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José Pimenta, da BMJ Consultores, analisou os impactos da Lei Magnitsky sobre o setor financeiro. Só em um pregão, os bancos brasileiros perderam R$ 41 bilhões em valor de mercado, em meio a incertezas jurídicas e políticas que ampliam o risco para operações internacionais.

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Transcrição
00:00Os bancos continuam avaliando os riscos de sanções após a aplicação da lei Magnitsky pelos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes
00:09e a decisão do também ministro Flávio Dino, indicando que a sanção americana não tem validade aqui no Brasil.
00:16Só no pregão de ontem, o setor financeiro perdeu 41 bilhões de reais em valor de mercado.
00:22O sistema financeiro está avaliando os riscos entre cumprir duas decisões que são opostas.
00:27Sobre os impactos nas instituições, a gente conversa agora com o José Pimenta,
00:32diretor de Relações Governamentais e Comércio Internacional da BMJ Consultores
00:36e o nosso analista Vinícius Torres Freire participa dessa entrevista.
00:41José Pimenta, boa tarde para você, obrigado pela sua disponibilidade em conversar com a gente.
00:46Quais são exatamente os riscos para os bancos brasileiros no meio desse fogo cruzado?
00:52Boa tarde, Fábio. Boa tarde, Vinícius.
00:55A gente está falando, como você mesmo disse, de decisões opostas,
00:59na medida em que o ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino,
01:04recentemente deu a declaração que as decisões sociais estrangeiras
01:07só podem ser cumpridas no Brasil após homologação ou cooperação.
01:13E isso gerou, sim, e tem gerado um embrólio relacionado ao sistema financeiro brasileiro,
01:18aos bancos que operam aqui no Brasil e lá, justamente por conta da necessidade de cumprir
01:25com decisões diferentes, opostas, mas necessárias muitas vezes em relação ao tipo de operação
01:33que você vai fazer, seja lá ou seja aqui.
01:35O que os bancos estão dizendo, alguns analistas estão dizendo,
01:38é justamente que ao operarem nos Estados Unidos, elas estariam sujeitas também,
01:42essas pessoas jurídicas estariam sujeitas a cumprir com a decisão norte-americana.
01:47O caso ainda está longe de ter algum tipo de consenso,
01:52o que a gente sabe que isso tudo vem em meio também a um conjunto de decisões relativas
01:58e que impactou comercialmente também o Brasil.
02:00Então, assim, caminham numa mesma toada, vamos dizer assim,
02:03tanto a questão comercial e agora com essa questão política voltada também
02:09e jurídica voltada especificamente para a lei magnística.
02:13Então, o que a gente tem hoje são embrólios e impasses de uma relação bilateral
02:17que já foi profícua, mas que agora caminha, sobretudo, para um nível de incerteza muito grande.
02:22Ministério Pimenta, o problema agora, quer dizer, é um risco, na verdade,
02:28porque seria preciso uma determinação específica do Departamento do Tesouro, via UFAC,
02:35dizendo que bancos ou qualquer instituição brasileira, inclusive,
02:41que estejam sob jurisdição americana, teriam que cumprir qualquer decisão tomada lá
02:48a respeito, por exemplo, de cancelamento de contas, não importa que a conta esteja na matriz brasileira,
02:55no caso, uma subsidiária brasileira, no caso de um banco americano lá, banco americano aqui.
03:00Então, assim, seria um caso extremo de ser especificada que uma autoridade brasileira,
03:05qualquer um, uma empresa ou brasileira qualquer, fosse sujeito à sanção
03:09e que um banco brasileiro ou americano, sob jurisdição americana e com contas aqui,
03:15teria que cumprir decisões, inclusive, a respeito para empresas, instituições financeiras sediadas aqui.
03:22É um caso radical extremo.
03:24Agora, supondo que isso ocorra, que a gente chegue nesse limite,
03:27supondo que a gente não tenha nenhuma decisão, por enquanto, a gente só tem a decisão do Flávio Dino,
03:32genérica sobre a obrigatoriedade de cumprir as decisões, que as decisões de outros países
03:39só são cumpridas aqui com autorização de Supremas Cortes, SCJ ou STF.
03:45Nesse caso, tem algum caminho, quer dizer, alguma decisão do STF poderia amaciar essa decisão do Dino,
03:53aliás, reafirmada pelo Alexandre de Moraes à noite de ontem?
03:56É justamente essa questão, Vinícius, que diversos juristas, diversos escritórios,
04:03enfim, toda uma gama de analistas estão tentando entender justamente como que se daria algum tipo de decisão
04:10para tentar aplacar a imprevisibilidade.
04:14Porque, veja bem, o que aconteceu aí num prazo de dois dias, pouco menos de dois dias,
04:18foi que a imprevisibilidade, havia uma previsibilidade relacionada a casos específicos
04:24que foi suscitada com a decisão do Dino e que aí respingou, obviamente,
04:29teve um efeito de transbordamento para a Lei Magnite.
