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Bruna Allemann, head de investimentos internacionais da Nomos, analisou os impactos do tarifaço dos EUA e a crise política envolvendo Jair Bolsonaro. Setores como suco de laranja e aviação escaparam das tarifas. O risco maior, agora, está no médio prazo e na diplomacia com os Estados Unidos.

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Transcrição
00:00E eu converso agora com a Bruna Alleman, ela é Red de Investimentos Internacionais da Nomos.
00:05Bruna, boa noite, obrigada por ter aceitado o nosso convite.
00:08Bruna, eu não posso começar não te perguntando outra coisa nesse momento,
00:12que não seja se essa prisão domiciliar do Bolsonaro pode ter impacto nos negócios amanhã, na sua opinião.
00:19Olá, boa noite, Cris. Uma honra estar aqui com você.
00:24Logicamente, vai ter um impacto, mas um impacto muito de curto prazo.
00:28O mercado já estava entendendo talvez essa possibilidade, desde este isolamento que havia com o Bolsonaro
00:35e todas as questões também políticas internas que estão acontecendo dentro do Brasil,
00:41até a exposição do STF dentro dos Estados Unidos.
00:44Então isso, com o mercado prevendo e tentando regular essa parte, tentando controlar isso,
00:51o mercado financeiro tem aí trazido até uma determinada estabilidade,
00:54visto que as notícias de hoje ainda não impactaram algumas fora do horário de mercado,
00:59mas ainda acabaram não impactando muito.
01:02Eu acho que a espera em relação ao tarifácio e as eventuais negociações que podem acontecer
01:07eventualmente até quarta-feira, ou então alguma outra trégua em relação aos Estados Unidos,
01:13são mais esperadas pelo mercado do que as questões políticas internas.
01:18Essa sobretaxa de 40% que entra em vigor na quarta-feira, aumentando a taxação sobre muitos produtos brasileiros
01:26para 50%, tem chamado a atenção dos investidores nesse momento?
01:30Qual é a expectativa de vocês?
01:33Talvez pode sair alguma negociação nas próximas semanas?
01:36Ou, na sua opinião, isso não vai acontecer?
01:39Nós temos que lidar mesmo com essa taxação de 50% em cima de muitos produtos?
01:45A priori, está havendo um esforço muito grande em relação às empresas,
01:51então, principalmente a questão particular,
01:55então, particularmente em relação a algumas empresas que têm um dado relevante
01:59de exportação em relação aos Estados Unidos,
02:02então, o que preocupava mais eram os setores que tinham uma dependência do mercado americano,
02:07como, por exemplo, o suco de laranja.
02:09Então, versus todas as outras commodities ou produtos que ficaram de fora,
02:14que não estão afetando empresas como a Embraer, como a Raizen,
02:18a gente já está enxergando que o impacto pode ser relativamente menor do que antes divulgado.
02:25Agora, a negociação é muito difícil que ela haja em dois, três dias,
02:31porém, a gente já sabe qual é o comportamento do Trump versus os outros países.
02:36Se não tivermos nenhum ataque interno, principalmente voltado para a política,
02:41agora a gente está desenhando, e eu coloquei algumas vezes e trago novamente,
02:46esse efeito de tarifa, ela é mais um pouco punitiva do que em relação ao comercial,
02:52tanto que quando levada para o ponto comercial,
02:54os Estados Unidos acabam tirando muitos produtos que eles realmente precisam,
02:59que eles dependem relativamente do Brasil,
03:02então, isso pode contrabalancear.
03:04Não deve haver, neste curtíssimo prazo, mas ao longo do tempo,
03:09o governo baixando, inclusive, um pouco o tom de conversa
03:13e abrindo um pouco mais espaço para os Estados Unidos,
03:16pode ser, sim, que a gente vê um cenário um pouco mais brando
03:20em relação a essas tarifas.
03:22O que ficou não deve impactar tanto neste momento,
03:27relativamente, vamos falar no momento zero.
03:29ao longo do tempo, a gente vai enxergar, conforme os dados econômicos,
03:33fazendo 30 dias e não havendo uma negociação, fazendo 60 dias e não havendo uma negociação,
03:39o mercado pode reprecificar novamente e trazer isso mais a médio prazo
03:44e não agora no curtíssimo prazo.
03:46Quer dizer, na sua opinião, os setores que seriam mais afetados,
03:50eles estão dentro daquela lista de quase 700 exceções, é isso?
