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Com o impasse tarifário entre Brasil e Estados Unidos, os minerais estratégicos ganham protagonismo nas negociações. O país detém cerca de 25% das reservas mundiais de terras raras, como lítio e nióbio, essenciais para setores de alta tecnologia e defesa. A oportunidade de agregar valor à cadeia produtiva pode reposicionar o Brasil na nova ordem geoeconômica. Vitor de Pieri, professor da UERJ e especialista em RI, analisa o cenário com foco em impactos econômicos, potencial de industrialização e os riscos ambientais do setor.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00A tentativa de negociação do Brasil com os Estados Unidos em torno do tarifácio
00:04ganhou novos contornos a uma semana de a nova taxa entrar em vigor.
00:10Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração, os norte-americanos estão interessados em acordos
00:15para a aquisição de minerais estratégicos, como lítio, nióbio e terras raras.
00:22São elementos químicos fundamentais para a fabricação de produtos de alta tecnologia,
00:27incluindo automóveis e armamentos.
00:30O presidente Lula defendeu ontem a soberania nacional sobre esses recursos.
00:36Para analisar esse possível caminho na negociação, eu converso agora com o Vitor de Pieri,
00:42professor associado do Instituto de Geografia da UERJ e especialista em geopolítica e relações internacionais.
00:50Vitor, boa noite. Obrigado pela gentileza aqui da sua participação.
00:53Vitor, o Brasil já exporta esses minerais para os Estados Unidos?
00:59Então, Fábio, o Brasil tem grandes reservas, são 25% das reservas mundiais aproximadamente,
01:07e ainda está começando o processo de exploração.
01:10A gente tem que aproveitar esse momento, acredito eu, tirar esse debate da esfera político-eleitoral
01:19e trazer para uma questão que pode ser, que é relevante para o país.
01:26A gente está debatendo temas geopolíticos, a gente está num mundo cuja a ordem mundial está sendo alterada.
01:37Nós temos dois grupos muito evidentes aí, um ocidente em decadência,
01:42e temos um grupo formado por países do sul global que tem se destacado no cenário geoeconômico.
01:51E o Brasil é um dos países que pode se destacar nos próximos anos como um grande influenciador,
02:03uma grande potência mundial.
02:06E para isso, a gente possuir essas grandes reservas em terras raras é um potencial muito grande
02:16que o Brasil deve saber explorar, não só explorar, ele deve saber processar,
02:22ele deve incorporar a indústria de alta tecnologia e, quem sabe até,
02:28se transformar, transformar a indústria nacional como uma indústria de alta tecnologia.
02:35Então, a gente está começando agora a explorar,
02:39mas eu acredito que se o Brasil souber aproveitar essa oportunidade,
02:48ele pode, além de explorar, processar, incorporar e, logicamente,
02:55vender o produto com maior valor agregado aí até mesmo para os Estados Unidos.
03:00O Brasil tem hoje, pelo que se sabe, a segunda maior reserva,
03:05a gente só fica atrás da China.
03:06O que você está explicando é que, embora a gente tenha essa reserva toda,
03:10o que a gente explora, o que a gente processa desses minerais,
03:14ainda é pouco relativamente falando, é isso?
03:17Sim, exatamente.
03:19Inclusive, o governo federal tem lançado agora, a preocupação dele é que essa exploração
03:24não seja só pautada no produto bruto,
03:30ela seja transformada em produtos com valores mais agregados.
03:35Então, para quê?
03:38Para que o país seja favorecido no comércio exterior
03:41com a exportação desse mineral, desses minerais.
03:49Então, ainda tem muita coisa, tem muitos estudos e muito trabalho pela frente
03:54e muito planejamento por parte do governo.
03:57Por isso que a gente tem que, de qualquer forma, tirar esse debate da esfera político-eleitoral
04:05e trazer para uma esfera geopolítica, uma esfera que pensa o planejamento do Brasil
04:11a médio e longo prazo.
04:13O presidente Lula, inclusive, sobre esse interesse dos americanos,
04:18ele até deu uma declaração dizendo que não ninguém põe a mão nesses nossos recursos.
