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Transcrição
00:00Nós conversamos agora com o Silvio Campos Neto, que é sócio-economista sênior da Tendências Consultoria.
00:06Silvio, boa noite para você e seja muito bem-vindo ao Jornal Times Brasil.
00:11Boa noite a todos, um prazer falar com vocês mais uma vez.
00:15Bom, Silvio, a sobretaxa de 40% entra em vigor amanhã, aumentando a taxação sobre muitos produtos brasileiros para 50%,
00:22porque somam com os 10% que já havia.
00:24Qual é a principal preocupação nesse momento? Tem alguma expectativa de que possa haver mais alguma negociação ainda nesse mês?
00:34Bom, isso é algo realmente muito imprevisível, especialmente em se tratando do jeito Trump de negociar e de lidar com essa situação.
00:44São situações que surgem muitas vezes sem um anúncio prévio, um aviso, de repente alguma mudança,
00:53não é sendo colocada. Então, claro, sempre há possibilidade de algum passo atrás ou mesmo de alguma negociação,
01:00muito embora não esteja pelo menos nada nesse momento previsto, pelo menos até aí nas próximas horas a entrada em vigor das tarifas já mencionadas.
01:09É claro que já houve um passo atrás importante na semana passada, que veio a isentar uma parcela quase de 50%
01:17das exportações dessa sobretaxa, mas ainda há uma parcela importante sujeita a esse total de 50%,
01:25que por sua vez tende a trazer impactos, pelo menos setoriais, relevantes.
01:31Setoriais, sem dúvida. Agora, o ministro Haddad disse hoje que apenas 4% das exportações brasileiras vão ser de fato afetadas
01:39e que desses 4%, 2% já tem aí uma certa facilidade para ir para outros mercados.
01:45Com esses dados aí em mente, a gente pode esperar então que se a situação não escalar, não piorar,
01:53o impacto sobre o PIB brasileiro vai ser relativamente baixo?
01:57De fato, nós esperamos também efeitos de um ponto de vista macroeconômico, a princípio bem limitados.
02:04Não só pelo fato de que o Brasil realmente não tem nas exportações um componente de grande peso
02:11na composição de sua demanda agregada, total é de cerca de 15%, e os Estados Unidos representam
02:16uma parcela de 12% desse total. Lembrando, como o próprio ministro já mencionou,
02:21que cerca de um terço disso é que realmente está sujeito hoje às tarifas de 50%.
02:28Então, de certa forma, em termos macro, nos parece, por ora, um efeito pequeno.
02:32Claro que com impactos setoriais para alguns segmentos que é relevante.
02:37Em termos inflacionários, fica sempre uma dúvida.
02:40Claro que num primeiro momento, até por um excedente de oferta,
02:45podemos até ter algum impacto desinflacionário de início,
02:50mas claro que há, primeiro, incertezas em relação ao comportamento do câmbio,
02:53isso já foi mencionado há pouco e que pode ser um fator de risco um pouco mais à frente.
02:58Claro que a gente tem que destacar que até aqui o real e a taxa de câmbio,
03:03de forma geral, tem se comportado bem, mesmo com todos esses ruídos,
03:08esse estresse, dólar a 5,50 é um exemplo disso, não traz problemas inflacionários por hora,
03:15mas também, mesmo pensando do excedente de produção,
03:18num período mais à frente, as empresas ou os produtores desses itens
03:22que estão sendo afetados tendem a reduzir a produção.
03:25Então, também, esse efeito desinflacionário não tenderia a ser duradouro.
03:29Até por isso, o próprio Banco Central, hoje, na ata, foi muito cauteloso
03:33ao apontar potenciais impactos macro dessa agenda,
03:36porque realmente o ambiente ainda é muito incerto.
03:39Agora vamos para uma pergunta do Alberto Azental.
03:43A minha pergunta é a seguinte, segundo o ministro da Fazenda,
03:47não é um problema grave.
03:48Se você pensar na economia brasileira como um todo,
03:51provavelmente não mesmo, mas quem for atingido vai sofrer bastante.
03:58Os dados já foram lançados, eles estão rodando.
04:03Lá no meu escritório eu brinco, eu falo, já estamos em agosto,
04:07eu falo, ah, o ano já acabou.
04:09Minha pergunta para você é, com esse impacto,
04:13com tudo que aconteceu esse ano,
04:15fazendo um balanço de 2025, eu sei que é prematuro,
04:20como é que o Brasil chega no final desse ano em termos econômicos?
04:24Qual que é a tua opinião?
04:26Que balanço você acha que vai estar fazendo em janeiro, fevereiro de 2026
04:30sobre esse ano que a gente se encontra?
04:32A questão é que o Brasil vai chegando ao final do ano,
04:37e já não só por conta deste ano, mas de uma sequência dos últimos,
04:42com alguns desequilíbrios importantes a serem atacados.
04:45Claro que temos de um lado importante o Banco Central atuando
04:49justamente para conter o principal desequilíbrio nosso,
04:52que é hoje a questão da inflação persistentemente acima da meta,
04:56não diria o principal, mas um importante desequilíbrio,
04:58o que reflete, de certa forma, esse crescimento acima do potencial
05:02que temos observado, então esse é um fator importante,
05:06as taxas de juros estão muito altas, não só a Selic,
05:09mas as taxas de mercado também, e isso tende a deixar um legado importante,
05:13e aí nesse caso negativo para 2026, no sentido do próprio encarecimento
05:18do curso do capital com implicações para o crédito e para a atividade econômica,
05:23no fundo é o que se espera à luz de todo esse aperto de política monetária.
