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O economista Sérgio Vale, da MB Associados, analisou o movimento positivo da bolsa brasileira, impulsionado pela trégua tarifária com os EUA e pela expectativa de nova queda nos juros americanos. Ele destacou como o cenário global mais estável e o diferencial de juros favorecem o câmbio e o mercado doméstico.

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Transcrição
00:00E eu converso agora com o Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados.
00:04Sérgio, boa noite, sempre muito bom ter você aqui com a gente.
00:08Sérgio, quero começar te ouvindo.
00:10Qual é a sua avaliação sobre o resultado da Bolsa brasileira hoje,
00:14levando em consideração tanto o cenário externo quanto o cenário interno?
00:20Boa noite, Cris. Prazer falar com você também.
00:22Olha, o cenário que a gente está vendo hoje,
00:25e na verdade talvez a gente consiga ter isso ainda ao longo dos próximos dias,
00:28ainda está se beneficiando do que provavelmente a gente vai ver
00:32de acontecer essa semana da queda de juros nos Estados Unidos,
00:35mas especialmente esse movimento que a gente está vendo
00:38de arrefecimento em relação à crise do Brasil com os Estados Unidos na questão tarifária.
00:44A gente está vendo esse movimento de distensão e um entendimento
00:48por parte do governo americano, especialmente do Trump,
00:51o que significa de fato o comércio brasileiro,
00:54o que o governo americano pode eventualmente ganhar,
00:57e esse entendimento que o Trump passou a ter,
01:00que certamente ele não tinha em julho,
01:02colocou tudo num patamar diferente à discussão,
01:05e a gente vê um cenário muito mais razoável
01:07aparecendo ao longo das últimas semanas.
01:10Com o que aconteceu esse fim de semana do encontro dos dois,
01:12a gente vê um cenário que se torna mais interessante.
01:16Não necessariamente vai significar que um acordo concreto,
01:19efetivo, robusto vá ser assinado,
01:21mas a ideia de uma distensão e de um Trump que soou muito mais cavalheiro,
01:28de certa forma, muito mais positivo comparado com o que foi no passado,
01:32com o que foi em outros encontros que ele teve com outros presidentes,
01:35foi muito mais agressivo.
01:37Então, o ganho aqui é bastante grande,
01:39considerando tudo o que a gente viu acontecer com o governo Trump ao longo dos últimos meses.
01:44A gente pode manter o otimismo pelos próximos dias,
01:48especialmente em relação a esse encontro Lula-Trump?
01:52Eu acho que tem um efeito, sim, de manutenção dessa ideia positiva,
01:57porque a gente está falando de um cenário que, a partir de agora,
02:00as negociações efetivamente vão acontecer.
02:03A gente tem um cenário que a questão das terras-aras vão ser colocadas,
02:07a gente vai ter uma distensão em relação às comodidades agrícolas de importância
02:11para os Estados Unidos, que afetam a nossa economia, especialmente café e carnes.
02:16A gente vai ter que ceder, eventualmente, em algumas áreas, como é o caso do etanol.
02:20Mas eu acho que tem, dos dois lados agora, uma possibilidade de negociação
02:24que dois, três meses atrás estava absolutamente fechada.
02:26Eu imaginava que você teria espaço para os dois presidentes se encontrarem,
02:30um convidar para cada um dos seus países.
02:33Então, fica um cenário muito mais positivo que se constrói agora.
02:37Não, obviamente, significa que está tudo resolvido,
02:39a gente vai voltar às tarifas que tinha antes.
02:41Não é isso.
02:42O Trump é altamente tarifário.
02:44Ele funciona no modo tarifa.
02:47Ele vai continuar colocando tarifa, ele entende que isso funciona.
02:50Não funciona, mas ele vai continuar achando.
02:52Eu acho que a gente tem um ganho aqui potencial
02:54é você conseguir diminuir essas tarifas ao longo das próximas semanas,
02:59os próximos meses,
03:00e negociar, eventualmente, ganhos para a economia americana
03:04e, no final, para a economia brasileira,
03:06e consiga colocar isso num cenário muito mais positivo.
03:08E que, no final, esperamos, pelo menos por parte do Brasil,
03:12que a gente tenha também ganhos no final dessa história.
03:15Vamos passar para as perguntas dos nossos analistas, começando pelo Vinícius.
03:19Sérgio, a gente já conversou algumas vezes aqui sobre os danos que o Trump pode causar à economia americana.
03:26Ele está criando essas distorções de comércio,
03:28vai deixar o problema fiscal crescer,
03:31e ainda pode criar um problemaço monetário se ele fizer uma intervenção no Fed,
03:35como ele anunciou faz um tempo, e agora está meio quietinho,
03:38mas o risco está por aí.
03:39Agora, o que a gente tem visto até agora, no curtíssimo prazo,
03:44é que a gente está vendo um monte de balanço muito bom,
03:47batendo perspectiva de analista,
03:50tanto na área de tecnologia como finanças e até algumas empresas grandes.
03:53A gente está vendo perspectivas boas, segundo essas empresas,
03:57para a situação do consumidor,
03:59e essa semana a gente tem um balançaço.
04:02Tem mais de 130 empresas do S&P apresentando resultados,
04:08e pelo menos no chute dos analistas, seriam resultados muito bons.
04:13Isso muda alguma coisa da sua perspectiva para a economia americana?
04:16Porque a gente não tem dados, estatístico, oficial,
04:19mas as empresas estão apresentando muito bom resultado,
04:21e as perspectivas para essa semana são também muito boas.
04:24E na semana passada, elas não só acertaram,
04:27elas foram superadas pelos resultados que foram apresentados.
04:29Tudo bem, Vinícius, prazer falar com você também.