04:23Faz sentido essa preocupação?
04:27Eu acho que faz, porque para a gente começar a explorar,
04:32a gente tem que saber das dimensões, de como trabalhar esse material
04:38e de como ganhar, agregar valor a essa exploração.
04:44Então, não é somente, a gente não tem que se preocupar somente em exportar produto bruto.
04:52Então, o Brasil, a ideia, pelo que eu percebi do governo federal,
04:56é se pensar formas de incorporar esse produto à indústria de alta tecnologia.
05:05Agora, é algo que a gente deva ter algum melindre, algum temor de vender para outros países?
05:16Não, mas temor não.
05:19Mas a questão é, como a gente pode vender ganhando mais?
05:26Exportando o produto bruto ou transformando ele em produtos que incorporam valor agregado?
05:35A gente tem que se preocupar com isso, inclusive pensar se conseguimos, eventualmente,
05:44trabalhar a indústria nacional, desenvolver a indústria nacional
05:49por trás de todo esse recurso que a gente possui no nosso país.
05:53São recursos brasileiros, que estão em território nacional,
05:59por isso que a gente tem que tomar muito cuidado das formas de exploração dele.
06:05Então, o Brasil, ele possui aí uma...
06:11Ele pode se inserir nessa nova ordem mundial a partir de diversos elementos,
06:16e um deles é a exploração desses recursos que a gente tem,
06:21que são recursos tão valiosos aí para a indústria de alta tecnologia.
06:25Você comentou que a gente ainda explora pouco esse recurso.
06:30Quanto tempo o Brasil levaria para ganhar escala nessa exploração, nesse processamento?
06:36E o que é que seria possível, aliás, o que é que seria preciso para ganhar essa escala?
06:41Teria que ter a participação do governo investindo?
06:43Como é que teria que ser um processo como esse?
06:45Eu sempre disse que o Brasil só vai conseguir se desenvolver quando pensar,
06:54começar a valorizar a ciência, tecnologia e inovação.
06:58Então, é necessário que o governo invista nisso, invista nas universidades,
07:04pense aí, pesquise realmente qual o potencial que o Brasil tem de exploração
07:11e de incorporação dessas terras raras à indústria nacional, à indústria mundial,
07:22mas já de uma forma com um valor agregado mais incluído aí no produto exportado.
07:29Então, acredito que em alguns anos ainda a gente tenha aí para saber,
07:37conseguir explorar de maneira mais eficiente esses recursos.
07:42Eu queria te pedir rapidamente, Vitor, para explicar para a gente um pouco
07:45de como é que é essa exploração, porque é um recurso que ele vem com uma série
07:50de outros minerais ali, tem que ser separado, não é isso?
07:52Ele é encontrado na natureza em quantidade pequena, me corrija se eu estiver errado.
07:57Então, eu queria entender um pouco como é que é esse processamento,
07:59e que tipo de impacto ambiental ele tem também.
08:03É, a questão ambiental tem que ser levada em conta, né?
08:07Então, você explorar mineral é você trabalhar bastante aquele ambiente, né?
08:15Você transformar bastante.
08:16Então, são temas que têm que ser realmente levados em conta, né?
08:24Se explora muito, né?
08:28Se mexe muito no solo, na terra, e se obtém pouco daqueles 17 elementos, né?
08:38Da tabela periódica que estão importantes para a indústria de alta tecnologia.
08:43Então, por isso mesmo, antes de explorar, é importante a gente ter um estudo muito mais detalhado
08:50do potencial que o Brasil tem e de como transformar esse potencial em algo mais valorizado para o nosso país, né?
09:02Vitor de Pieri, professor associado do Instituto de Geografia da UERJ,
09:06especialista em geopolítica e relações internacionais.
09:09Obrigado, Vitor, pela sua análise aqui.
09:11Um bom fim de semana.
09:13Eu que agradeço, Fábio.
09:15Bom fim de semana.
09:15Um abraço.
09:16Obrigado.
09:16Um abraço.
09:17E aí
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