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O tarifaço dos EUA gerou medidas emergenciais do governo brasileiro para apoiar os setores mais afetados. Mas os auxílios anunciados serão suficientes para mitigar os impactos? Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating, analisou o assunto no Jornal Times Brasil - Exclusivo CNBC.

Acompanhe a cobertura em tempo real da guerra tarifária, com exclusividade CNBC: https://timesbrasil.com.br/guerra-comercial/

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Transcrição
00:00E nós seguimos falando sobre a reação do Brasil ao tarifácio, sobre isso eu converso agora ao vivo com Alex Agostini,
00:06que é a economista-chefe da Austin Rating, está com a gente nessa noite. Alex, boa noite, bem-vindo.
00:13Olá, Natália, boa noite.
00:15Bom, qual que é a sua avaliação até agora, né, sobre esse plano Brasil soberano do governo federal, hein, Alex?
00:24Olha, Natália, por incrível que pareça, né, Donald Trump ajudou o Brasil de alguma forma, né?
00:30Ou seja, colocou na mesa de discussão do governo brasileiro um plano de contenção chamado Brasil soberano,
00:38que, olha, pode ajudar e muito as empresas no Brasil, primeiro, a ter melhor eficiência,
00:46conforme o governo tem linhas de créditos, pode ajudar as empresas a ter ali uma reorganização financeira,
00:53ter mais fôlego, para, inclusive, nesse processo de abertura de novos mercados, né?
00:59Então, vamos olhar por esse lado positivo de toda essa queda de braço.
01:04Então, o governo agiu e agiu rapidamente e de forma muito positiva,
01:09tanto fazendo ali tanto a questão de uso de linhas de crédito do BNDES,
01:13que é a essência do BNDES, ajudar as empresas de um país a se desenvolver,
01:18esse é o caminho, tem a segurança das linhas de crédito para os bancos, né?
01:22Então, o governo dá essa garantia e as empresas vão ganhar tempo, naturalmente,
01:27para encontrar novos mercados.
01:29O impacto, o estrago, não foi tão grande como aquele que a gente imaginava inicialmente.
01:35Claro, ainda é muito incipiente, né?
01:37Ou seja, ainda é muito recente todos os efeitos.
01:40Vamos ver agora como que se dará ao longo do mês de agosto e início de setembro.
01:46Aliás, é por isso até que o governo vai começar a avaliar as empresas no início de setembro,
01:51que ele vai ter tempo de ver, de fato, quais são as empresas elegíveis.
01:55Então, o governo agiu rápido, agiu corretamente e em todas as frentes,
01:59dando crédito, dando linha, créditos fiscais, linhas e abrindo novos mercados,
02:05linhas de financiamento de novos mercados.
02:07Então, eu acho que do pior cenário que estava sendo ali configurado no início do anúncio do Tarifácio,
02:13a gente passa para ter um cenário um pouco mais otimista em relação àquele inicial, né, Natália?
02:20Sim.
02:21Bom, bem na linha do que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse hoje, né?
02:24De enxergar o copo meio cheio aí, nesse empurrão para modernizar essa questão do financiamento.
02:29Agora, Alex, eu queria te ouvir sobre valores,
02:31porque as linhas de crédito de 30 bilhões de reais do Fundo Garantidor de Expostações,
02:37mais os 10 bilhões via BNDES, são valores suficientes no seu ponto de vista?
02:44Olha, se a gente, provavelmente, o governo, o que ele fez?
02:49Ele olhou qual é a pauta de exportação, quais são os produtos que estão sendo taxados 50%,
02:54identificou ali os setores e eles conseguiram chegar a alguns valores,
02:58que muito provavelmente eram inicialmente 30 bilhões,
03:02depois mais alguns cálculos chegaram a 40 bilhões,
03:05por isso teve essa linha de 10 adicionais, né?
03:08Então, provavelmente, o governo já fez todos esses cálculos, muito provavelmente.
03:12O governo tem uma equipe técnica muito eficiente, muito qualificada,
03:18então, provavelmente, sim, será suficiente para esse início, né,
03:23pós-tarifácio, as empresas terem esse fôlego até, naturalmente, de novo,
03:29o mercado doméstico absorver parte dessa produção, que isso vai acontecer,
03:34novas frentes, como o próprio vice-presidente Geraldo Alckmin disse,
03:39estão conversando com o México, mas aí tem outras frentes,
03:42a própria China, né, Natália, já se colocou à disposição de ampliar a relação com o Brasil.
