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O Fed reduziu a taxa básica em 0,25 ponto percentual, em votação de 11 a 1, destacando o enfraquecimento do mercado de trabalho. Jerome Powell indicou possibilidade de mais dois cortes em 2025, com atenção ao emprego e à inflação. Vinicius Torres Freire e Felipe Corleta detalham impactos no Ibovespa e nas decisões econômicas.

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00:00São 4 horas e 22 minutos, muito boa tarde para você, seja bem-vinda, seja bem-vindo ao Radar.
00:06A gente estava até agora acompanhando ao vivo dos Estados Unidos a fala do presidente do Fed,
00:12o Banco Central americano, Jerome Powell, após o Fed anunciar a primeira redução dos juros básicos do país
00:20nesse ano de 2025, uma redução de 0,25 ponto percentual.
00:25Essa decisão foi tomada quase por unanimidade, dos 12 votos, 11 foram favoráveis a essa redução de 0,25 ponto percentual.
00:36A única divergência veio de Stephen Myron, que Donald Trump, presidente americano,
00:42acaba de nomear para um mandato tampão no Fed e ele, mais alinhado ao chefe, no caso Trump,
00:50votou por um corte mais agressivo de meio ponto percentual.
00:53Então, o placar de 11 a 1, taxa básica nos Estados Unidos, está reduzida em 0,25 ponto percentual agora
00:59para o intervalo entre 4 e 4,25% ao ano.
01:04Nos documentos que divulgou logo após a informação da redução dos juros,
01:09o Fed indicou mais dois cortes na taxa ainda para esse ano
01:14e manifestou também ali a preocupação com o mercado de trabalho.
01:18A razão que explica essa redução é o mercado de trabalho, é o enfraquecimento do mercado de trabalho.
01:25O Fed vê uma mudança no balanço de riscos, ou seja, um risco maior agora
01:29de que o mercado de trabalho entre numa descendente.
01:33Para a gente tratar dessa decisão, dessas informações todas
01:36e também do que Jerome Powell acabou de dizer aqui na entrevista coletiva,
01:40eu chamo aqui o nosso analista Vinícius Torres Freire.
01:43Tudo bem, Vinícius? Boa tarde.
01:44Boa tarde, Fábio. Boa tarde para todo mundo.
01:46Vinícius, veio aquilo que o mercado amplamente esperava, um corte de 0,25 ponto percentual.
01:52E aí, acho que um ponto importante para o qual você já tinha chamado a atenção ontem,
01:56a gente ficou de olho e está aí o resultado, foi 11 a 1.
01:59Então, apenas Stephen Myron votou por um corte maior na linha daquilo que Trump quer,
02:04uma redução mais intensa dos juros.
02:07Isso passa uma imagem de menos politização do Fed?
02:11Olha, pelo menos eles quiseram passar uma imagem de que estão discutindo tecnicamente as coisas.
02:16Inclusive, dois indicados pelo Trump, que votaram no conselho do Fed, que são sete,
02:21que votaram na reunião anterior por um corte já,
02:24eles argumentaram ao longo dos meses de maneira mais técnica.
02:28Falaram assim, olha, está na hora de cortar, mas não endossaram o discurso do Trump,
02:34muito menos indicaram que poderia ser um corte de meio ponto.
02:37Está uma hora de discussão técnica, o Powell já tinha indicado faz um mês que ele preferia um corte de 0,25,
02:42a não ser que tivesse uma tragédia.
02:44Então, todo mundo preferiu seguir na linha mais prudente, fazer um corte.
02:49A divergência, teve uma divergência, né, que foi relevante e é por isso que o pessoal do mercado
02:54talvez esteja olhando ainda para onde vai o barco, mas na votação mesmo foi 11 a 1.
03:00E fala mais para a gente dessa divergência e das implicações dela, então, para o mercado, Vinícius.
03:05A divergência é a seguinte, os 19 diretores do FED, dos quais apenas 12 votam a cada vez,
03:13fazem projeções de corte de juros para os próximos meses, para as próximas reuniões.
03:19Sete disseram que não deve haver mais nenhum corte neste ano, zero.
03:24Dois votaram a favor de mais um corte de 0,25 e dez votaram a favor de dois cortes.
03:32Então, assim, para dois cortes de 0,25 no ano, tem uma maioria de 10 a 9.
03:38E uma maioria aí qualificada, desqualificada por sete votos a favor de corte nenhum.
03:43Então, isso deu a impressão de que ainda está subjúdice a possibilidade de um novo corte.
