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Nelson Marconi, economista da FGV, analisa os efeitos do tarifaço de Trump sobre a balança comercial dos EUA e o impacto nos mercados emergentes, como o Brasil. Ele também comenta a reação contida do mercado à prisão de Bolsonaro e os fatores que limitam o efeito da política no comportamento dos ativos.

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Transcrição
00:00E sobre o resultado da balança comercial dos Estados Unidos e também a política tarifária do presidente Donald Trump,
00:07eu converso agora com Nelson Marconi, que é economista e professor da Fundação Getúlio Vargas.
00:13Oi, Nelson, boa noite para você. Muito obrigada pela sua participação com a gente ao vivo aqui no Conexão.
00:19Boa noite, Paula. Tudo bem e você?
00:21Tudo ótimo. Muito obrigada por perguntar.
00:23Bom, Nelson, a gente estava falando já desse tema com a nossa repórter, Luiz Maiana, lá em Washington.
00:28O resultado foi um pouco melhor do que previam os analistas.
00:32O tarifácio já fazendo efeito, a maior parte dessa redução, a gente pode dizer que se deve à queda das importações?
00:40E de quais setores, você diria?
00:43Olha, realmente a gente pode já ter um ligeiro impacto das importações, uma estratégia dessa baseada em posição de tarifas,
00:57faz com que realmente mude o comércio, né?
01:00Quer dizer, tarifa é preço, é como se fosse uma taxa de câmbio, é como se fosse alguma outra medida que alterasse os preços no imposto,
01:07alguma coisa que alterasse os preços no mercado.
01:09Isso necessariamente vai mudar o saldo comercial, né?
01:13Primeiro porque o país vai importar menos, primeiro vai ser esse efeito dos preços,
01:21e o segundo efeito que vai ocorrer a médio prazo pode ser uma queda do nível de atividade.
01:26Se ocorrer realmente uma queda do nível de atividade, a gente não sabe ainda muito bem o que vai acontecer,
01:31isso também impacta negativamente a balança comercial americana.
01:36Quer dizer, impacta negativamente as importações, desculpe, né?
01:39E acaba diminuindo as importações e provocando um efeito, um superávit maior na balança comercial.
01:48Desculpe, eu quis dizer o impacto negativo nas importações.
01:51Agora, Nelson, você falou exatamente sobre isso, né?
01:53Sobre os impactos da balança comercial, né?
01:56Com esse novo cenário para os Estados Unidos,
01:59mas pensando agora ao contrário, como que esses dados da balança comercial dos Estados Unidos
02:03impactam os mercados emergentes, principalmente o Brasil?
02:06Falando para o impacto daqui agora.
02:09Então, se realmente os Estados Unidos estão importando menos, começaram a importar menos,
02:14primeiro por efeito preço, segundo por efeito que a gente chama quantidade,
02:18se realmente diminuiu o nível de atividade lá,
02:20isso vai ter um impacto aqui nas nossas exportações para eles.
02:24Então, isso vai ter um impacto negativo na nossa balança comercial.
02:27Qual é a magnitude desse impacto?
02:29A gente não sabe ainda muito bem,
02:31porque alguns setores que exportam produtos que são relevantes para os Estados Unidos,
02:37como o petróleo, etc.,
02:38acabaram ficando de fora do tarifácio.
02:40Mas tem outras coisas que são importantes,
02:42café, alguns tipos de ferro,
02:46alguns tipos de produtos que ainda estão sendo afetados pelo tarifácio
02:50e pelo jeito vão continuar sendo afetados.
02:53Então, a gente vai ter um impacto aí.
02:55Esse impacto reduz as nossas exportações,
03:00não necessariamente aumenta as importações, mas reduz as exportações
03:04e tem um impacto na produção doméstica.
03:06Isso também gera um impacto negativo no nosso nível de atividade.
03:10Essa queda foi maior,
03:12a queda no déficit foi maior no setor de bens,
03:15porque parece que o superávit no setor de serviços
03:18é o que continua sustentando a balança comercial americana.
03:22Houve alguma surpresa nesse componente, na sua leitura?
03:26Não.
03:27Então, o governo americano taxou fundamentalmente bens,
03:34produtos que são o que a gente chama de parcela dos bens
03:37que compõem a balança comercial.
03:39Os serviços, ele ainda não...
03:42Na verdade, ele já é superavitário há muito tempo.
03:46E é essa que é a briga.
03:47Ele quer continuar sendo superavitário,
03:49ele quer continuar exportando os serviços de comunicação,
03:54ele quer continuar exportando os serviços
03:56que a gente chama de serviços modernos,
03:58consultoria, ele quer continuar exportando os serviços financeiros,
04:03quer dizer, tem uma série de coisas que ele acaba vendendo para os outros países,
04:09até porque ele tem várias subsidiárias em outros países
04:14que operam nessa área de serviços.
04:15E essa é uma das grandes brigas, ele quer manter esse superávit
04:19e aumentar o superávit, digamos, na balança de bens.
04:25Então, isso ele quer mudar ao longo do tempo, essa composição.
04:28Mas não vejo nenhuma surpresa nisso.
