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A possível paralisação das contas públicas americanas pode trazer volatilidade aos mercados e impacto direto na confiança do consumidor. Bruna Allemann, head de Investimentos Internacionais da Nomos, analisa os riscos de recessão, a pressão sobre o FED e as oportunidades que podem surgir para investidores atentos.

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Transcrição
00:00A paralisação das contas públicas americanas que pode levar a essas duas interpretações.
00:06Uma política, outra econômica. A política já foi, já falamos.
00:11Para entendermos dos reflexos, dos desdobramentos econômicos,
00:18recebo aqui prazerosamente Bruna Allemann, Head de Investimentos Internacionais da Nomos.
00:24Bruna, muito obrigado pela sua presença.
00:26Você sempre nos atende muito cordialmente, por conta da correia do dia a dia, em videoconferência.
00:33Hoje temos o privilégio de tê-la aqui no nosso estúdio, o que é um enorme prazer pra gente.
00:38Imagina, é uma honra estar aqui e, consequentemente, trazendo uma informação tão importante, né?
00:44A gente sabe que é de última hora, mas ela acontece.
00:48Vamos a esse desatar dos nós, Bruna.
00:52Claro, a gente está aqui numa iminência de uma aparente paralisação, chamado shutdown,
00:57mas daqui a pouco eu chego a isso.
00:59O que me chama a atenção, e pra isso eu tenho um gráfico pra nos ajudar nessa leitura,
01:04o índice de confiança do consumidor.
01:07Se a gente olhar pra cá, ele está baixo.
01:12Aqui é pandemia.
01:14A gente tem quase que um paralelo aqui.
01:16O quanto isso é preocupante?
01:19Porque seja no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa, a confiança do consumidor se mede,
01:24acredito, na estrutura econômica do país.
01:27Acho que a taxa de juros está boa.
01:29Vou comprar um bem durável em que eu vou pagar durante meses ou anos.
01:34Tem aí uma leitura do impacto dessa confiança do consumidor.
01:38Quando baixa, o que isso reflete na economia, Bruna?
01:41Na verdade, é aquela preocupação do consumidor.
01:45Então, pode ser tanto financeira, ele não sabe, ele não está conseguindo prever o futuro dele.
01:51Ou seja, grande parte, a gente pode ver uma movimentação, inclusive, de curto prazo,
01:55dentro da Bolsa de Valores, lembrando que os americanos investem muito dinheiro na Bolsa,
02:00o capital acaba saindo e ele leva pra onde?
02:03Pra poupança.
02:04É um dado muito interessante que a gente consegue ver a economia dos Estados Unidos.
02:08E quando ele começa a fazer essa movimentação, que o shutdown provavelmente vai trazer essa volatilidade,
02:15essa... a gente pode não ter enxergado hoje, mas a Bolsa está esperando determinado resultado,
02:21consequentemente, um dado de confiança vai ser negativo.
02:25Ou seja, ele vai cair, se assim a gente pode dizer.
02:28Porque o consumidor vai esperar o resultado e as consequências disso
02:34pra que ele possa tomar qualquer tipo de decisão.
02:37Então, a gente vai falar sobre o efeito imprevisibilidade.
02:42Entendi.
02:42Que é o que fica ali, que fica pairando.
02:45E, consequentemente, ele não vai fazer nenhuma dívida de médio, longo prazo,
02:49sem entender quais serão essas consequências.
02:52Bruna, eu estudei muito mais política do que economia.
02:55E tem uma coisa nas relações internacionais, na política, que é,
02:57na dúvida, recorra à história pra ver os movimentos, né?
03:01Quais são os marcadores históricos pra gente entender o presente e tentar projetar o futuro.
03:07Aqui, o que me chama a atenção, quando caem os índices de confiança do consumidor.
03:14O que são essas listras que a gente marcou aqui?
03:17São os períodos de recessão nos Estados Unidos.
03:19Se nós tivermos uma marca aqui, outra aqui e outra aqui,
03:24a gente pode esperar uma recessão pra cá?
03:27Ou eu tô sendo muito alarmista?
03:28Podemos esperar uma recessão.
03:31O que não seria tão ruim assim, visto que os Estados Unidos estão precisando do corte de juros.
03:38Então, seria uma forma que a economia, alguns dados nós não vamos conseguir enxergar,
03:43até porque o shutdown efetivo, parte dos dados, eles não vão ser atualizados,
03:49mas a economia real vai começar a apresentar isso.
03:52O desemprego, a pressão inflacionária em relação aos preços.
03:56Então, todo esse efeito cadeia pode começar a apertar,
04:01e daí não por uma questão política, mas por uma questão econômica,
04:04o Fed pode se sentir pressionado a cortar os juros mais rápido.
04:09Porque isso desenha, geralmente, o shutdown, ele tá desenhado antes de fluxos,
04:15de ciclos econômicos de grande liquidez e crescimento.
