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O Ibovespa da B3 renovou seu recorde pelo 12º pregão consecutivo, refletindo otimismo do mercado e boas perspectivas para a economia brasileira. O economista Sergio Vale, da MB Associados, explica os fatores que estão impulsionando a valorização do índice e o impacto para investidores.

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Transcrição
00:00Sobre todos esses assuntos, a gente vai conversar agora com o Sérgio Valle,
00:04economista-chefe da MB Associados.
00:06Sérgio, boa noite. Obrigada por estar aqui com a gente mais uma vez.
00:11Vamos começar pelo recorde do índice Ibovespa B3.
00:14Quais os principais motivos para esses sucessivos recordes?
00:19Tudo bem que hoje subiu ligeiramente o suficiente para renovar o recorde
00:2512ª subida consecutiva do Ibovespa.
00:30Tudo bem, Cris. Prazer em falar com você também.
00:33Olha, a gente está num cenário de atividade na economia brasileira relativamente positivo.
00:38Não tem nenhum cenário de desastre vindo pela frente.
00:41A economia está desacelerando de uma forma relativamente normal.
00:45O mercado de trabalho ainda vai ajustar.
00:47A gente não tem nenhuma mudança significativa vindo pelo Banco Central.
00:51A política fiscal está dentro do esperado.
00:54Também não tem nenhuma grande novidade.
00:56Quando a gente olha esse cenário todo, faz de certa forma sentido
00:59nessa calmaria que a gente está vivendo agora.
01:02Especialmente, e aí a cereja desse bolo todo,
01:05a gente ter a questão da guerra tarifária,
01:08ter acalmado com intensidade,
01:10desde o estresse que a gente viveu a partir de julho.
01:13Então, isso consegue fazer com que a gente tenha um cenário
01:16que permite que a Bolsa comece a crescer com mais intensidade,
01:19como a gente viu nos últimos dias.
01:21Eu tenho a impressão que a gente ainda pode vivenciar isso ainda há algum tempo.
01:26Vai depender justamente do mau humor que está vindo da economia americana agora.
01:31O dólar hoje caiu.
01:33Queria que você me dissesse o motivo pelo qual ele caiu.
01:36E qual é a previsão daqui para frente do dólar?
01:39Ele deve continuar caindo?
01:40O dólar está muito no efeito, Cris,
01:43do que a gente está vendo acontecer na política monetária.
01:46A taxa de juros se manteve, mas não só se manteve,
01:50mas se manteve com uma sinalização do Banco Central
01:52de que vai ficar nesse patamar durante um bom tempo.
01:55A percepção de uma agressividade,
01:58que o mercado, a gente estava esperando que o Banco Central pudesse se avisar um pouco agora,
02:02não se avisou.
02:03Está trabalhando com uma Selic que vai ficar alta
02:05durante um tempo maior do que se imaginava.
02:07E aí a reação disso para o mercado é você ter um diferencial de juros
02:12entre Brasil e lá fora,
02:14especialmente no caso americano,
02:15que está caminhando para ter uma queda de juros,
02:18como a gente está vendo,
02:19eventualmente tenha uma ou outra até o final do ano.
02:21Esse diferencial de juros permite que você tenha mais entrada de capital.
02:26A taxa de câmbio acaba apreciando como consequência desse cenário.
02:30Então, se nada mudar, não tiver nenhuma surpresa,
02:33a gente pode eventualmente ter alguma apreciação adicional
02:36aparecendo ao longo das próximas semanas.
02:38Mas, de novo, volto ao ponto anterior.
02:40Está muito atrelado o que pode acontecer com o cenário americano,
02:43que hoje eu acho que é o grande elemento de temor,
02:45de incerteza que a gente vai precisar observar ao longo das próximas semanas.
02:50Aproveitando que você falou do Copom ainda sobre isso,
02:53a manutenção já era mais do que esperado,
02:55o comunicado veio muito parecido com o comunicado anterior.
02:59te surpreendeu de alguma forma?
03:01Você imaginava algo um pouco diferente, pelo menos?
03:05Olha, Cris, eu imaginava que talvez seria interessante o Banco Central
03:09já começar a ver alguma porta de saída para a queda dos juros.