03:49O que a gente precisa acompanhar é que, no lado do agronegócio,
03:54um setor que tem sofrido com custos muito elevados,
03:57vamos lembrar que o Trump ameaçou o Brasil em taxarem mais 50%
04:04se o Brasil fazer relações com a Rússia,
04:07e o Brasil importa muito fertilizante com a Rússia,
04:11e esse é um risco, e vai lembrar que o agronegócio no Brasil
04:14é um setor bastante competitivo,
04:16que muitas vezes carregou a economia brasileira,
04:20então, é importante também acompanhar esses dobramentos.
04:23Agora, rapidamente, pegando os últimos acontecimentos do lado político
04:28e que afetou também o judiciário, com as últimas revelações,
04:33talvez isso possa alertar os Estados Unidos
04:35de qual é a real situação dessa relação política e judiciária aqui no Brasil,
04:42e talvez essa comitiva de empresários, diante desse novo cenário,
04:47pode ter sucesso nas negociações,
04:49e aí o governo norte-americano reaver a sua posição.
04:54Certo. E, Alex, a Mariana Almeida, a nossa analista,
04:58está com a gente nessa noite, tem pergunta para você também, né, Mari?
05:01Isso. Oi, Alex, boa noite.
05:03Eu queria voltar no tema da diversificação de mercados,
05:06porque neste momento o pacote, o crédito,
05:09está direcionado a quem, como você já comentou,
05:11perdeu parte da receita, né?
05:13Perdeu mais, proporcionalmente, parte da sua receita em função do tarifácio.
05:16Agora, essa instabilidade em relação ao mercado norte-americano,
05:20quer dizer, a confiabilidade que se tem de,
05:23pô, vou construir a minha operação aqui voltada para os Estados Unidos,
05:27parece ter sido perdida não só momentaneamente,
05:30mas como uma questão mais permanente.
05:32Ou seja, a questão de diversificar pode ser algo relevante, importante,
05:37mesmo para quem, nesse momento, ainda não perdeu tanto.
05:39As empresas que conseguiram até não estar aí no pior cenário.
05:43esse tipo de crédito, né, essa mudança do padrão de crédito do BNDES,
05:47você acha que tem espaço para debater uma...
05:51que se insira no processo de crédito brasileiro de maneira permanente?
05:55Isso faria sentido para as empresas,
05:57essa preocupação com diversificação mais intensamente,
06:00inclusive tomando crédito pensando nesse tipo de ação?
06:05Oi, Mari, boa noite.
06:06Olha, eu acredito muito nisso, né?
06:08Como eu disse no início do bate-papo com a Natália,
06:11é um aprendizado que nós estamos tendo,
06:14então a gente já tem até que reconhecer que foi, de alguma forma, bom.
06:19Saímos da zona de conforto e as empresas que ou foram afetadas
06:23e possivelmente serão afetadas,
06:25não há dúvida que agora elas vão começar a enxergar
06:28a questão da relação do comércio exterior com outros olhos, né?
06:32Ou seja, rever planejamento, rever estratégias,
06:35aquilo também que a gente já disse em outros momentos, né, Mari?
06:38É não colocar todos os ovos na mesma cesta, né?
06:42Então, está ficando um aprendizado.
06:45E isso tem que ser constante, sim.
06:47Eu acho que o banco, o BNDES, ele vai, a partir de agora,
06:51usar isso, inclusive, como estratégia para novas empresas
06:54que querem utilizar o mercado internacional
06:58para a expansão dos seus negócios.
07:00Eu acho que a gente tem uma grande oportunidade agora
07:02de ampliar ainda mais a relação comercial do Brasil.
07:06o Brasil ainda é um país muito fechado internacionalmente
07:08em termos de comércio exterior.
07:10Então, a gente tem uma grande oportunidade.
07:12O lado negativo, se a gente pode pegar algum, Mari,
07:16é a única preocupação, o fôlego do governo
07:19em relação a recursos para cumprimento, por exemplo,
07:24da questão fiscal.
07:25É algo que eu e a Austin Ritten já vêm alertando há algum tempo.
07:29A gente já tem um cenário preocupante em relação ao ambiente fiscal
07:33e pode ser que isso encurte o fôlego de ajuda do governo
07:38nesse momento para as empresas,
07:40ainda que o BNDES tenha bastante caixa
07:43e pode, aí, nesse começo, dar todo o suporte.
07:46Mas, sem dúvida alguma, você colocou um tema muito importante.
07:49É um aprendizado que a gente tem que aproveitar agora
07:51e utilizar isso daqui para frente de forma mais recorrente.
07:56Certo.
07:57E, Alex, esse critério que o governo anunciou
08:02do crédito do BNDESC para empresas que perderam
08:05mais de 5% do faturamento, qual que é a sua avaliação?
08:08É um bom critério?
08:09E já vou emendar mais uma aqui, né?
08:11Como que é possível aferir essas perdas
08:14e garantir que o crédito, de fato, vá primeiro
08:17para quem perdeu mais?
