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A poucos dias da tarifa de 50% entrar em vigor, o consultor Welber Barral analisou os impactos no comércio exterior e o esforço diplomático do Brasil para tentar frear a medida. Indústria, agro e investimentos americanos podem ser afetados.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00Há poucos dias da entrada em vigor da tarifa de 50% dos Estados Unidos,
00:05será que ainda dá tempo para alguma mudança?
00:07Sobre isso e também os impactos para o Brasil,
00:11a gente vai conversar com o Welber Barral, consultor em comércio internacional.
00:15Welber, boa noite, obrigado por aceitar nosso convite mais uma vez.
00:19É sempre um prazer te receber aqui no nosso jornal.
00:22Bom, a gente conversou...
00:23Boa noite, Tia.
00:24Obrigada.
00:24A gente conversou no dia seguinte ao anúncio dos 50% do Donald Trump,
00:30e isso há quase três semanas.
00:33Naquele momento, o Brasil falava em retaliação,
00:35na quebra de patentes da indústria farmacêutica.
00:39Foram ameaças que não surtiram efeito?
00:41Ou são medidas que ainda podem estar na mesa do Palácio do Planalto?
00:46Tia, no Brasil não chegou a ameaçar.
00:48O que aconteceu foi a aprovação pelo Congresso Nacional da lei de reciprocidade
00:51que abre essas possibilidades para o Executivo brasileiro.
00:55Tudo ainda está sobre a mesa.
00:57Inclusive, o Brasil não sabe, formalmente, que não saiu um ato executivo,
01:02qual vai ser a ação efetiva do governo Trump.
01:06Hoje, houve vários rumores de que vários setores poderiam ser excluídos,
01:11que talvez ocorra uma tarifa universal para todos os países com que os Estados Unidos não fizeram acordo.
01:17Então, é muita novidade, mas nós não teremos uma certeza, provavelmente, até dia 1º.
01:23Qual é a sua avaliação sobre o governo brasileiro, a condução do governo brasileiro,
01:29dessa situação até aqui?
01:30Alguns diplomatas que a gente ouviu aqui no jornal foram enfáticos ao dizer
01:35que a negociação deveria ter sido conduzida desde o início pelo Itamaraty.
01:40Queria ouvir a sua opinião.
01:41Olha, veja bem, pelo que eu sei, o Midik e o Itamaraty coordenaram muito essa articulação,
01:49inclusive tentando acesso até pelo Ministério do Tesouro,
01:54o Departamento do Tesouro com o nosso Ministério da Fazenda.
01:56Em todos eles, a resposta foi que a interlocução teria que ser diretamente com a Casa Branca
02:02por conta dos temas políticos envolvidos.
02:04Então, o Brasil fez várias tentativas de negociação.
02:06Eu entendi que hoje a reunião dos senadores na US Chamber em Washington também foi muito positiva,
02:13mas nada conclusivo.
02:15A grande verdade é que a palavra final vai ser do Donald Trump.
02:18É, pois é.
02:19Queria te perguntar exatamente sobre essa comitiva de senadores que viajou para Washington.
02:23A gente até conversou agora há pouco com o Nelsinho Trad.
02:27Existe alguma chance, na sua opinião, Velber, deles terem acesso, terem êxito,
02:34nesse acesso direto à Casa Branca?
02:37Cristiano, o que nós temos desde o começo do governo Trump é uma falta de interlocução muito grande com o governo brasileiro.
02:43Isso já vem de algum tempo, já vem do outro governo Trump.
02:46Então, todas as tentativas estão sendo feitas.
02:49Por exemplo, a gente sabe que várias empresas americanas, principalmente grandes importadores do Brasil,
02:55estão enviando cartas para a Casa Branca, estão tendo reuniões com escalões mais baixos da Casa Branca,
03:01mostrando os grandes prejuízos que podem acontecer para a indústria americana,
03:06que importa muito do Brasil, importa muitas partes e peças do Brasil.
03:10Hoje, uma empresa americana me comentava que o que eles importam do Brasil não tem em outros lugares do mundo.
03:16Então, vai ter efeito sobre a cadeia industrial, principalmente máquinas e equipamentos,
03:20no caso das empresas americanas, sem falar da questão do suco de laranja, do café,
03:26e que o Brasil é o maior fornecedor para o mercado americano.