03:14Quer dizer, manter a Selic em 15% durante um tempo longo
03:19significaria manter essa taxa nesse patamar
03:22ao longo dos primeiros meses do ano que vem.
03:24e trabalhando com uma expectativa de queda de inflação ao longo de 2026, 2027,
03:31isso significaria dizer que a taxa real de juros estaria subindo.
03:34Quer dizer, seria uma sinalização do Banco Central
03:36que ele quer apertar ainda mais a política monetária.
03:39Então, eu tenho a impressão que o interessante seria
03:41o Banco Central manter a taxa real de juros elevada
03:44e, para isso, ele já poderia começar a pensar
03:47numa queda da taxa nominal.
03:50Acho definitivamente em dezembro agora
03:51fica difícil isso acontecer e não deu nenhuma sinalização nessa decisão,
03:56mas eu espero, imagino, que na decisão de dezembro
03:59ele possa abrir essa possibilidade para já começar em janeiro.
04:02Mas veja que está tudo muito em aberto, não é, Cris?
04:05Tem gente que acha ainda que é em dezembro,
04:08eu acho que é em janeiro, tem gente que acha que é em março.
04:11Então, o Banco Central não está sinalizando, de fato, ainda
04:15com a clareza que a gente gostaria
04:17e permite que tenha essa amplitude de visões.
04:20No momento que a gente está se aproximando
04:22dessa virada de taxa de juros,
04:24o mercado está muito em aberto.
04:26Espero que na próxima decisão,
04:29não na ata agora dessa decisão,
04:30mas na de dezembro,
04:32a gente tenha um pouco mais de clareza
04:33do que o Banco Central vai fazer a partir do ano que vem.
04:36Vou passar para as perguntas do Vinícius Torres Freire.
04:39Vinícius.
04:40Vejo, boa noite.
04:41Sobre Bolsa,
04:42a gente tem visto um fluxo caminhão mais positivo
04:46e a Bolsa, na verdade, apesar de estar em nível alto,
04:50ela não está assim tão alto,
04:52se você coloca a inflação aí na conta.
04:55Você acha que isso é fluxo, é temporário,
04:58é simplesmente um respiro
05:01daquela situação em que as ações estavam muito baratas
05:04ou isso tem realmente chances de ir para frente?
05:07Você falou que as empresas estão bem,
05:09que a atividade econômica não está tão ruim,
05:11mas isso também não serviu para levantar as ações mais cedo.
05:17Então, você acha que isso continua?
05:18Porque a gente vai ter turbulências aí.
05:19A gente está vendo alguma turbulência no mercado americano,
05:22a gente tem dezembro turbulento.
05:24Ou você acha que a economia rodando aí
05:27na casa de 2%, 1,8%,
05:29mais queda de taxas de juros
05:30e os Estados Unidos ficando por aí,
05:33a Bolsa se sustenta?
05:34Ou é uma coisa muito episódica?
05:37Tudo bem, Vinícius.
05:38Olha, eu falei da cereja do bolo
05:40que era a questão da guerra tarifária.
05:42Eu acho que nesse ponto,
05:43a cereja do bolo aqui é o ponto essencial.
05:46Se a gente ver essa expansão maior,
05:48esse humor mais positivo
05:49que a gente está vivenciando na Bolsa
05:51ao longo das últimas semanas,
05:53está muito atrelado a essa visão
05:54que foi passando ao longo desses últimos meses,
05:57especialmente nos últimos dois meses,
05:59de que aquela guerra tarifária,
06:00perda muito agressiva,
06:02que estava vindo em julho,
06:03foi para o espaço.
06:04A gente ainda é um cenário de negociação,
06:07que a gente vai ter um cenário
06:08muito mais positivo nesse sentido
06:10vindo pela frente.
06:11As empresas tendem a reagir positivamente
06:13nesse cenário.
06:14Agora, isso é um retrato do passado,
06:17do que a gente está vivendo agora,
06:18dessa dinâmica positiva
06:20em relação à guerra tarifária,
06:22mas concordo integralmente
06:24que olhando para frente,
06:25a gente tem duas coisas que são preocupantes.
06:27Uma é a atividade que está
06:28em desaceleração aqui dentro.
