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O Boletim Focus projetou IPCA em 4,85% e crescimento do PIB em 2,19%. O economista Nelson Marconi, professor da FGV, analisou os impactos da política de juros, do dólar e do cenário internacional sobre a economia brasileira.

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Transcrição
00:00Seguindo aqui no Fast Money, o Banco Central divulgou mais cedo o boletim Focus, que traz as projeções para diferentes índices do mercado.
00:08A projeção dos analistas dos bancos no boletim dessa semana prevê queda no IPCA, chegando a 4,85%.
00:15Já a previsão para o PIB desse ano melhorou, está em 2,19% para o crescimento do PIB.
00:23Então, a gente vai saber agora mais sobre essas projeções e sobre o que realmente podemos esperar para a nossa economia.
00:29A conversa é com o economista e professor da FGV, Nelson Marconi.
00:33Tudo bem, professor? Boa tarde, bem-vindo ao Fast Money.
00:37Boa tarde, Natália. Boa tarde, Felipe. Tudo bem?
00:39Tudo certo. Bom, começar a semana é sempre importante a gente dar uma olhada no boletim Focus.
00:45E hoje ele divulgou uma previsão de queda no IPCA para 4,85%, como eu disse agora há pouco.
00:51Nelson, o que significa na prática para quem está acompanhando a gente, seja nos negócios, seja no dia a dia das famílias brasileiras?
01:00É uma queda, quer dizer, uma previsão de queda, mas que acompanha, de certa forma, o que a gente está vendo nos números de inflação,
01:07bastante puxada pela queda dos alimentos, de certa forma, com o câmbio mais ou menos estável
01:15e o arrefecimento do movimento de preço no mercado internacional também, os alimentos estão com os preços, vamos dizer, estão subindo menos.
01:23Isso ajudou bastante na inflação.
01:26Então, isso primeiro pesa positivamente, quer dizer, é um impacto positivo no bolso do consumidor no dia a dia.
01:32Segundo, que isso faz com que a inflação deixando de subir,
01:35também isso pode reforçar, vamos dizer, a interrupção desse ciclo de alta da taxa de juros.
01:42E isso é bom para a economia.
01:44A gente já tem uma taxa de juros demasiadamente alta, mas se a inflação continuasse muito alta,
01:50poderia ter que o Banco Central quisesse subir mais ainda a taxa.
01:53Então, estando com esse arrefecimento da inflação, em parte, porque o próprio nível de atividade está sofrendo o impacto da taxa de juros,
02:01o impacto da queda dos preços, da queda não, mas também, vamos dizer, dessa parada na alta dos preços dos alimentos,
02:09isso faz com que a inflação esteja mais estável e isso também propicia, reforça esse movimento, vamos dizer,
02:16de interrupção da alta da queda dos juros.
02:19Isso é importante para a economia.
02:20Você começa a ter sinais de que, daqui a alguns meses, o Banco Central possa vir a reduzir essa taxa de juros.
02:30Felipe, sua pergunta, professor Nelson.
02:32Professor, boa tarde.
02:34Professor, a gente viu, então, como o senhor estava falando, uma redução aí no IPCA, um pouco a inflação, um pouco melhor.
02:40E também, o PIB, apesar de estar 2,19, na semana passada ela estava 2,18,
02:46mas já, em relação a mais tempo, ali estava 2,23, 2,25, então, quer dizer, uma estimativa menor do PIB.
02:54Está dando certo, então, o plano do Banco Central?
02:57Essa questão dos juros a 15%, 15 pontos, então, está dando certo?
03:02Está conseguindo desacelerar um pouquinho a economia, que era o objetivo do Banco Central?
03:05Sim, uma taxa de juros nesse patamar, em algum momento, vai provocar uma desaceleração da economia.
03:13A questão é que, do outro lado, você tem a política monetária, que é a política da taxa de juros de um lado,
03:18do outro lado você tem outros fatores que estão estimulando o nível de atividade,
03:22do lado da política fiscal, do lado do ponto da política de crédito,
03:27da política de todas as políticas, vamos dizer, do lado de todas as políticas específicas que o governo está fazendo.
