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José Alfaix, economista da Rio Bravo, comentou que a decisão de Flávio Dino gerou instabilidade nos bancos brasileiros. Apesar de não ser sanção direta da Lei Magnitsky, o mercado teme impactos internacionais, afetando ações e fluxo de capital. 

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Transcrição
00:00As ações dos bancos, como a gente viu, despencaram ontem depois dessa decisão de Flávio Dino.
00:06A decisão não teve a ver com a Lei Magnitsky e o ministro Alexandre de Moraes,
00:09só que o mercado entendeu que também se aplica nesse caso.
00:12A gente vai conversar sobre isso com José Alfaix, que é economista da Rio Bravo.
00:17Bom dia para você, José. Seja bem-vindo.
00:19Bom dia. Obrigado.
00:21Eu queria que você passasse a sua perspectiva como operador do mercado,
00:25a forma como você recebeu essa notícia e também a repercussão do setor como um todo.
00:31É, como você disse, não é uma sanção específica à Lei Magnitsky,
00:35mas dentro da abrangência total do decreto a gente tem ela capturada.
00:39Então, em tese, sanção internacional só tem efeito automático
00:42quanto à derivada do Conselho de Segurança da ONU.
00:45Qualquer sanção unilateral, como é o caso da Magnitsky,
00:48acaba não sendo necessariamente aplicada dentro do território brasileiro.
00:51E aí o Dino, usando esse pretexto, acabou por decidir que lei estrangeira
00:55como a própria Magnitsky não produz efeito direto,
00:57apesar de, bom, não sendo diretamente relacionada a ela.
01:02E aí o clima que propicia é um impasse,
01:04os bancos ficam numa posição muito delicada,
01:06porque todas operam usando infraestrutura norte-americana.
01:09Então, de um lado você tem uma ordem do STF te dizendo para não seguir a lei,
01:14do outro lado você tem justamente uma sanção norte-americana
01:18de um país que não parece dar qualquer premissa ou qualquer sinal de recuo.
01:23Então, dentro da abrangência de relutar a imposição da lei,
01:26eu acho que o medo é que as sanções criem maior abrangência,
01:28maior enforcement por parte dos Estados Unidos,
01:30como foi colocado aqui no pretexto da notícia.
01:33O Washington respondeu na segunda-feira à noite
01:35dizendo que nenhum país pode anular sanções implicadas pelos Estados Unidos.
01:40E aí a gente fica nesse impasse,
01:42acho que vários anéis colocaram muito bem,
01:43que é o setor financeiro brasileiro,
01:45entre a cruz e a espada, e nesse caso entre a STF e entre a decisão norte-americana.
01:51Bom, a gente sabe que é muito fácil para os bancos proibirem contas nos Estados Unidos.
01:57Obviamente, quando eles operam lá e eles estão seguindo a legislação americana,
02:01eles podem proibir conta de qualquer pessoa.
02:03No caso específico do Moraes, ele próprio já disse que não tem conta lá.
02:06Agora que no caso do Brasil,
02:08os bancos também podem decidir se eles fecham a minha conta,
02:12inclusive a sua conta, ou não, né?
02:14Eles têm essa liberalidade aí de decidir isso.
02:18Você acha que, se esse caminho fosse seguido,
02:21você tem um temor de que, por exemplo,
02:24alguém pudesse entrar com uma ação
02:26para forçar os bancos a não fazerem isso aqui?
02:30É, eu acho que é justamente esse medo,
02:32de abranger o enforcement da lei magnética.
02:35A gente não sabe o quanto eles estão dispostos a seguir nesse caminho,
02:38em termos de aplicação de sanção,
02:40mas não parece ter qualquer tipo de recuo para enquanto.
02:43Então, sim, eu não acho improvável,
02:44não acho impossível, não é verdade.
02:46E o ponto é, mesmo que, bom,
02:48pareça um escopo pequeno,
02:50quando você pensa em restringir contas individuais,
02:52o tema é esse conflito de decisões, né?
02:54Então, você tem uma sanção aplicada para o território brasileiro,
02:57outra para o norte-americano,
02:59e você acaba criando um ambiente de insegurança operacional,
03:01você aumenta muito o custo de conformidade dessa maneira,
03:04e, obviamente, acaba tendo impacto direto em fluxo de capital.
03:06É justamente pelo fato de que a gente não sabe como as coisas vão proceder.
03:10Eu vi muitos analistas falando que talvez não aconteça nada,
03:13muito possível a situação só esfriar,
03:15mas o impasse, a perspectiva de que os enforcements norte-americanos
03:18possam aumentar a percepção de risco do estrangeiro,
03:21acaba sendo o principal veículo de risco,
03:23que pode causar de risco aqui do Brasil, especificamente.
03:26A gente não sabe como isso aparenta pela visão do investidor estrangeiro.
03:29Já não temos um ano de fluxo financeiro muito positivo,
03:32pelo contrário, eu não tenho muita consciência em defender
03:41qualquer medida do judiciário barrando a magnítese
03:43pela percepção que pode passar para o estrangeiro, especificamente.
03:46Certo.
03:46Bom, tem uma questão jurídica aí que parece bem clara.
