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O estrategista-chefe da RB Investimentos, Gustavo Cruz, analisa o impacto do tarifaço, da paralisação do governo e das incertezas no mercado de trabalho americano. Ele explica como o cenário afeta a inflação, os juros do Federal Reserve e até os investimentos no Brasil.

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Transcrição
00:00Sobre o aumento da preocupação dos americanos com o futuro do mercado de trabalho e a inflação,
00:08como a gente já viu na reportagem anterior, eu converso agora com o Gustavo Cruz,
00:12que é estrategista-chefe da RB Investimentos, a quem eu agradeço a presença aqui no Conexão.
00:20Gustavo, fazer uma análise econômica na gestão Donald Trump já não estava muito fácil,
00:26porque tinha tarifácio, aumenta tarifa, dá período de latência, muda as datas.
00:33Agora, com a paralisação, o shutdown, que parte do Capitólio e sistemas não essenciais do governo federal americano
00:42não estão atualizando dados, imagino, e é fácil imaginar, que a vida do analista tem ficado cada vez pior,
00:50ou seja, a leitura dos dados fica cada vez mais nebulosa.
00:53O Federal Reserve de Nova York, uma das organizações que pertence ao Federal Reserve Geral,
01:00já deu umas sinalizações aí que lá não são muito positivas.
01:05Mas qual que é a leitura que você consegue fazer com esses dados incompletos,
01:10desde que vai ser o último trimestre dos Estados Unidos?
01:14O tarifácio vai bater forte ou ainda vai demorar um tempo para ter algum reflexo mais robusto na economia americana?
01:25Boa noite mais uma vez.
01:27Boa noite.
01:29Bom, o tarifácio vai ter efeitos, ele já começa a aparecer alguns efeitos em alguns indicadores de grandes varejistas,
01:37a gente já vê empresas mostrando aumentos nos seus produtos em mais de 20%, isso de agosto para cá.
01:45Então mesmo sem os dados oficiais, os dados do equivalente ao nosso IBGE por lá,
01:50ainda assim a economia americana, por ser a maior economia do mundo, por ter grandes empresas operando por lá,
01:56a gente tem várias prófices, vários indicadores de grandes economias do setor privado,
02:02que ajudam a entender o que está acontecendo com os preços,
02:04a gente tem associações de pequenos produtores que fazem a sua coleta de preços de forma independente.
02:12E o próprio FED, ele é um banco central diferente do Banco Central aqui do Brasil,
02:16ele tem várias regionais, como se as cinco regiões do Brasil tivessem um banco central,
02:20alguns estados com seu próprio banco central, que são financiados de forma independente do governo,
02:27e com isso eles fazem coletas também de preços.
02:30Então por mais que você não tenha o principal dado, o dado referência,
02:35tanto para a inflação, quanto para o mercado de trabalho e outros itens,
02:38você ainda assim consegue ter regionalmente o que está acontecendo dentro dos Estados Unidos,
02:44e olhando para dados privados você consegue ter uma percepção.
02:47Então saem várias reportagens, itens desde café, que a gente não está exportando tanto para os Estados Unidos,
02:53subindo mais de 20%, itens como camarão, que também viria muito da Índia,
02:59que também está com 50%, assim como o Brasil de tarifas, que já subiu mais de 20% desde as tarifas no começo de agosto.
03:05Então realmente os americanos estão sentindo essa inflação mais intensa em alguns itens pontual,
03:12mas a gente sabe que desde abril a inflação americana vem sendo lida de forma mais alta.
03:16Então agora ela já está em 2,9%.
03:19Gustavo, às vezes a gente não consegue fazer a mesma comparação,
03:23quais são os dados que são usados aqui para a gente fazer uma leitura da economia americana nos Estados Unidos?
03:29Às vezes, vou chamar entre aspas de termômetros, eles são muito diferentes.
03:33A gente usa bastante o emplacamento de carro zero quilômetro,
03:38isso dá uma ideia da confiança do consumidor,
03:41o quanto se espera que a taxa de juros fique estável.
03:44Nos Estados Unidos, esse dado é das casas recém-construídas.
03:50E aí eu vou fazer uma intersecção com outro dado que é comum na leitura das duas economias,
03:56do Brasil e dos Estados Unidos, que é o mercado de trabalho.
04:01Já havia uma projeção, isso daqui a pouco o Donald Trump já está há um ano no cargo, em 20 de janeiro,
04:09mas vamos colocar aqui um dado mais aproximado, nove meses.
04:14Lá no começo se esperava uma sensação na economia com um mercado de trabalho mais escasso,
04:22com a retirada de muitos trabalhadores informais, com os imigrantes que não estavam 100% legalizados,
04:33que isso viesse bater na construção civil, na agricultura.
04:38Como é que isso está na percepção de vocês, estrategistas-chefes, leitores da economia americana?
04:45Isso deve acontecer? Vai ter alguns gaps aí no mercado de trabalho?
04:49Como isso pode vir a influenciar negativamente, claro, na economia americana?
04:55Isso influencia negativamente, porque a gente tem relatos de empresários setor agro, setor industrial,
05:01que realmente estão tendo mais dificuldade de achar trabalhadores específicos para essas funções,
05:06setor de moradias, e que também com receio dos próprios trabalhadores faltando mais aos dias de trabalho.
05:13Agora, em relação à comparação com o Brasil, é até um pouco mais intensa,
05:18porque no mercado de trabalho americano eles têm uma relação de trabalho muito mais flexível do que aqui no Brasil.