03:33Então, as coisas estão em direções contrárias, mas, de toda forma que a gente vê,
03:39é que a taxa de juros vai provocar uma queda, vai ajudar a arrefecer a minha atividade, vai sim,
03:46a gente já está vendo sinais de que isso vai acontecer na economia.
03:49E, professor Maconi, também queria te ouvir sobre essa previsão do PIB,
03:54porque agora a gente fala de um crescimento que subiu para 2,19% ao ano.
03:59Qual é a sua avaliação sobre isso e o que está por trás, então, dessa mudança?
04:06Em parte, é o impacto que esse, primeiro, que essa alta da taxa de juros vai ter sobre o nível de atividade.
04:13O segundo é que o mercado internacional, de certa forma, a gente pensa na economia global,
04:19ela está um pouco paralisada em função de todas essas medidas que o presidente americano
04:25vem anunciando nos últimos meses.
04:27Então, ela puxou o freio de mão, a economia, logicamente, não vai parar completamente,
04:34mas está todo mundo esperando para ver o que vai acontecer.
04:36Então, se a gente ver esse cenário de incerteza na economia internacional,
04:40isso vai ter impacto também aqui localmente.
04:42Então, é de se esperar que a gente tenha um PIB que não vai exibir um crescimento tão forte esse ano.
04:50De um lado, como eu falei, você tem uma política fiscal que ajuda para o crescimento,
04:54tem uma série de medidas que o governo vem tomando na área de crédito,
04:57na área de políticas públicas específicas, que estimula o crescimento.
05:01Mas, do outro lado, a taxa de juros alta e o cenário internacional, o cenário global,
05:06eles não ajudam, eles não contribuem para o crescimento.
05:09pelo contrário, eles estão atuando na direção oposta.
05:13A junção desses movimentos que são contraditórios
05:16não acaba dando uma taxa de crescimento do PIB de 2%,
05:20em torno disso pode, às vezes, a estimativa se oscilar um pouco,
05:260,1% para cima, para baixo, mas é um número mais ou menos dessa magnitude,
05:31que é o que a gente já vem tendo há vários anos.
05:33É um crescimento que eu entendo como baixo na economia brasileira.
05:36Professor, em relação ao IPCA, a gente já falou, em relação ao PIB também,
05:42eu queria que o senhor falasse um pouquinho em relação ao dólar.
05:45As estimativas, o Boletim Focus tem mostrado aí entre 5,60, 5,50,
05:50e não tem saído muito disso.
05:51O senhor concorda com esse valor?
05:52Quer dizer, é uma estimativa realista?
05:55Esse valor do dólar está um valor que é bom para a economia brasileira?
05:58Eu acho um valor bastante adequado se a gente ficar nessa faixa,
06:03eu diria uma faixa um pouco mais ampla,
06:04ele está entre 5,50, 5,60, eu acho que é uma faixa boa,
06:08ajuda, de certa forma, manter ele estável é muito importante,
06:12manter o dólar relativamente estável e manter no patamar
06:14que seja razoável para os exportadores brasileiros.
06:17É esse patamar, em torno de 5,60, 5,70, 5,80,
06:21se ficar mais ou menos oscilando nesse patamar,
06:24mesmo como ele está agora,
06:26ele é uma taxa que eu acho bastante razoável para a economia.
06:31Importante a gente manter essa estabilidade,
06:34e eu acho que essa relativa estabilidade,
06:36como você mesmo falou, Felipe,
06:38vai depender muito do comportamento da taxa de juros no mercado externo.
06:42Quer dizer, se por algum momento o Banco Central sinalizar
06:47que vai mudar a política dele em relação à taxa de juros,
06:50enquanto eles estão numa briga entre o Banco Central e o presidente Trump
06:53para ver o que eles vão fazer,
06:55mas como não tem nenhuma alteração significativa ainda,
06:58isso também não tem nenhum impacto na nossa taxa de câmbio.
07:02Pode ser que no momento em que o Banco Central
07:05anuncie alguma mudança,
07:07seja no sentido de alta, seja no sentido de baixa,
07:09mais provável no sentido de baixa,
07:11aí isso provavelmente vai ter um impacto na nossa taxa de câmbio,
07:15e pode ser que tenha até uma valorização maior aqui da nossa moeda.
07:19O que para os exportadores seria prejudicial.
