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O Fed reduziu os juros para 4% a 4,25% ao ano, em um movimento visto como primeiro passo para flexibilização monetária. Kevin Hasset avaliou a decisão e o economista Roberto Padovani destacou os impactos para Brasil, Selic, dólar e atração de capitais no Jornal Times Brasil - Exclusivo CNBC.

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Transcrição
00:00Sobre a decisão de ontem do Fed, que baixou os juros americanos para o intervalo entre 4 e 4,25% ao ano,
00:07o diretor do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos, Kevin Hassett, classificou como, abre aspas,
00:14um bom primeiro passo na direção certa de taxas muito mais baixas.
00:19Ele falou com exclusividade a CNBC em entrevista ao âncora Joe Kerning. Vamos acompanhar o trecho.
00:25Junta-se a nós agora com sua reação à decisão do Fed e aos comentários do presidente Powell,
00:32o diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett.
00:36Você está bem, certo? Está gostando das coisas? Está pensando bem e tudo mais?
00:41Espero que o cara com o cortador de grama não apareça hoje aí atrás, Kevin.
00:45Isso foi engraçado na semana passada. 25 pontos base. É um começo. Como você faz isso?
00:50Sabe, meu velho amigo Alan Greenspan costumava dizer que a política monetária é como dirigir o Queen Mary.
00:58E não sei se o Queen Mary ainda existe, mas o ponto principal é que a política prudente é aquela que se move de forma lenta e constante
01:05e se dirige a uma meta, observando os dados que chegam.
01:08E sei que meu colega Stephen queria ir para 50, mas acho que 25 é um consenso bastante amplo
01:15e acho que esse é um bom primeiro passo na direção certa de taxas muito mais baixas.
01:21Kevin, você ainda quer o cargo? Você mudaria alguma coisa do que está dizendo agora
01:26com base na possibilidade de ser o próximo presidente do Fed?
01:29A única coisa que eu provavelmente poderia dizer, Joe, é que faço meu trabalho aqui
01:33como diretor do Conselho Econômico Nacional da melhor forma possível todos os dias.
01:38E quando somos entrevistados, não estou pensando em um futuro emprego ou qualquer outra coisa.
01:43Estou pensando como diretor do Conselho Econômico Nacional.
01:46O que posso fazer para comunicar ao povo americano o melhor sobre o que estamos fazendo hoje?
01:53Você reconhece que existem algumas correntes cruzadas, ou pelo menos, algumas coisas intrigantes
01:59na tentativa de avaliar a economia atual ou o ambiente em que estamos agora?
02:04Perguntei a um homem do Leasing se J. Powell disse
02:08Ah, a propósito, mudamos a meta de inflação para 3% porque é onde estamos.
02:14E se você estiver cortando e estivermos em 2,9%, tanto faz.
02:18Eu sei que a mão de obra de repente ficou um pouco nublada nesse quadro, mas não estamos.
02:24Estamos 50% acima da meta de 2% para a inflação.
02:28Bem, depende se você olha para as tendências de 2 ou 3 meses ou 7 meses.
02:34Então passamos de cerca de 3,9% para cerca de 2,5% em relação às médias de 7 meses.
02:39E nos últimos 3 meses, fomos piores do que isso.
02:42Ao mesmo tempo, quando olhamos para os dados econômicos, eles estão realmente muito altos.
02:47Tivemos um crescimento de 3,3% no PIB do segundo trimestre, que agora está acima de 3%.
02:52E a maneira de pensar sobre os riscos de alta é que acabamos de receber esses dados de vendas no varejo.
02:58Ano após ano, as vendas nominais no varejo, no grupo de controle, que é o que importa para o PIB, subiu 6%.
03:04Portanto, dependendo do que você acha que é a inflação,
03:08isso significa que você está realmente olhando para um crescimento do PIB próximo a 4%.
03:12E, portanto, o cruzamento corrente seria que parece que estamos tendo um boom como no primeiro mandato,
03:17em que há um crescimento econômico realmente alto e uma inflação fora de controle.
03:21E a maneira como isso acontece, na minha opinião, é que quando o crescimento vem de fatores do lado da oferta,
03:27se houver um grande aumento, você poderá ter mais crescimento sem inflação.
