André Passos Cordeiro, presidente da Abiquim, analisou o plano Brasil Soberano e as negociações globais contra a poluição por plásticos. O setor químico defende medidas que equilibram proteção ambiental, geração de empregos e competitividade nas exportações, com US$ 3 bilhões em vendas anuais para os EUA em jogo.
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00:00A ABQIM, que representa a indústria química, avalia que o Plano Brasil Soberano é um passo importante para reduzir impactos do tarifácio dos Estados Unidos
00:09e reforça a necessidade de ampliar exclusões da lista de produtos tarifados.
00:16A entidade também acompanha negociações globais para reduzir a poluição plástica e seus efeitos nas cadeias produtivas.
00:23Sobre esse assunto, eu converso agora com André Passos Cordeiro, presidente da ABQIM.
00:28André, boa tarde para você, obrigado pelo seu tempo aqui, pela gentileza em conversar com a gente.
00:33André, a ABQIM critica ou apoia o silêncio recente do Brasil sobre propostas que prevêem limitação da produção de plástico.
00:44Qual a justificativa na sua leitura?
00:46Boa tarde, Flávio.
00:48Fábio, perdão.
00:50Nós não estamos vendo um silêncio no Brasil em relação ao tema do combate à poluição por plástico.
00:55O que nós temos observado aqui em Genebra, onde eu estou, como observador das negociações do tratado global legalmente vinculante
01:06para combater a poluição por plásticos, é uma postura muito equilibrada do governo em relação ao tratado.
01:13O governo tem manifestado publicamente a sua posição com absoluta clareza.
01:18Nós tivemos, inclusive, nas redes sociais recentemente, a manifestação da Secretaria de Economia Verde,
01:27do Ministério da Indústria, falando qual é a posição do Brasil.
01:31E ela tem sido a mesma desde o início, Fábio.
01:34Ela tem sido uma posição que procura equilibrar a necessária redução,
01:41a necessária eliminação da poluição por plásticos no nosso planeta,
01:46com o equilíbrio da preservação da produção econômica, da produção industrial,
01:52desse material importante que tantas soluções traz para a nossa vida em sociedade.
01:59E também levar em conta a questão da transição justa.
02:03As mudanças que esse acordo vai trazer certamente vão modificar a forma como a gente produz e consome esse material no nosso planeta,
02:16de um consumo linear que consome e descarta, consome e descarta para o consumo, produção e consumo circular.
02:24Nós produzimos, editamos adequadamente, fazemos a volta do material à produção para ele ser reutilizado várias e várias vezes.
02:36Então, isso implica uma mudança de sistema de produção,
02:40isso implica a capacitação das nossas trabalhadoras e dos nossos trabalhadores
02:45para desempenhar funções no processo produtivo diferentes.
02:49Isso significa preservar os empregos de trabalhadoras e trabalhadores,
02:54de catadoras e de catadores no sistema de coleta do resíduo plástico pós-consumo.
03:02Então, esse tratado tem múltiplas dimensões.
03:05Ele é um tratado ambiental, mas é um tratado que, ao mesmo tempo,
03:09para combater a poluição por plástico, exige a promoção, o incentivo e o fortalecimento
03:16de uma nova forma de produzir, da forma circular de produção, da economia circular.
03:22Isso vai levar a modificações na forma de trabalho dessa cadeia produtiva.
03:26Portanto, é importante equilibrar a dimensão ambiental,
03:31combater a poluição por plásticos,
03:33mas ter cuidado com o aspecto econômico,
03:36com a geração de produção, emprego e renda que essa cadeia produtiva gera,
03:41e também ter um cuidado com aqueles que são envolvidos com a gestão do resíduo pós-consumo,
03:48como catadoras e catadores.
03:50Então, o governo tem mantido uma posição equilibrando essas várias dimensões do tema do plástico.
03:57Não há nenhum silêncio, não há nenhum recuo do nosso ponto de vista, Fábio.
04:02Pelo contrário, a gente vê os atores do governo brasileiro se manifestando,
04:06manifestando a sua leitura sobre como a gente deva ter um tratado global
04:13para combater a poluição por plásticos.
04:15E a nossa indústria, ela quer que esse tratado aconteça,
04:19mas, sobretudo, a gente quer que esse tratado produza medidas efetivas, aplicáveis,
04:24que preservem a nossa natureza, o nosso meio ambiente,
04:28mas, ao mesmo tempo, preservem os empregos
04:30que são gerados em todo o sistema produtivo da cadeia industrial, química e do plástico.
04:35E como é que a indústria química vê os mecanismos de financiamento
04:39para países em desenvolvimento no contexto do tratado global?
04:44Esse é um dos pontos fundamentais do tratado global, né, Fábio?
04:47Hoje, nesse exato instante, as delegações de mais de 100 países,
04:53180 países estão discutindo, estão encerrando,
04:56começando a entrar na reta final dos trabalhos, né?
04:58Os trabalhos estavam previstos para encerrar hoje, no dia 14.
05:02devem se estender ainda ao longo da noite, da madrugada,
05:06e até o meio-dia de amanhã, provavelmente.
05:09Então, nós estamos na reta final.
05:11E restam alguns pontos, para fechar um acordo.
05:14Um deles é o tema do financiamento.
05:17É diferente para países como o nosso,
05:19que são países em desenvolvimento,
05:21fazer a transição de um modelo de produção de economia circular,
05:25de economia linear, perdão, né,
05:28de consumo e descarte,
05:29para um modelo de economia circular, né,
05:31de consumo e reutilização, reciclagem e reutilização
05:36desse material no sistema produtivo.
05:38É preciso, por exemplo,
05:39tecnologias que permitam fazer isso,
05:41e tecnologias que custam caro,
05:44que necessitam investimentos volumosos.
05:46Então, é preciso que haja um mecanismo de financiamento
05:50para a transferência de tecnologia,
05:52um mecanismo de financiamento
05:54para a capacitação de trabalhadoras e trabalhadores,
06:00um mecanismo de financiamento
06:01para a estruturação de um sistema de gestão
06:04de resíduos sólidos adequado,
06:06que o nosso país precisa muito.
06:09Então, o financiamento é um tema fundamental,
06:12porque o nosso país e outros países em desenvolvimento
06:14têm menos condições financeiras
06:16de fazer esse processo,
06:18de implementar as medidas necessárias
06:20para o combate da poluição
06:22e a preservação da produção,
06:25da sua economia,
06:26do que países já desenvolvidos,
06:28países europeus, Estados Unidos, né,
06:31entre outros.
06:32Então, essa é uma discussão fundamental,
06:34está se discutindo aqui
06:36se se utiliza um fundo já existente,
06:39que é um fundo global
06:40para o financiamento de todos os tratados ambientais,
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