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A decisão do STF sobre sentenças estrangeiras elevou a tensão entre Brasil e EUA, trazendo riscos para bancos brasileiros. As ações despencaram e o Ibovespa B3 recuou mais de 2%. O economista Roberto Troster analisou os impactos dessa crise financeira e política.

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Transcrição
00:00Voltamos a falar da nova escalada de tensão entre Brasil e Estados Unidos e os impactos sobre os bancos do país.
00:07Os Estados Unidos reagiram em tom de ameaça após o ministro Flávio Dino, do STF,
00:13decidir que sentenças estrangeiras não valem no Brasil a menos que façam parte de tratados internacionais
00:20ou que sejam confirmadas pelo próprio STF.
00:24Essa decisão pode blindar Alexandre de Moraes de sanções financeiras impostas por Washington
00:30e criou um impasse para os bancos brasileiros que temem ser acusados pelos Estados Unidos de descumprir uma decisão de lá
00:37e sofrer graves consequências por conta disso.
00:41Como vimos, as ações de bancos despencaram hoje e puxaram o Ibovespa B3 por uma queda de mais de 2%.
00:48Para falar das implicações desse cenário, a gente conversa agora com o Roberto Troster,
00:54economista e sócio da Troster e Associados e que já foi economista-chefe da FEBRABAN,
01:00Vinícius Torres Freire, nosso analista, também participa dessa entrevista.
01:04Troster, boa tarde para você, obrigado por mais essa canja aqui no radar.
01:07Ô Troster, em quanto e em que os bancos brasileiros dependem dos Estados Unidos?
01:14Por que esse momento é muito delicado para eles?
01:16Boa tarde, Fábio. Boa tarde, Vinícius. Sou fã dos dois. Vamos lá.
01:22E a gente de você.
01:24Os bancos, uma das atividades dos bancos são relações internacionais.
01:29Todo o comércio interior, financiamento exterior, é tudo feito com outros países.
01:34E muitos bancos têm agências no exterior, têm subsidiários no exterior.
01:40Então, os bancos não trabalham isolados, não são focados aqui dentro só.
01:46Então, você precisa do resto do mundo para operar.
01:51É uma situação, assim, por enquanto, é ameaça de ir e ameaça de volta.
01:57Tudo indica que os Estados Unidos devem escalar ainda mais a briga.
02:02Essa declaração da embaixada americana, é a segunda declaração que eles fazem nesse sentido,
02:10mostra que eles estão dispostos a apertar o cerco.
02:15Tem muitas coisas que eles podem fazer.
02:17Congelar bens, dificultar transações, proibir eles de andar no SWIFT.
02:24São medidas de curto prazo que eles podem adotar.
02:28No médio prazo, o que está acontecendo?
02:30Você está tendo uma migração de operações financeiras dos Estados Unidos para a Europa, para a China, para isso.
02:39E segundo, depende um pouco da vontade do Brasil de reagir.
02:43Quer dizer, eu acho que o Brasil também tem ferramentas para apertar o cerco nos Estados Unidos.
02:47Tem os bancos americanos aqui, tem as big techs operando aqui.
02:54Então, o Brasil não está de mal amarrada.
02:56É uma briga de um rato com um leão, porque nós somos o rato de São Leão.
03:02Mas o rato tem condições de morder a perna do leão.
03:07Inícius Próster, eu queria me aprofundar, queria que você se aprofundasse um pouco mais na história dos riscos.
03:14Porque as pessoas não têm muita noção do que um banco faz, de que tipo de operação precisa passar por banco para a economia funcionar.
03:23Por exemplo, investimento estrangeiro no país, de algum modo, é mediado por banco.
03:29Operação de empréstimos, de garantia, financiamento, exportação, importação.
03:33Tem isso.
03:34Mais alguma coisa?
03:35O que você pode dizer assim?
03:35Vamos supor que vários bancos brasileiros, várias autoridades brasileiras sejam sancionadas,
03:40que os bancos brasileiros tenham de obedecer, vamos fazer o pior cenário,
03:44tenham de obedecer uma decisão do Supremo de não adotar essas decisões aqui
03:48e sejam sancionados e não possam fazer negócios com operações, com empresas, com instituições sobre jurisdição americana.
03:56Qual o tamanho, nesse cenário catástrofe do problema?
03:59Que tipo de operação é mais afetada e que pode ter de impacto na economia?
04:03Bom, vamos por partes.
04:06Primeiro é a briga dos bancos aqui, com o governo daqui, como é que vão resolver isso.
04:11Isso se resolve conversando.
04:13Quer dizer, o diálogo entre o sistema financeiro e o governo brasileiro é muito bom.
