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As exportações brasileiras de carne bovina registraram queda de 22,3% em setembro devido às tarifas impostas pelos EUA. Alê Delara, especialista em agronegócio e geopolítica, explicou alternativas do setor e a expansão para mercados asiáticos e do Oriente Médio.

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Transcrição
00:00E falando mais agora sobre os impactos do tarifácio de Donald Trump, porque eles não param de aparecer.
00:06De acordo com a projeção da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne,
00:11as exportações brasileiras de carne bovina devem registrar queda mensal em setembro de 22,3%.
00:19E a gente vai entender mais até onde esses impactos podem chegar, né?
00:23A conversa é com a Lede Lara, que é especialista em agronegócios e geopolítica,
00:28e já está aqui com a gente. Tudo bem, Alê? Boa tarde, seja muito bem-vindo.
00:32Olá, obrigado. Boa tarde, Natália.
00:34Felipe Machado, nosso analista, vai participar da conversa também.
00:38E, Alê, achei bem importante esse número que eu trouxe aqui,
00:43de queda de mais de 20% em setembro na exportação de carne bovina.
00:48Antes do tarifácio, a gente vendia, então, 30 mil toneladas para os Estados Unidos.
00:53Agora a gente está falando de 7 mil, é muita diferença.
00:57E uma queda muito brusca.
01:00Como é que o setor está se movimentando nesse sentido?
01:02Está buscando alternativas? Está buscando negociar?
01:04Como é que estão as coisas?
01:06Sim, Natália. A primeira atitude agora é buscar alternativas,
01:10já que há um impacto realmente com relação ao Trump abrir as portas para a negociação.
01:17Quando ele anunciou as tarifas contra o Brasil,
01:19vieram notícias menos ruins do que nós esperávamos,
01:23porque houve uma lista grande de exceções.
01:25Então, nós passamos a negociar de maneira setorial.
01:29Como a carne nos Estados Unidos tem alternativas e a carne que o Brasil envia aos Estados Unidos,
01:36principalmente são cortes do dianteiro, que vão ser carnes,
01:39cortes processados para hambúrguer e outras preparações,
01:43os Estados Unidos têm essas alternativas, como a Austrália,
01:46como o próprio Canadá contra a Europa,
01:48olhando aqui para a América do Sul, Argentina, Paraguai,
01:52que ele pode substituir a carne brasileira.
01:54Então, as negociações, elas continuam, mas para a indústria,
01:58o melhor caminho nesse momento é expandir os mercados onde nós já temos os acordos sanitários estabelecidos,
02:05tentar fomentar essas exportações e continuar abrindo novos mercados
02:09para não ficarmos dependentes de poucos consumidores.
02:12Certo. Felipe, sua pergunta para o Ale.
02:14Ale, boa tarde.
02:15Não, claro, com certeza, Ale, você falou bem,
02:17é uma situação preocupante, não é essa redução na exportação para os Estados Unidos,
02:20mas, por outro lado, como é que a gente está nessa questão de abrir mercados?
02:24Por exemplo, o Oriente Médio é um mercado grande que o Brasil, por exemplo, poderia explorar
02:28e está já explorando.
02:31A questão do Sul da Ásia também, acho que recentemente conseguimos abrir novos mercados lá.
02:35Fala um pouquinho dessa outra parte, dessa abertura de novos mercados
02:38e quais são os principais países para os quais a gente está começando a exportar.
02:42Olá, Felipe, boa tarde.
02:45O mercado, quando nós tratamos de alimentos,
02:48ele é um mercado um pouco mais complexo para abertura
02:50porque envolve a negociação dos órgãos sanitários desses países
02:54e, principalmente, passa pela fiscalização e aprovação das unidades dos frigoríficos
03:00que vão ter essas habilitações.
03:02Então, o caminho mais fácil é você ir para países que já possuem
03:06a habilitação de algumas plantas de processamento no Brasil
03:09e alguns cortes de carne.
03:12Porque, diferentemente de uma soja, de um milho,
03:15onde você abre o mercado e o Estado pode vender essa soja,
03:18esse milho para esse destino,
03:20as carnes, elas possuem, além das unidades, elas possuem os cortes.
03:24Então, recentemente, nós tivemos o mercado das Filipinas abertos aqui para o Brasil,
03:28da Indonésia, a Vietnã, para carnes com osso.
03:31Nós já vendíamos carne desossadas.
03:34Então, o caminho mais rápido, menos traumático nesse momento
03:38é justamente abrir esses mercados que o Brasil não exporta determinados tipos
03:43de cortes de carne, mas exporta outros tipos.
03:47E hoje, o mercado mais promissor que nós temos, sem dúvida,
03:51é o mercado asiático, é um mercado que tem crescimento populacional
03:54ainda pujante para os próximos anos, com exceção da China.