04:34Olha, a gente tem dados para todo lado, na verdade.
04:36A gente tem sinalização positiva que vem do PIB,
04:38a gente tem as big techs segurando tanto o mercado de ações
04:42quanto alguns dados de atividade.
04:44Por outro lado, você tem alguns sinais que vêm de mercado de crédito,
04:47mercado imobiliário,
04:48a própria taxa de juros que se mantém elevada,
04:51que colocam a perspectiva um pouco mais negativa,
04:53especialmente para o consumidor americano.
04:55E onde a gente vê isso com um pouco mais de força
04:58é no mercado de trabalho,
05:00em que os números de fato estão piorando.
05:02Agora, o que fica inseguro também,
05:05Cris, Vinícius,
05:06é que a gente está, de certa forma, um pouco a cegas.
05:09Por mais que os dados começam a sair novamente,
05:11a gente viver hoje o que a gente está vivendo nos Estados Unidos
05:14em relação à falta de informações
05:16é algo, de fato, relativamente inédito.
05:20E coloca um cenário num momento tão crucial
05:22que o Banco Central americano precisa tomar decisão
05:25em relação à taxa de juros,
05:27você não tem uma clareza exatamente
05:28para onde está indo a economia americana.
05:30O fato é, quando você faz a separação
05:32do que é o impacto das big techs,
05:34o que é o resto da economia,
05:36a gente vê nos dados
05:37que o impacto das big techs não é pequeno.
05:40Elas estão tendo impacto forte
05:41não só no mercado de ações,
05:43mas no crescimento do consumo,
05:45no investimento.
05:46Então, isso está segurando a economia americana
05:48com força nesse momento.
05:49Mas é suficiente?
05:51Porque fica a ideia também
05:52que talvez você tenha uma bolha no mercado acionário
05:54por conta das big techs,
05:56que a gente já viu acontecer tantas vezes no passado,
05:59e que o timing disso,
06:00do estouro dessa bolha,
06:02é sempre incerto.
06:03Talvez possa estar acontecendo pela frente.
06:05Então, assim, eu acho que hoje, Vinícius,
06:07não dá para dizer exatamente
06:08que o cenário está completamente fora de perigo,
06:11porque, para começar,
06:12a gente tem um presidente nos Estados Unidos
06:15que não corrobora essa ideia de tranquilidade.
06:17E um mercado acionário
06:18que também não me corrobora
06:20esse cenário de tranquilidade.
06:21Então, por enquanto,
06:23aparentemente tranquilo.
06:24Mas acho que a gente tem muitos riscos
06:25ainda contratados pela frente.
06:27Vamos passar para a pergunta do Eduardo Gair.
06:29Gair.
06:32Sérgio, boa noite.
06:33Um outro assunto que deve tomar as manchetes da semana
06:36é a reunião do Fed,
06:38que provavelmente na próxima quarta-feira
06:40vai trazer um novo corte de juros
06:43ou até uma notícia sobre intensificação
06:46das divisões dentro do FONC.
06:47queria te ouvir a respeito do seu cenário base
06:50para o FONC, é claro,
06:52e também as repercussões dentro do Brasil,
06:55ou seja, repercussão no mercado
06:56a partir do possível crescimento
06:58do diferencial de juros entre Brasil e Estados Unidos.
07:01Tudo bem, Gair.
07:04É prazer falar com você também.
07:05Olha, a gente está vendo um cenário
07:06muito provável de queda adicional de juros agora,
07:09em 0,25,
07:10talvez ainda mais uma adicional depois disso,
07:13num cenário que você tem um processo
07:16inflacionário que ainda está em aceleração,
07:20a gente deve chegar a uma inflação de 3,5%, 4%.
07:22O Fed está sinalizando que essa inflação
07:24tem um pico, mas tende a voltar,
07:26porque é um choque relacionado à tarifa,
07:28não tem nenhuma pressão de continuidade
07:30dessa inflação,
07:32então faria sentido,
07:33por conta desta desaceleração
07:35que o mercado de trabalho trouxe,
07:37você começar a diminuir a taxa de juros
07:39como a gente está vendo acontecer.
07:41Então, acho que esse processo
07:42ainda se estende por duas vezes e aí para.
07:45A gente vai ficar numa taxa em torno de 3,5%,
07:47pelo menos no começo do ano que vem.
07:50No caso brasileiro, você amplia o diferencial de juros.
07:53O Banco Central Brasileiro não deu nenhum sinal
07:56de mudar a Selic na próxima reunião,
07:59talvez não muda também no final do ano,
08:00eu acho que isso vai acabar acontecendo ano que vem,
08:03mas tem um diferencial de juros
08:04que está contratado para ficar elevado.
08:06Isso está ajudando também na taxa de câmbio.
08:09A gente está vendo a apreciação do câmbio
08:11acontecer ao longo dos últimos meses
08:12e um dos resultados desse diferencial de juros
08:16é continuar trazendo o câmbio para baixo.
08:18Eu acho que tem uma chance muito grande
08:19da gente ver o câmbio no Brasil,
08:21talvez entre um 5,2, 5,1.
08:23É sempre difícil projetar câmbio,
08:26especialmente em uma economia tão turbulenta como a nossa,
08:28mas os sinais estão sinalizando
08:30que pelo menos no curto prazo
08:31a gente pode ver isso como consequência.
08:33Sérgio, muito obrigada.
08:34É sempre bom demais te ouvir.
08:36Volte mais vezes.
08:37Boa semana para você.
08:39Obrigado.
08:39Sempre um prazer falar com vocês também.
08:41Obrigada.
08:41Obrigada.
08:42Obrigada.
08:43Obrigada.
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