04:18Então, nessa frente, acredito que vão atuar em conjunto.
04:23E na frente externa, primeiro pagamentos.
04:25Quer dizer, todo o fluxo de ida e de volta de divisas, o grosso desse fluxo vai pelo SWIFT,
04:33que é um sistema de pagamentos.
04:36Todo sistema de pagamentos tem câmaras de compensação.
04:40Então, como funciona...
04:42O que é uma câmara de compensação?
04:44Eu vou mandar dinheiro, vamos supor, de um banco daqui para um banco na Itália.
04:49Você tem depósitos dos bancos brasileiros nessa câmara de compensação.
04:57Essas câmaras...
04:58Então, você manda a ordem e a câmara de compensação retira os recursos dessa câmara.
05:06Esse sistema é o SWIFT, que é feito em dólar.
05:11Já tem sistemas mais rápidos, e a China está desenvolvendo um sistema mais rápido do que esse para compensação.
05:17O que você deve assistir, no curto prazo, os Estados Unidos podem bloquear recursos lá.
05:24No médio prazo, é um tiro no pé, eles vão para fora.
05:28Segundo, você tem linhas de crédito, linhas, entradias.
05:32Os bancos recebem e fazem pagamentos o dia inteiro.
05:38E não coincide que as entradas são com a saída.
05:41Então, você precisa de linhas, entradias, são chamadas para pagamentos.
05:45Especialmente, isso é dado por bancos americanos.
05:48Eles podem cortar essas linhas.
05:50Podem também montar subsidiárias de bancos brasileiros nos Estados Unidos.
05:56Então, eles têm muitas armas.
06:01Desculpa.
06:05Dizem que a gente nunca espirra uma vez só.
06:07Porque são dois espirros, né?
06:09Bom, continuando.
06:12E o Brasil precisa de linhas de crédito, tem investimentos estrangeiros aqui fora,
06:18então, eles podem cortar.
06:19Então, os Estados Unidos têm armas.
06:23Convém usá-las, essa é a grande questão.
06:26Convém o Brasil escalar e falar,
06:28ó, então, já que você bloqueia os bancos brasileiros lá,
06:33a gente vai bloquear atividades dos bancos americanos aqui?
06:38Ou algum outro tipo de medida?
06:41É uma briga que não convém para nenhum dos dois lados, mas...
06:46Troster, bom, primeiro, saúde, no interior a gente diz,
06:49ou dizia, Deus te crie também, quando alguém espirrava.
06:51Então, saúde, Deus te crie.
06:52Ô, Troster, agora, num dia como hoje, com ações de bancos despencando,
06:59o que é que os investidores estão antecipando?
07:01Que tipo de risco eles já estão colocando no preço das ações?
07:06É, você sempre põe uma ação, você sempre está olhando para o futuro.
07:13No caso específico, você está prevendo,
07:15ou você está antecipando o risco de alguma sanção
07:19ou de um volume de negócios inferiores, né?
07:24Só para você ter uma ideia, para dar o número,
07:27os bancos no Brasil têm linhas dolarizadas,
07:343,6 trilhões de reais.
07:38Então, é muito dinheiro externo aqui dentro.
07:41Se você começa a secar esse dinheiro,
07:44muitas linhas de crédito você não consegue renovar,
07:47porque você não tem os recursos,
07:50e aí você tem mais inadimplência.
07:53Então, você tem risco, sim.
07:55Se Estados Unidos quiser engrossar,
07:58ele consegue engrossar,
07:59consegue fazer com que os bancos
08:01percam dinheiro aqui dentro.
08:05Como vai ser essa negociação?
08:08Acho que só o Trump sabe, ninguém mais.
08:12Troster, você disse que o Brasil tem como reagir, né?
08:15Claro que pode retalhar nesse cenário catástrofe,
08:18que é tão catástrofe que é difícil acreditar
08:20que até o governo Trump vai levar isso adiante.
08:23Agora, essas restrições, você diz o quê?
08:26O que você pode fazer contra a atividade de bancos americanos aqui?
08:30Que não fosse um prejuízo muito grande.
08:32Claro que o Brasil pode reagir e prejudicar
08:34empresas americanas aqui.
08:35Mas a gente está prejudicando o país também.
08:37Tem muito investimento.
08:39Os Estados Unidos têm o maior estoque de investimento aqui no Brasil.
08:41Mais ou menos, um pouco mais de um quarto,
08:44todo investimento estrangeiro, 27%, é americano,
08:47do que está investido aqui.
08:49Tem banco, tem empresa que presta serviço.
08:51Pode reagir, mas qual o reflexo disso para a gente também?
08:55É ruim também.
08:57Você está...
