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O IPCA, índice oficial da inflação no Brasil, registrou alta de 0,26% em julho, abaixo das projeções do mercado. No acumulado de 12 meses, o índice está em 5,23%, ainda acima da meta, mas com sinais positivos vindos da queda nos preços de alimentos, dólar mais baixo e maior oferta interna. Bruno Imaizumi, economista da LCA 4inteligence, analisa como esses fatores influenciam o consumo, a política monetária e as perspectivas para a taxa Selic.

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00:00E aqui no Brasil o IBGE divulgou hoje o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, o IPCA, que é a nossa inflação oficial.
00:08O índice registrou uma alta de 0,26% em julho, resultado muito próximo do 0,24% de junho e abaixo da expectativa do mercado,
00:19que estava em 0,35%, 0,37%, dependendo da fonte.
00:24No acumulado de 12 meses, a inflação ficou em 5,23%, ainda distante do teto da meta de 4,5%.
00:34Para entender melhor esse resultado, eu converso agora ao vivo com o Bruno Imaizumi, economista da LCA Foreign Intelligence.
00:42Bruno, boa noite para você, obrigado pela sua disponibilidade mais uma vez aqui com a gente.
00:46Bruno, em suma, o que foi que fez o resultado ficar abaixo do que o mercado esperava?
00:52Olha, Fábio, tudo bem com você?
00:56Realmente, a gente teve um resultado positivo, mais uma surpresa baixista para a inflação brasileira,
01:03o principal índice do consumidor.
01:06E a gente teve uma diferença de 0,1% do que o resultado e o que o mercado estava projetando.
01:13O maior desvio veio de alimentação e bebidas.
01:18Então, de novo, a gente viu uma queda mais forte do que a gente estava projetando,
01:24quando eu digo a gente, a boa parte dos analistas do mercado financeiro.
01:29Então, as surpresas baixistas que a gente já vinha observando nos últimos três meses,
01:35nos indicadores de preços do atacado, nos IGPs da FGV,
01:42eles começam a aparecer com uma relativamente maior força aí no varejo.
01:50Então, consumidores em julho começaram a sentir um pouco mais barato
01:55esses valores aí no mercado, principalmente, no supermercado, principalmente.
02:03Deixa eu pegar esse seu gancho, Bruno.
02:05Você falou aí dos IGPs da Fundação Getúlio Vargas,
02:07São índices de preços que têm uma composição majoritária de preços do atacado.
02:1360% dos IGPs da FGV são de preços do atacado.
02:17E eles já vêm aí nos últimos meses mostrando que esses preços ao produtor estão negativos.
02:23Essas variações estão negativas.
02:25Ou seja, várias commodities ficando mais baratas.
02:28Isso, ao longo do tempo, vai passando para o consumidor.
02:30Vai chegando nas gôndolas e é o que a gente está vendo agora.
02:33É isso?
02:33Perfeito, né?
02:35Assim, é uma relação um pouco não tão trivial de ser enxergada,
02:39mas óbvio que isso acontece, o repasse.
02:42Mas o repasse é muito incerto,
02:43porque às vezes os supermercados querem tirar uma margem um pouco maior de lucro.
02:47Então, fica difícil fazer exatamente o cálculo do quanto isso passa mesmo para o consumidor.
02:55E é até interessante notar que esses primeiros efeitos de tarifácio
02:59do Donald Trump aqui no Brasil, eles vão ser mais sentidos em agosto,
03:04principalmente nos itens que não entraram na lista de exceções.
03:08E o brasileiro, querendo ou não, já está sentindo isso no mercado,
03:13a redução principalmente de carnes, pescados e frutas, tá, Fábio?
03:17E aí você falou de alimentos, Bruno,
03:22para essa queda dos alimentos tem vários fatores contando aí, é isso?
03:27Exatamente.
03:28A gente tem, olha, é um ano que a gente não tem a questão das mudanças climáticas pesando tanto.
03:35Óbvio que elas vão ser aí um dos fatores principais
03:38para a questão de variação de preços de alimentos nos próximos anos,
03:42mas esse ano a gente não tem El Ninho, não tem Laninha, é um fator positivo.
03:47A gente tem agora, com essa questão do tarifácio,
03:50se boa parte dos produtos não está sendo exportado para os Estados Unidos,
03:58sobra mais produto para o mercado interno.
04:01Então, muitas pessoas aí têm mais oferta,
04:04você consegue reduzir preço e conseguir fazer com que mais pessoas se consumam.
04:08Tem uma questão bem específica que o IBGE não consegue explicar direito para a gente,
04:14que é dentro do grupo de transportes, tá?
04:16Em junho a gente teve uma surpresa autista nos dados de preços de serviços de aplicativos, né?
04:24Aquelas empresas que fazem serviços aí como de entrega,
04:28de passageiros, né, de motoristas autônomos,
04:33e veio um número muito forte e uma devolução que não estava também sendo esperada aí
04:39já no mês de julho, tá?
04:41Então, isso também contribui para uma inflação um pouco mais baixa aí,
04:47principalmente aí com esse desvio aí de 0,1 ponto percentual aí que a gente viu hoje de manhã.
04:53Tem um efeito do dólar importante também nessa redução da inflação, né, Bruno?
04:57Com certeza, com certeza.
04:59A gente tem que lembrar que a economia brasileira, ela é super dolarizada, né?
05:03Então, a gente, lembrando lá no final do ano, a gente estava com o dólar batendo 6,20,
05:09hoje está batendo aí abaixo dos 5,40, né?