08:18Olha, como nós estávamos conversando anteriormente, Natália,
08:23o governo tem mapeado todas as relações exteriores.
08:26Isso passa pelo governo.
08:28Então, o governo já tem essas empresas.
08:31Agora, ao ferir, naturalmente, o impacto,
08:33muito provavelmente as empresas terão que apresentar um balancete, né?
08:37Ou seja, anualmente, se tem o balanço da empresa,
08:41o balanço financeiro, mas mensalmente tem o balancete.
08:44Então, muito provavelmente, as empresas vão apresentar esse documento.
08:46Será um documento exigido pelo governo
08:49para, naturalmente, comprovar o mínimo ali de perda de receita.
08:55E aí, sim, 5%, provavelmente, porque o governo também mapeou
08:59quanto que esse tarifácio teria de impacto
09:03a partir daquela cesta que nós temos de produtos importados
09:06que foram tochados, né?
09:08Ou seja, de 4 mil produtos, foram 700 produtos
09:11que ficaram insetos.
09:13Então, em cima desses 3.300, provavelmente, ele chegou a esse cálculo, né?
09:18Utilizando 50%, qual que seria o potencial?
09:20Então, acima de 5%.
09:22Abaixo disso, a empresa conseguiria ali,
09:24conseguiria realocar internamente, financeiramente, as suas perdas.
09:28Conseguiria também internamente.
09:31Mas, muito provavelmente, vai ser aferido por meio de balancete, né?
09:35Que as empresas fazem mensalmente.
09:37Alex, queria te ouvir sobre mais uma questão desse pacote do governo
09:41que foi colocar como condição a manutenção do nível de emprego, né?
09:45Então, as empresas, para terem acesso ao pacote,
09:47elas têm que se comprometer com manter o emprego.
09:50Isso parece lógico, né?
09:52Porque, de alguma maneira, tem o efeito que não é só recuperar
09:55o retorno da empresa, mas também garantir a renda derivada desse emprego.
10:00Mas, por outro lado, enrijece, de alguma maneira,
10:02a responsabilidade da própria empresa em se tornar mais produtiva,
10:07de reorganizar e ter mais agilidade na sua otimização.
10:10Você acha que isso pode ser um problema no médio prazo?
10:12Como é que você vê essa questão, em particular, do governo entrando,
10:16deixando mais, cristalizando aí a situação da estrutura de emprego das empresas?
10:22Olha, é um momento importante para fazer isso,
10:25porque a gente está no processo de desaceleração econômica
10:28por conta dos juros muito elevados.
10:29Então, a gente já vai entrar num processo, no segundo semestre,
10:33de perda um pouco maior de emprego.
10:36Então, daqui a pouco, a gente vai começar a observar
10:38essa taxa de desemprego começar a subir,
10:40ainda que está no menor nível histórico.
10:43Mas a gente sabe que essa restrição monetária,
10:45com maiores juros desde 2006,
10:47vai chegar no bolso do brasileiro.
10:50Então, a gente já vai ter um movimento de perda de emprego.
10:52O que o governo está fazendo é não olhar só
10:55para os donos das empresas, né?
11:00Ou seja, olhar também para preservar o emprego.
11:04E que vamos lembrar, né, Mari?
11:06Preservar emprego é um ativo político muito forte
11:09que o governo tem utilizado e vai continuar utilizando.
11:13Vale lembrar que a gente está às vésperas de eleição,
11:15o governo, e de certa forma, independente de qual governo,
11:19eu acho que sempre preservar empregos é positivo, né?
11:22Tem um impacto eleitoral muito forte, mas principalmente
11:25para a economia brasileira, que, como eu disse anteriormente,
11:28já vai entrar no processo de desaceleração.
11:31Agora, é claro que isso tem que ser temporário, né?
11:34Não dá para ser uma contrapartida de forma perene,
11:38porque a gente sabe que hoje o custo de manutenção de emprego,
11:41por conta dos impostos embutidos trabalhistas,
11:44é muito elevado.
11:45Então, precisa toda essa estratégia do governo
11:48também dar um retorno muito rápido para as empresas.
11:51Nos próximos dois ou três meses, já tem que ter alguma indicação
11:56de que teve um sucesso esse plano.
11:58Se não, concordo contigo, vai ser um ônus maior
12:01do que o benefício que está sendo colocado à mesa agora, né?
12:04Não dá para preservar só o direito dos acionistas.
12:09Também tem que preservar os empregos,
12:11mas tem que ser algo equilibrado.
12:13Perfeito.
12:14Pontos importantes para a gente observar, né?
12:15Obrigada, Mari.
12:16E obrigado, Alex Agostino, economista-chefe da Austin Rating,
12:20participando com a gente aqui ao vivo neste sábado.
12:22Boa noite.
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