05:24Você tem o part-time, que é aquele trabalhador temporário, o trabalhador que faz vários projetos,
05:29está em várias empresas ao mesmo tempo, ou vai encaixando na sua semana,
05:34ou como que ele vai fazer o trabalho para diversas empresas que ele está trabalhando,
05:38ou ele vai mais para o projeto, enquanto aqui no Brasil a gente tem um sistema um pouco mais enrijecido,
05:43com o CLT ou mesmo com a PJ, mas que você está mais linkado em uma empresa de forma mais contínua,
05:49com uma determinada quantidade de horas por semana ou por mês.
05:52Então, isso acaba fazendo com que a economia americana, ela mostre de forma mais rápida
05:57se você tem um problema no mercado de trabalho.
06:00E agora, na questão dos imigrantes, para conectar a primeira e a segunda parte da resposta,
06:05você poderia ter um aumento expressivo de taxa de desemprego com todo o efeito das tarifas,
06:11mas como você limitou uma das principais fontes de oferta de trabalho,
06:15que era a imigração legal e ilegal,
06:17porque ambas estão caindo, segundo os dados oficiais dos Estados Unidos,
06:21ou seja, as pessoas estão com receio de ir trabalhar nos Estados Unidos,
06:25isso fez com que você tenha menos vagas sendo criadas,
06:28e aí os indicadores já estão mostrando isso mensalmente,
06:31elas estavam criando perto de 200 mil vagas, 150 mil vagas,
06:35agora se chegam a 70 mil vagas por mês, já é um número positivo, então bem menor,
06:41mas com menos pessoas disponíveis para trabalhar,
06:45então por isso a taxa de desemprego não sobe tanto.
06:48Lembrando que sempre você precisa estar procurando emprego para entrar como desempregado,
06:53seja no Brasil, seja nos Estados Unidos.
06:55Então, diante disso, a taxa não cresceu tanto assim.
06:59Gustavo, e aí para a gente encerrar, a grande pergunta,
07:02que nós, leitores da economia americana e quem nos assiste majoritariamente investidores,
07:10querem saber, a pergunta de um milhão de dólares, taxa de juros.
07:15Ora, o Jeremy Powell, que virou um dos grandes alvos do Donald Trump,
07:19sinaliza, pode ter mais cortes,
07:21depois a gente tem algumas percepções que vêm do FED central
07:27ou dos FEDs regionais de que precisamos de cautela para fazer qualquer previsão,
07:33mas se espera talvez mais uma, mais um corte na taxa de juros.
07:37Essa percepção mudou e o quanto isso ainda segura a inflação até o final do ano?
07:45Olha, segura a inflação muito difícil,
07:47a gente está vendo o Banco Central americano realmente cortar juros
07:49com a taxa de inflação em alta desde abril,
07:52a taxa de inflação é lida de forma cada vez mais alta,
07:55com a expectativa de que realmente vá ultrapassar 3%
07:58e ficar nesse patamar por um tempo,
08:00como até a própria reportagem anterior mencionou,
08:02e a taxa de desemprego piorando um pouco,
08:05isso sendo a justificativa dos dirigentes do Banco Central,
08:09junto com um argumento de que essa inflação mais alta
08:12por conta das tarifas é alta temporária e não permanente,
08:15por isso eles podem fazer um corte de juros com inflação em alta.
08:19Pensando no que a gente vai ver em termos de cortes de juros,
08:22se fazia uma leitura de que no final desse mês,
08:25como a gente vai ter a reunião do Banco Central americano,
08:27era praticamente dado como certo,
08:29mais um corte de 0,25 e talvez outro em dezembro.
08:33Pode ser que com a falta de dados,
08:35os dirigentes do Banco Central argumentem que eles preferem esperar,
08:39que eles não tenham urgência em fazer o corte.
08:41Para o Brasil isso é importante, para o mundo de investimentos,
08:43porque a cada 0,25% de juros a menos nos Estados Unidos,
08:47a gente tem um fluxo saindo de renda fixa americana para a renda variável no mundo
08:51de 30 bilhões de dólares.
08:53Nem tudo isso fica só nos Estados Unidos, cerca de metade fica por lá.
08:56Uma parcela de cerca de 10 bilhões de dólares vai para mercados emergentes como um todo.
09:01Ou seja, uma parcela desses 10 bilhões de dólares acaba pingando no Brasil,
09:05trazendo um benefício de mais busca por ativos de risco aqui no Brasil,
09:09trazendo mais dólares para o Brasil, ajudando a valorizar um pouco mais a nossa moeda.
09:13Então diante disso, por mais que o brasileiro às vezes sinta que não tem nada a ver
09:16como está acontecendo nos Estados Unidos, mercado de trabalho, inflação por lá,
09:20mas faz diferença assim no dia a dia.
09:21Então, por enquanto, parece que os dirigentes ainda vão se apoiar,
09:25que a situação ainda permite mais cortes de juros.
09:28Mas é claro que com esse tema tão incerto como o shutdown,
09:32pode ser que eles argumentem que precisam esperar um pouquinho mais.
09:35Gustavo, a gente tem um mundo hoje muito diferente daquele da Guerra Fria,
09:40não é assim polarizado entre americanos e soviéticos,
09:44os chineses têm um grau de impacto muito grande.
09:50Estou falando isso porque lá atrás, quando eu estudava as relações internacionais,
09:55tinha uma máxima de quando os Estados Unidos sentiam uma gripe,
09:59o resto do mundo tinha os efeitos de uma pneumonia.
10:04Ainda assim, o que acontece nos Estados Unidos tem enormes reflexos no resto do mundo,
10:11embora tenhamos outros players importantes, União Europeia e China.
10:16Queria agradecer publicamente os esclarecimentos,
10:20o compartilhamento aqui do conhecimento do Gustavo Cruz,
10:23estrategista-chefe da RB Investimentos.
10:26Gustavo, obrigado, bom resto de semana, até uma próxima.
10:29Fariba, obrigado, bom resto de semana.
10:29E aí
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