05:12O Banco Central fez alguns estudos que mostram que uma redução aí de dólar
05:19acaba afetando a inflação de alimentação no domicílio, principalmente em 12 meses, né?
05:25Uma variação aí de 10% de queda do dólar acaba resultando aí mais ou menos em um ponto percentual a menos, né?
05:33Na inflação de alimentação no domicílio que segue, apesar dessas deflações registradas nos últimos meses,
05:40ela segue muito elevada, ela continua sendo incômoda para boa parte dos brasileiros, se não todos.
05:46E com base nessa trajetória recente da inflação, Bruno, o que vocês preveem na LCA em relação à taxa Selic?
05:57Será que só vem corte no ano que vem mesmo ou pode acontecer de vir algum corte ainda esse ano?
06:02Olha, aqui na Foreign Intelligence, a gente está esperando uma manutenção da taxa de juros em 15% até o final do ano.
06:11Com mais uma surpresa, a gente revisou hoje nosso IPCA de 2025 de 5,1% para 5,0%.
06:20Então, o IPCA de 5% no ano, ele permanece incômodo, ele permanece acima do limite superior da meta,
06:29a inflação de serviços continua muito pressionada e isso não vai ser uma coisa que vai mudar até para o ano que vem,
06:35e é a principal inflação que o Banco Central continua olhando, porque ela está muito atrelada ao mercado de trabalho,
06:43o mercado de trabalho continua resiliente.
06:46A gente tem que lembrar que 70% da inflação de serviços, um estudo que eu fiz recentemente,
06:51mostra que 70% dela é explicada por conta de salários da economia.
06:57Então, se o salário mínimo está crescendo acima da inflação e por motivos de mudanças de governo,
07:05fica muito difícil para o Banco Central controlar a inflação somente com taxa de juros.
07:11É óbvio que com uma decisão hoje, uma surpresa mais baixista da inflação,
07:17a probabilidade de redução de juros que a gente estava esperando ali mais entre o primeiro e o segundo trimestre de 26,
07:25ela pode se aproximar um pouco mais do início de 26.
07:28E tem alguns analistas de mercado que estão colocando em seus cenários bases
07:34essa questão de corte de juros vindo ainda na decisão de dezembro.
07:41A gente acompanha dados de probabilidades da B3, de ações atreladas à Selic,
07:50e por enquanto a gente não viu uma mudança significativa para a reunião de dezembro de corte de juros.
07:58A gente tem que lembrar que o cenário base ainda é de manutenção até o final do ano.
08:02Agora, quando a gente olha para a inflação nos próximos meses, no restante de 2025,
08:07há razões para acreditar que ela vai ceder um pouco mais, então.
08:11Exatamente. Então, a trajetória pode oscilar um pouco para cima, um pouco para baixo.
08:17Então, é o que vai acontecer aí nos próximos meses, principalmente as próximas duas divulgações,
08:25mas ela deve encerrar o ano de 2025 em torno de 5%.
08:31Então, não é só a LCA que fez esse movimento.
08:34Eu imagino que boa parte dos analistas do mercado, depois de mais uma surpresa baixista na inflação,
08:40principalmente de alimentos, que tem um peso muito forte na cesta de consumo de bens e serviços da maioria dos brasileiros.
08:49Se a gente olhar para o Focus, que vai sair na segunda-feira que vem,
08:53possivelmente a gente vai ver uma outra redução da inflação que segue caindo semana a semana,
08:58que é a pesquisa que o Banco Central divulga com boa parte dos consensos de mercado.
09:05Agora, além do efeito benéfico do dólar menos pressionado,
09:10além do efeito benéfico de um clima mais favorável para a produção agropecuária brasileira,
09:16vocês notam também algum impacto já dos juros altos?
09:19Olha, os juros altos, obviamente a gente tende a entender que eles tendem a reduzir demanda,
09:31mas a gente tem que lembrar que essa não é a realidade, a decisão de consumir e poupar,
09:40não é a realidade de muitos brasileiros, muitos brasileiros não poupam.
09:43Então, a gente tem que lembrar que alimentos, eles sempre vão ser prioridade na cesta de consumo,
09:49são itens básicos de sobrevivência na cesta de consumo dos brasileiros.
09:54Então, pelo lado mais da demanda, fica difícil a gente ver esses juros elevados sentindo mais na inflação de alimentos.
10:04É óbvio que quando a gente olha para outros componentes da inflação,
10:09esses juros podem sim estar inibindo um crescimento maior dessa inflação.
10:17Então, se a gente for pegar a inflação de serviços, que está muito atrelada ao mercado de trabalho,
10:22que permanece resiliente, se esses juros não estivessem nesse patamar hoje,
10:26possivelmente o mercado de trabalho estaria ainda mais forte do que está.
10:29Então, o que acontece, que parece até contraintuitivo,
10:34é que a gente tem hoje no Brasil, e não só hoje, mas há muitos anos, muitas décadas,
10:39políticas fiscais e monetárias desarmoniosas.
10:44Não adianta nada você ter uma política monetária contracionista,
10:48se o governo continua com a política fiscal expansionista,
10:51continua gastando, injetando dinheiro na economia,
10:55então a política monetária acaba perdendo um pouco de força, de eficácia,
10:59na hora de combater a inflação.
11:00Está certo, Flávio?
11:01Beleza, Bruno Imaizumi, economista da LCA for Intelligence.
11:05Obrigado, Bruno, por mais essa participação aqui.
11:08Boa noite para você.
11:09Eu que agradeço o convite.
11:11Boa noite a todos os espectadores aí, e para você também, Fábio.
11:13Um grande abraço.
11:14Valeu, um abraço.
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