04:19Você precisa cair pra poder subir.
04:21Lembrando que as bolsas americanas estão na máxima.
04:24Perfeito.
04:24Não será tão ruim assim caso tenha uma recessão.
04:29Bruna, não quero ser o pessimista aqui da conversa.
04:34É um trabalho sujo, alguém tem de fazê-lo, esse alguém sou eu.
04:37Que é olhar pra esses números que também aí estão nesse amarelo piscante de atenção,
04:44que é o débito federal dos Estados Unidos.
04:46O orçamento está preocupado com isso, ou teoricamente deveria estar.
04:52Olhando pra cá, a gente tem também, deixa eu voltar aqui o gráfico pra gente fazer um paralelo como eu tava fazendo, né?
05:00Primeira Grande Guerra, depressão de 29, segunda Grande Guerra, a grande crise do subprime em 2008, pandemia.
05:08Agora, nós estamos numa situação aqui em 2025, não estamos em guerra, não estamos em pandemia, não estamos em grande depressão,
05:20mas o débito jamais foi tão grande.
05:24E eu fiquei assustado com esse dado que eu me deparei com ele ontem, que é do Departamento de Orçamento dos Estados Unidos.
05:34Não é uma teoria minha.
05:36Que em 2050, neste ritmo, com esse mesmo fôlego de subida, chegaria ou chegará 180% do PIB em 2050.
05:48Pra evitar isso, tem que apertar o cinto, cortar na própria carne, a gente tá vendo a discussão no orçamento.
05:56Bruna, em que momento de preocupação nós estamos, porque os Estados Unidos já passaram da marca do 100% de dívida.
06:04O quão isso é preocupante?
06:06É relativamente preocupante, mas eu gosto de trazer um outro dado que poucas pessoas estão falando.
06:12Em 2018 e 2019, então se a gente vê ali naquele meio tempo, houve um dos maiores shutdowns de 35 dias.
06:21Perfeito, foi o primeiro governo Trump.
06:23Exatamente.
06:24Que foi realmente dar uma segurada nessa dívida do governo, se a gente pode enxergar,
06:29ela também tava indo numa linha tênue ali, ó, que poderia seguir ali rapidamente ali dentro do gráfico.
06:36Então a gente pode olhar que não é tão ruim acontecer isso e que, logicamente, esse desenho,
06:42ele tá baseado se caso alguma coisa não seja feita, tá?
06:46Então ele tá ali dentro daquele desenho de que pode acontecer, enfim...
06:52O pior dos cenários, né?
06:53O pior dos cenários.
06:54Então o shutdown, ele acontece exatamente pra isso, pra equilibrar a dívida.
06:59Tem dois pontos muito importantes aqui.
07:01A dívida de curto prazo dos Estados Unidos e o que pode crescer essa pressão também em relação à dívida
07:07que os Estados Unidos tá querendo esse corte de juros, é porque se não houver esse corte,
07:11a dívida de curto prazo todo mundo acaba, num efeito até paradoxo, num paradoxo,
07:17todo mundo acaba colocando mais dinheiro nos Estados Unidos, mesmo havendo esse shutdown.
07:22E aí, com os juros no patamar que está hoje, a dívida de curto prazo, os juros do Tesouro Americano
07:27tendo que pagar pro investidor, cresce de forma exponencial essa dívida.
07:32Então esse desenho tá fazendo, tá sendo feito a partir disso.
07:37Então por isso esse crescimento é exponencial.
07:39Mas logicamente, a pressão que vai ser feita dentro da economia americana e entrando muito fluxo de capital
07:45e valorizando muito o dólar, com certeza isso vai ser quebrado.
07:49Existe aí que os Estados Unidos, dentro desses crescimentos, todas as vezes da dívida americana,
07:56por mais que agora seja um pouco maior, porque é reflexo da pandemia, que nenhum processo desse passou,
08:02principalmente com o mercado financeiro relativamente maduro, o que ele não tá considerando é que
08:07a economia americana sempre volta pra trás.
08:10Então, quer dizer, esse shutdown serve exatamente pra isso.
08:13Tem até alguns dados que mostram que a Bolsa de Valores e o mercado americano geralmente se recupera
08:19meses após o shutdown, tendo até um crescimento de 10%.
08:23Ou seja, Bolsa de Valores mais alta, taxa de juros mais baixa.
08:28Então acho que a gente não precisa ficar com tanto medo assim.
08:31Desafio. A gente tem um pouco menos de dois minutos de conversa e agora eu queria trazer um pouco dessa teoria
08:37que você trouxe pra gente, Bruna, com riqueza de detalhes, para o chão da realidade.
08:42Porque se realmente em questão de uma hora e meia, duas, nós tivermos o tal do shutdown,
08:48haverá consequências diretas para servidores públicos, principalmente as pessoas de mais baixa renda
08:55que precisam dos selos de comida, dos food stamps, benefícios.
