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Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, analisa a segunda leitura do PIB dos EUA (3,3% no 2º tri/25), os sinais de estagflação, as expectativas para o Fed em setembro e os impactos da batalha judicial entre Donald Trump e Lisa Cook sobre as tarifas. Incerteza jurídica, juros, inflação e dólar em queda entram na conta.

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Transcrição
00:00Em meio a uma batalha judicial entre Donald Trump e Lisa Cook, diretora do Federal Reserve,
00:06foi divulgado a segunda leitura do PIB anualizado, que apresentou um crescimento de 3,3% no segundo trimestre de 2025.
00:18Sobre esse assunto, eu converso agora com Stefan Kautz, que é economista-chefe da EQY Asset,
00:25a quem eu começo cordialmente aqui agradecendo a presença, desejando uma ótima noite.
00:31Stefan, eu vou pegar esses dados de crescimento do PIB e puxar um pouco da matéria anterior que a gente estava assistindo,
00:39uma tradução da nossa nave-mãe, a CNBC, dos Estados Unidos, falando de inflação.
00:45Faz um rescaldo para a gente, coloca tudo na mesma equação e tenta resolver essa conta aí.
00:52O PIB crescendo, mas também me parece que pelo tom do analista da CNBC dos Estados Unidos,
00:59um amarelo piscante sobre uma alta acima da média, quando ele fala de produtos ao consumidor, custos dos estoques.
01:10Ou seja, nessa equação que você tem aí duas premissas, qual que vai ser dois fatores,
01:18o PIB crescendo e a inflação também, qual que vai ser o resultado a curto prazo?
01:23Boa noite mais uma vez.
01:25Boa noite, é um prazer estar aqui com vocês.
01:29Realmente, eu acho que a economia americana está vivendo hoje um processo que a gente considera, na verdade,
01:34até de uma estagflação, que é uma desaceleração do crescimento e uma inflação que está dando um repique por causa das tarifas.
01:42Então, o que a gente tem visto é que no ano passado o PIB americano cresceu próximo de 3,5%
01:48e para esse ano ele vai crescer próximo de 1,5% e o último dado desse PIB do segundo trimestre,
01:55apesar do anualizado ter rodado próximo de 3,3%, como vocês estão mostrando,
02:00quando a gente olha a parte do consumo e do investimento doméstico, ele foi mais próximo de 2%.
02:06Então, o que a gente está vendo é que a economia americana cresceu próximo de 3,5% no ano passado,
02:12esse ano ela provavelmente já está mais próxima de 2% e até o final do ano deve desacelerar mais um pouco.
02:18E, por outro lado, a gente tem a parte da inflação que começa a ver alguns sinais ainda incipientes,
02:24mas que estão ganhando velocidade do impacto das tarifas nos preços.
02:29A gente tem aí já a parte de alimentação com uma aceleração nos preços lá nos Estados Unidos
02:34e provavelmente a parte de bens industriais ou industrializados deve também começar a subir.
02:41É um desafio para o Banco Central americano, porque uma economia que desacelera sugere juros mais baixos,
02:47mas uma inflação que acelera sugere juros mais altos.
02:50Então, eles ficam meio que nessa encruzilhada sobre o que fazer e estão esperando mais dados
02:57para poder decidir os próximos passos da política monetária.
03:02Bom, Stephen, desculpa, quem esquentou a batata foi você.
03:06Agora você que a descasque, porque a gente vai ter aí um fôlego quando se fala de economia americana,
03:12sábado, domingo, segunda-feira, feriado nos Estados Unidos, não vai ter Bolsa de Valores,
03:17feriado importante, o Labor Day, dia do trabalho, na terça-feira já é setembro e vai começar
03:23esse rame-rame, esse zum, zum, zum nos bastidores, a taxa de juros que deve ser apresentada,
03:28deve ser não, será apresentada em setembro pelo Federal Reserve.
03:33E aí, retomando as últimas informações, duas que nós trouxemos agora na nossa conversa,
03:38PIB, inflação e também teve um mercado de trabalho relativamente aquecido, está tudo bem,
03:45os Estados Unidos ainda nas franjas do que se chama de pleno emprego, não teve uma disparada
03:51do desemprego. Olhando essas três variações, esses três índices, eu estou buscando uma palavra aqui
04:02para usar, esses três elementos nessa mesma equação de juros, quais são as suas apostas, Stephen?