03:55Com certeza, eles estão nessa lista, essa era a maior preocupação,
04:00porque aí nós iríamos entrar numa bola de neve, principalmente do efeito de desemprego
04:05e grande parte dos produtos, como a Embraer, que já tinha alguns pedidos
04:09voltados especificamente para o mercado americano.
04:12E graças a todos esses trabalhos, principalmente da iniciativa privada,
04:18que ajudou bastante com que esses produtos, e também o entendimento dos Estados Unidos
04:22que aquilo é importante para a economia deles, eles acabaram ficando de fora.
04:27Vou passar para as perguntas dos nossos analistas, vamos começar pelo Vinícius Torres Freire.
04:31Vinícius.
04:33Bruno, eu gostaria de insistir um pouco nesse assunto da perspectiva,
04:37a guerra comercial e perspectiva para ativos aqui no Brasil.
04:40A gente está vendo, pelo menos como tendência, fora o salto de julho,
04:44tendência desde o começo do ano é a curva de juros baixando,
04:47tendência do dólar ir para perto de R$ 5,40 e começo de queda de inflação corrente
04:54e de expectativas inflacionárias também.
04:56Quer dizer, apesar de todo o problema fiscal, apesar da confusão no mundo,
05:00a gente estava com uma perspectiva de melhora nas condições financeiras.
05:03Agora, como o Trump é imprevisível, como a motivação dele é política no caso do Brasil,
05:09e, então, os riscos são altos e fora a incerteza,
05:13quer dizer que, então, o Brasil, você pode esperar que tenha um movimento mais drástico do Trump
05:18contra o Brasil, impondo algum tipo de sanção, além de tarifa,
05:23até para investimento ou para a área de finanças, para a área financeira.
05:27Você acha, então, que todas essas tendências financeiras vão sobrepujar esse risco
05:32de que a gente possa apanhar mais adiante, não só na área comercial,
05:36não só contra a empresa diretamente, mas com sanções mais graves?
05:40Então, não está no radar que esse risco possa influenciar uma tendência benigna
05:46para as condições financeiras? É isso?
05:50Inicialmente, não. O que nós conseguimos enxergar e o que nós conseguimos ver,
05:54a ideia do Trump não é afundar economicamente o Brasil,
05:58até por conta desse viés relativamente político e mais punitivo do que econômico e comercial.
06:05Ele precisa, de certa forma, do Brasil para determinados produtos
06:09e não tem como conseguir um substituto no curtíssimo prazo.
06:14Então, dentro desse ponto, o Brasil acaba se sobressaindo e tem os seus pontos positivos.
06:19Agora, economicamente falando, em relação tanto ao tarifácio,
06:23as decisões que ele pode tomar e, às vezes, até um pouco mais forçada,
06:27vão depender muito de como agora o nosso andar político vai seguir.
06:31Quando a gente fala em dólar e também nos efeitos inflacionários,
06:36alguns produtos relativamente ali saíram, acabaram impactando um pouco menos,
06:41nós vamos sentir esse impacto durante 30 dias, entender e também entender em relação
06:46quais são as políticas públicas que serão feitas, os impactos em relação a isso,
06:52quais são os dados econômicos que serão apresentados.
06:55E os Estados Unidos vão estar enxergando muito bem como o Brasil sobressai aqui dentro.
07:00Porque, como você trouxe de fato, não é só os dados econômicos, não é só a economia,
07:05não é uma questão comercial, é uma questão política.
07:08E isso pode se tornar mais grave caso, em questão política,
07:12a gente não ande na linha diplomática com os Estados Unidos,
07:17como a grande maioria dos países.
07:18Isso daí a gente pode trazer muito para o desenho da Índia,
07:22que sofreu uma sanção muito forte lá inicialmente,
07:25principalmente por ter comprado petróleo russo,
07:28ainda está num estado ali de negociação,
07:30se afastando um pouco e freando um pouco das negociações em relação aos BRICS,
07:34para aí também conseguir uma nova negociação.
07:37Ela tentou, de certa forma, não burlar, não queria falar a palavra burlar,
07:42mas tentar amenizar ali a situação dela e acabou sendo muito pressionada pelos Estados Unidos.
07:49O Brasil se seguir da mesma forma, acho que depende mais internamente a nossa resposta
07:55do que uma resposta externa, para que a gente não possa trazer isso para uma crise eventual financeira
08:01e aí uma resposta negativa em relação ao mercado.