03:30Então, a gente sabe que vários importadores estão levando essas preocupações do lado americano,
03:34e isso pode sim ter algum efeito.
03:35Por outro lado, há informações também de que o deputado federal Eduardo Bolsonaro
03:41estaria atuando junto ao governo norte-americano para que restrições fossem impostas ao Brasil.
03:48E Donald Trump efetivamente citou o julgamento de Jair Bolsonaro e decisões do Supremo Tribunal Federal,
03:54naquela carta em que ele anunciou esses 50%.
03:57A gente está diante de um embrólio diplomático?
03:59Veja, Cristiana, existem vários temas aí que levaram a essa ameaça de 50%.
04:05Vai desde a questão da desdolarização, tem as questões das terras raras,
04:10tem a questão das redes sociais, que tem muitas reclamações contra o Brasil.
04:16Tem várias questões que levaram ao governo americano a levar esse nível de pressão,
04:20inclusive os processos judiciais no Brasil.
04:23Eu não acho que dá para dizer que um elemento, principalmente um elemento político,
04:28seja mais importante do que o lobby que algumas empresas americanas
04:34vêm fazendo contra o Brasil.
04:35O que a gente precisa contar é com o outro lado.
04:38A grande inter-relação que existe com os importadores do Brasil
04:42que vão ser muito prejudicados, se alguma medida como essa for de fato efetivada.
04:48Vou passar para a pergunta dos nossos analistas.
04:50Vamos começar pelo Alberto Azental.
04:51Barral, 50% de tarifa de importação é uma punição, na verdade é uma penalidade.
04:59Numa negociação comercial, tendo em vista que se aplica 50% para todos os produtos,
05:07primeiro, qual seria a meta ou a estratégia negocial?
05:12De 50% tem tal que? 20%, 25%, 30%?
05:15Segundo, pensando em diferentes produtos de diferentes setores, qual seria a estratégia?
05:2320%, 30% ou 35% para qual produto?
05:28Terceiro, tendo em vista que o Japão vai investir 550 bilhões nos Estados Unidos,
05:34eventualmente a Europa, a União Europeia, 600 bilhões nos Estados Unidos.
05:40O que o Brasil, nesse quesito, tem a oferecer aos Estados Unidos
05:48numa eventual negociação, numa mesa de negociação?
05:53Alberto, uma das dificuldades de fazer uma negociação muito rápida com os Estados Unidos
05:57é porque o Brasil tem uma relação com os Estados Unidos em vários setores diferentes,
06:01com várias características diferentes na parte comercial, na parte de regulamentação,
06:06na parte de requisitos.
06:07Então, hoje eu estava na Firjan, no Rio, com várias empresas exportadoras para os Estados Unidos
06:12e com várias situações muito diferentes.
06:14Mesmo alguns setores que o Brasil não é exportador transicional,
06:17tem algumas empresas que dependem muito do mercado americano.
06:21Então, nós temos várias situações diferentes.
06:22Agora, sendo realista, nenhum acordo até agora, os Estados Unidos baixaram de 15%,
06:28a não ser com o Reino Unido, que já foi há mais tempo.
06:30Todos os acordos recentes foram entre 15% e 20%.
06:33Então, essa tem sido a baseline que os Estados Unidos têm adotado.
06:38Segundo, alguns desses compromissos que o Japão e a União Europeia assumiram
06:43são compromissos retóricos muito poderosos que permitem ao Donald Trump
06:50cantar uma vitória nessas negociações.
06:53Mas a implementação disso é bem mais complexa,
06:56inclusive o tempo que é necessário para implementar esses compromissos.
06:59Isso leva o Brasil a tentar levantar também quais são concessões que poderiam ser feitas nos Estados Unidos.
07:06Por exemplo, na área de defesa.
07:08O Brasil já tem muitas encomendas nos Estados Unidos.
07:12Há uma relação muito grande na área de defesa.
07:14A gente sabe que o setor de defesa brasileiro tem tentado,
07:18tem sido também um mecanismo de conversa com os Estados Unidos.
07:22E aí há também muitos anúncios que poderiam ser feitos.
07:25É bom a gente lembrar, e isso é triste de dizer,
07:28mas que para o governo Trump é mais importante mencionar a vitória
07:33do que ter elementos efetivos de vitória.
07:36E o Brasil tem que aproveitar isso.
07:37Isso é triste mesmo.
07:39Vamos passar para o Vinícius.
07:39Vinícius.