03:58Há uma melhora da renda que nós temos acompanhado nesses países,
04:02Indonésia, próprio Vietnã, Filipinas, e nós temos também mercados
04:07que são dependentes de importação, porque eles não têm um território
04:10que seja propício para aumentar a produção interna.
04:13Então, a Ásia, hoje, seria o nosso principal mercado.
04:16O Oriente Médio é um mercado importante,
04:19mas ele não traz o potencial de crescimento para as exportações brasileiras,
04:22como os mercados asiáticos trazem.
04:24E, Alê, para além do impacto nos frigoríficos,
04:30essa queda nas exportações,
04:32que efeitos que a gente pode esperar dela aqui internamente?
04:36Pode mexer com o preço da rouba para os pecuaristas?
04:39Pode mexer com o preço da carne que a gente compra no supermercado?
04:44Isso, Natália, é um impacto que eu acredito que vai ser mais regional
04:47do que a nível nacional.
04:50Nacionalmente, nós estamos vendo uma queda na rouba do boi,
04:52porque nós temos um período agora de ainda um descarte de fêmeas,
04:57abate de fêmeas em grande volume.
04:59Nós vemos uma situação no Brasil que o cidadão brasileiro
05:03está com pouco poder de compra agora,
05:05a inflação, quando nós olhamos para a carne,
05:07ela está alta, então o consumo nosso está relativamente retraído
05:12neste momento.
05:13O preço está caindo não devido à queda das exportações.
05:18Agora, aquelas unidades que têm linhas de produção
05:21dedicadas a processar, produzir e exportar carne aos Estados Unidos,
05:27essa região vai ter um impacto maior do que outras unidades
05:31onde exportam para a Ásia ou exportam para o Oriente Médio.
05:35Então, o impacto nos preços da rouba do boi,
05:38ele vai se dar de maneira regional e não de maneira nacional,
05:42olhando do ponto de vista para as exportações.
05:46Existem outros fatores, como ciclo pecuário,
05:48composição de escalas a nível nacional,
05:51então isso está interferindo mais do que a queda
05:54nas exportações para os Estados Unidos.
05:56E um outro problema, problema não digo,
05:59mas um outro ponto que influencia no preço da carne
06:02é a valorização do real que nós tivemos
06:05nas duas, três últimas semanas,
06:07que deixam as exportações menos competitivas,
06:10e isso acaba também afetando no preço aqui no Brasil,
06:12porque é uma maior oferta de carne para o mercado interno.
06:16Felipe, mais uma sua.
06:17Ale, nós conversamos agora há pouco com um representante da Ccafé
06:21que falou que uma iniciativa que eles estão tendo
06:24é chegar, por exemplo, nos congressistas americanos,
06:26ele até estava contando um caso que eles conseguiram
06:28um apoio bipartidário, democratas e republicanos,
06:31para tentar pressionar a Casa Branca,
06:34enfim, o presidente Donald Trump,
06:35para tentar colocar o café, no caso,
06:38na lista de produtos isentos de tarifa.
06:40Como é que está sendo a negociação em relação à carne?
06:42Tem alguma iniciativa parecida tentando pressionar
06:45ou congressistas, ou algum tipo de lobby nos Estados Unidos
06:49para tentar chegar na Casa Branca a esse pedido?
06:51Sim, sim, até o setor contratou uma das maiores consultorias
06:55de lobby do mundo, dos Estados Unidos,
06:57para tentar negociar, através da iniciativa privada
07:01e do legislativo norte-americano,
07:03a inclusão das caixas dentro desta lista de isenções.
07:08Até agora não houve efeito essa negociação,
07:11os Estados Unidos estão batendo muito na tecla aqui
07:13da questão do STF, do julgamento do Bolsonaro,
07:17então, pelo menos as declarações que eles estão colocando na mídia
07:22com relação a nós, não passa por essa negociação.
07:24Mas, certamente, devemos continuar abrindo essas frentes,
07:28continuar negociando, e como eu disse no começo da minha fala,
07:31começa a partir de um processo de negociação setorial
07:35e não de um acordo comercial entre Brasil e Estados Unidos.
07:39Como houve uma lista de exceções, como o suco de laranja,
07:43que ficou dentro, alguns produtos de aço ficaram dentro,
07:46o café vai tentar essa negociação, as carnes vão tentar essa negociação.
07:50É um processo menos difícil do que um acordo geral,
07:54mas, pelo menos até agora, nós não tivemos nenhuma abertura de porta,
07:58nenhuma boa notícia ou algum indicativo que isso está tendo
08:01de alguma maneira, algum tipo de sucesso.
08:03Que coisa. Vamos continuar acompanhando essa história,
08:08as possíveis negociações.
08:09E eu quero agradecer o Alê Dilar, especialista em agronegócio e geopolítica,
08:14pela participação em entrevista importante aqui ao vivo no Fast Money.
08:18Obrigada, viu, Alê? Volte sempre.
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