Análise tarifaço: o que deve ser prioridade na negociação entre Brasil e EUA?

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Gunther Rudzit, professor de relações internacionais da ESPM, analisou no Fast Money a mudança de postura de Donald Trump, a importância dos minerais estratégicos do Brasil e como a aproximação pode impactar a redução das tarifas sobre produtos brasileiros. Felipe Machado participou da discussão.   Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/   🚨Inscreva-se no canal e ative o sininho para receber todo o nosso conteúdo!   Siga o Times Brasil - Licenciado Exclusivo CNBC nas redes sociais: @otimesbrasil   📌 ONDE ASSISTIR AO MAIOR CANAL DE NEGÓCIOS DO MUNDO NO BRASIL:   🔷 Canal 562 ClaroTV+ | Canal 562 Sky | Canal 592 Vivo | Canal 187 Oi | Operadoras regionais   🔷 TV SINAL ABERTO: parabólicas canal 562   🔷 ONLINE: https://timesbrasil.com.br | YouTube   🔷 FAST Channels: Samsung TV Plus, LG Channels, TCL Channels, Pluto TV, Roku, Soul TV, Zapping | Novos Streamings   #CNBCNoBrasil  #JornalismoDeNegócios  #TimesBrasilCNBC

Transcript

00:00E a gente agora vai conversar exatamente sobre as repercussões e avaliação em relação a esse encontro.

00:06A conversa é com o professor de Relações Internacionais, DSPM, Gunter Hutzit,

00:10que já está ao vivo aqui com a gente no Fast Money.

00:13Tudo bem? Boa tarde, seja muito bem-vindo.

00:16Boa tarde, Natália. Boa tarde a todos que nos assistem. Obrigado pelo convite.

00:20A gente que agradece a sua disponibilidade, professor.

00:23E o Felipe Machado, nosso analista, vai participar da conversa também.

00:26Bom, professor, essa reunião foi descrita como pautada por excelente descontração, troca de ideias.

00:34Como é que a senhora avalia esse impacto de um clima positivo, assim como descrito,

00:39para resolver de fato a questão das tarifas de 50% impostas sobre a gente?

00:47Natália, é muito positivo porque o ex-senador Marco Rubio, agora secretário de Estado

00:53e assessor de segurança nacional do presidente Donald Trump,

00:58ele é conhecido por ter uma postura radicalmente contra governos de esquerda.

01:05Ele é descendente de cubanos exilados que fugiram da Revolução Cubana

01:10e que fez toda a sua carreira com uma postura bem anti-esquerda,

01:17principalmente de qualquer governo ligado à Cuba.

01:20E por isso mesmo ele ter feito essa conversa em um tom tão amigável

01:24que tudo indica efetivamente ocorreu,

01:27é uma mudança muito grande de postura dele como pessoa, como político.

01:32Isso mostra a importância do Brasil para os Estados Unidos.

01:37A gente está, em grande parte, sofrendo essas sanções

01:40por um erro ideológico que o governo Lula cometeu

01:45após a eleição, pela segunda vez, do presidente Trump,

01:50em ter não tentado estabelecer esse contato desde o início.

01:56E por isso agora eu vejo que,

01:59depois de uma atuação muito forte também do setor empresarial,

02:04as relações devem realmente continuar positivas

02:07e caminhar para uma, pelo menos, melhora dessas sobretaxas.

02:12Não eliminação, porque isso agora, com o governo Trump, não é realidade.

02:17Felipe, a sua pergunta agora.

02:18Professor, nós temos acompanhado a questão das tarifas

02:21ao longo dessas últimas semanas, meses,

02:25e a gente sempre fica pensando o que o Brasil pode contribuir,

02:28o que pode entrar nessa discussão para tentar reduzir essas tarifas.

02:32Queria ouvir a opinião do senhor sobre o que pode entrar

02:35nessa negociação entre o Brasil e os Estados Unidos.

02:39Boa tarde, Felipe.

02:40Antes de mais nada, o que o maior interesse americano nesse momento

02:45são as terras raras minerais críticos,

02:49aquele conjunto de minérios que são fundamentais,

02:52não só para o setor de microchip,

02:54mas também para o setor das baterias,

02:57para toda a cadeia de energia renovável.

03:00E o Brasil tem essa segunda maior reserva internacional atrás,

03:05somente da China.

03:06A China, a maior inimiga dos Estados Unidos,

03:10desde o presidente Obama.

03:13Não é de agora essa tensão entre os dois países.

03:17É que somente agora ficou explícito essa dependência

03:20que os Estados Unidos e o mundo têm

03:23desses minerais que são controlados por as empresas chinesas.

03:27Por isso mesmo, tendo essas reservas,

03:31sendo um país importante no hemisfério,

03:33estando perto dos Estados Unidos,

03:36isso é o maior trunfo que o governo brasileiro pode ter

03:39nessas negociações.