07:23Para a inflação, para alguns itens seria benéfico,
07:25mas a gente sempre tem uma valorização acentuada na taxa de câmbio.
07:28É uma medida que a médio prazo é prejudicial para a economia brasileira.
07:33E, professor Marconi,
07:34acho interessante aproveitar a sua experiência aqui,
07:36a sua bagagem,
07:37para compartilhar com a nossa audiência,
07:39que às vezes não é muito familiarizada,
07:41boletim Focus.
07:42Quais são os fatores determinantes dessas projeções?
07:45Como é que ele...
07:46Como que ele é feito?
07:50E o quanto o tarifácio, por exemplo,
07:52já está aparecendo nesses números?
07:55Olha, o boletim Focus,
07:57ele é uma média das expectativas
08:00do mercado financeiro em relação à inflação e PIB.
08:03Então, as organizações têm departamentos econômicos
08:08que fazem projeções,
08:10acompanham diariamente a evolução dos indicadores econômicos
08:14e acabam fazendo projeções para a inflação e para o PIB,
08:18que muitas vezes o próprio Banco Central usa
08:20para guiar um pouco a sua política econômica.
08:24Acaba sendo um processo um pouco meio auto-referido,
08:27mas, de toda forma, é importante a gente ter esse,
08:31vamos dizer, o mercado também financeiro
08:33e mesmo as empresas,
08:35as consultorias terem expectativas
08:37em relação à taxa de câmbio,
08:39à taxa de juros,
08:40em relação à inflação e ao crescimento,
08:44e isso ajuda na formulação da política econômica.
08:48O tarifácio,
08:49ele está aparecendo um pouco
08:52na medida em que você vê que tem uma pressão menor
08:55sobre o preço dos alimentos,
08:57e isso pode indicar que essas empresas,
09:01as empresas que são desse setor,
09:03vão ter que direcionar, talvez,
09:05uma parte da sua produção para o mercado interno.
09:07Então, sinaliza que,
09:09isso sinaliza que vai ter uma ampliação
09:10da oferta dos alimentos,
09:12tendo uma ampliação da oferta dos alimentos,
09:14isso tem um impacto positivo sobre a inflação.
09:16Isso termina contribuindo para diminuir a inflação.
09:20Isso ainda vai aparecer de forma mais relevante para frente,
09:24eu acho,
09:24mas a gente já vê alguns sinais importantes
09:27nessa inflação dos alimentos
09:28que está se comportando muito melhor
09:31do que alguns meses anteriores.
09:32É verdade.
09:33Felipe, mais uma sua.
09:34Professor,
09:35eu queria voltar um pouquinho do ponto
09:36que o senhor falou sobre o Banco Central americano,
09:38como é que teria o impacto
09:39de uma mudança de juros lá.
09:41Quer dizer, a tendência, como o senhor mesmo disse,
09:44é uma tendência de, talvez, uma queda.
09:46O presidente Donald Trump está pressionando muito.
09:48Vamos imaginar que tem uma queda lá de 0,25 na reunião,
09:51que agora é dia 15, dia 16.
09:53Qual seria o impacto no Brasil, o impacto direto?
09:55Quer dizer, vamos imaginar que o Banco Central brasileiro
09:58abaixaria também os juros aqui.
10:01Como é que é essa relação entre o Banco Central de lá e o daqui?
10:03É, essa sua questão é bastante importante.
10:08Primeira coisa, não é só o Banco Central americano
10:11provolver uma queda,
10:14mas ele sinalizar o que ele vai fazer ao longo do tempo.
10:18Quer dizer, ele sinaliza,
10:19eu vou adotar agora uma tendência de queda,
10:21eu vou adotar uma tendência de alta.
10:23Mais provável que ele adote uma tendência de queda,
10:26que é o que a gente está vendo aí,
10:27que está se configurando para os próximos meses.
10:30Quando a taxa de juros cai lá,
10:32e o que acontece?
10:35Fica menos atrativo para os recursos,
10:38recursos financeiros serem aplicados nos Estados Unidos.
10:42Então, se a taxa de juros permanece alta aqui no Brasil,
10:45é possível que haja uma migração,
10:48ainda que pequena,
10:49de recursos que estão aplicados nos Estados Unidos para o Brasil
10:53e para outros mercados emergentes,
10:56é muito comum acontecer isso,
10:57e se entrar mais recursos estrangeiros aqui na economia brasileira,
11:00isso tende a apreciar, valorizar a nossa moeda.