04:30O fato do serviço ter continuado bastante...
04:34Bastante não, mas superavitários,
04:36e é isso que ele pretende fazer ao longo do tempo,
04:39tornar os dois superavitários, tanto os bens como os serviços.
04:42É, deixar isso igualado, né?
04:44Bom, a gente falou bastante, então, de Estados Unidos, Nelson.
04:47Agora, falando de Brasil, a gente até mostrou aqui na programação,
04:51ao longo da programação do Times Brasil, durante todo o dia,
04:55que a Bolsa, ela andou meio de lado aqui, né?
04:58Por que a prisão de Bolsonaro não gerou, ao seu ver,
05:01uma reação expressiva aí nos mercados locais?
05:03Olha, porque, de certa forma,
05:07mais dia, menos dia,
05:10era um evento que já estava previsto que fosse acontecer, né?
05:14Tá certo?
05:14Poderia acontecer mais para frente,
05:16se realmente o processo...
05:19Se não tivesse tido esse cenário todo agora, né?
05:22Tá certo?
05:23De exposição às redes sociais, né?
05:27Certo?
05:27Se o Bolsonaro...
05:28Se o rito processual, ele ainda está no caminho certo, né?
05:31Mas se não tivesse toda essa, vamos dizer,
05:33forçação de barra do Bolsonaro e da família
05:36para ser agora, tá certo?
05:39De certa forma, punido, né?
05:41Ele acabaria sendo preso, de qualquer forma, mais para frente, né?
05:45Seria uma prisão domiciliar ou não?
05:47Quer dizer, ele acaba sendo punido
05:49e toda uma boa parte dos agentes econômicos,
05:52de certa forma, já esperavam que isso ia acontecer em algum momento.
05:56Então, isso já estava, como a gente fala, contabilizado, né?
05:59Já estava no preço.
06:01Certo?
06:01Não há uma grande novidade.
06:03O que pode provocar alguma mudança aí, na verdade,
06:07é a reação que pode vir dos Estados Unidos em relação a isso.
06:11Se pode vir alguma outra, vamos dizer,
06:14alguma outra retaliação do ponto de vista tarifário,
06:17do ponto de vista comercial, isso a gente não sabe ainda.
06:19Mas, por enquanto, no mercado doméstico,
06:21não é nada que já não se tivesse precificado para o futuro.
06:25É, então, exatamente.
06:26Você comentou, né?
06:28O fato disso já ser esperado.
06:30Já tinha um grau aí de incerteza, um pouquinho, né?
06:33Sobre esses eventuais desdobramentos na notícia.
06:36Mas a distância também do período eleitoral
06:38limita também qualquer influência mais consistente também
06:42sobre os preços de ativos financeiros, né?
06:44Acho que é mais por esse lado que você mencionou mesmo,
06:47de agora esperar realmente se vai haver uma ligação de Trump com Lula,
06:52que na verdade hoje já foi dito que não haverá, né?
06:56E aguardar o que vai acontecer, se Trump vai se pronunciar em relação a Bolsonaro.
07:01Aí sim, isso daí vai ficar bem balançado, não?
07:04Exato.
07:05Eu acho que o que vai contar aí no futuro é o impacto que esse tarifácio
07:09e essas medidas vão ter sobre o nível de atividade aqui no nosso mercado,
07:14no mercado doméstico, né?
07:15Se isso provocar uma queda no nível de atividade,
07:18acho que é essa que é a estratégia do Trump,
07:21de certa forma, junto com o Bolsonaro,
07:22é tentar reduzir, provocar uma queda no nível de atividade, né?
07:27E fazer com que isso tenha um revés para o governo.
07:31Acho que é cada vez mais claro que é isso que ele está tentando fazer,
07:34está jogando politicamente, mas é para ajudar, de certa forma, lá na frente.
07:39Ajudar, que eu digo, né?
07:40Ajudar o próprio candidato da oposição, que no caso não será o Bolsonaro,
07:44mas será um candidato muito provavelmente ligado a ele, né?
07:48Tá certo?
07:48Ou ligado à direita, né?
07:50A gente espera até que seja uma coisa mais de centro,
07:52mas não necessário, a gente não sabe ainda o que vai acontecer.
07:55Mas, de toda forma, é isso que vai ser determinante.
07:59E, por enquanto, não está muito claro, né?
08:00Os analistas dizem, olha, em função da redução do tarifácio,
08:04o impacto sobre o nível de atividade não vai ser tão grande,
08:06outros dizem que vai ser maior,
08:08outros dizem que vai cair a inflação.
08:11São várias possibilidades, mas isso não está muito claro.
08:14E é isso que vai desenhar esse jogo da Bolsa,
08:18do próprio nível de atividade no ano que vem e a própria eleição.
08:21Eu acho que é cedo ainda para a gente dizer qual vai ser o efeito.
08:25É isso aí.
08:26Muito obrigada, Nelson Marconi,
08:28economista e professor da Fundação Getúlio Vargas.
08:31Muito obrigada pela sua participação ao vivo com a gente
08:34e até a próxima.
08:35Tchau, tchau.
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