05:26E temos também um desequilíbrio importante na questão fiscal,
05:30mas esse, como já sabemos, não será atacado em suas questões estruturais
05:36até o final do ano que vem.
05:38Nesse caso, estamos vivendo de paliativos, de medidas pontuais,
05:43visando o cumprimento de metas, mas que, de certa forma, não revertem
05:46e não reduzem substancialmente a percepção de risco fiscal,
05:50que é muito elevada.
05:51Ou seja, para resumir um pouco dessa história,
05:55por mais que o Brasil venha tendo bons resultados econômicos
05:58nos últimos anos, e 2025 é uma transição nesse período,
06:03porque a economia já está desacelerando e vai crescer menos
06:06do que nos últimos dois, três anos,
06:08o fato é, chegamos no final, chegaremos no final desse ano,
06:11ainda com alguns desequilíbrios latentes,
06:13e parte deles que só serão efetivamente atenuados ou resolvidos
06:18mais adiante, principalmente depois do ciclo eleitoral.
06:21Agora a gente vai para uma pergunta do Vinícius Torres Freire.
06:25Silvio, depois do susto de julho, não parece invisível nos preços
06:30dos mercados financeiros riscos de que o governo americano
06:35possa impor mais impostos de importação, mais tarifas,
06:39que possa fazer sanções do tipo, sanções brasileiras,
06:44por causa de comércio com terceiros países, como a Rússia,
06:46ou até sanções na área de finanças ou riscos de tornar o país
06:51menos atrativo para investimento externo.
06:53Esses riscos no curto prazo são muito pequenos ou o mercado está desatento?
06:59Eu não diria que o mercado está desatento, Vinícius,
07:01mas esses riscos, ou pelo menos uma parte deles, existem de fato.
07:06E alguns até talvez para curto prazo.
07:08De novo, o Trump tem essa característica pouco previsível.
07:11De repente, de um dia para a noite, ele anuncia alguma coisa
07:13nesse sentido e que traz de novo um estresse e impactos nos ativos.
07:17O fato é, esse tipo de risco, pelo menos o aumento dessas sanções,
07:24da forma como você mencionou, isso não está precificado.
07:27Então, avanços nessa direção fatalmente se traduziriam em impactos maiores
07:32nos preços de ativos brasileiros, em ações perdendo valor
07:36e principalmente de uma taxa de câmbio um pouco mais depreciada.
07:40Ainda que seja importante destacar também, neste caso,
07:43que o dólar está fraco no mundo todo, até por conta de toda essa confusão
07:48criada pelo próprio Trump.
07:49Ele está prejudicando a própria moeda do país.
07:52Então, até esse é um fator que ajuda a fazer com que a nossa taxa de câmbio
07:56real do dólar nem suba tanto, mesmo num cenário mais adverso.
08:00Mas o fato é, e você lembrou muito bem,
08:03podemos sim sofrer outras iniciativas nessa mesma magnitude.
08:07Os mercados hoje não precificam isso, acho que até por conta de toda a incerteza
08:11que existe, acho que ninguém quer também fazer uma aposta já de antemão
08:15num cenário mais pessimista, mas o fato é, medidas adicionais podem vir
08:20e conforme elas forem acontecendo, os mercados vão ter que ajustar o preço
08:24a esses fatos novos.
08:27Silvio, quando essa confusão das tarifas começou,
08:29muita gente pensou que o Brasil fosse até, o Mercosul fosse até acelerar
08:33esse acordo com a União Europeia, que seria de interesse dos dois blocos,
08:38concluir logo esse acordo para se contrapor aos Estados Unidos.
08:41Recentemente, a gente está tendo uma impressão de que a Europa está tão ocupada
08:45em fazer essa negociação com os Estados Unidos, que de repente ela até deixou
08:48esse assunto do Mercosul em segundo plano.
08:51Com que cenário vocês estão trabalhando ainda, tendências?
08:54Vocês acham que ainda tem chance de sair um acordo neste ano?
08:56Olha, é claro que o prazo não ajuda, não é?
09:01É fato que tudo o que tem acontecido no contexto global é um fator que favoreceria
09:07o avanço desse acordo, acho que dos dois lados, inclusive.
09:13Claro que o Mercosul talvez com um interesse maior, mas também do lado europeu,
09:17até para justamente criar alternativas e contrapor a toda essa situação
09:21gerada pelos Estados Unidos.
09:23Mas o fato é, também vemos que há restrições, do próprio lado europeu,
09:29sempre aquela questão ligada à parte agrícola, com países sendo muito mais reativos
09:34a potenciais termos do acordo, então talvez por isso seja um pouco utilista
09:41imaginar que ainda nesse ano tenhamos um avanço efetivo.
09:45Mas eu diria que as condições, pelo menos para que se consiga se aproximar
09:50cada vez mais desse acordo, elas estão colocadas e acho que foram mais estimuladas
09:57à luz de toda essa agenda protecionista vinda de Washington.
10:01Silvio Campos Neto, sócio e economista sênior da Tendências Consultoria,
10:04muito obrigado pela sua participação e boa noite.
10:07Eu que agradeço a oportunidade, sempre um prazer.
10:09Boa noite.
10:10Boa noite.
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