11:03Por isso que eu falei que pode ter uma tendência de valorização.
11:05Se cai a taxa de juros nos Estados Unidos
11:08e a gente desejar, por exemplo,
11:11que seria uma coisa boa manter a mesma diferença
11:13em relação à taxa de juros americana,
11:15eu acho que poderia até diminuir,
11:16mas supondo que o Banco Central
11:17quisesse manter a mesma diferença
11:20entre a taxa de juros brasileira e americana,
11:22que é o que a gente chama desse prêmio,
11:24não só de risco,
11:25mas o cupom que a gente fala,
11:28o rendimento, a diferença entre rendimento no Brasil e nos Estados Unidos.
11:31Então, desculpe, mas voltando aqui,
11:33supondo que queira se manter a mesma diferença
11:35entre a taxa de juros no Brasil e a taxa de juros nos Estados Unidos.
11:38Caindo a taxa de juros nos Estados Unidos,
11:40isso abre espaço para também diminuir a taxa de juros no Brasil.
11:43E isso seria bom para a economia brasileira,
11:46quer dizer, uma medida que seria bem-vinda,
11:48eu acho, no momento que caísse a taxa de juros lá nos Estados Unidos,
11:52é o nosso Banco Central também começar um movimento de queda aqui.
11:56Esses movimentos de queda sendo mais ou menos consecutivos,
11:59ocorrendo muito próximos,
12:01o impacto que isso vai gerar sobre a taxa de campo é muito baixo,
12:05porque o que interessa para esse aplicador,
12:07para esse investidor financeiro,
12:09é a diferencial, a diferença entre a taxa de juros brasileira
12:12e a taxa de juros americana,
12:14descontando, logicamente, a variação cambial nesse processo.
12:17Professor Maiconi,
12:18diante então desses dados que a gente trouxe aqui,
12:20acho que a gente pode considerar que são projeções otimistas
12:24no cenário atual.
12:26O que você diria para quem está acompanhando do outro lado?
12:29é um pequeno empreendedor,
12:30ou um trabalhador mesmo que ainda está inseguro
12:32em relação ao momento econômico e ao futuro aqui no país?
12:37Eu diria que,
12:38eu diria para esse empreendedor,
12:42essa pessoa que está trabalhando,
12:44que a economia não está ruim,
12:46não está crescendo a pleno vapor,
12:48mas também não dá para a gente dizer que ela está ruim.
12:52Ela está crescendo muito parecido com o que ocorreu nos últimos anos.
12:56Então, a taxa de desemprego deve continuar baixa,
12:58a gente deve ter uma demanda boa,
13:01logicamente, por força de trabalho,
13:04mas isso vai provocar uma demanda grande por produtos depois do mercado.
13:08Então, o Brasil vai crescer de uma forma razoável.
13:10Para quem empreende, eu acho,
13:11olha, está certo, seu negócio não vai explodir no bom sentido,
13:15quer dizer, não vai ser,
13:16eu acho que a gente não vai ter um crescimento da economia brasileira
13:19que vai te beneficiar ao externo,
13:21mas também não vai ser ruim,
13:23vai ser uma coisa que você vai continuar,
13:25os negócios vão apresentar uma certa evolução,
13:28e isso vai ser bom para você, empreendedor,
13:32vai ser bom para a economia brasileira.
13:33Mas é um certo banho-maria,
13:35é um crescimento baixo,
13:37eu diria.
13:38Vamos aguardar para ver qual é o impacto do Trump
13:41e não desanime,
13:42porque a economia brasileira não está ruim,
13:44está certo,
13:45para a gente chegar a um ponto de dizer,
13:47não, está, terra arrasada, vamos desanimar.
13:49Está certo, muito obrigada por essa amarração final
13:53e deixando a informação acessível para todo mundo.
13:55Nelson Marconi, economista,
13:56professor da Fundação Getúlio Vargas,
13:58ao vivo aqui no Fast Money.
14:00Muito obrigada, viu, professor, até a próxima.
14:02Obrigado a vocês, até a próxima, boa tarde.
14:04Boa tarde.
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