06:30A gente está falando de uma economia
06:31que ainda está crescendo agora,
06:32mas ela já está desacelerando
06:33e vai ter um crescimento ano que vem
06:35que vai ser em torno de metade
06:37do que é o crescimento em 2025.
06:39Isso tende a afetar preço de ação.
06:42E a segunda coisa é o mercado americano.
06:45Essa incerteza toda,
06:46e levando a um cenário,
06:47eventualmente, de um ajuste
06:49na Bolsa americana,
06:50que faça com que o processo excessivo
06:53possa aparecer com um pouco mais de intensidade,
06:55isso também faria com que a nossa Bolsa
06:57tivesse algum ajuste aparecendo.
06:59Então, Vinícius,
07:00a gente está num momento,
07:01talvez, positivo agora.
07:03Eu não vou dizer que...
07:04Não dá para dizer o tempo longo
07:06que a gente pode ter em relação a isso,
07:07mas eu diria que não tende a ser permanente.
07:10Porque tem esses dois grandes ajustes
07:12para acontecer pela frente
07:13que, infelizmente,
07:14colocam a perspectiva de Bolsa
07:16para um pouco pior ano que vem.
07:18Agora, quanto a juros,
07:20você disse que tem ainda gente
07:22na aposta de corte para dezembro,
07:24muito pouca gente,
07:26a maioria em janeiro,
07:27e eu vi muita gente hoje
07:29que já estava com vontade
07:31de mudar sua aposta para corte em março,
07:34dizendo que mudou,
07:35e outros só esperando sair a ata
07:37na terça-feira
07:38para dizer que, olha,
07:40ficou para março, pelo menos.
07:42No balanço que você viu aí pela praça,
07:45é mais ou menos isso?
07:46Porque eu vi mais gente
07:47empurrando para frente
07:49do que ficando na mesma.
07:52Vinícius, é isso mesmo.
07:53Eu não tinha uma ideia
07:54de que talvez em dezembro e janeiro
07:56haveria essa possibilidade,
07:57se o Banco Central
07:58tivesse dado algum sinal agora.
08:00Ele não deu absolutamente
08:01nenhum sinal,
08:02pelo contrário,
08:03ele manteve o mesmo tom,
08:05e aí em dezembro morreu.
08:06Aí você fica com a possibilidade
08:08dele fazer algum anúncio
08:09e para poder em janeiro
08:10talvez cair.
08:11Mas, em geral,
08:12a gente imaginaria
08:13que o BC já fosse
08:14suavizar um pouco as palavras.
08:16E as palavras
08:17não foram suavizadas.
08:18Então, dá um pouco a ideia
08:19de que sim,
08:20a gente pode de fato
08:21postergar essa queda
08:23lá para frente.
08:23Agora, começar a cair em março,
08:25o processo eleitoral
08:26está se aproximando,
08:29a gente vai ter toda a discussão
08:30da eleição,
08:31da questão fiscal em 2027,
08:33fica uma janela relativamente curta
08:34para você pensar
08:36em uma queda de juros
08:37mais intensa.
08:38Eu tenho dificuldade
08:38de ver,
08:39olhando o segundo semestre,
08:40o Banco Central
08:41a cada reunião
08:42ficar caindo taxa de juros,
08:43por mais que tenha
08:44razão econômica para isso.
08:46Eu acho que a janela,
08:47nesse sentido,
08:48por conta de ser
08:49uma janela eleitoral,
08:49é curta,
08:50precisaria ser no primeiro semestre.
08:52E eu acho que há razões
08:53econômicas razoáveis
08:54para se começar a fazer isso
08:56logo no início de 2026.
08:58Que não seja meio ponto,
08:59mas 0,25,
09:00dando uma sinalização
09:01de ajuste,
09:02acho que faria sentido econômico.
09:04E por quê?
09:05Porque a taxa real de juros,
09:07com o Banco Central
09:08mantendo em 15,
09:09significaria que ela estaria
09:10aumentando ao longo
09:12do primeiro semestre
09:13do ano que vem.
09:14Ou seja,
09:15você teria um aperto adicional
09:16de política monetária
09:17por conta disso.
09:18Não vejo razão
09:19para isso acontecer.
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