04:32E aí, o que acontece com tudo isso?
04:34Esse nível de imprevisibilidade está muito elevado.
04:37E a operação financeira, por conta da sua velocidade, da sua capacidade também de transbordamento na economia como um todo,
04:45a gente está falando de pessoas que operam no crédito, que operam necessariamente com financiamento,
04:52contas jurídicas, contas de pessoas físicas, enfim, há toda uma gama relacionada ao networking financeiro,
04:59necessariamente, que precisa operar.
05:01E como operar num ambiente de instabilidade, de imprevisibilidade?
05:04Então, a resposta hoje que a gente tem para esse tipo de questionamento, ainda ela está vaga,
05:09ela não está totalmente edificada, não está totalmente consensada,
05:15onde e como isso pode ser aplacado em termos de imprevisibilidade,
05:18e isso tudo respinga, obviamente, dos indicadores que o Fábio falou lá no começo da nossa conversa.
05:25A atenção ainda está sendo escalonada, a gente não sabe como isso vai ser resolvido,
05:29o impasse continua, a gente espera que nos próximos dias a gente possa ter,
05:34de alguma forma, algum tipo de decisão ou comunicado,
05:37para que, de alguma forma, também seja redirecionado ou direcionado,
05:40como que essa dicotomia pode ser aplacada para que tenha mais previsibilidade do sistema financeiro, Vinícius.
05:47Mas, por hora, você não ouviu, nem leu nenhum parecer, não achou, nem ninguém mostrou uma pista
05:53de como essa decisão do Dino, ou que possa ser igual do Cristiano Zanin, possa ser amaciada?
06:01Por hora, não. Nenhum tipo de modulação relativa ainda, que seja concreto, de fato, tenha saltado aos olhos,
06:10mas, de novo, os bancos estão correndo, os seus advogados, os seus escritórios,
06:14para tentar entender como cumprir essas duas decisões,
06:18e, obviamente, que o Supremo está de olho nisso,
06:20para tentar entender quais são os efeitos na prática disso,
06:24e os efeitos que a gente está sentindo nessa imprevisibilidade da economia, Vinícius.
06:27Por todo o contexto, Pimenta, enfim, a tensão comercial entre os dois países,
06:33enfim, tudo que está envolvido nessa questão, e, principalmente, no caso, em questão aqui,
06:40a incerteza para as operações dos bancos, olhando todo esse contexto,
06:44uma possível modulação seria uma saída mais adequada, mais temperada?
06:50No caso comercial, Fábio, a gente tem, na esteira comercial,
06:56você teve o governo brasileiro atuando internamente com relação ao plano soberano,
07:01Brasil soberano, ainda carece de regulamentações internas para que o plano seja colocado em prática,
07:07então, as empresas estão de olho nisso,
07:09conversamos diariamente com empresas exportadoras para entender reintegra,
07:14como que isso vai ser, de fato, colocado em prática,
07:18o aumento do percentual do reintegra, setor a setor,
07:22tem a questão de compras governamentais, compras públicas também,
07:25então, no nível interno, comercialmente falando,
07:28o governo atuou, vamos dizer assim, rapidamente,
07:31mas agora a gente tem que garantir que esse dinheiro,
07:33esses créditos, esses benefícios, vamos dizer assim, temporários,
07:37cheguem à ponta, cheguem na ponta do exportador, do produtor,
07:41porque os layoffs estão ocorrendo, fechamentos de fábrica estão ocorrendo,
07:45falei diversos dias aí que a gente tem falado com exportadores,
07:48os pedidos estão vindo a ser cancelados, evidentemente,
07:51porque é uma tarifa de 50%, a gente sabia que isso ia acontecer,
07:55então, o cenário não é bom comercialmente,
07:57como a gente já vem falando já há algum tempo.
07:59No âmbito externo, comercialmente falando,
08:02você também tem a questão de abertura de novos mercados,
08:04novas negociações, missões governamentais aí para México,
08:08o próprio acordo com a União Europeia,
08:10que não vai ter um efeito no curto prazo,
08:12mas essas conversas, ao suscitarem novos negócios,
08:15novas perspectivas, já abrem algum tipo,
08:18no médio prazo, para aquele exportador,
08:21para aquele operador no mercado internacional,
08:23novos horizontes também,
08:25embora a gente saiba que o mercado norte-americano
08:27seja necessariamente e extremamente importante para nós.
08:31E aí, um terceiro flanco também no nível comercial é a negociação em si,
08:35não só o governo, mas os agentes privados também,
08:38falando, sendo vocais em relação à necessidade do aumento
08:41da lista de exceção,
08:44novos produtos sendo incluídos lá,
08:46a gente sabe que existe a negociação,
08:48enfim, existe conversa, existem conversas,
08:50e há uma necessidade crucial nisso.
