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O especialista em investimentos da Saygo Comex, Murillo Oliveira, analisa o impacto das novas tarifas dos EUA sobre o Brasil e destaca o risco de queda no PIB já em 2025. Negociações entre Alckmin e Howard Lutnick tentam evitar perdas no comércio bilateral.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00Com o prazo de 1º de agosto se aproximando, o governo brasileiro tem buscado alternativas para negociar com os Estados Unidos.
00:09As tarifas impostas por Trump, nesta tarde, durante uma coletiva de imprensa, o vice-presidente Geraldo Alckmin informou
00:18que conversou com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, o Howard Lutnick, e destacou o interesse do Brasil em fazer uma negociação.
00:26Sobre esse assunto, nós vamos conversar com o Murilo Oliveira, que é especialista de investimentos da Saigo Comex, a quem eu agradeço a presença.
00:37Murilo, a gente tem falado com uma série de especialistas e as perguntas são um pouco repetitivas até para a gente medir a interpretação de cada pessoa em diferentes setores,
00:49sejam acadêmicos ou pessoas que atuam aí no setor de comércio exterior, de casas de análise, de agências de investimento.
00:59Então, eu queria saber as suas primeiras impressões.
01:02A gente teve um discurso mais inflamado do presidente Lula, falando que quem não quer negociar é o Donald Trump.
01:11Isso aí a gente já pode esperar que vai chegar aos ouvidos do presidente Donald Trump, se haverá uma resposta, isso fica em aberto.
01:21Mas, por outro lado, um perfil muito mais diplomático, muito mais pé no chão, aberto à negociação, com uma porta aí já aberta com o Howard Lutnick,
01:32o vice-presidente, que também é ministro do desenvolvimento, o Geraldo Alckmin.
01:36Mas, essas duas correntes, elas estão diametralmente opostas, um discurso mais inflamado e outro uma posição mais diplomática.
01:46Quem você aposta aí que os Estados Unidos vão ouvir primeiro, hein, Murilo?
01:52Boa noite, Marcelo. Boa noite, telespectadores.
01:57Perfeito. Bom, como você muito bem colocou, nós temos, de fato, posições divergentes.
02:04Bom, o fato é que nós estamos lidando aqui com um cenário que é extremamente desafiador.
02:13Nós temos um nível de tarifas que foi anunciado pelo presidente Donald Trump, que é válido a partir do 1º de agosto,
02:22que, de fato, ele gera um impacto econômico aqui para o Brasil que é muito relevante.
02:29Então, a gente está falando aqui de setores que são primordiais para a atividade econômica brasileira
02:35e que são responsáveis por uma grande parte das exportações nossas para os Estados Unidos,
02:42sobretudo os óleos brutos de petróleo, que são em torno de 30% das exportações,
02:48seguidos por metais, sobretudo aço e ferro, aço e alumínio, em torno de 20%,
02:56e seguido pelo setor agro, que é 10%, e também manufaturado, sobretudo ali com o principal driver, que é Embraero,
03:06com em torno de 6%.
03:07Ou seja, são setores que são imprescindíveis para a atividade econômica e, caso essas tarifas sejam válidas,
03:16nós estamos falando aqui de um impacto que nós mensuramos em torno de 0,3% a 0,4% no PIB ainda para 2025.
03:25Ou seja, o PIB sair de um nível de 2% ao ano para 1,7% ou até 1,6%.
03:34Então, é um impacto econômico relevante e essa situação deve ser buscado para que ela seja revertida tão rápido quanto possível.
03:46Então, existe sempre a chance de haver o taco trade, que é o Trump, ele coloca um nível elevado de tarifas,
03:56e uma vez que haja a negociação da contraparte, a disponibilidade para negociação,
04:02então, fica nem lá nem cá, fica no meio do caminho, fica no meio termo de tarifas.
04:08Então, isso deve ser buscado veementemente, então, deve haver um equilíbrio, de fato, nas negociações,
04:16que é um posicionamento, como nós temos visto, ali do vice-presidente,
04:22e procurando a negociação com o secretário Rutnik.
04:26Então, é essa posição que deve ser buscada necessariamente, porque é um impacto econômico que a gente não pode ter aqui para o Brasil.
04:39Porque a gente está falando de um cenário hoje, que é um cenário de inflação alta estruturalmente,
04:43nossa inflação em torno de 5,5% ao ano, junto com um cenário de aceleração econômica,
04:50apesar de uma política monetária restritiva do Banco Central,
04:53e a gente pode estar falando aqui de passar desse cenário para um cenário de desaceleração econômica com inflação alta.
05:00É um cenário muito ruim para a economia do Brasil.
05:03Então, esse posicionamento mais equilibrado, ele é o que deve ser buscado para reverter o nível de tarifas.
05:11Então, o presidente Donald Trump, no entanto, ele tem adotado uma posição mais firme com relação às negociações de tarifas.
05:23Então, isso não apenas na questão de tarifas, mas também na questão da tax bill que foi aprovada lá nos Estados Unidos,
05:32na questão do conflito do Oriente Médio, ele tem se mostrado mais firme,
05:36o que reduz a chance de haver esse taco trade, que é o Trump, ele voltar atrás.
05:41Então, esse cenário equilibrado, ele deve ser efetivamente buscado.
