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Lula e o premiê indiano Narendra Modi discutem ampliar o comércio bilateral e alinham estratégia frente às tarifas dos EUA. O professor Alexandre Pires analisa cenário à luz da teoria dos jogos e aponta que Brasil é o único sem canal direto com Trump, o que pode enfraquecer sua posição.

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Transcrição
00:00Como mostramos no começo do Conexão, o presidente Lula e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi,
00:07conversaram hoje por telefone, mais de uma hora de papo.
00:11De acordo com o governo, os líderes discutiram a preocupação comum com a recente onda de tarifas
00:18e alinharam uma meta de ampliar o comércio bilateral entre o Brasil e a Índia,
00:23em mais de 20 bilhões de dólares até 2030, o dobro do volume atual.
00:29Sobre isso eu converso com o Alexandre Pires, que é professor de Economia e Relações Internacionais do IBMEC em São Paulo.
00:37Boa noite, professor Alexandre. É sempre um prazer recebê-lo aqui.
00:40Um pouco mais cedo, eu estava demonstrando no jornal anterior a chamada Teoria dos Jogos,
00:46quando a gente consegue ver parte da teoria que está há décadas, se não há séculos, em livros
00:52e quando o conceito toma forma na realidade.
00:57Então, observando a teoria dos jogos, a gente tem um player, um jogador, os Estados Unidos,
01:02que forçaram outros jogadores, aí na conta, né, Rússia, Índia, China, Brasil,
01:09a se reorganizarem.
01:11Não que esses países não tivessem relações,
01:14mas essa vontade do presidente Lula falar com Narendra Modi,
01:18o fato de Vladimir Putin viajar para os Emirados Árabes
01:23e está se agendando uma reunião entre Xi Jinping da China e Narendra Modi da Índia,
01:28claro que são atuações desses países empurrados por um terceiro,
01:34Estados Unidos, que não estão aqui diretamente ligados nessas negociações.
01:39Feito esse prefácio, professor Alexandre,
01:44a gente está vendo, então, essa teoria dos jogos funcionando,
01:47estamos também assistindo uma reorganização,
01:50não sei se dá ordem mundial,
01:53mas esses blocos que já existiam terão mais força justamente por causa do Donald Trump?
02:00O tiro de Trump pode sair pela culatra?
02:02Marcelo, uma satisfação falar com você sempre também.
02:08É, nós estamos tendo aí um efeito cooperativo no jogo,
02:11ou seja, está forçando ali alguns a se aliarem, se aproximarem.
02:17Nós temos que lembrar que nós estamos falando de economias muito fechadas,
02:22com exceção da China, ou seja,
02:25Índia é uma economia extremamente fechada,
02:27a Rússia nem se fala,
02:29o Brasil também tem níveis baixos de participação na economia internacional,
02:36e é claro que esses países estão procurando uma estratégia
02:41para evitar algum tipo de isolamento,
02:43ou seja, faz todo sentido o Brasil e Índia falarem,
02:47porque ambos ali no mesmo dia foram os premiados pela tarifa máxima,
02:52que chegaria, como já havia dito o Trump, a 50% e o mínimo de 10%.
02:57Por razões distintas, com uma preocupação que esse estado aí de emergência
03:04que afetou a tarifação da Índia,
03:08pode ser usado contra o Brasil também,
03:11que seria mais 25% sobre o que a gente já está pagando.
03:15Mas nós temos sim uma redefinição,
03:17mas não no sentido de que o bloco vai se fortalecer.
03:21Eu entendo o seu ponto de vista, Marcelo,
03:24mas o player principal, o jogador principal, que é a China,
03:30está fazendo negociações duras ali com os Estados Unidos,
03:36não está levantando da mesa.
03:38Agora nós temos que ver um detalhe importante.
03:41China tem interlocução com os Estados Unidos,
03:45a Rússia tem interlocução, canal aberto com os Estados Unidos,
03:51o Modi, a Índia, tem interlocução e canal aberto com os Estados Unidos,
03:57só tem um aí que não tem esse canal, que é o Brasil.
04:00O Brasil precisa acelerar o passo e voltar a fazer bilateralismo também,
04:05não é só de arena multilateral que se vive.
04:08Professor Alexandre, queria aproveitar a sua presença aqui,
04:11os seus conhecimentos, tanto na área de economia,
04:13como de relações internacionais, para a gente ir para um,
04:16talvez um próximo parágrafo, uma próxima página aqui dessa história,
04:20porque é claro, a gente fala aí de China, como o senhor trouxe aí,
04:24nessa nova versão de um mundo bipolarizado,
04:27saem os soviéticos, entram a China e ainda continua no Ocidente,
04:31os Estados Unidos, Índia tem surgido na pauta,
04:35mas talvez não estejamos olhando para outras órbitas.