08:59É uma situação muito ruim,
09:00porque você também está dando tiro no pé.
09:04Se você começa a contra-atacar dessa maneira,
09:07você pode resolver até no curto prazo.
09:09E dificilmente os Estados Unidos vão dar um passo para o atraso.
09:13Acho que a tendência agora é ficar esperando,
09:17não fazer nada, esperar.
09:20E ver o que acontece.
09:22Mas é uma estratégia difícil.
09:25É ficar quieto, esperar, esperar, esperar.
09:27Mas pode piorar.
09:30E depende um pouquinho.
09:31Não, assim, se o Alexandre de Moraes não fizer nada,
09:37que transpareça a operação financeira nenhuma, nada,
09:41e aí deixar a poeira sentar.
09:46Mas também pode ter o outro, sabe?
09:49Estão me desafiando, vamos ver quem pode mais.
09:53É ruim.
09:53Realmente, é um cenário ruim para o Brasil.
09:58No momento em que a economia já está desacelerando,
10:01tem a possibilidade de mais um balde d'água.
10:05Trostra, agora, acho que um ponto importante aqui para sublinhar
10:07é que ainda falta clareza sobre as obrigações dos bancos brasileiros
10:12no que diz respeito à sanção, Alexandre de Moraes.
10:17Falta clareza.
10:18Quer dizer, não pode operar, mas por que não pode operar aqui dentro?
10:22Quer dizer, pode proibir ele de operar em dólar?
10:25Pode proibir ele de ter fundos no exterior?
10:28Ou a proibição de visas, né?
10:31Quer dizer, é algo que não...
10:33O impacto interno é insignificante.
10:36A questão é esse impacto.
10:38Deixar de ser uma lição de de Moraes
10:39e começar a ser nas instituições financeiras brasileiras.
10:43Os bancos brasileiros têm uma vocação internacional grande,
10:48quer dizer, você tem bancos brasileiros nos Estados Unidos, na Inglaterra,
10:53em outros países.
10:54Em outras ocasiões, os Estados Unidos penalizaram duramente algumas instituições.
11:00Então, é esperar para ver.
11:03Nós estamos aqui torcendo para que o pior não aconteça.
11:08Trostra, a grande discussão é essa que o Fábio levantou.
11:11Até agora, pelo menos segundo os especialistas em direitos,
11:16advogados, inclusive americanos, que estão em contato com brasileiros,
11:20empresas e instituições financeiras brasileiras,
11:22dizem que não há uma restrição específica a Banco Brasileiro
11:27manter conta de Alexandre de Moraes nesses termos.
11:31E se nesses termos vieram a ser aplicadas as punições da Magnits,
11:35que é outras autoridades, vale para os outros também.
11:37Agora, eles dizem que é possível, sim, se criar uma restrição
11:42para empresas, instituições sob jurisdição americana,
11:46a fazerem qualquer negócio, em qualquer lugar do mundo,
11:49com pessoas punidas ou perseguidas, no caso, pela Magnits.
11:54Você acha que isso é possível, pelo que você tem ouvido aí e conversado?
11:56É um caso único, quer dizer, que você lê da maneira como a lei está sendo aplicada.
12:03Não existe nenhum precedente que essa lei tenha se aplicado dessa forma.
12:08Então, nós estamos entrando num território desconhecido.
12:12Então, é uma lei arbitrária, quer dizer, do nada,
12:15que se a Alexandre de Moraes não está ligada a nada do que está sendo acusado,
12:19pelo menos, então, não faz sentido a lei.
12:23Então, não faz sentido, quer dizer, não faz sentido até agora,
12:27vamos esperar que faça, que seja esse o limite do não faz sentido.
12:32Mas, infelizmente, prevendo, quer dizer, o risco de que possa piorar, existe.
12:40Infelizmente, esse risco existe e tem que ser pensado,
12:44que ser Brasil, tem que pensar como fazer e como negociar de alguma forma,
12:53se lembra, buscar uma saída honrosa para Trump,
12:55falar que ele está proibido de operar, que ele não vai operar mais em dólares,
12:59que eu não acredito que ele opere, né?
13:01Mas, alguma coisa assim para dar uma saída honrosa para o Trump.
13:07Mas, mais uma vez, gostaria de ser mais tentativa na resposta,
13:12eu não consigo.
13:14A gente entende, o cenário é fluido ainda.
13:16Roberto Troster, economista, sócio da Troster e Associados,
13:20ex-economista-chefe da Febraban.
13:22Troster, muito obrigado por mais essa participação aqui,
13:25uma boa noite para você.
13:27Boa noite, Pablo, boa noite, Vinícius.
13:31Obrigado. Obrigado, Vinícius, também pela participação.
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