03:40Não estou falando para simplesmente abrir para mineração

03:45e levar esses minérios para serem processados nos Estados Unidos.

03:50Eu digo que sim,

03:51negociar para que empresas americanas venham aqui desenvolver

03:55essa cadeia de suprimentos que é tão estratégica

03:59e para um país ocidental aliado dos Estados Unidos histórico

04:04ter essa posição próxima geográfica,

04:08isso é um fator muito positivo e que a gente poderia explorar muito bem.

04:11E, professor, desse encontro também saiu ali uma menção

04:17de que Lula e Trump devem se encontrar.

04:20Não tem uma data cravada para isso,

04:22mas falam em breve, ainda em outubro.

04:24Lembrando que a gente já está aqui na reta final,

04:26dia 17 de outubro.

04:28Como que o senhor vê esse passo a passo?

04:30Devem ocorrer negociações, reuniões ali de um time mais técnico

04:35e aí quando tudo estiver amarradinho,

04:37esse encontro que é muito simbólico,

04:39pode acontecer na Malásia?

04:40O senhor acha que seria em Washington mesmo?

04:43O que a gente pode esperar?

04:45Olha, se for na Malásia,

04:47melhor ainda para o presidente Lula

04:49porque não corre o risco de sofrer qualquer constrangimento

04:55como, por exemplo, o presidente da Ucrânia

04:58ou o presidente da África do Sul sofreram.

05:01Em que o presidente Trump aproveitou aqueles momentos

05:05no Salão Oval diante de repórteres

05:09para conseguir colocar a sua mensagem

05:13para os seus eleitores,

05:16mesmo depois de ter tido conversas muito positivas

05:19a portas fechadas.

05:22Então, se realmente tudo indicar para uma reunião na Malásia

05:26e o Itamaraty trabalhar profissionalmente,

05:29como o Itamaraty sempre foi agora cuidando

05:33dessa aproximação, saindo da assessoria especial

05:36da presidência da República para o Itamaraty,

05:40o caminho vai estar realmente muito mais confortável

05:44para esse encontro por parte do presidente Lula.

05:48Felipe.

05:49Professor, no início das tarifas,

05:52a gente viu aquele post do presidente Donald Trump

05:54falando do ex-presidente Bolsonaro,

05:56depois teve críticas ao juiz Alexandre de Moraes,

05:58as sanções a ele e a mulher dele,

06:01mas depois esse assunto parece que ficou meio esquecido,

06:03inclusive nem foi mencionado na reunião de ontem

06:07entre o Mauro Vieira e o Marco Rubio.

06:09Você acha que esse assunto da parte do ex-presidente Jair Bolsonaro

06:12está esquecido?

06:14Agora vai ficar concentrado mesmo na questão comercial?

06:19Olha, Felipe, eu não diria totalmente esquecido,

06:22que nós não podemos esquecer que o ainda deputado Eduardo Bolsonaro

06:27está lá nos Estados Unidos e está tentando de tudo atrapalhar

06:33essa aproximação entre os dois governos,

06:38mas só pelo silêncio dele nas redes sociais indica que

06:41ele sofreu um embaque muito grande

06:44diante dessa imposição dos interesses americanos

06:49em relação ao Brasil,

06:51não os interesses somente ideológicos do seu grupo,

06:56que era muito próximo ao do grupo do presidente Trump.

07:00E isso, de novo, é resultado da visão ideologizada

07:05que o Palácio do Planalto teve de não estabelecer

07:08um canal de diálogo com o então presidente eleito

07:14dos Estados Unidos antes da posse,

07:16e abriu um canal para isso,

07:18essa possibilidade para o ainda deputado Eduardo Bolsonaro

07:23fazer esse estrago que fez em relação ao Brasil.

07:29Eu acredito que essa mudança tão profunda

07:32e tão radical da visão do presidente Trump

07:37e do seu entorno se deve a toda essa negociação,

07:43com os contatos que principalmente o setor empresarial brasileiro

07:48fez junto aos seus contrapartes americanos,

07:53assim como os empresários americanos que têm presença no Brasil,

07:58junto com a Câmara de Comércio Brasil, Estados Unidos,

08:01Anshan, fizeram junto à Casa Branca.

08:04É isso que fez mudar essa postura,

08:07e eu acredito que, se não reverter,

08:10pelo menos não vai piorar daqui para frente.

08:13Tá certo.

08:13Quero agradecer a Gunter Hutzit,

08:15que é professor de Relações Internacionais da ESPM,

08:18pela participação ao vivo com a gente aqui no Fast Money.

08:21Muito obrigada, viu, professor?

08:22Volte sempre.

08:23Boa tarde.

08:24Eu que agradeço.

08:25Boa tarde a todos.

08:26Bom fim de semana.

08:27Igualmente.

08:27Boa tarde.

08:28Boa tarde.

08:29Boa tarde.

08:30Boa tarde.

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