04:40Apareceu agora a Arábia Saudita, usando a Arábia Saudita como exemplo,
04:45e aí retomo o que eu estava falando, a sua experiência, professor Alexandre,
04:49tem algum outro país mais orbital que pode ter algum certo protagonismo
04:57nessas redefinições de relações, ou então a busca por novas alianças
05:03por conta do tarifácio de Donald Trump, ou seja,
05:06a gente pode ter um outro exemplo como a Arábia Saudita,
05:12perdão, a Arábia Saudita não, os Emirados Árabes Unidos?
05:16Olha, quando a gente olha esse conjunto ali da Península Arábica,
05:20mesmo o Oriente Médio como um todo, indo inclusive até a Turquia,
05:24eles são extremamente relevantes, primeiro pelo que seria ali a renda
05:29per capita deles, conseguem ter um consumo de maior peso no mundo,
05:35é uma população também muito grande, e nós temos um país que vem sendo visto
05:41ali como uma grande economia no futuro, que é a Indonésia, que já fechou
05:46o acordo dela, entrou no BRICS em janeiro, mas fez o acordo que eu tenho falado
05:52que é o acordo perfeito para os Estados Unidos, o acordo, o template, o modelo
05:57que os Estados Unidos querem, zero de tarifa para o produto americano
06:02e alguma tarifa para o produto estrangeiro nos Estados Unidos,
06:06foi isso que a Indonésia fechou, que poderia sim ter se tornado ali
06:10um país de resistência, procurando essa aproximação com o Índia,
06:15essa aproximação com o China, que ocorre inclusive, mas ela não hesitou
06:22ali em tentar fechar um acordo.
06:24Então nós temos esse bloco do Índico Pacífico, o Sudeste Asiático,
06:31essas ilhas, que são uma economia enorme, não é do tamanho da China,
06:37mas é um mercado bem próximo, se a gente incluir Japão e Coreia do Sul,
06:44depois nós temos isso que seria a Índia, o subcontinente indiano,
06:47que é estratégico, mas é uma economia muito fechada, que os Estados Unidos
06:51estão tentando abrir, o Oriente Médio, como você trouxe, ou seja,
06:56é um mercado gigantesco, especialmente para produtos americanos,
07:00produtos civis e militares, é importante ver isso, e depois os outros mercados
07:06importantes que os Estados Unidos estão tentando torcer o braço,
07:09América do Sul, que é considerável, depois a Europa, que também teve que ceder,
07:16e agora os Estados Unidos vão tentar trazer a Inglaterra, como já veio,
07:21depois Canadá, Austrália, ou seja, essas ex-colônias britânicas,
07:25países ando-saxões.
07:27Professor Alexandre, só para a gente encerrar, a gente tem menos de um minutinho
07:30aqui de conversa, o senhor enxerga um compasso de espera até esse final do ano?
07:35Porque, claro, as tarifações começaram a ganhar mais corpo, mas de repente
07:39aparece ali uma pausa de 90 dias, mudanças repentinas nos valores,
07:45de repente a Suíça acordou com 39%, a Índia dobrou, era 25,50%,
07:53isso tem colocado, de certa forma, empresários, investidores em compasso de espera.
08:00Calma, preciso ver, ter certeza absoluta do que vai acontecer
08:03para eu tomar as minhas decisões.
08:06O senhor vê, não vou chamar de estaginflação, que é um termo da moda,
08:09mas o senhor vê uma certa estagnação da economia até o final do ano
08:15por conta dessas mudanças repentinas de Donald Trump?
08:18Nós não sabemos como que vão ser esses reposicionamentos da cadeia de produção.
08:24Se alguma das etapas irem para regiões mais produtivas, que pode acontecer,
08:31você continua tendo um crescimento econômico no mundo.
08:34Nós não sabemos ainda.
08:35O desenho todo é que parte considerável das cadeias de produção
08:40vão voltar a estar nos Estados Unidos, especialmente aquelas de alto valor agregado.
08:44e o investidor já precificou que o Trump vai tarifar.
08:49A grande diferença é que até o final do ano,
08:52quem não tem o telefone da Casa Branca vai dar um jeito de conseguir.
08:57Excelente fechamento aqui, professor Alexandre, excelente conclusão.
09:03Conversei com o Alexandre Pires, professor de Economia e Relações Internacionais
09:07do IBMEC de São Paulo, que sempre muito gentilmente nos atende aqui.
09:10Professor Alexandre, obrigado mais uma vez.
09:13Até a próxima.
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