03:49Obviamente, o Brasil é um país soberano,
03:51ele tem direito aqui de criar suas próprias leis
03:53e de fazer suas próprias decisões,
03:55mas, por outro lado, também os grandes bancos,
03:58vamos falar aí de Itaú e Bradesco, por exemplo,
04:00eles entram naquela categoria grande demais para quebrar.
04:03Óbvio que o governo não vai deixar esses bancos quebrarem
04:06e óbvio que o governo, e aí também eu coloco o Congresso,
04:09eles não vão permitir que esses bancos entrem numa profunda crise,
04:12porque isso arrastaria o país inteiro.
04:14Não me parece que há dúvidas sobre isso.
04:17Dentro dessa perspectiva, você acha que pode ter havido
04:20uma reação exagerada do mercado?
04:23Olha, eu acho que a gente pode ir por dois caminhos nessa pergunta.
04:26Em termos de operação significativo nos Estados Unidos,
04:30os impactos são limitados.
04:31Eu não acho que, necessariamente,
04:33bom, se a gente pegar a PC,
04:36não tem impacto suficiente para quebrar banco algum.
04:38Eu não acho que nem houve a possibilidade
04:40de haver um bailout brasileiro caso acontecesse,
04:43mesmo, enfim, dentro desse cenário especulativo.
04:45Acho que o grande problema dessa contraposição do STF com a Magnitsky
04:49é a percepção de escalonamento dos conflitos
04:51e acerramento com os Estados Unidos.
04:53A Magnitsky foi uma coisa que eles fizeram
04:55desde que a gente teve aquela carta aberta do Trump para o Lula.
04:59A gente não sabe o quanto eles podem ampliar sanções
05:01e até, assim,
05:03obviamente, a gente sabe que todos os operações internacionais
05:06têm que cumprir regras da UFAC nos Estados Unidos
05:08para manter acesso ao sistema financeiro em dólar.
05:11A gente não sabe o quanto eles podem ampliar esse enforcement
05:13e, obviamente, com acerramento do conflito,
05:15como eu bem comentei,
05:16pode piorar a percepção de risco estrangeiro para o Brasil
05:18em um ano em que o dólar vem se comportando bem contra o real.
05:22O real tem performado bem,
05:23acumula mais de 2% contra a moeda,
05:25eu acho que a percepção de risco
05:28pode ser o principal veículo de depreciação do real
05:31em um contexto que a gente volta a ter a inflação
05:33comportando de maneira ok,
05:34de as pessoas voltarem a falar de coetar juros
05:36até o final do ano.
05:37Acho que a gente pode ter um grande cavalo de pau
05:39se a percepção de risco cresce
05:41de forma desproporcional à situação.
05:43A gente viu o dólar recuando um pouco hoje na abertura,
05:45talvez uma correção de preço aí em relação a ontem.
05:48O que você espera para o mercado financeiro hoje?
05:50Você acha que o estresse ainda está no ar,
05:52a eletricidade está no ar ainda?
05:53Eu também acho que houve uma correção de preço,
05:57somente os bancos sofreram muito ontem.
05:59Acho que a base de comparação acaba complicando
06:01aqueles caras de forma posterior.
06:04Mas uma coisa que eu percebi
06:06de opinião consensual dentro do mercado
06:08é que talvez não aconteça nada.
06:11E essa é uma possibilidade.
06:13Então, aguardar para ver uma eventual resposta
06:15de Washington de fato,
06:17que não só o tweet que a gente observou na segunda-feira,
06:19porque o único comentário que eles fizeram desde então,
06:21desde que o Dino aplicou essas questões de que sanções mililaterais
06:25não fazem, não tem vigoramento automático
06:28dentro do território nacional,
06:30seria se a gente visse outra resposta, um escalonamento.
06:33Acho que enquanto as coisas não acontecerem,
06:35fica dentro da base de comparação,
06:37parecido com o que a gente observou ontem.
06:39É só uma correção parcial,
06:40um mercado relativamente estável,
06:42esperando maiores acontecimentos nesse fronte.
06:44Agora, pensando estritamente em estratégia de investimentos,
06:47você acha que se as ações dos grandes bancos
06:50permanecerem mais ou menos nesse patamar agora,
06:53abre-se aí uma oportunidade para compra,
06:55para quem pensa em comprar no longo prazo?
06:58É difícil, assim, dizer, de novo,
07:02eu acho que tudo depende de como as coisas escalarem.
07:05Para quem tem a percepção de que as coisas estão exageradas
07:07e que a percepção de risco está assimétrica,
07:10que as coisas não são tão ruins quanto parecem,
07:12que não tem potencial para escalonamento,
07:14eu acredito que sim, os bancos sofreram muito ontem.
07:16A própria moeda também, o real,
07:18que está com os fundamentos relativamente alinhados,
07:20também perdeu bastante ontem.
07:22Então, sim, acho que depende da percepção.
07:25Para quem acredita que o Trump possa trazer
07:27maiores enforcements para a aplicação da lei,
07:29talvez tenha caminho posterior para novas quedas,
07:31e para quem acha que está exagerado,
07:33que nada vai acontecer,
07:34bom, talvez, sim, seja um bom momento.
07:38José Alfaíques, economista da Rio Bravo,
07:40obrigado pela participação e bom dia.
07:43Obrigado.
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