08:52Então, isso no âmbito comercial.
08:53Quando a gente olha no âmbito financeiro,
08:55e aí a gente está falando de decisões judiciais,
08:57como a gente tem falado até agora,
08:58o campo é um pouco mais nebuloso ainda.
09:02Por conta da decisão emitida pelo ministro Flávio Dino,
09:06como a gente já tem falado,
09:07ainda o cenário é de estudo, é de análise,
09:10para entender próximos passos,
09:12tendo em vista que bancos que operam lá e operam aqui
09:14vão ter que cumprir duas decisões opostas.
09:17Eu diria que agora, no campo comercial,
09:19a gente tem um caminho mais trilhado, vamos dizer assim,
09:21não definido, mas uma trilha um pouco mais clara
09:25daquilo que deve ser conduzido.
09:26No campo financeiro, por conta de tudo que aconteceu,
09:30e da velocidade também, como está acontecendo,
09:32ainda é um pouco mais nebuloso.
09:34Fábio.
09:36A gente ouviu ontem o ministro Alexandre Morais dizer
09:39nessa entrevista que ele deu ontem à noite,
09:42publicada hoje, que ele acredita,
09:44com base em alguma informação que ele não explica
09:46de onde tirou, que existe divisão do governo americano
09:50a respeito da punição que foi imposta a ele,
09:52e que isso pode ser modificado,
09:54mesmo antes de qualquer decisão judicial.
09:57Ele não deu maiores esclarecimentos,
09:58pode ser que o corpo técnico desses órgãos americanos
10:01seja contra, mas o político foi totalmente a favor do Trump.
10:05E, então, isso não fez nem coceira no mercado
10:08ou no otimismo aqui da situação financeira.
10:12Agora, a gente vai ter uma demora
10:14para saber qual vai ser a decisão do ministro Cristiano Zarin
10:17a respeito da aplicação ou não das punições,
10:20ou não que os bancos, as instituições financeiras do Brasil
10:23possam sofrer por obedecerem alguma norma estrangeira.
10:26E, ainda por cima, a partir do dia 2,
10:29pelo menos até meados do mês,
10:30a gente tem o julgamento do ex-presidente Bolsonaro.
10:33Então, a gente tem pouca perspectiva de solução
10:36e mais perspectiva de tensão.
10:38Você acha que isso vai continuar pesando no mercado
10:41pelos próximos quase 30 dias?
10:44No mínimo.
10:44Não tenha dúvida, Vinícius.
10:49Esse cenário, aliás, desde que começou o tarifácio,
10:52de novo, separando entre financeiro e comercial,
10:55esse cenário já tem elevado as tensões,
10:57já tem feito com que exportadores,
11:00aí falando do campo comercial,
11:01adiantassem as suas vendas aos Estados Unidos
11:04para tentar fugir do tarifácio.
11:06Isso mexe com cadeia produtiva,
11:07mexe com embarque, mexe com preço de produto,
11:10mexe com preço de frete.
11:11Então, assim, essas transformações,
11:14advindas justamente dessas tensões
11:16barra imprevisibilidade,
11:18isso já está reverberando no ambiente produtivo.
11:21Isso é fato, não dá para esconder.
11:24A gente vai ver aí no futuro próximo
11:26queda das exportações para os Estados Unidos,
11:28um mercado importante para o Brasil,
11:31sobretudo para manufaturados,
11:32embora tenhamos aí uma lista de exceção,
11:35mas há uma magnitude de produtos que não estejam lá.
11:38E isso somado, todo esse impasse,
11:41esse imbróglio comercial,
11:42somado às questões políticas,
11:45barras jurídicas agora,
11:46cria uma nova fonte de tensão.
11:48Então, não tem a dúvida que o mercado
11:49é um ser reagente.
11:51Ele reage a essas tensões,
11:53precifica essas tensões.
11:55Então, a gente tem que ver como isso vai ser,
11:57de fato, colocado no nível prático,
12:00efetivamente,
12:01para entender as possíveis mudanças,
12:03as possíveis mudanças de ponteiros,
12:04as possíveis mudanças expectativas desses agentes.
12:07E aí, a gente vai ter uma maior clareza também
12:10em relação ao cenário financeiro.
12:11Mas, respondendo objetivamente,
12:13os próximos 30 dias vão ser um cenário,
12:15estão se desenhando como um cenário de tensão
12:18e de imprevisibilidade das relações bilaterais,
12:20Vinícius.
12:21José Pimenta,
12:22diretor de Relações Governamentais e Comércio Internacional
12:25da BMJ Consultores.
12:26Obrigado, Pimenta, pela sua participação.
12:28Uma boa tarde para você.
12:30Eu que agradeço.
12:31Até uma próxima.
12:32Obrigado.
12:32Obrigado, Vinícius, também, pela participação.
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