03:48Na média e na mediana das projeções, está lá implícito que vai haver dois cortes.
03:54Mas tem sete diretores que acham que não deve ter corte nenhum com os dados que existem agora.
03:59Então, assim, não está cravado que venham dois cortes por aí.
04:01É isso que talvez tenha desanimado um pouco o pessoal que achou que vinha uma afirmação forte
04:07de que mais dois cortes estavam garantidos para o resto do ano.
04:10Então, isso tem influência na Bolsa que reagiu.
04:13Primeiro, cortou.
04:14Depois, olharam os dados e falaram assim, mas não foi bem assim.
04:17O dólar estava caindo mais aqui, deram uma subidinha.
04:19Quer dizer, o pessoal vai se arranjar ainda, vai ter um monte de interpretações.
04:23Vão ouvir cada vírgula do que o Powell disse, apesar de que o Powell diz uma coisa estritamente dentro do formal.
04:29Ele não tira uma vírgula do script dele, ele não se abala.
04:34Mas o pessoal vai tentar analisar as vírgulas para ver para onde vai a coisa.
04:37Mas teve essa divisão.
04:38A gente viu claramente no desempenho do Ibovespa, porque ele estava já operando em alta desde o início do pregão hoje.
04:45Quando vem o anúncio, ele reforça essa alta e depois vai cedendo de novo.
04:50Acho que é bem na linha do que você falou.
04:51Vem a primeira notícia.
04:52Nos Estados Unidos foi a mesma coisa.
04:54Então, o pessoal achou, oba, cortou.
04:56Oba, foi 11 a 1.
04:57Opa, e como é que são as projeções?
05:00Está a maioria para dois cortes, 10 a 9.
05:02Mas tem 7 a 19, achando que não deve ter corte nenhum com os dados que existem hoje.
05:09Até a próxima reunião, que vai ser em...
05:12Agora a gente está em setembro, vai ser no começo de novembro.
05:15Tem chão, não?
05:16Agora, Vinícius, o mérito, vamos dizer assim, do corte em si.
05:19O Fed falou em mudança no balanço de riscos, vendo mais risco agora para o mercado de trabalho.
05:24Era aquilo que estava já previsto também.
05:27Essa seria a principal motivação, já que, do lado da inflação, ela segue acima da meta.
05:32Foi o que o Powell disse há um mês, lá no discurso de Jackson Hole.
05:36Foi o que ele afirmou hoje de maneira um pouco mais suave, embora ele tenha usado a frase,
05:41que para o Powell é muito ousada, que foi,
05:44o mercado de trabalho está realmente esfriando.
05:48Tem essa coisa, a criação de empregos está baixa,
05:51a gente não sabe para onde vai a taxa de desemprego,
05:54se as empresas vão começar a demitir, por enquanto tem menos emprego,
05:57mas menos gente procurando emprego, por isso a taxa de desemprego fica na mesma.
06:01Embora a projeção do Fed indique que, para o final do ano,
06:04a taxa de desemprego vai sair dos atuais 4,3 para 4,5.
06:08Pouca coisa e começa a se recuperar no ano que vem.
06:10As projeções são bem, aliás, bem mornas.
06:13A inflação volta a cair um pouquinho, ela cresce, o núcleo da inflação olhada pelo Fed cresce para 3,1%,
06:19mesmo a projeção do trimestre anterior não mudou nada.
06:22Isso é importante porque o Fed não está vendo a ameaça inflacionária e volta a cair no ano que vem.
06:26A economia cresce um pouquinho mais, em vez de 1,6, no ano que vem 1,8,
06:30assim, tudo bem morno, tem uma alta transitória da inflação,
06:34o mercado de trabalho piora um pouco, com a ajuda do Fed ele volta a melhorar,
06:38e o Fed também está contando que no ano que vem tem desconto de imposto,
06:40que o Trump baixou aí nesse pacote fiscal dele.
06:43Mas tudo muito morno, o que tem de mais notável nisso tudo foi a divergência sobre o futuro dos cortes.
06:51Mas essa coisa que você falou é fato.
06:54O risco agora é maior para o emprego do que para a inflação,
06:58isso está até nos números, e eles vão dar um jeito,
07:01embora a situação não seja grave de modo nenhum,
07:04e o Paulo repetiu isso duas ou três vezes,
07:06o economia está bem, não está acontecendo nada de grave,
07:08a gente tem que só controlar o risco de desemprego aumentar, é isso.