03:31E parece que isso está começando a acontecer agora.
03:35Eu converso agora com Roberto Padovani, economista-chefe do Banco BV.
03:39Padovani, boa noite. Sempre um prazer ter você aqui com a gente.
03:42Vamos voltar a falar do Brasil? Depois a gente volta a falar do Fed.
03:46Mas queria começar pela manutenção da taxa Selic aqui.
03:49Qual é a sua leitura disso? De que forma isso tem efeito na nossa economia e na atração para os investimentos, para os investidores?
03:58Bom, acho que a primeira história é que havia uma certa expectativa de que o nosso Banco Central reconhecesse alguns avanços.
04:04Então, a primeira história, atividade econômica mais claramente desacelerando,
04:09as expectativas de inflação começando a convergir, inflação corrente também com uma inflexão.
04:13Então, você imaginou que o Banco Central pudesse comunicar de alguma forma uma melhoria no risco inflacionário.
04:18Mas não foi isso que a gente viu.
04:20O comunicado que acompanhou a decisão, ele manteve as projeções do Banco Central inalteradas,
04:25balanço de risco sem alteração relevante,
04:29até a frase que ele falou, olha, eventualmente eu posso até voltar a subir a taxa, ele manteve.
04:33Então, nenhuma alteração, o que sugere um Banco Central que não muda a sua estratégia.
04:38Agora, por que ele não muda a estratégia?
04:40Basicamente, porque a economia está desacelerando, mas ela está ainda muito acima da sua capacidade.
04:46Como é que a gente avalia isso?
04:48Inflação de serviços correndo próxima a 7%, é muita coisa, não tem um sinal de convergência.
04:54A gente tem importação de bens e serviços aumentando, quer dizer, a economia é muito aquecida,
04:58não dando conta de atender a demanda local, você tem que importar.
05:02E mercado de trabalho não parando de melhorar, o desemprego não para de cair.
05:07Isso sugere uma economia aquecida e aí o Banco Central, acho que ele esperou para avaliar o cenário e manteve a taxa.
05:15A manutenção da taxa vai implicar mais desaceleração à frente e do ponto de vista positivo,
05:22você tem um diferencial de juros a favor do Brasil.
05:25Então, provavelmente a gente atrai mais capital e reforça essa nova cotação do dólar no patamar de 5,30.
05:31No final do dia, Cris, vai reduzir o custo das empresas e também contribuir para a desinflação no Brasil.
05:37Então, uma aposta do Banco Central dura de desacelerar mais a atividade, contar com o câmbio e no final do dia ter uma inflação menos pressionada.
05:47Eu quero aprofundar mais na questão do comunicado, porque até antes mesmo da reunião as pessoas falavam muito disso.
05:52O mais importante vai ser olhar o comunicado, mais até do que os juros, porque vai ser manutenção, a gente já sabia.
05:57Então, tem dois pontos que chamaram muito a atenção, eu vou ler exatamente o que eles falaram.
06:02Uma política monetária significativamente contra acionista por período bastante prolongado
06:06e o comitê disse que passos futuros poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado.
06:15Você achou um comunicado mais duro do que o normal?
06:18Eu achei mais duro.
06:19Essa última frase que você citou, eu esperava que talvez pudesse ter sido tirada.
06:24Porque ali o que ele está dizendo é o seguinte, olha, eventualmente eu posso até subir mais a taxa de juros.
06:29Então, como a gente está vendo uma evolução da economia a favor do que o Banco Central imaginou,
06:33na linha do que o Banco Central imaginou, a gente achou que ele pudesse atenuar um pouco o discurso.
06:38Talvez não tenha feito isso também para coordenar as expectativas, para dizer o seguinte,
06:42olha, a gente não está no meu radar cortar juros tão cedo.
06:46Então, muitos analistas que imaginavam que você poderia cortar já em dezembro, já tiraram isso do radar.
06:51Já ficou para o ano que vem, com certeza.
06:52Já ficou para o ano que vem e aí você, ao ter essa postura mais dura, você ganha mais força para forçar a economia para baixo e desinflacionar.
