho que a questão do IOF e seu impacto sobre a atividade vai acabar um pouco perdido
06:03no meio de tanta informação.
06:07Vinícius, por favor, faça a sua pergunta.
06:09Bom, você falou aí de melhora de expectativa, está acontecendo de crescimento,
06:14que a gente está vendo pelo menos desde março, depois daquela caidinha da virada do ano,
06:18mas você falou que, além do segundo trimestre também poder ser bom,
06:22você falou que o segundo semestre também pode ser,
06:26porque a expectativa era de zero ou de alguma contração.
06:29Agora, essa expectativa é por causa de aumento de gasto do governo extra,
06:35uma novidade de gasto, ou porque o ritmo da economia vai levar,
06:40inesperadamente melhor do que a gente imaginava,
06:42vai levar a economia a crescer mais ou crescer no segundo semestre.
06:46E se é gasto, que gasto novo do governo vai vir ainda para influenciar o segundo semestre,
06:51se é que vai vir algum aumento de gasto?
06:53Bom, Vinícius, eu acho que a gente está, como todo mercado,
06:59reavaliando para cima as projeções de crescimento,
07:01e essa reavaliação tem dois motivos.
07:03O primeiro é que as condições de renda continuam muito fortes,
07:07o mercado de trabalho está aquecido,
07:09e quando você tem renda favorável,
07:11o impacto do aperto monetário acaba sendo atenuado,
07:15porque se por um lado as famílias estão pagando mais prestação das suas dívidas
07:19por conta do aumento da inflação e dos juros,
07:22por outro elas estão ganhando mais,
07:23e, portanto, tem mais capacidade de pagar a dívida e manter o consumo.
07:27Então, a renda é um fator importante.
07:29Agora, o que eu acho que talvez seja a grande surpresa
07:31é que o governo represou muitos gastos nesse início de ano
07:36e o segundo semestre ele vai liberar esses gastos.
07:39Então, mesmo considerando a situação dentro da regra fiscal,
07:43ele vai aumentar o gasto público.
07:45Agora, o que tem sido sinalizado, Vinícius,
07:48está bastante claro para todo mundo,
07:49é que a lei do orçamento, você pretende apertar certos botões ali,
07:54você pretende aumentar os programas sociais,
07:57Bolsa Família,
07:58o governo vem pressionando as estatais para aumentar o investimento,
08:02o crédito público, ele vai continuar empurrando a economia,
08:05já tem fatores parafiscais,
08:07não necessariamente ligado ao gasto puro.
08:09Então, a postura do governo,
08:11junto com as condições de renda,
08:13deve fazer com que o impacto da taxa de juros,
08:15que a gente esperava que seria mais forte no segundo semestre,
08:17seja suavizado.
08:19E aí, como o início de ano já é bastante positivo
08:22por conta da safra de grãos,
08:24a cara de 2025 deve ser uma cara boa,
08:27carregando também um crescimento mais forte para 2026.
08:32Madovani, muito obrigada.
08:33Sempre muito bom ter você aqui com a gente.
08:35Boa noite, boa semana.
08:37Valeu, obrigado.