08:06Eu sinto o mercado um pouco mais brando, vendo cada dia onde isso vai dar,
08:10reprecificando um pouquinho lá atrás, todos os ganhos já foram quase perdidos,
08:15essa saída de capital estrangeiro também deu um leve impacto
08:18e agora esperando os próximos passos para poder ver que caminho vai seguir.
08:23E aí sim, sendo um pouco mais forte, a gente não fazendo a nossa lição de casa,
08:28o mercado pode acabar pressionando cada vez mais
08:30e aí sim a gente pode enxergar que podemos eventualmente afetar internamente a nossa economia.
08:37Alberto.
08:37Bruna, boa noite.
08:40O tarifaço norte-americano, na tua opinião, é uma última chance, um último tiro,
08:47uma última oportunidade dos norte-americanos conseguirem reverter um processo
08:52que parece que está em curso,
08:55onde o Centro de Gravidade Econômico Mundial está se tornando a China,
09:00a Europa está meio à deriva,
09:02ou a gente vai ter alguma novidade para o ano que vem, novidade ou surpresa,
09:08e eles vão dar a volta por cima?
09:11Eu acho que o início desse tarifaço do Trump,
09:14ele pode ser o início de uma nova ordem mundial.
09:17E tem alguns pontos muito importantes.
09:20Os Estados Unidos pode até, ao longo do tempo,
09:23e não acho que ainda será durante o mandato de Trump,
09:26o Trump está fazendo o início do que pode começar a ser mais concretizado
09:32no final do seu mandato e nos próximos mandatos,
09:36sejam eles republicanos ou democratas,
09:38que é a reindustrialização dos Estados Unidos.
09:40Essa reindustrialização dos Estados Unidos é mais por parte de inteligência
09:45do que a de indústria em si.
09:48Ou seja, tudo o que aconteceu nos últimos 40 anos,
09:52o Trump não vai conseguir fazer em poucos anos.
09:55Então, neste sentido, é praticamente o último tiro,
09:59se assim a gente pode dizer, do Donald Trump,
10:02para poder virar essa chave que todos os gráficos estavam trazendo para o negativo
10:07e cada vez mais as empresas americanas saindo dos Estados Unidos.
10:10Ao mesmo tempo, quando eu falo em nova ordem mundial,
10:14todo o mundo começou a enxergar qual a importância de se enxergar,
10:20de colocar ali em pauta que depender unicamente de um país,
10:25seja ele Estados Unidos, ou seja ele Rússia, ou seja ele China,
10:29ou a União Europeia, todos os produtos, ou um ou outro produto,
10:33depender 100% de um determinado país,
10:36para que você possa movimentar a economia, é um problema.
10:40Ou seja, acho que cada país agora está fazendo a sua lição de casa
10:44e essa nova ordem mundial é tornar novos acordos mais eficientes.
10:50Existe até uma teoria que foi muito bem pontuada e colocada,
10:54está sendo estudada por alguns economistas,
10:56e eu tenho me aprofundado um pouco,
10:58sobre os próprios Estados Unidos tirarem um pouco dessa eficiência
11:02de industrialização da China,
11:03trazer o chão de fábrica parte para a Índia,
11:07para não depender tanto da economia chinesa,
11:10ter ainda um custo mais barato,
11:12e trazer a inteligência da tecnologia,
11:15que está muito ainda no mercado asiático,
11:17para dentro dos Estados Unidos.
11:19Ele não quer colocar o chão de fábrica nos Estados Unidos,
11:21mas grande parte da indústria, quando ela saiu,
11:24a parte de desenvolvimento e inteligência acabou saindo também.
11:27Hoje os chineses não têm só a indústria em si,
11:31ela tem a inteligência que os Estados Unidos levou para lá.
11:34E é isso que o Donald Trump está tentando trazer.
11:37E também pontuar ali, os Estados Unidos praticamente não produzem,
11:40não faz desenvolvimento, inclusive interno em tecnologia,
11:44se a gente pode dizer, relacionado ao agronegócio, por exemplo.
11:48Então um pouco disso ele quer para trazer para dentro de casa.
11:51Pode mudar, é o último tiro que ele está dando
11:54para que os Estados Unidos, não a moeda dolarizada,
11:58mas que os Estados Unidos não percam a sua grande hegemonia
12:01junto com a sua moeda.
12:04Bruna, muito obrigada, é sempre um prazer te ouvir.
12:07Boa noite, boa semana e volte mais.
12:09Boa noite, obrigada a vocês.
12:11Boa noite, boa noite.
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