07:13Vou pedir para a equipe do Radar, para a gente colocar novamente aqui no telão,
07:16o Ibovespa B3, para a gente olhar aqui a curva de desempenho do índice referência da nossa Bolsa hoje,
07:24mostrando ali o impacto desse anúncio de redução dos juros nos Estados Unidos.
07:30O mercado já vinha operando no positivo aqui no Brasil,
07:32na expectativa desse anúncio, o anúncio veio, a gente coloca aqui,
07:35ele já abriu no positivo, estava transitando por aqui,
07:38esse aqui foi o momento que saiu a notícia, subiu,
07:41ficou aqui operando acima de 1%, aí ele caiu, agora ele voltou,
07:46até está mais uma vez acima de 1%,
07:49mas a gente vê que ele está abaixo ainda daquele pico que foi registrado
07:52logo após a notícia da redução vinda do Fed.
07:56Para a gente seguir analisando essa decisão do Fed
07:58e o impacto também para os negócios, para os mercados,
08:02vamos chamar então o Felipe Corleta, sócio da Brasil Wealth,
08:05que, claro, também está lá nas mesas de olho nos resultados,
08:10estava aí acompanhando as informações do Fed,
08:12a entrevista coletiva de Jerome Powell,
08:15está ali operando e ouvindo as impressões dos colegas também,
08:19porque agora o mercado passa a se debruçar mais sobre os detalhes,
08:23como o Vinícius Torres Freire vinha trazendo aqui para a gente.
08:26Corleta, boa tarde para você.
08:27Corleta, vamos lá então.
08:29A gente acabou de mostrar aqui a curva do Ibovespa,
08:31num primeiro momento veio uma empolgação um pouco maior,
08:33aí deu uma esfriadinha, embora o índice continue ainda de forma convicta ali,
08:38subindo hoje acima de 1%.
08:40Como é que essa notícia e os detalhes da notícia bateram aí nas mesas, Corleta?
08:46Boa tarde, Turcio, boa tarde para todo mundo aqui no Times Brasil.
08:51Sinceramente, eu vejo uma volatilidade natural dos mercados
08:54após a divulgação da decisão do Fed,
08:58de uma entrevista bastante ponderada do Powell.
09:01Tanto a gente não teve grandes surpresas
09:05com relação ao que o mercado esperava nessa decisão de juros,
09:08tanto que se a gente olhar a Bolsa Americana,
09:10juros americanos, o próprio dólar,
09:13a Bolsa Brasileira também,
09:15todos estão praticamente no mesmo nível
09:17de 14 horas e 59 minutos,
09:19um minuto antes da decisão,
09:22depois de uma volatilidade.
09:23O mercado subiu bastante, caiu,
09:25e aí voltou para os mesmos patamares onde operava
09:28antes da decisão do Federal Reserve.
09:31Foi uma decisão que mostrou um banco central americano,
09:36neste momento,
09:37virando a sua preocupação para o emprego.
09:41O Powell disse que há um balanço esquisito
09:43no mercado de trabalho americano,
09:45porque os payrolls estão muito fracos,
09:47só que, ao mesmo tempo,
09:48a taxa de desemprego permanece muito baixa,
09:51já que, por problemas de imigração,
09:53há uma oferta menor de trabalhadores nos Estados Unidos.
09:57Então, o Fed mostra uma preocupação com o quê?
10:01Não que a inflação vai subir,
10:02mas sim que o desemprego possa subir.
10:04Lembrando que o Banco Central americano
10:06tem dois mandatos,
10:07é o pleno emprego e a estabilidade de preço,
10:10que é diferente do nosso BC,
10:11que aqui tem apenas a meta de inflação
10:14como seu objetivo primordial.
10:16Então, o Banco Central americano
10:17passa a focar nesse mandato de emprego,
10:20junto com a decisão,
10:22foram divulgados projeções individuais
10:24de cada um dos membros votantes do FOMC,
10:27que é o comitê análogo ao COPOM aqui do Brasil,
10:32do Banco Central americano,
10:34onde há uma expectativa majoritária
10:36de que há uma continuidade
10:37desse ciclo de cortes de juros,
10:39como o mercado precifica,
10:41quer dizer, pelo menos novembro e dezembro
10:43devem ser marcados por novos cortes
10:46de 25 pontos na taxa de juros dos Estados Unidos.
10:48E aí, para 2026, há uma grande abertura,
10:52uma grande variação nas expectativas
10:54dos membros do FED, certo?