07:01Então, acho que foi uma atitude cautelosa do nosso BC.
07:05Qual é a tendência para o mercado financeiro para a Bolsa nos próximos dias?
07:08A gente está vendo de um período bem positivo na nossa Bolsa.
07:12Cris, os mercados locais estão acompanhando o que a gente vê nos Estados Unidos.
07:15A gente está tendo uma expectativa de corte de juros, aumento de liquidez global.
07:21As bolsas norte-americanas estão em uma aceleração impressionante.
07:25O dólar perdeu força no mundo.
07:27Isso está favorecendo os mercados emergentes como um todo.
07:30A gente tem uma realocação de recursos vindo para emergentes, mas em particular para o Brasil.
07:36E isso, obviamente, é bom para a Bolsa, é bom para o dólar.
07:39Então, a gente está vivendo aí um momento favorável para o que a gente chama de kit Brasil.
07:43Dinheiro entrando, apostando no Brasil, mas motivado fundamentalmente por razões externas, por razões da economia norte-americana.
07:52E aí, falando das razões externas, vamos falar também da taxa de juros por lá, que teve esse primeiro corte de 0,25 no ano,
08:00depois de muita insistência, inclusive, do presidente Donald Trump.
08:04Como é que isso vai refletir por lá e na economia global como um todo?
08:07Os mercados tomaram um susto ontem porque se esperavam uma comunicação mais enfática do Banco Central norte-americano,
08:16no sentido de que tem espaço para reduzir juros.
08:18Ele manteve a cautela.
08:20Mas, assim, a gente viu hoje durante o dia o desempenho dos mercados, não foi ruim lá fora,
08:24porque mesmo com o Banco Central mais cauteloso, você está reduzindo a taxa de juros
08:29e, portanto, você está aumentando as condições de liquidez do mercado, está empurrando os mercados para o risco.
08:35Pensando o que a gente viu, assim, isso significa que, num ambiente de mais liquidez,
08:41as bolsas continuam em alta lá fora e o dólar continua fraco.
08:45Então, essas duas variáveis, que é bolsa em alta e dólar fraco, não foram significativamente alterados.
08:51Então, assim, é uma situação que acaba beneficiando o Brasil, mesmo com o comunicado mais cauteloso deles.
08:58Vamos passar para as perguntas dos nossos analistas.
09:00Vinícius, vou começar por você.
09:02Padovani, na projeção do Banco Central para a inflação do primeiro trimestre de 2027, ficou em 3,4%.
09:10Ainda assim, é bem menor do que a projeção mediana do mercado, a mediana da projeção do mercado para 2027 inteiro,
09:17que é 3,9% e começou a cair só recentemente, estava em 4 a 1 mês.
09:21Bom, esse comunicado mais duro do Banco Central vai ajudar a convergência de expectativas?
09:30Ou todo mundo vai esperar, um, uma desaceleração evidente de inflação de serviços e ou do mercado de trabalho?
09:38Dois, uma ajudona maior do dólar indo bem abaixo de 5,30%.
09:42Já ouvi gente falando até em 5.
09:44Ou a combinação das duas coisas.
09:46O que vai puxar, enfim, uma redução das expectativas para 2027?
09:50Bom, são vários temas importantes, Vinícius.
09:54Deixa eu começar com o primeiro deles, que é essa diferença de projeções que já tem algum tempo entre Banco Central e mercado.
10:01Como você falou, o comunicado ontem manteve uma projeção de 3,4% no primeiro trimestre de 2027,
10:08enquanto o mercado está trabalhando com uma taxa 3,9%, mais próxima a 4%.
10:12A impressão que a gente tem é que essa diferença tem muito a ver com a confiança do BC
10:18de que a atividade econômica vai se desacelerar de maneira mais forte aqui no Brasil.
10:23E o mercado está mais cauteloso porque ele olha o desempenho do desemprego, por exemplo,
10:28e fala, bom, as condições de renda seguem favoráveis, talvez você não desacelere tanto a atividade.
10:32Essa leitura diferente de ritmo de crescimento é que justifica visões diferentes.
10:38Agora, a impressão que eu tenho é que uma política monetária mais dura
10:41certamente vai contribuir para uma convergência por vários canais.