04:09Tá bom, um dado importante que a gente vai ter antes, até da próxima decisão do Banco Central,
04:16na semana que vem, na sexta-feira, é exatamente o dado do mercado de trabalho,
04:20o famoso payroll, geração de empregos, que seria mais ou menos o nosso cagede aqui no Brasil,
04:27aproximando um pouco o conceito.
04:29Então, ele foi revisado para baixo nos últimos dois meses, mostrou uma desaceleração na geração de empregos.
04:37A taxa de desemprego nos Estados Unidos, ela não subiu mais, porque você está tendo uma procura menor
04:44por emprego, dado que você tem menos imigrantes entrando nos Estados Unidos.
04:49Normalmente, você tinha nos Estados Unidos, antes da pandemia, próximo de um milhão de pessoas
04:54entrando como imigrantes, legais e ilegais. Durante a pandemia e depois da pandemia,
05:00você chegou a ter de dois a três milhões de pessoas entrando, o que se estima para esse ano
05:06que seja menos de 500 mil, talvez até muito próximo de zero, se você considerar as pessoas
05:12que estão saindo do país ou expulsas ou por livre e espontânea vontade.
05:18Então, tem menos gente entrando, menos procura por emprego, então você gera menos vagas,
05:25mas a taxa de desemprego não sobe. Isso não quer dizer que o mercado de trabalho esteja bom,
05:30porque ele está gerando menos vagas. Então, em algum momento, aponta para uma economia mais fraca.
05:35Esse foi o principal ponto que o presidente do Banco Central americano ressaltou num discurso recente,
05:41uma semana atrás, mais ou menos, onde ele sinalizou esse risco do mercado de trabalho
05:46e é propensão, então, a fazer um corte de juros nessa reunião de setembro.
05:52Acho que esse dado da semana que vem do mercado de trabalho vai ser bastante importante
05:56para o mercado confirmar realmente que está tendo essa desaceleração na geração de vagas
06:02e aí, efetivamente, começar o ciclo de corte de juros na reunião de setembro.
06:08E aí, a dúvida daqui para frente é, eles vão fazer cortes consecutivos em todas as reuniões
06:14até o final do ano ou eles vão alternar, pular alguma reunião no meio do caminho.
06:20A minha aposta, por enquanto, é dado que a inflação vai subir mais nos próximos meses,
06:25é que eles devem alternar, ou seja, eles vão ser cautelosos e graduais,
06:30pelo menos nesse início do ciclo de corte de juros,
06:34esperando para compensar esse mercado de trabalho mais fraco,
06:38com essa inflação que ainda acelera, mas que, enfim, deve desacelerar ao longo do ano que vem de novo.
06:45Então, é um início de corte de juros nessa reunião de setembro de 0,25
06:51e depois, provavelmente, alternado ao longo, até o final desse ano.
06:56Stephen, você que tem o cargo de economista-chefe da EQI Asset,
07:01eu vou usar sua expertise de leitura do mercado,
07:05porque hoje a gente teve uma informação nova, mas que, relativamente, ela era previsível.
07:11A corte de apelações, a gente chamaria aqui de segunda instância,
07:17classificou como a esmagadora maioria das taxações do Trump como ilegais.
07:23Ele não teria essa prerrogativa como presidente dos Estados Unidos,
07:28deveria ter passado pelo Congresso e tudo mais.
07:30Ou seja, já tem uma derrota na primeira instância, subiu para a segunda instância mais uma derrota.
07:35Ele tem, claro, até chegar o que a gente chama aqui de transitado em julgado,
07:40para a Suprema Corte, o que deve acontecer.
07:43Ou seja, essa questão da tarifação foi para o ambiente jurídico.
07:47Como é que o investidor e os analistas de investimento observam essas movimentações?
07:52Tem uma expressão muito comum aqui no Brasil que, ah, isso cria uma insegurança jurídica.