05:47E, sim, há uma chance de o Trump dar mais relevância a esse posicionamento do presidente aqui do Brasil.
05:59Mas, acredito que o que deva acontecer é um cenário de negociação mais equilibrado de tarifas.
06:08Agora, Morelo, você como um leitor, um especialista em investimentos e olha o cenário internacional mais neste pé da negociação
06:18e menos das relações internacionais, políticas e diplomáticas, eu vou aproveitar essa expertise para puxar o assunto para essa linha.
06:27O Trump conseguiu concessões importantes do México, do Canadá, mais recentemente do Japão.
06:35Agora, daqui a pouco a gente entra nessa notícia, acaba de sair uma informação da Austrália, que também aceita a carne americana.
06:41Isso era uma negociação que se arrastava por décadas.
06:44A Austrália tinha ali uma situação protecionista, óbvia, da própria carne.
06:50Mas, outros parceiros comerciais importantes estão faltando nessa conta.
06:56Mas, recentemente, ele também conseguiu uma sinalização, Tailândia, Filipinas, ele comemorou isso bastante, mas estão faltando.
07:02Como a gente viu agora há pouco no jornal.
07:05União Europeia, Brasil está nessa conta também, China, né?
07:10Então, o tal do taco, que é o Trump always sticking out, numa tradução menos literal,
07:15o Trump sempre amarela, ou ele se acovarda, ou ele dá um passo para trás.
07:20E nós estamos falando de um presidente que é menos político e mais um homem de negócios, ele fala disso orgulhosamente.
07:27Agora, essa lista está apertando, ele está ficando ali meio numa sinuca de bico,
07:31porque ele está perdendo importantes parceiros comerciais que ainda não assinaram os acordos.
07:37Até vou excluir o Brasil, estou falando de União Europeia e China, que são os maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos.
07:43Isso pode apertar o Donald Trump, o homem de negócios, a olhar mais pragmativamente para a situação?
07:55Acredito que sim, Marcelo.
07:58E, sobretudo, com a União Europeia.
08:02Então, hoje, a União Europeia, como vocês muito bem noticiaram, aprovou já uma retaliação,
08:10caso não se chegue a um acordo de tarifas.
08:13E, hoje, o nível de tarifas é proposto de 30%, que foi anunciado pelo presidente Donald Trump.
08:23Então, há uma expectativa até do mercado que chegue a 15%.
08:27Saíram algumas notícias nessa linha, o que seria um cenário mais benéfico.
08:32Eu acredito que esse cenário de meio termo, no 15%, ele seja um cenário mais provável,
08:39tendo em vista esse posicionamento de chegar no meio termo.
08:44Não ser nem tão agressivo quanto o que é inicialmente anunciado,
08:51mas, devido ao posicionamento mais firme também da União Europeia,
08:54chegar ali num meio termo, que seria essas tarifas no nível de 15%,
08:59que é um número que o mercado já está precificando, acredito que seja um cenário provável.
09:05Além disso, com a China, então, a gente está falando do nível de tarifas que ele partiu de 100%,
09:13foi equilibrado para 30%, que foi uma trégua, né?
09:16Então, essa trégua acaba em 12 de agosto, mas acredito que também China deva se manter ali
09:23pelo menos em 30% ou alguma coisa abaixo disso.
09:26Ou seja, eu acredito que sim, o Trump, ele pode buscar um cenário mais equilibrado
09:32e chegar ali no meio termo, né?
09:35Sobretudo para a União Europeia e para a China.
09:39Aqui no Brasil, a probabilidade maior, até o que tem sido precificado pelo mercado,
09:45é de uma manutenção dos 50% de tarifas, a não ser que haja algum revés
09:53e que é o que, ao meu ver, deve ser buscado, como eu comentei,
09:56um cenário de equilíbrio nas negociações devido ao impacto econômico aqui no Brasil,
10:01que de fato é muito relevante.
10:05Tendo isso também em consideração, o Trump, ele tem comentado muito sobre a questão do dólar,
10:11da estabilidade do dólar como vasto monetário global e que deve continuar assim.
10:18Então, acredito que também por isso ele vai buscar esse acordo com a União Europeia e China
10:25e a União Europeia ali talvez em torno de 15%, no meio termo,
10:30até porque o mercado tem precificado um dólar mais fraco por conta desse risco
10:37de uma atividade econômica nos Estados Unidos desacelerando,
10:41não que chegue a uma recessão, acredito que a recessão já saiu do preço do mercado
10:46ou a probabilidade é muito pequena, mas o mercado precifica uma desaceleração econômica.
10:51E, portanto, ocorre uma venda grande de dólar global.
10:54O DXY, que é o índice global do dólar, ele tinha até recuperado com algum otimismo
11:00com as negociações de tarifas, sobretudo com o adiamento para o 1º de agosto,
11:06mas agora ele volta a ficar mais vendido, portanto, o mercado vendendo o dólar globalmente.
11:12Então, o Trump também está olhando para isso e deve buscar um cenário de equilíbrio
11:16nas negociações para a balança comercial, atividade econômica dos Estados Unidos
11:21e também olhando a estabilidade da moeda.
11:24Queria agradecer a conversa que eu tive com o Murilo Oliveira,
11:26especialista em investimentos da Saigo Comics.
11:30Até uma próxima, Murilo. Obrigado mais uma vez.
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