10:45A atividade vai desacelerar mais e aí a gente vai ver talvez um termômetro importante,
10:50seja o mercado de trabalho, com juros mais elevados e o Banco Central norte-americano cortando taxas,
10:56isso atrai fluxo para cá, o Brasil fica mais atrativo do ponto de vista financeiro,
11:01o impacto é no dólar e, portanto, no custo das empresas.
11:03Então, isso contribui para um movimento desinflacionário aqui no Brasil.
11:08Então, eu diria que, e tem um terceiro fator que é expectativas.
11:12Acho que neste momento é menos importante, mas existe hoje mais confiança de que o nosso Banco Central
11:19está efetivamente comprometido com a meta da inflação.
11:22A gente tem sofrido menos pressão política, houve uma transição no comando da autoridade monetária
11:27sem muito ruído.
11:29Então, esse tema, será que o nosso Banco Central quer efetivamente buscar o 3% ou em ano eleitoral, por exemplo,
11:35ele não faz isso?
11:36Esse não é um tema relevante hoje, mas, de qualquer forma, a postura mais dura do nosso BC
11:41confirma o compromisso dele de jogar a inflação para baixo.
11:44Vamos passar para a pergunta agora do nosso analista de política, Eduardo Geyer, lá em Brasília.
11:48Geyer, boa noite para você.
11:50Fica à vontade para perguntar para o Padovani.
11:52Boa noite, Cris, Vinícius, Padovani, um prazer conversar com você.
11:58Padovani, lá em 2023, quando o BC iria iniciar o ciclo de corte de juros,
12:04depois falou-se que o BC talvez tenha começado a cortar cedo demais.
12:09Agora, quando há essa pressão para novos cortes, o BC já segura toda essa pressa do mercado,
12:16de algum setor do mercado também, principalmente do governo, dizendo que não,
12:20o corte, se vier, é para 2026.
12:23Depois do que aconteceu lá atrás, em 2023, você entende que o Copom está tentando pecar pelo excesso dessa vez?
12:31É mais ou menos isso?
12:32Não, olha, eu não acho que o Banco Central esteja olhando as experiências passadas.
12:37Obviamente que o passado importa, isso mostra para a gente os cuidados que devem ser tomados.
12:42Mas eu acho que a leitura do Banco Central é muito mais simples do que essa.
12:46Ele está olhando o comportamento da inflação corrente e das expectativas de inflação.
12:51E aí, quando você vê esses dados, a situação é muito preocupante.
12:54A nossa meta de inflação é de 3%.
12:56A gente está trabalhando com cenários, nesse ano, próximo, uma inflação próxima ao teto,
13:02que é 4,5%, um pouquinho acima, um pouco abaixo.
13:05Estamos distantes do centro da meta.
13:07E pior do que isso, em nenhum momento a inflação volta para os 3%,
13:13segundo as projeções do BC e do mercado.
13:16Isso é curioso.
13:17Mantendo taxas de juros elevadas, ainda assim, isso não parece ser suficiente
13:22para você alcançar o centro da meta.
13:25Talvez a principal razão por trás disso seja que,
13:29embora o Banco Central esteja apertando as condições de crédito para esfriar o consumo
13:33e, portanto, reduzir a pressão inflacionária,
13:35você tem também aumento de gastos públicos.
13:37Aumentos que foram feitos em 2023 e 2024,
13:40expectativa de mais aumento de gastos pela frente,
13:43isso acaba empurrando a economia.
13:44Então, você tem a gestão da política econômica no Brasil,
13:47hoje é um pouco confusa.
13:48Por um lado, você tem aumento do gasto público,
13:50por outro, tem o Banco Central com autonomia,
13:52encarecendo o crédito.
13:53Eu acho que é essa briga,
13:55essa atenção aos dados de inflação,
13:58que justificam a ação.
14:00Os controles no passado,
14:02erros de gestão que a gente teve lá atrás,
14:05eu acho que tem pouco peso nas decisões nesse momento.
14:08Vadovani, muito obrigada.
14:09É sempre um prazer mesmo receber você aqui.
14:12Volte mais vezes.
14:13Boa noite.
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