07:58Dá para a gente aplicar essa mesma expressão nos Estados Unidos agora?
08:01Temos uma insegurança jurídica porque existe uma taxação que vem do governo federal,
08:06a justiça diz que talvez não seja legal,
08:08e eu não consigo fazer previsões para estoque, importação, exportação,
08:13porque eu não sei se daqui a seis meses, o ano que vem, ou sei lá quando,
08:17vai ser a taxa de tarifação,
08:19que são bastante altas quando se fala, por exemplo, de produtos brasileiros,
08:23produtos indianos.
08:24Isso está tendo um impacto enorme nos Estados Unidos.
08:27Como é que vocês, analistas, olham esses movimentos?
08:32Não, você está completamente coberto de razão.
08:34A incerteza aumentou bastante.
08:37Antes a gente falava que o Brasil queria ser os Estados Unidos,
08:40queria se aproximar dos Estados Unidos.
08:42A brincadeira no mercado financeiro hoje
08:44é que os Estados Unidos estão se aproximando do Brasil,
08:47está trazendo todos os componentes de países emergentes,
08:51como essa incerteza jurídica,
08:53para o ambiente americano, para a economia americana,
08:56o que obviamente é um sinal ruim.
08:59Fica difícil não só de nós, analistas, economistas,
09:03preverem o que pode acontecer,
09:05como o próprio investidor, o próprio produtor, empresário,
09:08como que ele vai planejar o nível de investimento,
09:11endividamento, estoque e tudo mais.
09:13Então, esse é um dos fatores também pelos quais a gente aposta
09:16que a economia americana vai desacelerar um pouco mais,
09:20vai crescer um pouco menos nos próximos trimestres,
09:23justamente por conta dessa dúvida
09:24de qual que é a regra que é válida.
09:27A nossa interpretação é de que a legislação americana atual
09:32permite, ela dá ao presidente dos Estados Unidos,
09:36independente de quem ele seja,
09:38essa autonomia nessa definição dessas tarifas.
09:42isso daí é um ponto que parece mais ou menos consenso.
09:47A dúvida aqui é que ele fez um aumento generalizado,
09:50muito amplo, para diversos países ao mesmo tempo.
09:54Isso daí que talvez esteja gerando esse ruído da interpretação da lei.
09:59Se tivesse sido menos países, talvez não haveria tanta discussão,
10:02tanta dúvida jurídica.
10:04Mas, realmente, traz essa incerteza, essa dúvida.
10:08O cenário base ainda é de que essas tarifas vão ser vigentes,
10:13vão continuar valendo daqui para frente,
10:16que a decisão final da Suprema Corte americana
10:19vai permitir que essas tarifas permaneçam.
10:22Mas fica essa dúvida,
10:24tanto essa dúvida das tarifas,
10:27quanto a dúvida sobre a política monetária para frente,
10:29como é que o Banco Central vai definir os juros
10:31sem saber se essas tarifas valem.
10:34Aí, no final das contas,
10:35acho que a reação do mercado é a fraqueza do dólar.
10:39E como é que a gente vê isso?
10:41É um movimento que tem acontecido recente,
10:43por exemplo, de apreciação do ouro.
10:45O ouro, de novo, batendo recordes históricos
10:48de alta e de valorização,
10:49justamente, dada essa incerteza,
10:52você quer reduzir a sua alocação como investidor
10:55naquele mercado e naquela moeda,
10:58você procura alguma alternativa.
11:00E aí, seja o euro, seja o ouro,
11:02que tem se valorizado mais recentemente,
11:04justamente por conta desses pontos que você mencionou.
11:08Queria agradecer a conversa que eu tive com o Stephen Kaus,
11:11repito aqui, o economista-chefe da EQI Asset.
11:15Stephen, muito obrigado,
11:17principalmente por conversar com a gente
11:18aqui numa agradável sexta-feira à noite.
11:20Bom descanso agora.
11:22Até uma próxima oportunidade.
11:23Imagino que vai ser em breve,
11:25porque o Donald Trump nos dá muito subsídio
11:27para discutirmos os assuntos que nós tratamos agora.
11:31Até logo, bom final de semana.
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