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A tarifa de 50% imposta pelos EUA atinge cerca de US$ 14,5 bilhões das exportações do Brasil. Especialistas alertam que a realocação de mercados é difícil, lenta e sem garantia de retorno rápido. Setores como calçados, têxteis e máquinas estão entre os mais prejudicados, com risco elevado de perda de competitividade.

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Transcrição
00:00E a tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos atinge cerca de 14,5 bilhões das exportações brasileiras e demanda uma realocação de mercados.
00:10No fim de semana, a China divulgou que habilitou novas empresas do Brasil a vender café, gergelim e farinha de aves, suínos e peixe para o mercado chinês.
00:20Mas ainda há os setores de calçados, têxteis e máquinas que tendem a sofrer bastante impacto.
00:26Sobre isso, eu converso agora com José Alfredo Graça Lima, que é vice-presidente do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais.
00:37Oi, José Alfredo, boa noite para você. Seja muito bem-vindo à Conexão.
00:42Boa noite, Paula.
00:43Boa noite. José Alfredo, na sua opinião, quais serão os casos mais dramáticos dentre esses que a gente citou aqui?
00:51Bem, dependendo da dependência que cada setor tenha do mercado norte-americano, você vai ter um maior ou menor impacto.
01:06Eu lembro, por exemplo, que o acesso de carne, que tem sido muito falado, ao mercado americano, é um desdobramento relativamente recente.
01:20De modo que, até porque a carne brasileira é exportada para centenas, ou mais de uma centena de países,
01:30é um setor que pode se ajustar com mais facilidade a essa nova realidade.
01:38A carne estando fora da lista de exceções, será mais o caso de ela encontrar destino em outros mercados.
01:52É diferente o caso daqueles frigoríficos que exportam, há um frigorífico ou dois no Mato Grosso do Sul,
02:01que exporta exclusivamente para os Estados Unidos.
02:05Esse, naturalmente, que sofrerá o maior impacto de todos.
02:10Mas é preciso ver, caso por caso, esse grau de dependência, também se o produto é perecível ou não,
02:23se ele pode ser estocado, se ele vai em que medida também ser beneficiado por essas medidas que o governo está desenhando
02:31para poder preservar empregos, preservar até a própria produção e fazer face, portanto, a essa tarifa, que é proibitiva de 50%.
02:47Agora, essa realocação dos mercados tem uma série de desafios.
02:51São destinos que podem levar tempo, envolve também barreiras técnicas e também não garante um retorno no curto prazo.
02:58É, é isso que acontece quando você tem um mercado que se fecha, mas, de qualquer maneira, não é o único.
03:12O que me preocupa mais é o fato de os países com que os Estados Unidos fizeram acordos,
03:21ou entabularam algum tipo de negociação, de acesso recíproco, vamos chamar assim,
03:30que eles não cumpram a causa de nação mais favorecida, ou seja, que a preferência seja dada só para os produtos importados dos Estados Unidos.
03:42Aí, além de ser uma violação, os países que, enfim, teriam que buscar destino para as suas exportações,
03:52como é o caso do Brasil, pelo fato de a tarifa ser tão alta, não vão ter acesso tão desimpedido quanto seria desejável.
04:05Outro ponto que me intriga nesse processo é o fato de os americanos, em algum momento, em nenhum momento,
04:14por tudo que eu tenho lido e ouvido, fizeram qualquer exigência de acesso ao mercado brasileiro.
04:26Eu não sei se isso está por vir ou se até foi objeto de algum tipo de conversa.
04:36É uma demonstração, talvez, de que o fundamento da aplicação da tarifa de 50% não é econômico comercial,
04:48mas é mais mesmo político.
04:53É o reconhecimento de que os Estados Unidos não precisam de mais, de melhores condições de acesso no mercado brasileiro.
05:01Essas já estão dadas, tanto que o país é superavitário nas trocas com o Brasil.
05:10A gente pode considerar o mercado asiático como a principal estratégia para, de repente, realocar toda essa mercadoria?
05:18Na sua opinião?
05:20O mercado asiático não só tende a crescer, como ele está cada vez mais propenso a adquirir produtos,
05:36sobretudo aquilo que o Brasil faz e faz competentemente,
05:42que são matérias-primas, produtos agrícolas, alimentos, sobretudo.
05:50A demanda chinesa tem sustentado a balança comercial do Brasil
05:57e não é à toa que o Brasil é um dos poucos países do mundo que tem superávit com a China,
06:05graças às exportações de soja, de minério, também de petróleo.
06:11O interessante da relação com os Estados Unidos é que uma parte considerável das exportações,
06:21uma parte considerável do comércio, melhor dizendo,
06:25é entre as firmas, entre setores do mesmo grupo,
06:32de modo que isso tornava o comércio, ou torna ainda,
06:38porque houve exceções, caso específico da Embraer,
06:44em que a gente compra peças e componentes e vende as aeronaves.
06:50É assim que o comércio se realiza.
06:52É um processo, de qualquer maneira, bem longo.
06:57Se você vai exportar mais para os países asiáticos,
07:04vai depender também de como esses mercados vão se desenvolver
07:12e também como vão tratar os outros parceiros, além dos Estados Unidos,
07:16como eu estava dizendo no começo.
07:17É, eu acho que vale a gente lembrar também aqui, nessa discussão, nessa análise,
07:23que tem também a questão da limitação de renda desses países
07:25versus a capacidade de absorção.
07:29Certamente.
07:29O mercado americano era, até agora, o mercado de última instância,
07:35todo mundo exportava para os Estados Unidos, exportava em grandes quantidades,
07:42ou tanto quanto o mercado podia absorver.
07:45E é uma demanda muito alta para atender,
07:55ou para que pudessem ser oferecidos, não só bens de consumo,
08:01mas também semi-manufaturados, insumos para as indústrias.
08:10Era uma situação que é bastante favorável para o crescimento da economia global.
08:20Isso está, então, agora se modificando com o tarifaço.
08:25Você acompanhou a entrevista com José Alfredo Graça Lima,
08:29que é vice-presidente do Conselho Curador do Centro Brasileiro de Relações Internacionais.
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