08:59Ou seja, vai haver um impacto econômico se a gente olhar pra classe média, classe média baixa, os mais pobres.
09:07Isso não mexe aqui de novo com os níveis de confiança?
09:12Ou de que maneira isso tem um impacto na economia essa mais cotidiana, dos pequenos negócios?
09:19Eu gosto muito desse dado que às vezes não permeia o inconsciente coletivo da gente.
09:24Os Estados Unidos, que são sede de grandes empresas, aquelas avaliadas em trilhões de dólares,
09:30mas outra realidade, Bruna, são que mais da metade da população americana trabalha para pequenos negócios
09:37e não para grandes empreendimentos.
09:39É esse fechamento, esse shutdown, essa perda das pessoas irem buscar auxílios,
09:45porque o escritório está fechado, o quanto isso pode impactar no movimento espiralado, né?
09:50Estou dizendo, na vida cotidiana e como isso amplia para o mercado financeiro.
09:55Bom, o mais importante é ver que o shutdown, o principal ponto que está colocado em questão hoje
10:00é em relação à previdência e à questão de saúde, que são os maiores déficits ali
10:05que estão causando essa pressão dentro da dívida americana.
10:10Então, tirando isso, provavelmente, e até uma briga do Trump, que é
10:15vamos tirar as assistências sociais e não o incentivo ou o subsídio para esse pequeno empreendedor.
10:24Porque ele que movimenta a economia americana, tanto que é o símbolo do que ele fala,
10:28American Great Again, né?
10:30Então, ele precisa trazer isso de volta.
10:33Então, nesse efeito de curto prazo, provavelmente ele vai prevalecer,
10:37e são as travas que ele está tentando aí, que ele está ali dentro do Senado,
10:41de conseguir aprovar com que corte esses essenciais do que o não essenciais,
10:46que são os subsídios para continuar essa economia.
10:49Mas tem um efeito em questão econômica, e é isso também que o Senado está travando,
10:54por uma questão de opinião política, que isso movimenta muito, inclusive o índice de confiança,
10:59a opinião política lá tem um peso um pouco mais forte,
11:03e fala o pessoal mesmo, o senador ali, cada posição pessoal.
11:07Isso acaba sendo levado muito em consideração,
11:09e por isso esse impasse que ele não consegue passar.
11:12Mas a economia, ela acaba sendo cíclica.
11:15E os Estados Unidos sabem muito bem, e ele funciona dentro dos ciclos econômicos,
11:20que ele vai ter, em alguma hora, ter que priorizar essa decadência dos pequenos empreendedores
11:26para um eventual crescimento ali na frente.
11:29Infelizmente, é um desenho econômico, ele é esperado.
11:32O que ele quer fazer é só controlar isso para que não se torne uma grande recessão.
11:38Pronto.
11:39Agora que você está à vontade aqui, eu posso te deixar numa situação desconfortável,
11:46porque a nossa audiência, o nosso DNA é um canal de negócios,
11:50todo mundo quer saber, beleza, Bruna, amanhã eu posso comprar ações da Bolsa Americana,
11:55é um bom momento, aquele investidor que é mais ávido por risco,
12:00pode ser uma boa porta de entrada, ou você diria, espera um pouco?
12:03Na verdade, sempre tem oportunidades.
12:05Toda crise gera oportunidade.
12:08Acho que tem algumas, principalmente se a gente vê uma volatilidade negativa,
12:11isso efetivamente acontecer, que são aquelas small caps, que são as pequenas empresas,
12:16são as primeiras afetadas porque ela não tem crédito disponível,
12:20e também aquelas empresas que a gente fala que são consumos cíclicos,
12:25ou seja, quando a população está com dinheiro no bolso,
12:28ela consome itens de luxo, ela consome tênis, roupas,
12:32então esses são os setores que acabam sendo mais afetados.
12:35Tecnologia depende muito da empresa porque também precisa de subsídio para crescer.
12:40Então é assim, caiu, é hora de comprar mais.
12:46Terminei bem, vai.
12:49Magnificamente bem.
12:51Queria te deixar de uma saia justa, mas você, né?
12:53Como dizem os americanos, natural born, nasceu para isso.
12:56Bruna Aleman, obrigado aqui, principalmente pela sua simpatia,
13:00perdão aqui pela minha descontração.
13:02Imagina.
13:03Conversei com a Bruna Aleman, que é da Nomos,
13:06Head de Investimentos Internacionais da Nomos,
13:09que eu espero que frequente aqui o estúdio do Conexão com mais frequência ainda.
13:15Boa noite, Bruna.
13:16Boa noite, obrigado.
13:17Obrigado mais uma vez.
13:18Obrigada.
13:18Obrigada.
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