10:57Alguns deles entendem que depois desse corte de dezembro
11:01o juro deve ficar ali em 13,5% até o final do ano de 2026,
11:05outros entendem que cabem mais cortes no próximo ano,
11:09e a expectativa aí majoritária do mercado
11:13é de que o juro deva terminar,
11:15a majoritária dos membros votantes do Banco Central americano
11:18é de que o juro deva terminar esse ciclo
11:20entre 13,25% e 13,50%,
11:23exatamente 100 pontos abaixo do que estava hoje
11:26antes desse corte.
11:28Vinícius, tem uma pergunta pro Corleta?
11:30Sim, Corleta, boa tarde.
11:32Tem essa maioria aí, né, que nós vimos aí,
11:3510 de 19 são a favor de mais dois cortes
11:37até o final do ano, embora 7 digam que achem,
11:42por enquanto, que não deve ter corte nenhum.
11:43Você acha que isso pode mudar,
11:46depender de dado, ou não vai ter surpresa suficiente
11:48para que pelo menos essa maioria não deixe de se manter?
11:52Quer dizer, vai ter uma surpresa ruim o suficiente
11:55para o pessoal que está votando a favor de dois cortes
11:58voltar para ou só mais um ou nenhum?
12:02Olha, o que eu entendo é que o mercado e o FED
12:05ficou, a partir de hoje, muito mais sensível
12:08ao número de emprego do que os números de inflação.
12:11O próprio Paulo disse isso literalmente na sua entrevista.
12:14A gente espera aqui no FED que a inflação ainda suba
12:16esse ano por conta do impacto das tarifas,
12:19mas a nossa preocupação está maior com o desemprego.
12:21Então, o que poderia reverter esse cenário
12:24de mais dois cortes de juros ainda esse ano
12:27nos Estados Unidos?
12:29Seriam payrolls muito fortes.
12:31Quer dizer, se a gente tiver algum rebound
12:32da economia americana com um crescimento maior de PIB,
12:35uma elevação de confiança e um nível de emprego,
12:39com desemprego caindo e contratações subindo
12:42na economia americana de uma forma acima
12:45do que está nos consensos dos analistas,
12:48isso sim poderia fazer o FED cortar mais uma vez
12:51e quem sabe parar em dezembro,
12:53mas nesse momento só mesmo payrolls muito acima
12:56do esperado nos próximos meses, números do mercado de trabalho
12:59muito aquecidos que poderiam reverter
13:02esse movimento iniciado hoje, na minha opinião.
13:04E inflação acima do que está na projeção?
13:08O núcleo do PCI mostrando que pode ir além de 3,1
13:13do que o FED está projetando até o final do ano.
13:15Teria mais peso?
13:16Tudo mais constante?
13:19Eu acho que os números de mercado de trabalho
13:21se tornaram mais importantes a partir da declaração de hoje,
13:23onde ele colocou o balanço de riscos mais inclinado
13:26para essa parte de desemprego.
13:28E o Paulo comenta sobre a inflação,
13:31sobre dois pontos.
13:32Ele fala que a inflação de bens deve subir,
13:35então em função das tarifas,
13:36imagino que se a gente tiver números de inflação
13:38que superem o consenso,
13:39mas que esteja essa inflação concentrada na inflação de bens,
13:44isso provavelmente vai fazer com que o FED
13:46olhe para o outro lado e continue cortando os juros
13:49apesar da inflação surpreendendo.
13:50O que poderia, no número inflacionário,
13:53impactar eventualmente as próximas decisões do FED
13:55seria uma retomada da inflação de serviços.
13:59Que o Paulo disse, a inflação de serviços está desacelerando bastante,
14:03a inflação de salários também.
14:04Então se esses dois elementos da inflação especificamente
14:08apresentarem alguma surpresa de alta
14:10nos próximos números econômicos,
14:12poderia sim trazer uma revisão desse plano de voo
14:16do Banco Central dos Estados Unidos.
14:18Mas nesse momento, acredito que o mercado fica bem mais sensível
14:21aos números de payroll e aos números de mercado de trabalho
14:24do que efetivamente aos de inflação.
14:25Filipe Corleta, sócio da Brasil Wealth.
14:28Obrigado, Corleta, por participar antes aqui do usual,
14:32aproveitando o factual do dia e a notícia do FED.
14:36A gente ainda vai se falar mais ao longo dessa edição
14:38porque logo mais teremos também a decisão do Copom aqui no Brasil,
14:41além de continuar repercutindo, analisando e entendendo melhor
14:44a decisão do Banco Central americano e as suas implicações.
14:47Obrigado, Corleta. Até logo mais.
14:49Obrigado, Corleta.
14:50Obrigado, Corleta.
14:51Obrigado, Corleta.
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