07:41Barral, esticando um pouco a pergunta do Alberto,
07:45vamos supor que venham as tarifas de 20, 30, 40, 50,
07:52e que existe uma conversa, uma possibilidade de então conversar.
07:57Você acha que, realmente, a gente está falando muito de imposto e importação.
08:01Você agora acabou de falar que pode ter um caminho pelo aumento de encomendas de defesa.
08:06Mas você acha que em alguma negociação, os Estados Unidos vão abrir,
08:08tirando a parte política, que é inegociável,
08:10mas você acha que os Estados Unidos vão abrir mão de reivindicar ou exigir
08:17alguma mudança em área de barreira não tarifária,
08:20regulamentação de Big Tech,
08:22com ameaça de regulamentação que a gente ainda nem tem, na verdade,
08:26subsídio, compra governamental.
08:28Você acha que eles vão querer entrar por aí também?
08:31Você acha que o Brasil vai conseguir evitar alguma entrada nessa área regulatória,
08:35fora, além de, mero, não, além das tarifas, do nível de imposto?
08:42É interessante notar, Alberto, e o Alberto e todos vocês que perguntaram,
08:47o que é que a gente tem?
08:48Hoje, nós temos uma ameaça de tarifa para 1º de agosto,
08:52com base na lei de emergência.
08:54Como o Vinícius falou, tem vários outros temas
08:57que estão listados na investigação da Sessão 301,
09:01que é uma outra investigação, que já começou,
09:05que tem um prazo até dia 17 de agosto
09:08para as empresas e entidades brasileiras se manifestarem,
09:11e aí é uma lista de reclamações,
09:14que vão desde a questão da propriedade intelectual,
09:17contrafação de marcas, PICs, desmatamento, etanol,
09:24aí tem uma lista de reclamações que vão ser investigadas
09:27num processo bem mais longo, que pode durar até um ano.
09:30Ali haverá oportunidade de manifestação das entidades brasileiras,
09:34das entidades concorrentes americanas,
09:37vai haver uma audiência pública.
09:38Então, esses temas não saíram da pauta,
09:41mas eles serão tratados na 301.
09:44E aí haverá mais oportunidade de apresentação de provas
09:46e, eventualmente, de buscar compromissos bilaterais.
09:50O problema agora, o problema imediato,
09:52é essa ameaça de 50%,
09:54que, de fato, primeiro discrimina o Brasil,
09:57que seria a maior taxa cobrada pelos Estados Unidos depois da China,
10:01que hoje, na prática, chega a 55%.
10:05E a outra questão é que cria uma pressão muito grande
10:09e uma instabilidade muito grande,
10:12até para investimentos no Brasil.
10:13Então, acho que nós temos que atingir cada um desses problemas a cada vez.
10:22Imediatamente, nós temos a questão de 50%
10:24e aí, provavelmente, o Brasil, para conseguir até uma prorrogação,
10:29vai ter que fazer um sinal forte de concessões para os Estados Unidos
10:32e depois nós teremos uma negociação sobre vários pontos
10:37que são reclamações antigas até dos exportadores americanos
10:40que estão na investigação da Sessão 301.
10:43Velber, muito obrigada.
10:45É sempre um prazer mesmo te receber aqui.
10:47Volte mais vezes, a gente vai chamar muito.
10:50Obrigada, boa noite.
10:51Obrigado, senhor. Boa noite a todos.
10:53Obrigado, boa noite.
10:54Obrigado, boa noite.
10:54Obrigado, boa noite.
10:55Obrigado, boa noite.
10:55Obrigado, boa noite.
10:56Obrigado, boa noite.
10:57Obrigado, boa noite.
10:58Obrigado, boa noite.
10:58Obrigado, boa noite.
10:59Obrigado, boa noite.
11:00Obrigado, boa noite.
11:01Obrigado, boa noite.
11:02Obrigado, boa noite.
11:03Obrigado, boa noite.
11:04Obrigado, boa noite.
11:05Obrigado, boa noite.
11:06Obrigado, boa noite.
11:07Obrigado, boa noite.
11:08Obrigado, boa noite.
11:09Obrigado, boa noite.
11:10Obrigado, boa noite.
11:11Obrigado, boa noite.
11:12Obrigado, boa noite.
11:13Obrigado, boa noite.
11:14Obrigado, boa noite.
11:15Obrigado, boa noite.
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